Secretário Municipal de Planejamento e Gestão: Dr. Edson de Jesus Antunes Corrêa;
Secretário Municipal de Administração: José Maria dos Santos
Costeira;
Secretária Municipal de Saúde: Nazianne Barbosa Pena;
Secretário Municipal de Educação: Prof. Janilson Oliveira
Fonseca;
Secretário Municipal de Finanças: José Maria dos Santos
Lobato Júnior;
Secretária Municipal de Assistência Social: Ana Maria de
Jesus Lima da Costa;
Secretário Municipal de Cultura, Desporto e Lazer: Josival
Moraes Quaresma;
Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano, Habitação e
Infraestrutura: Sílvio Antônio Pantoja Corrêa;
Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho:
Ismael Fonseca Araújo;
Secretário Municipal de Meio Ambiente Pesca e Aquicultura:
José Clodoaldo Moraes da Silva.
Outras autoridades e assessores(as):
Chefe de Gabinete do Prefeito: Joana Soraia da Conceição Serrão;
Procurador-Geral do Município: Domingos do Nascimento Nonato;
Controlador e Ouvidor-Geral do Município: Nelcy Aquino Pinheiro;
Chefe do Setor de Compras: Zaida Maria Pantoja da Trindade;
Presidente da Comissão Permanente de Licitação: Edilene Castro Mota
Roberto Pina (PT) é eleito Prefeito de Igarapé-Miri, por 12.906 eleitores(as)
Israel Fonseca Araújo (poemeiro@hotmail.com; Academia Igarapemiriense de Letras-AIL); Editor-fundador do Blog Poemeiro do Miri (publicado em nov. 2020)
A marcha da apuração das Eleições 2020, em Igarapé-Miri (PA), seguia com toda a expectativa da imensa maioria da população local. Internet quase caindo, tamanha a "pisa" de acessos dos internautas. Mas o tal sistema do TSE não avançava; desde às 17:27h, nada de novas informações. Porém, perto de 20h de hoje, o sistema se movimentou e foi possível ter certeza: o Miri tinha seu novo prefeito eleito. Com 100% dos votos válidos computados, o candidato e ex-prefeito de Igarapé-Miri Roberto Pina Oliveira (PT) foi eleito para mais um mandato, com exatos 12.906 (32,99 %), deixando Antoniel Miranda (PROS) em segundo lugar, com 10.243 votos (26,18%), seguido de Darinho Pantoja (PL), este com 8.053 votos (20,58%), ficando o atual Prefeito Toninho Peso Pesado (MDB) em quarto, com 7.333 votos (18,74%), Prof. Isaac (Psol) vem em quinto, com 310 votos (0,79%), Aladim Martins (PV) veio em sexto, com 142 votos (0,36%) e, finalmente, Prof. João Batista (PMB), com 135 votos (0,35%). Mais uma vez, Igarapé-Miri mostra que não gosta nada-nada de reeleger prefeito (desde o início dos anos 1990, somente Mário da Costa Leão foi reeleito, no pleito de 2000).
Compareceram 40.557 eleitores (83,37%) e 8.093 deixaram de votar (uma abstenção de 16,63%), até abaixo do que se imaginava, em tempos de pandemia de Covid-19.
VEREADORES(AS). Quanto à corrida dos candidatos a vereador(a), os eleitos nas urnas são:
Irmão Nenca (MDB): 1.271 votos (reeleito)
Toninho do Murutinga (MDB): 1.135 votos (reeleito)
Enfermeiro Cláudio Júnior (PSD): 1.122 votos
Fábio Ferreira (PL): 1.074 votos
Nenca (MDB): 987 votos (reeleito)
Ângela Maués (MDB): 941 votos (reeleita)
Rufino Leão (Republicanos): 896 votos (reeleito)
Ney Pantoja (PROS): 872 votos (reeleito)
Ana da Vila (Republicanos): 855 votos (reeleita) - No ato da Posse, em 01.01.2021, a Ver. Ana da Vila pediu licença para assumir a Secretaria de Assistência Social (SEMAS); assim, o seu Suplente, Iran Gomes, assumiu a vaga, no mesmo dia.
Joãozinho (PL): 733 votos
Viagra (PL): 690 votos
Carmo (PT): 664 votos (reeleito)
Dr. Rogério (PCdoB): 436 votos
Ou seja, 09 (nove) parlamentares foram reeleitos (desta vez, sem a ajuda dos cruzamentos, isto é, da chamada coligação), sendo que Kadheq (MDB) não disputou. 06 (seis) entram pela primeira vez: Miellen, Cláudio Júnior, Fábio Ferreira (com votação estupenda, Fábio "ajudou a puxar" mais dois parceiros...), Joãozinho, Viagra e Dr. Rogério.
Partidos e vagas: MDB: 04 vagas; PL: 03 vagas; PSD: 03 vagas; Republicanos: 02 vagas; PROS: 01 vaga; PT: 01 vaga; PCdoB: 01 vaga
Israel Fonseca Araújo (poemeiro@hotmail.com; Academia Igarapemiriense de Letras-AIL); Editor-fundador do Blog Poemeiro do Miri
O Blog Poemeiro do Miri pediu
entrevista exclusiva ao historiador miriense David Farias, o qual
está lançando (amanhã, às 20h, no Espaço Verde) o livro "O
comércio de escravos: comarca de Igarapé-Miri (1868-1887)". Diante da
resposta positiva do autor, disponibilizamos a íntegra da conversa com o
pesquisador David Farias - o qual é graduado em História (UFPA) e é Mestrando
em História pela mesma instituição. Segue:
Blog Poemeiro do Miri: Professor David Farias, como surge esse projeto do livro "O comércio de escravos - comarca de Igarapé-Miri/PA" e em que medida vc acha que esse trabalho acadêmico pode ajudar Igarapé-Miri e se reconhecer em sua própria história?
David Farias: É um trabalho que busca recuperar um pouco
da experiência de homens e mulheres submetidos a um regime de trabalho
compulsório durante séculos e que até pouco tempo estiveram pouco presentes nos
relatos dos memorialistas locais. O fato é que ao trazermos esses indivíduos
para o debate histórico construímos elementos para pensarmos importantes temas
que permeiam o nosso tempo presente, acredito que por algum tempo a história de
Igarapé-Miri foi protagonizada apenas por figuras ilustres, embora esses indivíduos
tenham sua devida importância histórica, precisamos ter em mente que toda
riqueza produzida na região seja pela extração de madeira, cachaça ou nas
diversas atividades agrícolas extrativistas passou pelos braços da classe
trabalhadora, composta naquele momento por indivíduos escravizados em sua maior
parte, indígenas, livres e libertos um complexo mundo do trabalho que se
configurou no século XIX.
Desse modo é a classe trabalhadora que deve também
ganhar protagonismo na história de Igarapé-Miri, a trajetória desses indivíduos
suas lutas e resistências contra os desmandos da classe senhorial precisam cada
vez mais ser descortinadas, para que assim Igarapé-Miri possa se
reconhecer em sua própria história, e perceber algumas estruturas de dominação
que insistem em permanecer até os dias atuais.
Blog Poemeiro do Miri: O cenário de sua exposição, na obra,
é o séc. 19, a partir da conjuntura de Igarapé-Miri; fale um pouco mais sobre
essa realidade escravista, nesse contexto histórico.
David Farias: É importante destacar que por
algum tempo percebeu-se a Amazônia como área periférica no que diz respeito a
presença africana, por muito tempo até mesmo nos estudos históricos entendia-se
que a presença africana na Amazônia teria sido inexpressiva, esse suposto vazio
demográfico era balizado a partir dos seguintes argumentos, em primeiro por
causa caráter eminentemente extrativista da economia amazônica, estruturada no
uso massivo da mão de obra nativa, em seguida a suposta incipiência dos
empreendimentos agrícolas na Amazônia, além da ineficácia atribuída à Companhia
de Comércio do Grão Pará e Maranhão em inserir escravos africanos na região. Na
década de 1860 esse debate foi superado, a partir de estudos pioneiros como os
de Anaíza Vergolino e Napoleão Figueiredo, Vicente Salles, Antônio Carreira e
Manuel Nunes Dias, passamos a conhecer com maior profundidade a importância da
participação africana na região amazônica.
Com base nesse e em outros estudos foi possível
verificar que a escravidão africana estava disseminada por toda a Amazônia,
evidente que em alguns espaços ela foi menos pulsante em outros mais, a
escravidão em Igarapé-Miri esteve presente desde os primeiros tempos da
ocupação colonial na região, os colonos ao solicitarem a concessão de uma Sesmaria
que lhe daria direito de uso e exploração de determinada sorte de terra,
justificavam o pedido a administração real dizendo não possuir terras
suficientes para trabalhar e ocupar seus escravos, essa era uma justificativa
recorrente.
No século XIX o ingresso de escravos africanos na
Amazônia tomou dimensões significativas estima-se que entre o final do século
XVII até 1840, data do ultimo carregamento de escravos africanos para Amazônia,
aproximadamente 60.000 escravizados adentraram em território amazônico, 60%
desse quantitativo no final do século XVII e nas primeiras décadas do XIX. É
dentro desse contexto que a região de Igarapé-Miri vivencia a experiência do
regime escravista.
Blog Poemeiro do Miri: Quais fatores políticos, sociais, e
até econômicos, vieram a contribuir para a instalação e a consolidação desse
comércio escravista, em Igarapé-Miri?
David Farias: Na segunda metade do século XIX o
tráfico atlântico de escravos foi definitivamente abolido pela lei Eusébio de
Queirós em 1850, a partir desse momento os senhores escravistas do Brasil se
utilizaram unicamente do comércio interno de escravos para a manutenção e
reposição dos seus plantéis.
Nesse período a comarca de Igarapé-Miri despontava
na região amazônica como o segundo maior reduto escravista da província
paraense, como demonstrou o Censo demográfico realizado em 1872, uma região que
consolidou suas bases econômicas na indústria canavieira uma atividade
praticada por aqui desde tempos coloniais, e que não apenas na Amazônia, mas em
diversas partes do Brasil esteve intimamente ligada a utilização da mão de obra
escrava de origem africana. As famílias tradicionais de colonos que se
estabeleceram por aqui construíram suas riquezas, influencia e prestigio
politico sobre o tripé, terras, engenhos e escravos.
Chegavam a passar de 100 as unidades desses
engenhos em pleno funcionamento nos municípios de Igarapé-Miri, Abaeté e Mojú,
ou seja, com tantos empreendimentos assim a demanda por mão de obra era
proporcional, e esses trabalhadores no século XIX em sua maior parte eram
escravizados. O Censo Demográfico que me referi anteriormente de 1872 registrou
na comarca de Igarapé-Miri 4.266 escravos de origem africana, na comarca de
Cametá, algo em torno de 2.500 e na comarca da Capital 7.277 escravizados. As
demais regiões da Amazônia apresentaram percentuais menores que os já citados.
Quando ocorre a interrupção do trafico atlântico,
já não era mais possível contar com a reposição de novos escravos africanos,
então o comércio interno de escravos passará a ser a única forma de acesso a
mão de obra escrava. Nesse período as transferências de escravos urbanos para
as propriedades rurais será uma constante, de áreas economicamente fragilizadas
para áreas mais dinâmicas, assim os senhores de Igarapé-Miri no ensejo de se
desfazer ou adquirir novos escravos estabeleceram de longa data um comércio
interno de escravos que buscava suprir as necessidades de seus empreendimentos.
É preciso lembrar ainda que no Brasil o escravo era capital liquido
valiosíssima moeda de troca, alvo principal dos investimentos de alguns
indivíduos abastados, eram mais valiosos que a própria terra, que naquele
período se dispunha em relativa abundância, mas sem braços pra trabalhar
tornava-se improdutiva.
Dessa maneira, é a partir de uma longa tradição
escravista na região tocantina, aliada ao significativo número de escravos aqui
residentes muito em função das atividades econômicas que aqui se praticava é
que se estabeleceu as bases para a consolidação de um importante comércio de
escravos na comarca de Igarapé-Miri.
Blog Poemeiro do Miri: Cotejando nosso município, naquele
momento, com outros da região e até de fora do estado, quais semelhanças e/ou
diferenças podem ser apontadas na questão desse comércio de escravos?
David Farias: É possível dizer que a região de
Igarapé-Miri segue, em certo sentido, a mesma tendência que se observa para
outras regiões do Brasil, ou seja, um comércio de escravos que se materializa
principalmente de forma endógena, após 1850 com o fim do trafico
atlântico, o comércio ou tráfico interno de escravos (um debate conceitual que
não cabe esmiuçar no momento) vai operar em diversos níveis, o interprovincial,
aquele praticado entre as províncias, da mesma região ou de regiões diferentes,
o intraprovincial que se realizava dentro de determinada província, mas o
grosso desse comércio em todo Brasil ocorreu a nível intermunicipal e
intramunicipal.
Em Igarapé-Miri assim como em diversos outros
lugares a principal fonte para o estudo desse comércio são os registros
cartoriais, as notas de compra e venda de escravos que passam a ser
obrigatórias a partir de 1860, mas que já existiam registrava antes disso, é a
partir dessa documentação que tomamos conhecimento de um conjunto diversificado
de informações que nos permitem entender um pouco mais sobre esse mercado
de homens e mulheres escravizados.
Blog Poemeiro do Miri: Muito obrigado pela concessão da
entrevista, sucessos no lançamento. Faça suas ponderações finais
David Farias: O texto do livro é uma pesquisa
inicial, reconheço que existem muitos aprofundamentos a serem construídos,
discussões que deixei em aberto, é uma literatura concisa e ao mesmo tempo
permeada por informações relevantes sobre nossa história local, para muitos
talvez eu devesse amadurecer mais o texto para depois publica-lo, entretanto
como professor reconheço a urgência da circulação desse tipo de conhecimento
histórico em nossas escolas, discutir temas relevantes da história a
partir de um recorte mais regionalizado creio que seja fundamental.
Agradeço a você pelo espaço aqui no blog, parabenizo pelo trabalho que vem desenvolvendo nas plataformas digitais discutindo temas de interesse da população miriense em geral, aproveito também para convidar seus leitores para o lançamento do livro nesta sexta às 20h no Espaço Verde, Avenida Sesque Centenário, próximo ao MAC.
Muito obrigado.
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CAPÍTULO 3 - SOBRE O MUNICÍPIO DE IGARAPÉ-MIRI E O JORNAL MIRIENSE
Em 10 de outubro de 1710, João de Melo Gusmão conseguiu do Governador, o Capitão-General Cristóvão da Costa Freire, a cessão de uma sesmaria, contendo duas léguas de terra situadas no lugar atualmente conhecido por Igarapé-Miri. Mais de um século depois, em 1843,
Conforme Lobato (2007, p. 149), a data de 23 de maio de 1896 marca a elevação da Vila de Igarapé-Miri à categoria de Cidade de Igarapé-Miri, mediante Lei de iniciativa do Senador Estadual José Garcia, conforme diz esse autor: “lei de sua iniciativa do Congresso Estadual” [Artigo 1º do Decreto Lei número 113, de outubro de 1843: “Fica elevada à categoria de Vila a Freguesia de Igarapé-Miri, que será denominada VILLA DE SANTANA DE IGARAPÉ-MIRI” (apud LOBATO, 2007, p. 32)].
Esse percurso, não apenas das três décadas aqui referidas (anos 1980, 1990 e 2000), mas também dos anos 1902 em diante, será brevemente apresentado ainda neste capítulo, como segue.
Tal prática jornalística, sustentada na palavra escrita, impressa – que na visão do autor está atrelada à possibilidade de esse município progredir – é uma realidade histórica desde 1902, ano em que Igarapé-Miri ganhou seu “primeiro semanário (...), de propriedade de uma Associação”. Interessante notar que o autor cita em sua obra que: (i) o semanário em questão era intitulado “IGARAPÉ-MIRI” e (ii) o exemplar de “número dez, de data de 19 de Outubro de 1903, descreve a biografia do Barão de Cairarí, industrial Antonio Manoel Corrêa e Miranda” (LOBATO, 2007, p. 192).
Em breve, várias divulgações sobre o município de Igarapé-Miri, inserido na região do Baixo Tocantins (municípios localizados às voltas do grande rio Tocantins), pertencente à microrregião de Cametá. Igarapé-Miri é conhecido, atualmente, como a "Capital Mundial do Açaí".
Militantes na Cultura igarapemiriense realizarão a 3ª Mostra da Cultura Miriense:
Acontecerá neste final de semana, entre 28/10 e 30/10/2016, na Praça Pe. Henrique (beira do rio Igarapé-Miri), a terceira edição dessa que é uma das mais concorridas iniciativas em prol do crescimento da Cultura de Igarapé-Miri. Liderada pelo professor e músico Patrich Depailler Moraes, juntamento com Zé Luís Miranda (banda Sabor Açaí), a Mostra é referência nas atividades culturais desde o ano 2014.
Grandes atrações, entre as quais a Academia Igarapemiriense de Letras (AIL), estarão presentes. Confira a Programação:
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