segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

O que é “Licença-prisão”? Entenda neste post

Israel Fonseca Araújo (professor, poeta e blogueiro)
Editor do Blog Poemeiro do Miri (poemeiro@hotmail.com)
Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)



(Imagem meramente ilustrativa)


A pergunta feita acima, motor desta escrita, pode e deve ser respondida de modo direto, sem rodeios e/ou meias palavras, que nada explicam, mas muito dizem sobre o (de) que quase não falam. É coisa de ir "direto ao ponto": o que, por si só, já é super prejudicial àquilo que, nos dizeres de Mikail Bahktin, seria chamado de comunicação discursiva. Estabelecendo eu, aqui, esta comunicação discursiva com você, o Sr. ou a senhora (conversando), dialogando com tant@s que antes de mim falaram, vieram e assumiram essa palavra (ou, de certo modo, um projeto de dizer, para Bakhtin), lembrando dos riscos de assumir o dizer (palavra), assim seguindo, de alguma maneira, Michel Foucault, quero passar a essa temível resposta. Conjurando poderes e perigos, eis que me lanço ao desconhecido e arriscado campo do dizer sobre aquilo de que inúmeros intelectuais se esquivam de falar; vou de peito aberto ao encontro do temível e do arriscado.

Uma Licença-prisão é, nos termos da lei que a instituirá (por iniciativa de Vereadores, deputados e/ou senadores/as):

Uma concessão feita a um(a) parlamentar (Vereador, Deputado ou Senador da República) que, tendo sido preso pelas Polícias dos estados ou pela Polícia Federal, ou ainda pelo Ministério Público Estadual (MPE) ou Ministério Público Federal (MPF), ou ainda por grupos do MP, caso do temido GAEGO, tenha de ficar detido (custodiado) em cela comum, ou espaço dos Corpos de Bombeiros, ou Sala "de Estado-Maior", ou nas Superintendências da Polícia Federal nas capitais brasileiras, ou ainda em delegacias estaduais ou Penitenciárias, tipo "PEN 1", "PEN 2" ou outras "PEN" (não confundir essa PEN com outro "PEN", o partidário), para que o mesmo(a), isto é o parlamentar, não tenha de circular nos mesmos espaços públicos de que fazem uso seus concidadãos, seus eleitores(as), no sentido de que os mesmos (os presos) não sejam expostos a "constrangimentos indevidos", visando resguardadas as suas respectivas imagens de pessoas de bem - de que gozam ou tenham vontade de vim a gozar. Existem "constrangimentos devidos"?

Observação [que deve se tornar, na enunciação legal e formal, após aprovação em plenário, Parágrafo Único]: Para usufruir dessa prerrogativa legal (a Licença-prisão), o parlamentar (Vereador, Deputado ou Senador da República) deverá solicitar, por meio de terceiros (posto que estará preso, "incomunicável"), a licença de que trata o caput, informando que está "cuidando de sua saúde", em local incerto e/ou (preferencialmente) fora do seu local de atuação parlamentar, sendo que o Presidente da Casa Legislativa, de imediato, providenciará os meios necessários para a publicização do de concessão (Portaria ou Decreto Legislativo).

Para não usufruir dessa prerrogativa legal (mas nisto a lei não interferirá, posto que é terreno da Ética), o parlamentar deverá ter outras condutas públicas, no caso, retas e probas.


É a Lei. Isto é, será a lei, salvo melhor juízo.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Ensaio sobre a leseira: uma espécie de “aula” pública apressada sobre Política, #Bozo e Witzel

Israel Fonseca Araújo
Professor e blogueiro; editor do Blog Poemeiro do Miri (poemeiro@hotmail.com)
Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)



1. Cuidado com a Introdução

É provável que você, ou o Sr., a Sra., não queira dar créditos a esta postagem. Mas é importante que seus créditos sejam aqui depositados, pois este nosso trabalho intelectual pode vim a "se deprimir", se vc (ou o Sr., a Sra.) não der atenção e respaldo ao mesmo. Ajude aí, vai! Isso é importante para tod@s nós.

Posto isso, sigamos. É muito comum, e nem precisa buscar estatísticas acadêmicas sobre essa problemática, as pessoas falarem a vc (ou ao Sr., a Sra.) que "não querem saber" de política: isso está posto às favas para tds nós, nas ruas, favelas, becos, sobrados e nos rios, ramais e ilhas deste país; também é muito comum ouvirmos as pessoas dizerem que "político nenhum" presta (tradução: nem eu, nem o Sr., nem a Sra., nem as nossas mães... ninguém "presta", já que tds nós somos, verdadeiramente, pessoas que têm atuação política), assim como ouvirmos dizer que "político é tudo ladrão" (tradução: com isso, estão dizendo que o casal Bolsonaro e Sérgio Moro é "tudo ladrão", pois são políticos da melhor feitura, em termos de estratégias políticas, deste velho modelo brasileiro).

Eu, este editor, não tenho acordo com essas posições, ditas elas assim de modo generalista. Acredito que podemos apresentar vários elementos confiáveis sobre o Paulo Maluff (de SP) e Sérgio Cabral (do RJ), mas o mesmo não temos como dizer sobre o gaúcho Paulo Paim, sobre a jornalista gaúcha Manuela D'Ávila, sobre o paraense Edmilson Rodrigues (ex-Prefeito de Belém), sobre o ex-juiz federal maranhense Flávio Dino e sobre os paulistas Eduardo Suplicy e Fernando Haddad. Isso, para citar somente mínimos exemplares. Também, sobre políticos e "honestidade" e políticos e "corrupção", para fazer essa discussão, teríamos de abrir uma mega nota acerca da relação entre grande mídia (comercial, empresarial, familiar, oligárquica) e: partidos políticos, eleições e governos (ao menos, teríamos de examinar o período do varguismo até estes dias, o que passa pelo período de Ditadura). Mas seria extremamente exaustivo para os limites deste modesto ensaio (do verbo ensaiar).

Vamos a uma rápida leitura sobre Messias Bolsonaro (e seus Moro, Guedes etc.) e Witzel, esses cariocas que estão sacudindo o Rio de Janeiro e o Brasil (sem respectivamente, msm).


2. O "caso Marielle" explica Witzel; o Witzel explica Bolsonaro; Bolsonaro é Crivella...

O governa_Dor do RJ, Witzel (PSC), tem reclamado baixinho porque, segundo ele choraminga nas rodas mais íntimas, o Messias Bolsonaro (ex-PSL, ex-PP, ex-P-tudo), que está na Sala da Presidência da República Federativa do Brasil, está(estaria) lhe tratando (tratando o governa-Dor) muito mal. Bolsonaro estaria se vingando de Witzel, acreditamos nós, porque (segundo o Messias) o governa-Dor do Rio de janeiro estaria usando a máquina (mega máquina) estatal carioca, sobretudo a Polícia Civil, e influenciando o Ministério Público para que as investigações do "caso Marielle" mostrassem relação direta entre as execuções da ex-Vereadora Marielle Franco (PSOL, executada barbaramente, dia 14.03.18) e de seu motorista Ânderson Gomes.
Acontece que as inacreditáveis investigações desse caso têm parecido caso de piada pública ou verdadeiro tapa-na-cara da sociedade carioca/brasileira, rimpada nas fuças das pessoas de bem, posto que fica parecendo que o Estado não quer dar as respostas de que a sociedade precisa: quem matou os dois? Quem mandou matar? Quem teria financiado as execuções? e outras perguntas.

Há muitas suspeitas que recaem sobre moradores do Condomínio "Vivendas da Barra", no Rio, os quais poderiam morar perto ou conhecer ou ter relações diversas com pessoas de sobrenome Vômito-naro. Ora, a Rede Globo noticiou depoimento de porteiro, falou de anotações, a Ásia foi sacudida pela loucura "brasileira" da madrugada etc.

Mas os Naros dizem que não, que não tem nada a ver ("nada a ver!!", no singular) e a Polícia Federal e o MPF-Ministério Público Federal parece que estão de olho no porteiro, pois ele teria falado que fez anotações em seu caderno de trabalho, falado sobre números de casas do Condomínio etc.; ora, a vinculação de pessoas próximas aos bozos* aos possíveis assassinos de Marielle e Ânderson; Bozo_pai já brigou com a Rede Globo, por muitas vezes, e já ameaçou fazer a Globo se acabar etc. Naro_pai diz que o chefão Witzel quer a "sua" cadeira de Presidente do Brasil, em 2022, por isso estaria usando a Polícia, a máquina estatal para arrebentar politicamente o Messias. Se é verdade ou se é mentira, o certo é que Bolsonaro tem tratado Witzel como inimigo dos inimigos (até mais  inimigo do que o outro susto de Messias, o João Dória-PSDB-SP: outro que tem planos para pegar a cadeira da Sala da Presidência).

Aí, Bolsonaro trata Witzel como inimigo de "morte" (política); Witzel e o Prefeito do Rio, Marcelo Crivella (da Universal e do PRB), também são inimigos. Aqui, é Witzel que diz que o Crivella não quer dar respostas sobre a Saúde pública do RIO (que está na UTI, matando muitas pessoas), que não quer ajudas do governo estadual etc. Crivella vive do aconchegos junto ao Bolsonaro, que é inimigo do Witzel; Bolsonaro não quer colar sua imagem na de Crivella, pois este está muito "sujo" diante da população, mas Jair não pode se aproximar de Witzel, pelos motivos já informados acima. E Witzel, Crivella e Bolsonaro não podem se aproximar de Marcelo Freixo (dep. federal do PSOL-RJ, que poderia se eleger para Prefeito). Outra opção seria essas três "feras" se juntarem a Marcelo Paes, ex-Prefeito do Rio, o qual, nestes dias, lidera a corrida para a Prefeitura do Rio: o que poderia gerar uma situação ridícula, digamos, qual seja: eles se juntarem a Marcelo Paes, ex-PMDB de Sérgio Cabral, para não permitirem que o PSOL governe o Rio de Janeiro (pois um "governo popular", "socialista", de "base democrática" poderia fazer a sociedade ver quem, de fato, são seus algozes: se é quem luta pela Cultura, Saúde, Esportes, Educação e Juventude, ou se é quem é inimigo da Educação, da Cultura etc.). Seja como for, o certo é que o povo do Rio, majoritariamente, não quis o Marcelo Freixo para seu Prefeito. Assim como Crivella e Witzel ganharam no Rio, o povo do Brasil também preferiu dar a Sala a Bolsonaro, limando Fernando Haddad (PT) dessa possibilidade. E Haddad é professor, foi Ministro da Educação e Prefeito de São Paulo e é músico etc.

São pistas sobre a postura do cidadão diante da urna eletrônica!


3. Por fim,

Talvez nossos amigos cariocas e brasileiros (o que é quase a mesma coisa) estejam, de fato, vendo a política enquanto um "espaço de promessa": um "espaço da promessa política, a qual é a 'mentira contada' com o fim de convencer o eleitor e angariar o voto" (SANTOS, 2015, p. 173; grifamos), sendo que as pessoas fazem (ou fariam) esse exercício de olhar, de ver o políticos com extrema desconfiança, pensando na "mentira" que está sendo contada e já aguardando os maus dias, depois da conquista do voto. Quanto mais se afastam das instâncias de decisão e quanto mais se afastam do exercício político, mais os políticos deixam os cidadãos a mercê do caos e da desesperança. O voto, diga-se de passagem, tem forte relação com essas realidades que o Rio de Janeiro e o País vivem, nestes dias; ah, se tem! Ah, se tem!



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SANTOS, Antonio Genário Pinheiro dos. PODER, DISCURSO E MÍDIA: A ESPETACULARIZAÇÃO DE IMAGENS NO ACONTECIMENTO DA POLÍTICA NORTE-AMERICANA. Tese (Dourado em Letras). Orientadora: Profa. Dra. Maria Angélica de Oliveira, Co-Orientador: Prof. Dr. Richard Allan Gordon. PPGL-UFPB, João Pessoa, 2015.





quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

O Natal e a Prisão de Vereadores em Igarapé-Miri (PA): entre a vergonha pública, o inacreditável e os gracejos

Israel Fonseca Araújo, editor do Blog (poemeiro@hotmail.com)
Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)


O dia de hoje, sim, este dia, foi puxado que só...

Ao sabermos dos últimos acontecimentos mais relevantes sobre a vida pública (vida comunitária) de Igarapé-Miri deste dia 11 de dezembro de 2019 (não dissemos 11 de setembro, foi 11 de dezembro), no Nordeste do Pará, somos surpreendidos por volumosos dados (primeiramente) em redes sociais; depois, em pouquíssimos sites de notícias do estado do Pará. Escândalos envolvendo altas autoridades municipais e outra(s) pessoa(s), notícias escabrosas.

Tratava-se de "notícias" populares de que a Polícia Civil (entende-se, embora muitos diziam se tratar da Polícia Federal) estaria em casas e outros locais de autoridades públicas municipais (Vereadores e Secretário(s) de governo) e de um (muito conhecido) empresário local. Era perto de meio-dia, no centro do bem forte calor da Amazônia e seria preciso cautela diante dessas notícias, haja vista que os grupos (agora) rivais políticos estão muito agitados (seria agoniados?) nas redes sociais em razão da aproximação das disputas para a Prefeitura de Igarapé-Miri, em 2020, e pelas 15 (quinze) vagas para Vereadores/as.


CAUTELA, MUITA CAUTELA

Mesmo com tanta necessidade de ter cautela, não obstante os muitos áudios de "zap-zap" circulando nos celulares e as muitas piadasrolando na rede, tivemos de buscar informações mais seguras, junto a fontes confiáveis: informações de que esposa(s) teria(m) desmaiado ao ver a suposta prisão de cônjuge (não é "conje", gente amiga!!), de que vereador estaria "de cabeça pra baixo" nos fundos de quintal de seu vizinho, de que cachorro estaria prestes a morder parlamentar, que estaria (não o cachorro...) escondido nos quintais (posto que o cachorro seria o legítimo dono do quintal, o qual ele (o cachorro) vigia dos homens maus, de dia e de noite), de que outra autoridade teria se embrenhado em fuga, para local incerto e de que (acreditem!!!, quem não é da Amazônia poderá se assustar) um vereador procurado para ser "enjaulado" teria  pulado nas águas do Rio Igarapé-Miri e não teria concordado em sair do fundo do rio; difícil acreditar em muitas dessas notícias populares, ao menos de plano, pois em tempos de "fake news" (notícias falsas) as pessoas de bem sabem que é preciso ter muita cautela: do contrário, poderemos até eleger presidentes errados.

Às vésperas do Natal, tempo de paz, amor e de solidariedade (nem sempre...), momento de funcionários públicos(as) aguardarem os pagamentos de Décimo-terceiro (muito esperado por empresários/comerciantes locais) e época de confraternizações familiares, justamente nesse clima, vem um notícia super não crível aos nossos olhos, coisa de inacreditável; claro, em setembro de 2014 um Prefeito de Igarapé-Miri ("Pé de Boto, ex-DEM") já foi preso em flagrante, mas as pessoas sempre acham que o país pode piorar um pouco e que as instituições (Justiça, MP, Polícias, Câmaras Municipais, Congresso e outras) sempre podem piorar em termos de funcionamento, de eficiência, celeridade e de dar boas respostas à população, mas o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), mais uma vez, deu "cala-boca" nos mais incrédulos; com a parceria, claro, do Poder Judiciário e da Polícia.

Nossas fontes nos esclareceram que o Juiz de Direito Charbel Adbon Haber Jeha prolatou decisão em 02.12.2019 (segredo de justiça) autorizando busca e apreensão em casas e outros endereços dos seguintes Vereadores governistas: Antônio Cardoso Marques (Toninho do Murutinga-PSB, Presidente da Câmara Municipal), Mario Jelffison Farias Pantoja (Kadheq-MDB, o vereador campeão de votos em 2016, com quase 1.700 votos) e Ruffino Leão-PMN; do Secretário de Administração, Gelffson Brandão Lobo (Professor Gel, ex-Vereador e liderança política do MDB em Igarapé-Miri) e do empresário Manoel Fonseca Bastos Filho (Mimi Bastos). Segundo a divulgação oficial no site do MPPA (leia abaixo), houve busca e apreensão e havia "cinco mandados de prisão, sendo três vereadores - um deles presidente da Câmara de Vereadores do município -, o secretário municipal de Administração e um empresário da cidade". Diz ainda o MPPA, que "até o final da manhã [de 11.12.19] foram presos o secretário de Administração, o empresário e dois vereadores, entre eles o presidente da Câmara. O terceiro vereador está foragido". Segundo informações às quais tivemos acesso, o Vereador que estaria foragido até o fim da manhã seria Kadheq-MDB, sendo, portanto, tratado como foragido de justiça.


ESCAMBO = "trocas de mercadorias"

O que aconteceu, na manhã de hoje, em Igarapé-Miri? Trata-se da Operação "Escambo". Aprendemos nas escolas, em ternas idades, que escambo pode ser entendido como "troca"; pois é, não são as piadinhas de "troca-troca", de simbologia sexual; não, não, não são. São "troca de mercadorias ou serviços sem fazer uso de moeda", segundo uma das muitas definições dicionarizadas. O MP-PA investigou, por aproximadamente 09 (nove) meses, uma "verdadeira mercancia de votos" em Igarapé-Miri, em cujo centro da imoralidade pública estariam vereadores/as igarapemirienses. Para se ter uma ideia, diz o MP, em sua demanda junto ao Poder Judiciário (atendida pelo magistrado Charbel Adbon Jeha), que os "vereadores estariam comercializando leis, cassações e demais atos que dependam da aprovação do legislativo miriense". O MP apurou que os vereadores/as Neto Nahum-PSD, Gil Pinheiro-PSDB, Rufino Leão-PMN, Kadheq-MDB e Guto da Comunidade-PV teriam recebido, cada um, "cerca de R$ 50.000 (cinquenta) mil" nessa conjuntura da eleição na Câmara. Outros vereadores teriam recebido R$ 30.000 (trinta mil) reais: são citados os casos de Pr. Genivaldo Braga Valente-PSDB e Nenca-MDB; já a vereadora (também) do MDB, Ângela Maués, teria recebido a vantagem financeira de R$ 20.000 (vinte mil) reais. Em interceptação telefônica, no curso das investigações, foi possível constatar oferecimento de vantagens em dinheiro a vereadores: em conversas entre os vereadores João do Carmo-PTÂngela Maués, estes falam que receberam proposta de Toninho do Murutinga no valor de R$ 40.000 (quarenta mil) mais pagamentos mensais de diárias para que votassem nele (Murutinga)... Todas estas informações constam do resumo da decisão judicial do magistrado Charbel Adbon Jeha (p. 01), já citada, as quais vem da denúncia do MP ao Poder Judiciário.

No entanto, o "x da questão" nem esteve nessa seara de "compras de votos" ou oferecimento de outras vantagens (altos cargos na estrutura de governo, p. ex.). As buscas, as apreensões e as prisões de hoje se devem a uma situação de doação de um terreno, feita pela Prefeitura miriense, autorizada pela Câmara (comanda por Murutinga), com apoio da maioria dos vereadores, a um empresário da cidade. Nas palavras oficiais do MPPA, trata-se da "compra de votos para doação de um terreno pertencente ao Município de Igarapé-Miri, com aproximadamente 18.000 m², no centro da cidade, ao empresário Manoel Fonseca Bastos Filho (Mimi Bastos), dono de um dos maiores supermercados da cidade" (destaquei). A compra de votos, relatada por um informante ouvido nos autos (fato amplamente divulgado na imprensa estadual e com larga repercussão na cidade), teria sido (pasmem, eu acho; pasmem!) no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) para cada vereador envolvido e mais R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais ao secretário de administração).

Nas palavras do próprio Ministério Público: "O MP ouviu o responsável por repassar a quantia em dinheiro ao vereador Antônio Cardoso Marques (Toninho do Murutinga), tendo ele narrado que o dinheiro seria um 'agrado' aos vereadores. Consta ainda que foi repassado, após a votação na Câmara, por meio de outra testemunha a quantia de R$ 1,5 mil ao secretário de Administração, Gelffson Brandão Lobo, para que agilizasse a documentação do terreno" (grifos deste Blog).

"Mercadoria". Ficamos pensando no valor de nossos votos, manifestação de nossa plena confiança nos "representantes" da população. Milhares de mirienses votaram em pessoas que tiveram mais de 1.600 votos, mais de 400, mais de 999, mais de 1.200 etc. O que esses votos significam para quem os recebe? O que nossa população acha que está fazendo com seus votos?!!


Segue a íntegra da Nota do MPPA, divulgada hoje na internet:



MPPA DEFLAGRA OPERAÇÃO ESCAMBO E CUMPRE CINCO MANDADOS DE PRISÃO 


O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) deflagrou na manhã desta quarta-feira (11), na cidade de Igarapé-Miri, a "Operação Escambo" para cumprimento de cinco mandados de prisão, sendo três vereadores - um deles presidente da Câmara de Vereadores do município -, o secretário municipal de Administração e um empresário da cidade. Todos são suspeitos de associação criminosa envolvendo a aprovação de projetos legislativos.
Até o final da manhã foram presos o secretário de Administração, o empresário e dois vereadores, entre eles o presidente da Câmara. O terceiro vereador está foragido. Eles estão sendo encaminhados à Belém, para a delegacia-geral da Polícia Civil, precisamente na Diretoria Estadual de Combate à Corrupção (DECOR). De lá serão encaminhados para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves para exame de corpo de delito e depois entregues ao sistema penal pela Polícia Civil.


Presidente da Câmara de Vereadores

As investigações do MPPA apontam que os investigados participam de um grupo criminoso montado para praticar delitos a partir da função que ocupam e da influência que exercem em Igarapé-Miri. O grupo é suspeito de cometer crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, estelionato, coação no curso do processo, além de falsificação de documentos.
A busca e apreensão ocorreu na residência e local de trabalho dos investigados, vereadores Antônio Cardoso Marques (Toninho do Murutinga- residente da Câmara), Mario Jelffison Farias Pantoja (Kadheq) e Ruffino Leão e Gelffson Brandão Lobo (professor Gel-secretário municipal) e o empresário Manoel Fonseca Bastos Filho (Mimi Bastos).
Durante as investigações o Ministério Público constatou, por exemplo, a compra de votos para doação de um terreno pertencente ao Município de Igarapé-Miri, com aproximadamente 18.000 m², no centro da cidade, ao empresário Manoel Fonseca Bastos Filho (Mimi Bastos), dono de um dos maiores supermercados da cidade.


Operação Escambo investiga associação criminosa que teria a participação de vereadores

Conforme apurado, existe um pedido de doação do terreno desde o ano de 2014, porém se encontrava parado até este ano, quando Antônio Cardoso Marques (Toninho do Murutinga) assumiu a presidência da Câmara Municipal e prometeu ao empresário que agilizaria a conclusão da doação.
Diante da promessa de Antônio Cardoso Marques (Toninho do Murutinga), a doação do terreno foi colocada em pauta e votada de forma favorável ao empresário Manoel Fonseca Bastos Filho (Mimi Bastos), entretanto houve o pagamento da quantia de R$ 5,5 mil para que fosse rateado em seu grupo político para que votassem pela doação do terreno.
O MP ouviu o responsável por repassar a quantia em dinheiro ao vereador Antônio Cardoso Marques (Toninho do Murutinga), tendo ele narrado que o dinheiro seria um “agrado” aos vereadores. Consta ainda que foi repassado, após a votação na Câmara, por meio de outra testemunha a quantia de R$ 1,5 mil ao secretário de Administração, Gelffson Brandão Lobo, para que agilizasse a documentação do terreno.
A Operação Escambo teve o apoio da Procuradoria-Geral de Justiça e contou com a atuação de nove promotores: Danyllo Colares, Marcela Melo, Mônica Melo, Amanda Lobato, Reginaldo Álvares, Renato Belini, Vyllia Sereni, Thiago Takada e Louise Araújo.
  
Equipe do MPPA que atuou na operação deflagrada nesta manhã (Ascom MPPA).



__________ Ficam mais essas vergonhas públicas a uma significativo extrato da população igarapemiriense. Sim, uma parte, pois muita gente já não acredita em nada mais, não quer saber de nada mais. Ano de 2020, tem escolhas de Vereadores/as, Prefeito(a) e Vice; vamos ver o que este povo irá decidir.


OUTROS LADOS. O Blog Poemeiro do Miri dará espaço aos citados, caso queiram, para a divulgação de Notas a serem publicadas neste veículo. O e-mail a ser utilizado para se dirigir ao Blog está informado no topo desta publicação (mandar textos de suas responsabilidades, em formato Word).






terça-feira, 3 de dezembro de 2019

2019 no Futebol: o ano “do Flamengo-RJ” ou ano da desigualdade nacional?


Israel Fonseca Araújo (editor, fundador; poemeiro@hotmail.com)
Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)



Antes de mais nada,


Eu estava tomando um pouco de fôlego “intelectual” para poder tomar forças e escrever este texto, sobre as conquistas de 2019 no FLA-RJ, sobre as decadências de São Paulo FC, Palmeiras e Santos FC, antes de acontecer o caos no Cruzeiro-MG; enfim... estava arrumando as armas (isto é, os argumentos) para me lançar ao teclado, mas um amigo meu, via Facebook (no “meu face” Israel Araújo Poemeiro do Miri) me disse o seguinte (mais ou menos assim): “tô esperando o senhor fazer uma notinha sobre o Flamengo, que ganhou tudo este ano, mas sem clubismo”. Pois é, eu estava me organizando para escrever, mas o convite me apressou.

Eu agradeci ao amigo e disse que eu não tenho essa questão de “clubismo”. Mas ele tem razão: devemos ter o máximo possível de distanciamento para escrever nos blogs, nos jornais, nas mídias. Já estou há mais de 20 anos sem ser torcedor. Na adolescência fui torcedor, mas, depois de avaliar a postura de jogadores e dirigentes do futebol profissional masculino, aliando isso a uma questão bem interessante: promiscuidade mídias televisivas, CBF, empresariado etc., observando alguns aspectos dessa gigantesca cadeia, eu decidi não mais ser torcedor de clubes de futebol (profissional, masculino).

Achei que minhas energias e meu foco (projetos, ideais, metas pessoais etc.) precisam estar direcionados a outras questões. Assim tem sido minha relação com o futebol (profissional, masculino), há muitos anos: apenas vejo um pouco dos campeonatos, analiso mercados, arbitragem, relação CBF/empresariado/clubes da elite do futebol, coberturas das emissoras de TV e me divirto com pessoas próximas, provocando-as e as irritando, amigavelmente.


O Flamengo-RJ de 2019

O melhor do futebol (profissional, masculino), em campo, neste ano, está na Gávea, no “ninho do urubu”; depois de um momento de caos, com muitas mortes em um incêndio, o Fla chegou ao momento de perder Abel Braga e trazer o desconhecido (bem desconhecido) português Jorge Jesus; foi a senha para conquistas importantíssimas. Há uma década, o time de Zico, Júnior, Andrade e Cia não ganhava o Brasileirão (neste ano, ganhou com rodadas de antecedência, o que tem acontecido com muitos clubes, desde o começo da era pontos corridos, em 2003; mas nenhum clube chegou ao número de vitórias, de pontos e de gols marcados); há 38 anos, desde 1981 (com Zico...), o time da Gávea não ganhava a Libertadores da América. Aliás, ganhou somente em 81. Flamengo foi vice do Palmeiras, em 2018.

Mas, em 2019, o rubro-negro carioca destruiu tudo pela frente, conquistou o Título Nacional com quatro rodadas de antecedência (ate aí, nada de surpresa), mas somou 87 pontos (até hoje), em 36 rodadas (possivelmente, chegará a 93), com 27 vitórias (seis a mais do que o Santos, segundo colocado), tem o artilheiro da competição, Gabriel Barbosa com 24 gols, e Bruno Henrique, com 21 tentos na segunda colocação: apenas os gols de BH somam mais gols do que os do artilheiro do ano 2018, em 38 rodadas (Gabriel Barbosa, pelo Santos).
Flamengo ganhou a Taça Libertadores da América, sobre o River (ARG), e o Brasileirão, num fim de semana, jogadores foram às boas farras nesse fds e, na quarta, lá vem Jorge Jesus com time inteiro jogar contra o Ceará e abrir goleada; em seguida, vai ao estádio do Palmeira e dá uma surra, goleada de três a um (aliás: Palmeiras 1 x Flamengo 3). O que isso significa? Nada, absolutamente nada: somente significa profissionalismo, e isso, certamente, se deve ao modo como o Jesus do Flamengo conduz o trabalho de grupo.

Jesus chegou ao Fla-RJ e implantou um sistema “de família”: os jogadores treinavam, de manhã, e deveriam esperar todos para almoçarem juntos e, assim, saíam às suas casas; o toque familiar, o trabalho de grupo (sem o pedantismo e a arrogância do gremista Renato Gaúcho, p. ex.), possivelmente, foi o começo da senha para o sucesso (claro, todos sabemos: contratações é fundamental, ter De Arrascaeta, Bruno Henrique, Éverto Ribeiro, Rafinha, Gerson, Diego Alves, Felipe Luiz, Gerson, Vitinho... faz muita diferença; salários em dia é fundamental; clima de trabalho unido de grupo é fundamental; mas ter um líder de referência é super fundamental).

A “família Felipão”, em 2002, foi fundamental para a seleção masculina da CBF conquistar o Torneio Mundial (que tem outra lógica; é um torneio; tem uma fase classificatória, tem os jogos eliminatórios, tem a Final). Um time (elenco, atletas) indiscutivelmente superior aos demais 19 elencos do certame faz muita diferença; ter um banco desse porte, faz diferença; gestão responsável, faz toda a diferença; jogadores correspondendo em campo, faz muita diferença (não à toa, a torcida ia aos milhares a todos os jogos do clube, sobretudo os do Maracanã!!); atacantes e meias ofensivos vindo à defesa ajudar, um clima de profissionalismo e colaboração mútua faz muita diferença (o futebol mais avançado do que o nosso, ou seja, o futebol europeu ensina bem sobre essa postura de vermos os atacantes ajudando na marcação). A marcação alta (lá perto da grande área do adversário) é fundamental; o sistema de posse de bola, em demonstrado pelo Barcelona de anos de atrás e do Grêmio de uns anos atrás, abafando o time adversário é muito importante para dar mais volume e, quem sabe, mais eficiência.

Neste ano de 2019, ao contrário de outras experiências, podemos afastar as falas de que o Flamengo vencia por ser muito ajudado pelas equipes de arbitragem. Claro, também, que times como Grêmio, Palmeiras e Athlético Paranaense (quando poderiam) não foram capazes de conter o avanço, em pontos, do Fla-RJ. Isso foi fundamental para produzir esse desequilíbrio em termos de pontos entre Flamengo e Santos (16 pontos de diferença). Mas, é preciso deixar três notas:

1 – Taça Libertadores da América tem outra lógica. Ao chegar à fase mata-mata, tem-se uma dinâmica diferente da dos pontos corridos (caso do Brasileirão, pós-2003): clubes melhores podem, em um jogo, ser eliminados; na partida final, isso, mesmo, bem anotado: em 2019 temos o jogo-único: não se trata de duas partidas, com o “fator casa” influenciando de alguma forma; jogo em campo neutro tem alguma influência para mais ou para menos; em jogo único pode acontecer o que aconteceu com o argentino Ríver: estar prestes a ganhar, dominando o jogo todo, ter muito volume de jogo (muito...), perder muitos gols e, numa falha individual, o adversário pode roubar a bola e passar ao jogador extremamente fora de série, que é o Bruno Henrique; assim, pode-se ter uma assistência e o jogo ganho (do River) se torna instabilidade máxima, o time adversário cresce e a eficiência do ataque adversário (do Fla-RJ) pode sacramentar a chamada “virada”. Jogo único tem essas possibilidades e mais umas quinhentas variações de possibilidades;

2 – A conquista do Brasileirão, já explicamos, é o mesmo que “passar o rodo” nos adversários; com essa estrutura e esse comprometimento, tendo os demais clubes sido muito mais fracos, o sistema de pontos corridos faz justiça a quem de direito. Para fazer lembrar outros e ensinar aos muito jovens: os pontos corridos entraram para o nosso sistema por conta da coisa louca, esdrúxula, de 2002: o melhor time do Brasileirão, o São Paulo, foi ao mata-mata contra o último da lista classificatória (o Santos FC), foi eliminado por esse Santos e o final já sabemos: Santos de Robinho e Diego campeão;

3 – Caso de não haver grandes mudanças no elenco de 2019 para 2020, os atletas fechando com o treinador e a torcida, a diretoria ajudando com o básico do básico (fazendo a sua obrigação), quem sabe mantendo o técnico, um time como o Flamengo poderá ser o favorito a ganhar a mesma Libertadores em 2020, ganhar outros títulos nacionais etc. Mas, ovo no útero de galinha é bom que seja deixado quieto.

Não falaremos sobre as conquistas do Fla-feminino e dos "Flas" Sub-17 masculino e Sub-20 masculino (aqui, mais uma peia no Palmeiras, anote-se), pois já seria caso de massacre. Mas foi verdade; o time carioca ganhou, tbm, esses títulos. Deixa quieto...


Santos FC, São Paulo FC, Cruzeiro-MG, Palmeiras e outros

a) Sem ganhar o Paulistão 2019 e sem chances no Brasileirão, sem Libertadores e sem nada, o “Peixe” (Santos FC) dá sinais de decréscimo: ainda poderá perder o técnico Sampaoli para Crefisa; ops: para o Palmeiras; o que lhe salva a pele é sua base, um lugar por excelência de revelação de talentos;

b) Sem ganhar o Brasileirão de 2019, sem Libertadores da América, sem Copa do Brasil e sem nada, o Verdão dá sinais de decadência: ainda passa o vexame de ver a dona da Crefisa “demitir” seus técnicos; dizem os especialistas: o caso do Palmeiras é (seria) racha político, a lógica de querer ganhar a Presidência, de conquistar jogadores “aliados” para o grupo (político) e jogar a história do Clube e o amor da torcida... às “cucuias”. Para esses dirigentes, o Clube nada significa;

c) Time de decadências, o maior exemplo de decadência no nosso futebol (profissional, masculino), é o São Paulo FC; de maior time dos anos 1990, conquistando Libertadores e Mundial da FIFA e três campeonatos brasileiros seguidos, o clube está há anos sem ganhar, sequer, um título paulista. Foi vice-campeão paulista de 2019: até aí o clube foi incompetente, sendo incapaz de ganhar o Corinthians. Um clube que teve a oportunidade de seguir na liderança do Brasileirão de 2019 e que não conseguiu, sequer, ficar (até hoje) entre os quatro melhores do campeonato brasileiro, foi eliminado na pré-Libertadores e não dá sinais de ganhar um Paulistão ou uma Copa do Brasil, por exemplo;

d) Mas, vamos ao fundo do poço, bem rapidinho: o exemplo do Cruzeiro é de arrepiar. O atual “gestor de futebol” Zezé Perrela falou que as diretorias falharam e que a Comissão Técnica de Mano Menezes (ex-técnico do Cruzeiro) falhou muito; que o mano comandou o Clube em 6 partidas e conseguiu um ponto somente; perdeu os outros 17 em disputa. Perrela falou sobre a postura nada profissional de Tiago neves etc. Não citou Rogério Ceni como um possível responsável.

O fundo do poço do Cruzeiro tem uma função didática importantíssima: os times profissionais jamais deveriam chegar a essa realidade, deveriam aprender com os exemplos de São Paulo FC de 1995 (Muller e Cia fizeram um complô para derrubar Carlos Alberto Parreira; Muller foi reserva de Bebeto e Romário na Copa dos EUA de 1994; a Seleção de Parreira ganhou o Tetra e Bebeto e Romário “mataram a pau”; Muller “pegou o Parreira” lá no Morumbi e destruiu a fase do Tricolor Paulista, aliado por outro, é claro!).

Esse exemplo já seria o suficiente para a Diretoria do Cruzeiro não cometer o maior de todos os erros de 2019: quando o Tiago Neves e Dedé e Cia se articularam para derrubar o técnico Rogério Ceni (que deixou o Fortaleza dia 12.08 para segurar o Cruzeiro e tentar ganhar uma Copa do Brasil, ir para a Libertadores e ver no que dava o Brasileirão..., mas teve o grupo político do Tiago Neves no meio do caminho). Os medalhões do comando cruzeirense deveriam ter se fechado em uma sala com um bom ar condicionado e umas taças de vinho, conversar bastante, avaliar a conjuntura toda, selecionar os líderes do grupo e sair de mãos dadas em favor do Ceni e não fazerem corpo mole.

A Diretoria da “Raposa” não tinha o direito da omissão, nesse momento (nem em outros, creio); essa questão de diretores blindarem jogadores medalhões e rifarem os treinadores só pode existir em um sistema de clubes sem profissionalismo. Se as Diretorias contratam muito mal, e depois não veem meios de mandar embora certos jogadores, se continuarem tratando os treinadores de modo amador e até rasteiro, aí... de nada adianta eles (dirigentes) verem os trabalhos de Jorge Jesus, Sampaoli, Guardiola, Mourinho e outros. De nada adiante eles verem o futebol europeu (onde tem treinadores que fazem uma carreira inteira no mesmo clube, onde treinadores podem ficar não somente três anos, mas cinco ou mais, no mesmo clube: não adianta esses caras terem internet e/ou televisão; eles não querem aprender) ou os trabalhos dos clubes dos EUA e da região do petróleo. Parece que é a eterna lógica da permanente corrupção brasileira; parece.

Até mais.