terça-feira, 30 de agosto de 2011

FINANCIAMENTO MAIS BARATO PARA O AÇAÍ



O açaí e a borracha natural foram incluídos na lista de produtos que poderão receber linha de crédito para comercialização da safra 2011/2012. A lista é elaborada pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério do Abastecimento, Pecuária e Agricultura (Mapa) e inclui produtos de todas as regiões do país, que podem ser beneficiados pela concessão de Empréstimo do Governo Federal (EGF).
O empréstimo é destinado a cooperativas, beneficiadoras e agroindústrias, que comprovem a aquisição da matéria prima diretamente de produtores rurais, por preço inferior ao mínimo fixado. O preço mínimo do açaí proveniente de extrativismo é de R$ 0,83 por kg da fruta. Já o da borracha natural proveniente de extrativismo é R$ 3,50 o kg, e de cultivo comercial, R$ 1,61.
Hoje, a venda dos produtos é feita por meio de cartão de crédito, cheque especial ou empréstimos não oficiais (de agiotas) a juros exorbitantes, que chegam a 8% ao mês. O EGF, com juros de 6,75% ao ano, vai baratear o custo financiado da produção. O empréstimo proporciona recursos financeiros para que os beneficiários possam armazenar e conservar os produtos para venda futura, em melhores condições de mercado.
O secretário de Estado de Agricultura, Hildegardo Nunes, informou que a inclusão do açaí nas operações de EGF foi uma demanda do Sindicato das Indústrias de Frutas e Derivados do Pará (Sindfrutas), à qual a Sagri aderiu, mediando o processo perante o governo federal. “Precisamos forçar que as culturas amazônicas recebam o mesmo tratamento dado às culturas de clima temperado do sul do país, e conquistem espaço na pauta de exportação. Isso é reconhecer a diversidade, que constitui a riqueza do país”, ressaltou o secretário.
A presidente do Sindfrutas, Solange Mota, considerou a medida um grande avanço, porque revitalizará o setor da fruticultura no Estado. Os produtores poderão formar capital de giro por valor menor e ainda garantir o emprego nas agroindústrias. Mais de 95% do açaí processado é nativo, e só rende no segundo semestre, por isso as indústrias trabalham só durante seis meses, o que inviabiliza a folha de pagamento.
Atualmente, existem 85 agroindústrias registradas no Ministério da Agricultura, das quais 16 são cadastradas no Sindfrutas e respondem pelo processamento de 80% da produção de açaí. Dentre estas, estão as cinco maiores exportadoras para o mercado externo. (Agência Pará)


(Encaminhado, via e-mail, pelo amigo João Eudes de Carvalho Neri, advogado)

domingo, 28 de agosto de 2011

DECRETO DAS SENTIMENTALIDADES

Prof. Israel Fonseca Araújo


Preâmbulo: Os Grandes Sábios de todos os tempos, reunidos em uma Assembleia constituidora da Vida em abundância, usando uma Sabedoria que não se explica por Palavras, nem pelas que venceram o poeta Carlos Drummond de Andrade, resolveram o que segue, sem possibilidade de retroceder de suas Decisões, através de Emendas, Consertos e coisas do gênero:


1ª Sentença – Fica definido que os parentes, todos,
Podem chorar a perda de seus entes, sobretudo pelos
Mais queridos, e pelas Mães, Avós,
Já que elas têm, e tiveram, o dom da Vida.

2ª Sentença – Fica estabelecido que aqueles que mais plantaram,
E das melhores Sementes,
Terão a maior porção de nossas Lágrimas, das sinceras,
Quando, por força muito maior, tiverem de nos deixar,
Quando nos contentaremos apenas com a Saudade,
E seus modestos Exemplos de Vida, incomparáveis.

3ª Sentença – Fica decidido que amaremos as várias manifestações da Arte,
Como a Poesia, a Música, as Esculturas (humanas, também),
O Desenho e a Pintura, pois elas são alimentos, e nutritivos.
Que pessoas sem Sensibilidade não terão mais
O torto direito de zombar dos Artistas,
Simplesmente porque elas não têm
Sensibilidade para zombar desses, posto que são criativos.

4ª Sentença – Fica claro, desde já e para Todo o Sempre,
Que os poderosos, e as pessoas que os imitam,
Não mais terão bajuladores, em todos os cantos,
Em todas as Nações, por todo o Mundo,
Pois essas pessoas não merecem
nem os mais singelos elogios
Da parte de ninguém e em hipótese alguma.

5ª Sentença – Fica decidido que brincaremos com as nossas Crianças,
Porque quase nada há, nesta Vida,
Mais bonito do que elas,
Que carregam a ternura no coração
e que são o que deveriam ser aqueles Poderosos,
já citados.

6ª Sentença – Ficam declarados dignos(as) de tanto Respeito:
Jesus Cristo, incomparável em ternura e Sabedoria;
Paulo Freire, exemplo de vida digna, no Brasil;
Zumbi dos Palmares, símbolo de luta por Direitos Humanos, roubados;
Chico Mendes, baluarte da Luta pela Amazônia Independente;
João Batista, paraense como Edmilson Rodrigues!; e
Manoel Luiz Ferreira Fonseca, miri-amazônida,
a Visão de Águia dos Movimentos Sociais em Igarapé-Miri.

Última Sentença – Fica decretado, por fim,
Que os Movimentos Sociais persistirão, sempre,
Que viveremos nossos Dias
nutridos pelo mais requintado Senso de Humor,
para o Bem de todos e Felicidade geral
de todas as Gerações, em todos os mundos que há.


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P. S.: 29 de agosto de 2011 - pela Memória de meu tio Manoel Luiz Ferreira Fonseca, que fazia Aniversário nos dias 29 de agosto de cada Ano. Manoel Luiz faleceu a 11 de março de 2011, no rio Mamangal-Grande, local de seu nascimento. Era o irmão caçula de minha Mãe, Terezinha Fonseca, e tinha 58 anos.

ATENÇÃO! IRMÃOS DIVISORES, O PARÁ VAI SAIR GANHANDO E VOCÊS NO MAIOR PREJUÍZO

Élvis Nunes Corrêa – elvisnunes49@hotmail.com


    Somente os políticos espertalhões querem dividir o Pará, em proveito próprio, e o povo ingênuo das regiões separatistas embarcam na potoca como “Maria vai com as outras”. É somente o território e a população que irão se dividir, o Estado administrativo e a marca Pará continuarão sendo nossos com quase todos os elementos culturais que formam a identidade deste Estado. Veja o que passará ser só dos paraenses:
      Começando pela área cultural: o Círio de Nazaré, o carimbó, o brega com o tecnobrega, o querido Remo e aquela coisa que se veste de azul e branco (se sobreviverem), a História de bravura dos cabanos, o pato no tucupi, os grandes jornais em circulação, o Ver-O-Peso, o complexo Feliz Lusitânia, o Mangueirão e a Estação das Docas. Esses são só os símbolos mais conhecidos lá fora como marcas culturais do Pará.
      Na área econômica temos quase todos os elementos naturais, culturais e comerciais que atraem turistas e que ficarão com a parte do Pará, tais como o Círio, as regiões do salgado e do Marajó e outros elementos; temos ainda as sedes das grandes lojas de varejo e atacado que ficam em Belém e outras grandes e pequenas empresas que geram produção, comércio e serviços cujos impostos são, ainda que de forma injusta, divididos com as regiões que querem se separar. Tudo isso será só do povo paraense; lembremos que essas formas de economia só tendem a crescer e são duradouras, não é como o minério que só diminui e um dia vai acabar, vejam só, tudo isso hoje é nosso e vocês querem abrir mão, de graça.
      Contando ainda que vamos ficar com um Estado administrativo montado e todas as conquistas que os Servidores Públicos já obtiveram em anos de lutas, o que, certamente, os dirigentes oportunistas desses novos Estados não vão querer ceder ao povo; vamos ficar com a região interligada por estradas, sem contar que vamos poder taxar tudo o que vier do Tapajós e do Carajás, mas vocês, a Lei Candir irá impedi-los de taxar o minério e a energia que irão sair. Como vemos, meus amigos e irmãos do Tapajós e do Carajás, esses Estados irão nascer sem uma identidade cultural forte, com forte histórico de conflitos agrários, garimpagem ilegal, desmatamento (feito pelos próprios dirigentes que querem a Separação) e sem poder taxar as riquezas que saem do seu solo.
       Não é hora de dividir, a campanha está errada, seria a hora de os irmãos do Tapajós e do Carajás fazerem campanhas para pedir a ajuda de seus irmãos da região metropolitana contra a má administração e o descaso dos maus políticos, que os abandonaram por anos, e nós estaremos prontos para apoiá-los.
      Observem o Estado do Amapá, eu morei lá no auge das ajudas federais e vi as farras que os políticos que lutaram pela elevação do Território à categoria de Estado faziam com o dinheiro público, hoje até os paraenses que eu conheço e que correram para lá querem voltar para o Pará, acabou a ajuda Federal e os amapaenses estão tendo que pagar a conta e fazer greves, é só notícia de políticos amapaenses presos em operações federais.
      A divisão do Território paraense, se ocorrer, só vai beneficiar a corja política que, após se estapear com os outros pretendentes, chegar ao poder e passar a fazer farra com o dinheiro das ajudas federais e os novos cargos que serão criados, como a maioria não tem suas origens no Pará, depois que terminar a ajuda federal eles irão embora para o exterior curtir o dinheiro alheio e vocês, irmãos, ficarão a ver navios levando o vosso minério. A ideia da divisão é tão absurda que o argumento dos dirigentes separatistas reconhece que a divisão será ótima para o Pará, é assim que eles tentam convencer o povo daqui a votar pela Separação, como quem diz: não se metam, fiquem com tudo para lá, deixem nós enganarmos esses trouxas daqui. Mas, já que estão querendo, eu os ajudarei, pois votarei a favor da Divisão, mas, se um de vocês mudar de ideia e me pedir ajuda, eu mudo o meu voto a favor da permanência do Pará unido. Viva o Pará dos verdadeiros paraenses! Eu nasci no Pará, em Igarapé-Miri, e vou continuar sendo paraense, a vocês será dado o direito de escolha. Um forte abraço a todos vocês, que ainda têm a honra de ser paraenses, por enquanto.

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Élvis Nunes Corrêa é Historiador e Licenciado Pleno em História (UFPA); Esp. em História; Docente nas Escolas "Aristóteles Emiliano de Catro" e "Enedina Sampaio Melo".


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Chico da Pesca é cassado e fica inelegível




Fonte: diariodopara.diarioonline.com.br (acesso em: 24/8/11, com adaptações)


Quarta-feira, 24/08/2011, 07h11


O deputado estadual Paulo Sérgio Souza, o Chico da Pesca (PT), foi cassado ontem pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PA). Por seis votos a zero, os juízes decidiram que durante a campanha de 2010 ele praticou compra de votos, crime contra administração pública, abuso de poder econômico, fraude no seguro-defeso, uso da máquina pública, condutas vedadas no período eleitoral, entre outras irregularidades.

Além de perder o mandato, Chico da Pesca também foi considerado inelegível por oito anos e multado em R$ 50 mil pelos crimes eleitorais. A defesa do petista avisou que aguardará a publicação do acórdão, previsto para a próxima semana, para recorrer da decisão. Além da cassação imediata a partir do acórdão, o TRE/PA vai notificar a presidência da Assembleia Legislativa para dar posse ao suplente, Alfredo Costa, atual vereador pelo PT em Belém.

Segundo o advogado João Batista Vieira, a expectativa agora é que o TRE/PA acate pedido de liminar para manter o deputado no cargo, até o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgar o recurso, que será impetrado. Foram duas ações - uma representação eleitoral e uma ação de investigação eleitoral -, que resultaram na cassação do parlamentar.

O relator, jurista André Bassalo, considerou as denúncias muito graves e as provas cabais. O revisor do processo, desembargador Raimundo Holanda, seguiu o voto do relator, juntamente com os outros quatro julgadores. A fraude do seguro foi tão grande que o número de 50 mil pescadores cadastrados em menos de dois anos aumentou para 150 mil.


PESCA

Chico da Pesca exerceu o cargo de superintendente federal da Pesca e Aquicultura no governo Lula, de 2008 a abril de 2010, onde, segundo denúncia do Ministério Público Federal, se beneficiou da estrutura para se eleger, especialmente, incluindo no Registro Geral de Pesca (RGP) pessoas alheias à profissão de pescador para receberem seguro-desemprego à época do defeso do pescado, como assegura a legislação trabalhista para os pescadores artesanais. Somente essa irregularidade teria custado aos cofres federais R$ 200 milhões.

A situação teria sido tão alarmante que, em novembro de 2010, o MPF, juntamente com a Polícia Federal,realizou mandado de busca e apreensão na superintendência e no escritório político do então deputado eleito, Chico da Pesca, e de outro eleito, Fernando Coimbra (PDT), ex-superintendente do Trabalho no Pará, órgão responsável pela legalização dos cadastros do seguro-defeso.

Mas, na verdade, a denúncia começou em abril de 2010, quando um grupo de servidores do órgão solicitou ao então superintendente que tomasse providências porque o volume do seguro-defeso havia aumentado de forma assustadora, mais de 100% em relação aos anos anteriores.

Como não houve nenhuma medida, os mesmos servidores enviaram a denúncia para a Controladoria Geral da União (CGU). O relatório da inspeção da CGU constatou fraudes no RGP, contratação de funcionários sem qualquer vínculo com o órgão para fazer cadastros de novos pedidos de carteira de pescador; que a trava do sistema de cadastramento fora fraudada pelos terceirizados, permitindo que as datas das novas inscrições retroagissem, entre outras irregularidades.

ACUSAÇÕES

Por seis votos a zero, os juízes eleitorais decidiram que durante a campanha de 2010 Chico da Pesca praticou compra de votos, crime contra administração pública, abuso de poder econômico, fraude no seguro-defeso, uso da máquina pública, condutas vedadas no período eleitoral, entre outras irregularidades.
 


Provas são contundentes, diz relator

Também considerado muito grave pelos juízes foi o fato de o chefe do Registro Geral de Pesca (RGP) à época, Maurício Gadelha, ter sido contratado por Chico da Pesca como temporário, em detrimento aos servidores concursados.


Nos depoimentos registrados nos autos, os servidores contratados admitiram que retroagiam as datas da inscrição no cadastro do RGP e que, mesmo depois do desligamento de Chico da Pesca da secretaria, o grupo contratado agia da mesma forma. Gadelha admitiu, inclusive, que o sistema de cadastramento permitia a retroação das datas até 1980.


Na defesa dos autos, Chico da Pesca negou todas as acusações, inclusive que teria indicado a sua sucessora, Talita Andrade, para o cargo. Mas admitiu que contratou Maurício Gadelha, porém, para fazer “serviços particulares” para ele na superintendência.


Entretanto, o relator ficou convencido pelos depoimentos que ele fora responsável por isso também e que a ação de fraudes no RGP continuou até a ação da MPF e PF. “Montou-se uma organização para fraudar o seguro-defeso”, definiu o procurador eleitoral Daniel Avelino.

O relator André Bassalo ressaltou que as provas contra Chico da Pesca são contundentes, especialmente porque as certidões provisórias de pescadores foram todas assinadas pelo próprio superintendente da Pesca e Aquicultura. “Todos os servidores terceirizados recebiam ordens diretamente do Maurício, pessoa de confiança do Chico da Pesca a quem ele admite que pagava gratificações particulares. Isso já evidencia as irregularidades”, acentuou o relator no julgamento.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

DEVANEAR


(Para Jacque, pelo 23 de agosto de 2011)
Israel Fonseca Araújo

Devanear é nada mais
Que ter o olhar para o adiante;
Ter olhar de águia
Não é ser errado, é ser visionário.

Quanto nos custa um olhar pra trás?
A emoção dos anos idos?
O encantamento das Amizades, conquistadas?
A Poesia das vivências de tanto tempo?

Mesmo quando se nos passam os tempos,
Ainda que haja problemas:
(na Emoção, no Encantamento, na Poesia)
Recorra-se a Cronos, senhor do tempo;
Rejubilem-se aqueles(as) que
T’amam, somente pela Beleza de sua Vida.

Saber bem lidar com o Devaneio
é ser hábil para, sendo visionário,
olhar pra trás à procura de toda a Poesia,
já vivida.

23 de agosto de 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Iniciação à pesquisa atrai alunos de Igarapé-Miri

Olá, gente amiga. Segue, abaixo, a matéria divulgada hoje (onlinemente) pelo Jornal "Diário do Pará", que traz mais ua boa Notícia sobre o nosso "Miri", sendo que, agora, refere-se à Educação de nosso Alunado do Ensino Fundamental.
Dê-em uma olha e digam o que acharam.




Iniciação à pesquisa atrai alunos de Igarapé-Miri
Diário do Pará (online), Sexta-Feira, 19/08/2011, 12:58:35

Incentivar a prática da pesquisa, aguçar a curiosidade por temas que possam transformar a realidade do município, da escola, das famílias, entre outras iniciativas têm sido um dos recursos utilizados pelo diretor de incentivo à pesquisa de Igarapé-Miri, professor Gilberto Luiz, inventor do chuveiro inteligente e ganhador do primeiro lugar na categoria em energia e transporte, com o projeto “Biogás, fonte de energia para os ribeirinhos”, que conquistou reconhecimento internacional, na África do Sul, na cidade de Durban.
A dedicação às ideias surgidas entre os alunos têm registrado saldo positivo, como na Vila de Maiauatá, distante 18 quilômetros da sede do município, onde as iniciativas se transformaram em projetos. Entre elas, cinco alunos envolvidos na fabricação de biojóias da casca do palmito; ração do topo do palmito e o enchimento de estofado com a casca do palmito. Atividades que estão dando destinação adequada aos resíduos do palmito das três fábricas que beneficiam o produto na Vila.
O suporte para desenvolver atividades de pesquisas é da Prefeitura Municipal, sendo que está em fase de negociação a locação de recursos por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp), com apoio do programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic-Jr), que será realizada em ação conjunta com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Os três projetos em desenvolvimento pelos alunos da Vila Maiauatá serão apresentados durante a Feira de Ciência e Tecnologia do Sul do Maranhão, que acontecerá no período de 29 de setembro a 3 de outubro.
Em setembro, Igarapé-Miri vai ser a sede da "Segunda Mostra de Ciência e Tecnologia da Escola Açaí", evento que vai congregar projetos nacionais no período de 27 a 30 de setembro. Os que mais se destacarem receberão como prêmios bolsas da Fapespa e o credenciamento às feiras nacionais e internacionais.
Para o coordenador pedagógico, Abias Rodrigues, da Escola “Bom Jesus”, localizada na Boca do Caji, no rio Meruú, a orientação dos alunos Josué Gonçalves, 12 anos e Maurício Pantoja, 10 anos, está sendo uma oportunidade de adquirir conhecimentos, e, ao mesmo tempo, despertar nos alunos o interesse de outras áreas para desenvolver as ideias, como a formação na área de eletrônica para poder executar o projeto da torneira inteligente, que tem como objetivo a utilização para as comunidades ribeirinhas do município.
O combate à evasão escolar é feito no contato direto com as famílias. Desta forma, o coordenador decidiu em diálogo com pais e responsáveis discutir sobre a ausência dos alunos. Segundo Rodrigues, muitas famílias não tinham interesse em participar da vida escolar dos filhos. O contato reduziu o número de alunos faltosos e aumentou a presença dos pais em busca de informações sobre as atividades pedagógicas.

(Agência Pará)"

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Andiroba é fonte de renda em Igarapé-Miri


Fonte: Jornal “Beira do Rio” (Ufpa); agosto de 2011 (nº 96)

por Vito Gemaque/Agosto 2011

Muito indicada pelas avós para tratar contusões, inchaços, reumatismos e para acelerar cicatrizações, a andiroba (Carapa guianensis) tem lugar cativo na farmácia tradicional dos povos da Amazônia.  A árvore, natural da região, já teve suas propriedades fitoterápicas reconhecidas pelo Ministério da Saúde.
Um fruto da andiroba tem entre quatro e seis sementes. As famílias que vivem nas comunidades do Mutirão, no município de Igarapé-Miri, coletavam as sementes para vender sempre que aparecia alguém interessado em adquiri-las. Essa era uma alternativa de renda para as famílias que vivem, principalmente, da colheita do açaí.
O quilo da amêndoa da andiroba é vendido por R$0,20. Com as sementes transformadas em óleo, o preço sobe para R$10,00 por litro, representando uma diferença de R$9,20 já que, para produzir cada litro, são necessários quatro quilos de amêndoa. Os extrativistas faziam seus negócios sem perceber a capacidade de renda que poderiam ter.
Para reverter essa situação, foi implementado o Projeto de Extensão "Capacitação de comunidades do Baixo Tocantins para a exploração de plantas oleaginosas com foco na geração de renda e inclusão social", coordenado pela professora Nadia Cristina Fernandes, do Laboratório de Operações de Separação (LAOS) do Instituto de Tecnologia (ITEC), com financiamento do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA).
As ações foram desenvolvidas de dezembro de 2007 a junho de 2010, em parceria com a Associação do Mutirão, que reúne 22 comunidades. Uma pequena unidade de extração de óleo vegetal foi instalada para beneficiar as sementes coletadas e aumentar a renda das famílias.

Óleo pode ser aproveitado em cosméticos e biodiesel

O óleo da andiroba possui componentes que o qualificam como uma alternativa viável em diversos setores, pois, além dos poderes fitoterápicos, ele pode ser usado na produção de cosméticos e de biodiesel. Por ser uma espécie nativa, está em vantagem frente a outras plantas oleaginosas exógenas, como o dendê, a soja, o girassol e o peão-manso, mais suscetíveis às pragas. Essas qualidades garantem ao produtor o retorno do investimento.
Outro fator faz com que a andiroba atenda perfeitamente aos moradores do Mutirão: o florescimento da árvore ocorre na estação chuvosa e a colheita de frutos pode ser realizada no período de janeiro a julho, o qual corresponde a entressafra do açaí.
Apesar dos aspectos favoráveis, a andiroba não era vista como uma fonte de renda pela comunidade. Os moradores já tinham os equipamentos necessários para a extração do óleo, doados pelo Plano de Assistência da Eletronorte, mas não possuíam treinamento para instalação e uso das máquinas. A equipe de pesquisadores da Universidade verificou a situação e avaliou a possibilidade de implantação da unidade de extração de óleo.
A produção poderia chegar a 20 litros por dia. Em 100 dias, a Unidade poderia gerar uma renda de R$20 mil. Se fossem vendidas in natura, a mesma quantidade de sementes renderia apenas R$1.600,00. Para o professor Luiz Ferreira de França, o desconhecimento dessa possibilidade de aumentar a renda com a planta é um dos principais empecilhos para que comunidades como as do Mutirão não valorizem a andiroba.
"A extração do óleo não é complicada, o que falta é a informação sobre o sistema de processamento, que tem início com a coleta e a seleção das melhores sementes", afirma o professor do Laboratório de Operações de Separação (LAOS).

Qualificação da mão de obra

Todas as etapas do Projeto foram realizadas em parceria entre os pesquisadores e a Associação do Mutirão. O primeiro passo foi a reunião para decidir onde a unidade de extração seria implantada. A sede da Associação foi o mais indicado.
Em seguida, foram feitos levantamentos sobre a situação socioeconômica dos ribeirinhos, os equipamentos disponíveis e a potencialidade dos frutos oleaginosos presentes na região. Nesta etapa, foram verificados dois problemas principais: a necessidade da manutenção dos equipamentos e a qualificação da mão de obra local.
Os equipamentos estavam há quase dois anos guardados e sofreram desgastes. Após uma avaliação, eles passaram por limpeza, manutenção e testes. Cursos de técnicas básicas de análise, produção de óleos vegetais e controle de qualidade foram ofertados para a população.
Só então o Projeto montou a infraestrutura necessária para a extração do óleo com a construção de um galpão de processamento e do secador solar, a instalação da prensa, do filtro-prensa e do sistema de conversão da energia elétrica para essas máquinas, que funcionam com energia trifásica, e  a aquisição de um moinho.

Projetos precisam de apoio

De acordo com o professor Luiz França, para que a andiroba tenha um melhor aproveitamento e seja fonte de renda para a comunidade, é necessário que os órgãos e as instituições desempenhem seus papéis.
Às universidades públicas, como a Universidade Federal do Pará, a Universidade Federal Rural da Amazônia e a Universidade do Estado do Pará, cabe elaborar pesquisas sobre o tema e desenvolver projetos que visem formar e capacitar os extrativistas. O governo deve entender que a agricultura familiar na Amazônia não se restringe apenas a plantio de feijão e arroz, mas também envolve o extrativismo. Investimentos nesse tipo de projeto podem, inclusive, mudar o conceito errôneo que se tem sobre o extrativismo.
"Aqui, nós vivemos de extrativismo, o que nós devemos melhorar é a maneira como ele é praticado. Existe aquele extrativismo arcaico, que precisamos superar para chegarmos ao extrativismo com tecnologia. Nós podemos fazer manejo e plantio de mudas sem precisar mexer com o ecossistema", explica o professor.

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Prof. Israel Fonseca Araújo