domingo, 28 de abril de 2024

Quem é pré-candidato a Prefeito do Miri, em 2024

Em ano de Eleições, os municípios "pegam" fogo. Igarapé-Miri/PA está excitadíssimo. A partir da intensificações das redes sociais, o jogo político exige fotos (são os retratos de antigamente), muitas fotos, pequenos vídeos, falas insinuadores (e até falsas, a depender de vários fatores), áudios e até bastante fake news. Este é um precário resumo da configuração do que se convencionou chamar de política (a qual vem a ser o exercício da vida pública, atuação nas arenas de lutas, disputas e meandros dos (micro)exercícios de poder, mas que, nestes tempos, se confundo com vida partidária e tempos (pré)eleitorais).

Nesse sentido, uma espécie de regra geral se instalou: é bagunçar a cabeça do eleitor e da eleitora. Principalmente de quem não entende bem como esse jogo (político) se dá. Igarapé-Miri está nesse momento de excitação intensa, às vésperas de uma ejacula2ão prevista para inícios de agosto vindouro. Quem está nas alcovas do poder? Confira, a seguir, os pré-candidatos, os mais visíveis politicamente, que se lançaram (ou foram lançados pelas agremiações) na corrida à Prefeitura da Capital Mundial do Açaí. Lamento lhe informar: possivelmente, não terá mulher alguma na disputa principal (indício de uma importante decadência da atuação política feminina, no Miri). Segue aí:

Irmão Nenca (Progressistas, 11). Vereador de três mandatos, destacou-se com trabalhos assistenciais junto à população carente e tem sido campeão de votos para Vereador, tem grande articulação entre campos e pastores/lideranças evangélicas e é bem querido junto a setores da população local. Após anos no MDB, saiu da legenda assim que o atual vice-prefeito Marcelo Corrêa assumiu o 15. Ir. Nenca, atualmente, está em espécie de "sinuca de bico", pois outras candidaturas ameaçam o seu lugar de destaque no eleitorado pinista (entenda mais, a seguir).

Roberto Pina (Partido dos Trabalhadores/as, 13). Atual prefeito, e de três mandatos, é o político mais tradicional dentre os concorrentes e aquele que, por estar no cargo, carrega grande rejeição (some-se isso a outros "gatilhos"). Nunca trocou de partido e, segundo se percebe, segue articulado ao MDB, legenda recentemente assumida pelo atual vice-prefeito Marcelo, Corrêa assumiu. Pina tem ótima articulações com movimentos sociais e setores da população miriense (tem, inclusive, vencido as disputas por votos, na cidade); ele seria o candidato naturalmente apoiado pelo governador Hélder Barbalho (MDB), mas entendidos na política local/paraense e estudiosos do barbalhismo sabem que o Barbalho filho pode, muito bem, se comportar de outra forma. Nestes tempos de pré-campanha, ele (HB) não se mostra um definido aliado do candidato que deu vaga a um vice pra "chamar de seu": Marcelo está no MDB, o que fez Ir. Nenca dele sair, pois "a vaga de vice" no Miri foi pedida por Hélder, segundo nos relata fonte nível 9.

Keynes Silva (União Brasil, 44). Ex-Secretário de Saúde do Miri, bastante popular no município e possível destino de parte da votação anti-PT, é lançado pelo Ministro do Turismo (de Lula) Celso Sabido, este um conhecido político de centro e rival das pautas petistas. Silva esteve atuando como secretário de Saúde em município do Marajó, após sair do Miri, e na SUDAM, nesse caso ao lado do petista superintendente Paulo Rocha. A candidatura de Silva em muito interferiu na força política a prefeito que vinha e vem sendo desempenhada por Nenca - e pode interferir nos passos políticos de outro jovem forte político da terra do Açaí...

Antoniel Miranda (Republicanos, 10). Ex-prefeito interino (dez. 2017 a dez. 2018) e vice-prefeito de Peso Pesado, com quem saiu visceralmente brigado da prefeitura, Miranda é um dos políticos mais fortes destes tempos, na terra de Sant'Ana. Ao contrário de Keynes e Irmão Nenca, esteve nas urnas no pleito de 2020 e recebeu expressiva votação (deixando para trás o então prefeito Peso Pesado e o empresário Darinho Pantoja). Em silêncio durante os anos em que Nenca desbravava a política do Miri, Antoniel lançou, recentemente, sua pré-candidatura - endossada por lideranças políticas de peso, caso do atual chefe de Assembleia de Deus Josias Roberto - no campo de Igarapé-Miri. Sendo candidato, será a voz bolsonarista mais e visivelmente antipetista do pleito, além de ter ótimas articulações com setores evangélicos (Josias seria o maior fiador), com agricultores(as) e outros segmentos. Se confirmada, sua candidatura abalaria muito mais Ir. Nenca do que outras.

Toninho Peso Pesado (PSDB, 45). Foi várias vezes vereador e chegou a presidente da Câmara Municipal, antes e depois de ser prefeito interino e de vencer, com Antoniel Miranda, as eleições de 2016 (com quem saiu visceralmente brigado da prefeitura). Saiu do MDB para o Podemos e, agora, ressurge no PSDB (partido mais decadente, dentre os fortes, da política paraense), sigla que está sob liderança da decante liderança Dilza Pantoja (esta, de volta, após anos dragada pela lei da "ficha limpa"). Pesado é, de longe, o político que mais enfraqueceu dentre os maiores nomes que se apresentam nestes tempos (possivelmente, em disputa à prefeitura, poderia restar atrás de Pantoja). Nestes tempos, sua "força" é vista muito como auxiliar, no que poderia ajudar Silva e/ou Nenca na corrida e, vejam só, até ser ajudante de Miranda; por ser do "grupo" da mãe do governador, até poderia ajudar Pina nos pedidos de votos. Caso se torne candidato a vereador, ajudará ou até tomará a vaga que Dilza está almejando para si. Mas não estamos afirmando nada disso.

Alessandro Lobato (PSD, 55). Médico que integra o campo político e de atuação empresarial na saúde (privada) dos Seffer, Lobato foi declarado como pré-candidato a prefeito da terra de Sant'Ana pelo filho de Luiz Seffer, o Gustavo Seffer (este, campeão de votos a deputado estadual neste torrão). Liderança religiosa no campo bolsonarista, Lobato é muito ativo em redes sociais e em pequenos cultos, possuindo enorme aceitação (e algumas resistências) dentre o povo que precisa de saúde neste Igarapé-Miri. Nunca foi, pelo que se sabe, detentor de cargo eletivo e, à voz mais baixa, entendidos(as) da política não veem essa "pré" como um real anúncio da candidatura para agosto de 2024.

(texto em atualizações)

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