domingo, 24 de junho de 2012

O “ATÉ” OPERA: o que dizer sobre o que dizem que é de pouca valia?


Nota: Texto publicado, de início, no Jornal Miriesnse, de junho de 2012.

Prof. Israel Fonseca Araújo(*)



Nesta edição do “Miriense” eu deveria tratar de algumas intervenções pedagógicas que a escola estadual “Enedina Sampaio Melo” tem levado à frente, através de Projetos de Pesquisa – e falaria sobre o MAC, que tem mais o que dizer, nesse aspecto, do que a nossa Enedina (fica para uma próxima oportunidade). Mas aí apareceu o até. Ele mesmo. E tenho de falar sobre ele.
Li outro dia, no jornal Diário do Pará, impresso (11/05/12, p. B1), que nas gravações da Operação “Monte Carlo” (da Polícia Federal) são citadas, nos telefonemas interceptados, vários agentes públicos (Vereadores, Deputados, Senadores, Secretários... até a Presidente Dilma Rousseff).
Vejamos, em citação direta: “PF diz que 81 autoridades são citadas nas escutas. Brasília – AE. O delegado Matheus Mella Rodrigues afirmou, na sessão reservada da CPI do Cachoeira, que durante as intercepções telefônicas feitas na Operação Monte Carlo há 81 autoridades com foro especial citadas nas conversas. Na lista, constam vereadores, deputados federais e estaduais, senadores, secretários de estado, ministros do Supremo Tribunal Federal e até a presidente Dilma Rousseff.” (grifei)
Segundo disse esse delegado da PF, há muita gente que é citada nessas interceptações telefônicas (quase 100), a começar por Vereadores(as) e chegando à figura de Dilma Rousseff. Sabemos que, em termos de poder político-partidário, legisladores que trabalham(!) a nível de Município têm menos “força” do que os Senadores(as) – inclusive estes representam os estados; são apenas 81 em todo o país: já Vereadores(as)... Percebamos que os agentes públicos são citados em escala crescente (numa figura “poética” que chamaríamos de gradação; viu, meu filho Giovanni?), partindo “dos menores” para “a maior”.
Quem nos garante que tal seja verdadeiro? O até. Sim, ele mesmo: não contavam com a sua “astúcia”? Desse tamanhinho e poderoso, já que é ele que nos confirma, linguisticamente, que o tom discursivo é ascendente, está em ascensão. Faz-se um escalonamento que vai do primeiro degrau ao último, entendendo-se, nesse caso, que os ministros(as) do STF e a Chefia do Executivo Federal são o topo dessa pirâmide – inclusive esses ganham os maiores salários do funcionalismo público brasileiro, salvo engano meu.
Viram como esse “zitito”, o até (tão desprezado por aqueles professores(as) que somente valorizam a nomenclatura gramatical brasileira e a descrição da escrita culta formal/literária), tem muito poder dentro de nossas discursividades? Até porque o discurso tem marcas que são somente suas: a sua materialidade se dá a nível de linguagem e é marcado pela historicidade (e que momento histórico este nosso!).
Aprendamos esta lição, do até, para deixarmos de menosprezar “os pequeninos” – ou aqueles que parecem, numa primeira leitura, pequenos.



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(*) ite o ww.recantodasletras.uol.com.br/professorisrael e http://www.facebook.com/israel; co-autor de “Escritos em Verso & Prosa” (2010).




TEM CADA LEITURA!


Tem cada Leitura: domingo, 24/6/12, na "Marambaia" (Matinha). Inauguração da Orla da Marambaia (disse o locutor, cerca de 400 mt), obra começada e terminada na Gestão de Roberto P. Oliveira (carpinteiro), no “Governo da Participação Popular”. (Como bom cidadão do Miri, estive lá, por cerca de 4 minutos, e não fotografei nada por zelo...)
Passa uma moça, talvez 25 anos, irritada, p... da vida, falando ao telefone. Ela diz a outra pessoa, de outro lado da linha (seria do rio?):
“Tive de deixar o carro ali [aponta, usando o indicador direito, pra frente dela]; uma palhaçada; o cais não chegou até lá; uma palhaçada”. Tem cada leitor(a)!
Vi muita gente, muitos governistas e aliados, e muita gente da população matinhense; muita gente de outros bairros (corajosos(as), como eu, que atravessei a cidade). Uma obra bem bonita, possivelmente bem construída, que deverá durar por bem mais de 10 (dez) anos (há obras que não duram 5 anos!), dependendo de como a população cuidará dela, além do Poder Público – claro.
Quem é que esqueceu da obra de Mário da Costa Leão, na Sesque (ficou linda demais, canteiro central, arborizada e bem iluminada), que fora destruída de maneira voluntária (dizem que financiada com alguns litros de Natu), em poucos dias, justamente bem próximo de uma Eleição p/ Prefeito(a) [ano: 2000]?
Sou por demais grato a Deus-Pai, que me permite acompanhar esses lampejos de “poesia” que, não raro, capturo por aí.
Forte abraço.

sábado, 23 de junho de 2012

Parabéns, Ig.-Miri: com atraso, mas nunca por trás!

prof. Israel Fonseca Araújo


O município de Igarapé-Miri, no baixo Tocantins, recebeu uma ótima notícia, no dia 23 de maio de 2012, publicada pelo jornal "O Liberal" ("Pará tem 127 municípios em débito com a União"), que traz em sua entrada: "INADIMPLÊNCIA. Situação impede 88% dos municípios de receber recursos do governo federal". Na saquência, lê-se:
"Quase 90% dos municípios paraenses estão impedidos de receber recursos federais por estarem em situação de inadimplência. Ao todo, 127 cidades estão inaptas a receber recursos provenientes de convênios com o governo federal e de emendas parlamentares. As administrações das localidades acumulam 698 irregularidades no cadastro de municípios inadimplentes do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siaf) [...] O levantamento foi feito por O Liberal.
Anajás, Cametá e Muaná são os municípios com maior número de irregularidades."
Mais à frente, a matéria cita os municípios em situação inversa: os adimplentes (em dia, sem débitos). Lemos: Abel Figueiredo,...Igarapé-Miri, Moju, Tomé-Açu e outros.
Portanto, mesmo com todas as adversidades sabidas por nós desde o início de 2009, nosso Igarapé-Miri foi dado como adimplente, nessa data. Pode continuar contratando com o Governo Federal, recebendo obras/recursos como: Creches (Cidade Nova e Boa Esperança), Orla da Cidade, Cobertura do Centro Cultural, Revitalização da Praça "Sarges Barros", Escolas da Eletronorte: Vilas Maiauatá e Icatu, para cira alguns, o que exige assinatura de Convênios, que, por seu lado, obriga o município a estar em dia com uma série de obrigações e apresentar (p. ex.) Certidões Negativas junto a órgãos estaduais/federais. (Grifos meus)
Sem essa adimplência, logo, não teríamos uma série de melhoramentos em nossa cidade.
Segue reprodução da página de O Liberal (não marcada em amarelo):


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Governo da Participação Popular realiza Feira de Agricultura Familiar e Economia Solidária e Festival do Camarão – ano 33


Prof. Israel Fonseca Araújo



Está acontecendo, entre 21 e 24 de junho de 2012, a I Feira de Agricultura Familiar e Economia Solidária e o Festival do Camarão – ano 33. Os dois eventos, que são simultâneos, acontecem no Centro Cultural do Estádio “Bianor Palheta”, o Açaizão. Neste ano, como em outros passados, o tema é a relação Cultura e Economia. Espaço cultural que ganhou cobertura metálica (mais de R$ 340.000,00 – trezentos e quarenta mil reais), fruto de parceria entre o Governo de Roberto Pina e o Governo Federal (Caixa, Ministério do Turismo), entregue com muitos meses de atraso, mas ainda em tempo de a população “curtir” o último Festival do Camarão desta Gestão de Roberto Pina.
Mesmo tendo outras correntes de entendimento, é fato que um quantitativo de muitas mil pessoas, mirienses aprovam esse serviço, a Cobertura.
Assim, seguem os dois eventos, contando, na quinta, 21/6, com a parte religiosa, com apresentações de Artistas e Bandas locais, católicas e/ou evangélicas. O que já se tornou uma tradição nos Festivais do Camarão e do Açaí. Para o público centrado nas festas, tem muitas bandas e artistas de renome regional, além da presença da “Banda Sayonara”.
Por seu lado, a I Feira de Agricultura Familiar e Economia Solidária segue com ações paralelas, como: Mesas Redondas, Seminário, encontro do CODETER, Fórum Territorial de Economia Solidária do Baixo Tocantins, e outros (nos dias 22 e 23/6). Foi, por exemplo, o que se deu hoje pela manhã, no Auditório da Escola “Enedina Sampaio Melo”, contando com a presença de várias entidades representativas dos Movimentos Sociais mirienses (Assentamentos, ONGs, Sindicatos, Assentamentos...), além da presença da presença da UCODEP, da Ufpa e da Secretaria de Agricultura de Moju (PA).
Muitas opções de comidas regionais com a companhia do açaí tradicional do Miri esperando por nós. Resta saber se o povo terá acesso ao Centro Cultural, sem grandes dificuldades causadas pela exorbitância dos ingressos cobrados na porta do Centro Cultural.

Seguem alguns registros (nossos):

Foto 1 - Visão frontal do Centro Cultural, com destaque para a Cobertura Metálica, antes da Inauguração da mesma, dia 21/6.



Foto 2 - Mesa Redonda, na I Feira de Agricultura Familiar...: Sr. Libório (Sec. de Agricultura de Moju), de chapéu - discursando; Isaac Fonseca (Titular da SEDT, Ig.-Miri - ao centro) e Anderson (Ucodep).







 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Maria de Todos os Rios (trechos – parte II)


Benedicto Monteiro, Belém: Cejup, 1995


“... Como não tínhamos horizonte, antes da chuva cair, eu corria para o boteco, que ficava num trapiche que dava pra baía, bem na ponte da vila da Barca. Ver a chuva cair na própria água era uma imensidade.
[...] Quando as chuvas me pegavam na cidade, no meio da rua, que eu podia ver os edifícios ou que eu podia apreciar suas águas verdes escorrendo das mangueiras, eu ficava horas e horas entretida, escutando o barulho e vendo as mudanças que aconteciam”em todas as paisagens. [...] A senhora pensa, a chuva em Belém tem que fazer parte da vida da gente. Ela cai quase todos os dias e em todas as tardes [...] A chuva, a senhora pensa, fazia de Belém uma cidade encantada, que mudava como as águas vivas. [...] Até as pessoas que passavam, andando ou correndo [...] ficavam molhadas de sombras.” (p. 42, 43 – Cap. 5)

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Boa Viagem.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Pesquisas científicas de escolas estaduais serão apresentados na Femact Rio+20


Ascon/Seduc


Pesquisas científicas desenvolvidas por estudantes e professores de escolas públicas dos municípios de Igarapé-Miri e Abaetetuba vão representar o Pará na Feira de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia da Rio+20 (Femact Rio+20). O evento será realizado de 12 a 14 de junho, no Armazém 4, da zona portuária da cidade do Rio de Janeiro, e reunirá cerca de 120 trabalhos científicos de escolas de todo país. Os trabalhos paraenses foram selecionados após se destacarem durante as edições da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) e a Mostra de Ciência e Tecnologia (Mostratec), em São Paulo e Rio Grande do Sul, do ano passado.
As pesquisas “Forno Solar: uma proposta de desinfecção das águas ribeirinhas”, de autoria da professora Benedita Vieira e dos estudantes Samuel dos Santos e Waleriano Lobato, e “A utilização do forno solar na desinfecção de águas ribeirinhas”, desenvolvida pelo professor Clelivaldo Santos da Silva e pelas estudantes Luana Barros Ribeiro e Cristiane de Sousa da Escola Estadual São Francisco [Xavier], em parceria com o Clube de Ciências de Abaetetuba, foram as primeiras colocadas na categoria Relevância Social e terceiro lugar na categoria Mentalidade Marítima da Febrace.
O projeto está encontrando uma alternativa para melhorar a qualidade da água retirada dos rios, apresentado uma nova opção à metodologia mais comum de tratamento da água que é praticada com o uso de sulfato de alumínio para que a sujeira seja sedimentada sem, no entanto, utilizar de algum método de desinfecção.
A destinação dos caroços de açaí é tema do projeto “A utilização de resíduos da agroindústria do açaí para a produção de adubo orgânico por meio de equipamentos alternativos no município de Igarapé-Miri”, de autoria dos estudantes Márcio Kennedy Araujo Ferreira, Ernane de Jesus Pantoja Neto, Bruna da Cruz Silva, com a orientação dos professores Josineide Pantoja da Costa e Hélio Nascimento da Paixão Júnior da Escola Estadual de Ensino Médio [Manoel] Antônio de Castro, que encontraram uma função para esse suposto lixo. O trabalho foi o terceiro colocado na categoria de Ciências Agrárias da Febrace.
Orgulho da escola Escola Estadual Cristo Trabalhador, localizada em Abaetetuba, o projeto “Matapi Ecológico: uma solução para a captura e a comercialização do camarão no rio Tauerá de Beja, em Abaetetuba” já ultrapassou fronteiras e foi apresentado no início deste ano, na Espanha, durante a “XIII Exporecerca Jove”. A pesquisa encontrou uma maneira de adequar o matapi usado na pesca do camarão para que somente os espécimes adultos desses crustáceos fossem capturados, evitando a extinção do animal no leito do rio e a melhoria da renda dos pescadores locais.
“A região nordeste do estado do Pará vem se destacando muito nos eventos nacionais e internacionais”, comemora o professor Gilberto Luís Sousa da Silva, que divide a autoria do trabalho com a estudante, Regiane Araújo da Silva. Para ele, o sucesso dos trabalhos demonstra aos alunos de escolas públicas que “ é possível fazer trabalhos científicos de qualidade nas escolas e que através da pesquisa, do conhecimento, eles podem transformar a vida deles”.


Texto: Mari Chiba

Ascom/Seduc