Título
da Copa Verde é pequeno curativo em uma ferida gigante
(12 de dez. de 2021)
Uma pessoa que seja torcedor(a) fanático de um clube de futebol
geralmente não gosta e/ou não aceita conversar comigo... sobre futebol. Não as
adjetivo de "fanático" em termos de menoração,
pejorativos etc.: jamais; é somente um recorte. Quem se põe a discutir de modo
fanático, profundamente "apaixonado", não aceita ou não quer analisar
a conjuntura de um Clube de futebol profissional do tipo Remo ou
Paysandu (agremiações paraenses, de uma história fenomenal, que são
balizas de felicidades ou tristezas para milhões de pessoas) a partir do exame
de fatos e argumentos.
Por isso, não adianta tantos milhares de remistas se empolgarem e
se entorpecerem em virtude da conquista, pelo Clube do Remo, do Título de
Campeão da Copa Verde 2021; é até bom, dá uma massageada no ego, funciona como
um pequeno curativo em uma ferida gigante. Nada mais do que isso.
Quero
me fazer entender um pouco melhor (considerando que vc ainda esteja aqui, na conversa rsrsrs):
Diretoria e técnicos do Remo, em 2021, desperdiçaram uma oportunidade de ouro,
de permanecer na Série B, com orçamento modesto (alguns milhões por ano),
tomando medidas cruciais para que o Remo caísse para a Série C. Se os jogadores
contribuíram? Obviamente, pois eles é que jogam, chutam, fazem cabeceios, fazem
variações de jogadas - ou instituem ausência delas em campo, operacionalizam
táticas, cobram faltas, escanteios e pênaltis, fazem A ou B para serem expulsos
(por ex., Victor Andrade, em jogo crucial contra o Vasco da Gama,
que daria praticamente a garantia de que o Remo permaneceria na Série B em
2022): sim, para ganhar cartões e serem expulsos, eles é que fazem "corpo
mole", quando querem, seja para "derrubar treinador" ou por
outras razões.
Jogadores como Andrade, citado, e Felipe Gedoz (grande
nome do elenco, neste ano de 21, ao lado do goleiro/vereador Vinícius) dão
exemplos de como os atletas podem fazer a diferença, em campo e na mobilização
das torcidas. Em jogos típicos, Gedoz foi símbolo de apatia em campo, e falta
de raça e determinação - em momentos em que, dadas as 38 rodadas, ele(s)
tinha(m) meios de levar o Remo a conquistar mais dois ou três pontos (contra
o Vasco, recentemente, em São Januário; contra o Londrina, em jogo doa dia 02/11,
decisivo para a solução final de não-rebaixamento e não-humilhação nacional e
diante de cada torcedor/a seu: na Rodada 33, o LEC venceu o Remo em pleno
Estádio Baenão, casa do Remo - link de matéria, AQUI).
Esses são apenas dados, indícios de análises.
Outras partidas foram tbm decisivas (lembremos que o Remo só
precisava de mais dois pontos para se manter na B/22). Não esqueçamos de que,
na partida final, o Remo poderia ter conquistado uma vitória magra contra o já
rebaixado Confiança/SE, em pleno Estádio Baenão, lotadíssimo.
Sobre a Diretoria, nunca podemos esquecer de como os "cartolas" contratam
mal, fazem dívidas não-pagáveis e metem os pés pelas mãos (em muitas
circunstâncias, visando popularidade para fins políticos/eleitorais), contratam
treinador para comandar somente 3 ou 4 partidas etc. Ora, sair da B e ir para a
Série C (voltar à mesma), deve significar não ter meios financeiros de manter
estruturas de base, de formação de atletas (eu não disse deformação...)
para, poucos anos depois, ter os tais "ativos" financeiros (Paysandu
teve tal ativo, recentemente, com Yago Picachu, p ex.) e para ter bons
jogadores que ajudem o clube a se firmar em uma Série B, quem sabe subir para
a A, e ter melhores condições de sustentabilidade; ter alguns
jogadores formados na base pode ajudar o clube em um dos pontos mais fracos,
historicamente, e que saltou aos olhos nesta campanha na B de 2021: o pertencimento, posto que era comum vermos
atletas sulistas "nem tchum pra nada", só fazendo um
beabá fuleira em campo. Ao vermos, em certas partidas, o Gedoz dando suor pela
camisa 10, percebíamos que determinação e raça fazem baita diferença
em campo, até nos pés de jogadores mais técnicos, classudos (caso dele).
Ter um treinador - como o era Felipe Conceição -
que fica inerte diante de situações cruciais, adversas, tbm custa caro; e pode
custar até a permanência na Série B ou na A. Analisando diversas partidas, pude
perceber que Conceição não fazia mexidas em um time que, durante todo o
primeiro tempo, parecia "morto em campo", acuado por seu
adversário, sem produção ofensiva e/ou de riscos de gol etc.; que voltava dos
vestiários com a mesma formação e, somente perto dos 35 minutos do segundo
tempo, usava suas "peças do banco"; assim sendo, as chances de sair
de um 0 x 0 ou de vencer a partida eram quase nulas. Inês estava praticamente
morta. Tanto isso é crível que, em algumas partidas, quando o atual treinador (Eduardo
Baptista) fazia alterações com mas tempo de jogo, o Remo dava e deu outros
sinais.
Por fim, como se trata de Editorial, nossa posição é clara: que os
torcedores do Clube do Remo não deixem de enxergar a realidade que está sob
seus pés; chega de "servir de bestas" para muitos cartolas
oportunistas e treinadores/jogadores descompromissados com o clube, sua
história e, sobretudo, seu maior patrimônio: a torcida. Tudo na vida deve ter
limite, até "servir de besta".
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Cancelar vacinação de seu filho(a) jovem é necropolítica (política de morte)
EDITORIAL (sáb, 18 de setembro de 2021)
Para seu enfrentamento, a pandemia de Covid-19 exige estudos, planejamentos e tomadas de decisão que interferem em todo o conjunto populacional. Sim, em todo, pois mesmo que as crianças e os bebês estejam, em tese, quase livres do flagelo pandêmico atual, a morte de seus pais, avós, padrastos, mães, irmãs e irmãos em muito afeta suas vidas; pode, até, destruir as mesmas. Ou seja, ter ou não ter vacinas contra a Covid-19 para tentar livrar as pessoas da morte é uma tática de governamento da população (uma tática de governamentalidade, nos termos de Michel Foucault; Foucault é "um cara" bacana e bastaria uns dias, ou semanas, de conversas com ele para nós estendermos melhor essa perspectiva teórica). Pois é, amigos(as), o "problema" da população leva os governantes a buscarem meios de garantir que o tecido social se mantenha vivo e funcionando; isso, claro: em tese.
Governamentalidade, entendida a partir do teórico francês, vem a ser: “conjunto constituído pelas instituições, procedimentos, análises e reflexões, cálculos e táticas que permitem exercer esta forma bastante específica e complexa de poder, que tem por alvo a população, por forma principal de saber a economia política e por instrumentos técnicos essenciais os dispositivos de segurança” (Foucault, 2019, p. 429, grifos meus [1]). Exercer essa complexa forma de poder tem por alvo, especificamente, a população; garantir, por meio da vacinação, a segurança da população seria uma demonstração disso. Estamos pisando o terreno das condições ou intenções governamentais que se voltam à vida: em termos de poder político (e isso, para o mal ou para o bem), estamos às voltas com o exercício do biopoder (Foucault, novamente).
Prejudicar, intencionalmente, a garantia de vida da juventude tem a ver (ou dá clara demonstração) com o que estamos vivenciando, nestes tempos de bolsonarismo. Ora, sempre soubemos que perguntar não ofende; posso? Por que líderes nacionais da política pública de saúde brasuca (SUS) se reúnem e deliberam, estrategicamente, por deixar na mira da morte nossos irmãos juvenis? Por que líderes nacionais (presidente, Ministro da Saúde, assessores) reúnem-se, à base de vinhos e uísques caríssimos, para decidir que uma parte da população estará disponível para ser dragada pela Covid-19?; é somente por questões de racismo? Claro que isso não é pouca coisa, mas vamos acrescentar o fascismo, o (neo)nazismo, as questões de classe - tipo: de ódio à população mais jovem, mais pobre ou periférica.
Você não está acreditando que os governantes brasucas fariam isso? Em tempos de bolsonarismo, olhe, não duvide; aqueles líderes, citados ali acima, podem estar rindo de você, agora. Vejamos:
Olhem só; em sua Aula de 17 de março de 1976, no curso Em defesa da Sociedade, Foucault (2005) fala, revisitando a concepção clássica sobre o tema, de um poder soberano exercido sobre a vida. Em última análise, seria este um poder sobre a vida e a morte, exercido a tal ponto que a vida ou a morte dos súditos só existe enquanto direito pela vontade de um soberano [2]. Nessa mesma Aula, ele afirma que “[...] durante a segunda metade do século XVIII, eu creio que se vê aparecer algo de novo, que é uma outra tecnologia de poder, não disciplinar dessa feita” (FOUCAULT, 2005, p. 228). Trata-se de um deslocamento dessa tecnologia de poder sobre a vida, na medida em que “se vocês preferirem, ela se dirige não ao homem-corpo, mas ao homem vivo, ao homem ser vivo; no limite, se vocês quiserem, [ela se dirige] ao homem-espécie” (FOUCAULT, 2005, p. 289).
É, meus caros, minhas caríssimas, temos um "presidente" e auxiliares que projeta a morte aos seus, que diz "E daí, eu não sou coveiro; quer que eu faça o quê?" É um produtor de necropolítica em nosso meio, visando as nossas vidas. Entender a necropolítica, a partir de Achille Mbembe (2016, p. 123)[3], enquanto “a expressão máxima da soberania [que] reside, em grande medida, no poder e na capacidade de ditar quem pode viver e quem deve morrer”. O autor trata, de modo mais específico, da questão da soberania, do poder de decidir sobre os sujeitos que podem, sobre os que devem viver/morrer. No ensaio desse teórico, visualizamos uma teorização sobre a política da morte. O autor discorre acerca de atuações estatais, as quais, não raro, se voltam a produzir mortes, ao que tudo indica, perpassadas por concepções racistas e por posturas colonizadoras – como no caso da postura, das táticas, do governo central brasileiro voltadas às populações tradicionais/indígenas, supomos. Vemos o teórico apresentar a formulação do necropoder, enquanto “o funcionamento da formação específica do terror” (MBEMBE, 2016, p. 136).
Mais do que uma tecnologia de poder sobre a vida do homem-espécie, da população, conforme postulação foucaultiana, Mbembe (2016) é taxativo ao enunciar o subjugar a vida ao poder da morte, aqui citado: “Neste ensaio, argumentei que as formas contemporâneas que subjugam a vida ao poder da morte (necropolítica) reconfiguram profundamente as relações entre resistência, sacrifício e terror. Demonstrei que a noção de biopoder é insuficiente para explicar as formas contemporâneas de subjugação da vida ao poder da morte” (MBEMBE, 2016, p. 146).
E você poderá perguntar: Mas, o que eu tenho a ver com essas explicações ou formulações de M. Foucault ou de A. Mbembe? O que isso tem a ver com a vacinação e a vida de meus filhos(as)? Eu poderia refletir, junto a você, que essas falas teóricas nos mostram o lugar, a circunstância na qual estamos; expõem, sob outros signos verbais, a nossa realidade. Mas, como se trata de um editorial, cujo gênero exige uma posição do veículo, devo lhes dizer que precisamos estudar esses dispositivos teóricos e examinar a nossa atual conjuntura; não somente isso, que temos de ver o que se passou em lugares como a Alemanha pré-Hitler e hitleriana; é que estamos no meio do caminho, o fascismo tá muito forte em nosso país, mas, ainda temos algum fôlego para reverter essa realidade. Apesar do horrendo apoio que a maioria do campo religioso evangélico, neopentecostal, e católico conservador etc. dado a esses líderes dos eventos necropolíticos, temos, de nosso lado, as táticas de resistência. Amanhã, poderemos estar em um cenário muito pior: de perdas de vidas de filhos, filhas, enteados e outros - pela Covid-19.
_______________
[1] Do texto A Governamentalidade, no livro Microfísica do Poder. Ed. Paz & terra, 2019.
MBEMBE, A. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da
morte. Trad. Renata Santini. Arte & Ensaios, Rio de Janeiro, n. 32, dezembro 2016.
(Fim)
A bola fora do
Vice Marcelo Corrêa nas Eleições 2021 do Sintepp (Subsede de Igarapé-Miri)
Publicado em dom, 15 de agosto de 2021
Israel Fonseca Araújo (editor-chefe, fundador)
Academia Igarapemiriense de Letras (AIL); e-mail:
poemeiro@hotmail.com
No começo deste
mês, a Subsede do Sindicato dos Trabalhadores(as) em Educação Pública
do Pará (Sintepp) realizou suas Eleições estatutárias para escolher a
Coordenação Municipal (duas chapas concorreram) e o Conselho Fiscal (uma chapa
concorreu). O pleito deve se dar, regularmente, a cada três anos e o número de
chapas não tem limites, desde que as regras estatutárias sejam cumpridas (tempo
mínimo de filiação, estar em pleno gozo...). Nada de esquisito a apontar, por
ora.
Acontece que o
elemento esdrúxulo estava batendo em nossas portas. O Vice-Prefeito de
Igarapé-Miri, Marcelo Corrêa (Republicanos), pessoa muito querida no meio
político e até em boa parte do campo do funcionalismo público local, resolveu
entrar "de pé esquerdo" nessa disputa. O Vice adesivou seu
"face" e declarou publicamente apoio à Chapa 2, intitulada “É
hora de mudar: por um sindicato democrático e transparente”.
A responsável legal pela Chapa 2 foi
a Professora Ruth Helena de Castro Barbosa, tendo como nomes para a Coordenação-Geral:
Ruth Helena de Castro Barbosa e Rosimeire Meireles Trindade (havia 22 cargos em
disputa, ou seja, 20 além destes dois da Coordenação-Geral). Um adendo: A Chapa
1 (intitulada “Gênesis Silva:
fortalecer a luta, avançar nas conquistas”)
foi, nas urnas, a mais votada (embora, nas redes sociais, tenha perdido
"de lavada"), alcançando 59,664% dos votos
válidos; a Chapa 2 obteve 40,336% dos votos válidos. De acordo
com as determinações do Art. 74 do Estatuto do Sintepp, nesse caso a
Coordenação é composta por integrantes de ambas as Chapas concorrentes; logo, a
Chapa 1 ficará com 13 (treze) cargos, já a Chapa 2 terá 9 (nove) cargos a
preencher. A Chapa Única de Conselho Fiscal foi eleita
com 81% dos votos válidos. Fechado o parêntese, vamos começar
a apontar indícios de forte erro político de Marcelo Corrêa.
Inicialmente,
é bom registrar que as disputas em torno da Coordenação-Geral e demais cargos
do Sintepp (no Miri) levariam, quase naturalmente, a divisões, disputas
(democráticas) e coisas nada agradáveis (ofensas, promessas de
vantagens pessoais, calúnias e até coisas piores, a depender de quem as
mobilizassem; as coisas, claro - não custa nada desenhar, nestes tempos
de Brasil de Bolsonaro); diversos prints de msgs de
"zap-zap", áudios e outros dados estão guardados para os tempos do
porvir. Quem as fez (as coisas)? Te acalma, não precisa pressa; quem
esteve limpo, limpo está; quem se enlameou, sujo(a) está. Assim, caso pensasse
um pouco melhor, Corrêa poderia ter adotado a postura séria e respeitosa do
Prefeito Roberto Pina (PT), que não se envolveu nessas eleições e não escolheu
um lado para querer vencedor e, outro, para perdedor; manteve-se acima das
possíveis "disputas menores" (entre aspas - não custa
nada desenhar, nestes tempos de Brasil de Bolsonaro). Faltou sabedoria ao
Vice Marcelo, ou bons assessoramentos ou coisas desse nicho.
De outra forma,
a Chapa 1 teve como
Responsável legal o Professor José Moraes Quaresma (José Jr.) e apresentou
os seguintes nomes para a Coordenação-Geral: José Moraes
Quaresma e Alcilene Campelo da Silva. Prof. José jr. apoiou Roberto Pina em
todas as Eleições para Prefeito/Vice, ao menos desde 2008; em 2020, Marcelo
Corrêa foi, consequentemente, apoiado por José Jr.; debaixo de sol e de chuva,
Prof. José Jr., Alcilene Campelo (nome histórico nas lutas do Partido dos
Trabalhadores, no Miri, ao lado de professoras como Benoca e Lindalva Fonseca)
e demais pessoas lutaram por Pina e Marcelo, tal qual qualquer pessoa poderia
apoiar ou recusar essa chapa; como pessoas inteligentes e de boa memória, José
e Lene vão se lembrar, por anos a fio, dessa "passada de perna" de
Marcelo Corrêa em quem tanto lhe ajudou, em um momento decisivo de sua
caminhada política...
Outra questão a
destacar sobre a tal "bola nos testículos" (dores marcantes,
rsrs) é a composição política recente, entre os "lados"
político/eleitorais (ou são farinha do mesmo saco?) Antoniel Miranda x
Roberto Pina. Às vésperas do momento do voto, apoiadores de Pina parece que
levaram pistola na cara, na alta madrugada, justamente vindo de apoiador(es)
conhecido(s) de seu então rival; desenhando novamente: curiosos, leiam o
Boletim de Ocorrência e saibam que cabe à polícia e ao Ministério Público dar
das devidas respostas legais. E, justamente, a composição de forças entre Chapa
1 e Chapa 2 no Sintepp 2021 refletiu esse cenário de disputas de 2020; muitas
lideranças políticas pró-laranja estavam do lado 2,
muitos(as) pró-vermelho estavam no lado 1 da disputa. Ao menos
dois ex-Secretários de Educação do Miri "pegaram Balsa" (sagrado seja
o poeta Manoel Machado), assim como uma ex-Diretora de Ensino. Um ex-Vereador
(prof. Valdir Jr, ex-PSC, ex-PTdoB, Avante, atual PROS) e um ex-candidato a
vereador e a Prefeito (Isaac Fonseca, PSOL) também dançaram na Balsa-ícone de
nosso cordelista-mor. Grandes inimigas locais se afundaram abraçadas
no mesmo barco; em termos de Amazônia, é certo que quase todo mundo sabe nadar.
Nada de mau há nisso; estamos analisando a pisada na bola que o Vice deu, nada
mais que isso. É claro que o ideal é respeitar o Sintepp e não "meter
bico" em uma vivência sindical eleitoral pontual, é mais inteligente
demonstrar o respeito que o atual secretário de Educação demonstrou e que o
prefeito demonstrou. Como fica o cidadão, a cidadã, que trabalha na educação em
Igarapé-Miri, que lutou para que Marcelo seja, hoje, Vice-Prefeito e que vê
Marcelo escolhendo um lado, que é o contrário desse trabalhador(a)? Não se
trata unicamente de "liberdade" plena para o Vice opinar; certos
cargos exigem posturas à altura.
De outra parte, o
Prefeito Pina estava só de olho nessas movimentações. Homem
muito experiente que é, em termos políticos, Pina viu a postura de seus
secretários nesse pleito: Josival Quaresma (Vadinho), da Cultura, que é irmão
de José Jr., claramente apoiou a Chapa 1; mas ele é filiado do Sintepp, tem
histórico de lutas no respectivo tecido sindical; Janilson Oliveira (Educação,
SEMED), que já militou no Sintepp, manteve-se neutro, distante. Assim se deu
com outros(as) auxiliares diretos de Pina. Na SEMED, o Diretor de Planejamento
e Diagnóstico, prof. Mestre Glaybe Pimentel, era defensor público da Chapa 1;
mas Pimentel é filiado do Sintepp, tem histórico de lutas no mesmo. Seria
um sinal de que Marcelo deverá abandonar Pina, politicamente, em breve? Não
creio; acho, mesmo, que foi somente uma canelada bem flagrada pela equipe de
arbitragem e pelo VAR miriense.
Mais duas
desenhadas são imperiosas: não estamos dizendo que a bola fora é por apoiar a
Chapa 2 ou por apoiar a Chapa 1; trata-se de se manter neutro e não buscar
interferir em uma dinâmica que é extra-Executivo; o Sintepp acompanha,
fiscaliza, dialoga, denuncia, propõe etc. em relação ao governo e Corrêa é
Chefe nesse governo; na Chapa havia a maior parte dos apoiadores(as) de Pina
e Marcelo em 2020; no ano quem, quando o Vice Marcelo vier às casas pedir
votos, como serão as recepções da parte daqueles a quem Corrêa (digamos) deu as
costas?; outra: qual o interesse de um Chefe de governo municipal de querer
gastar suas energias - e buscar interferir politicamente - para escolher os (ou
as) líderes do Sintepp, sendo que esse sindicato não se subordina ao governo?
Essa conta não fecha.
Em termos de posição do Blog (o Editorial exige isso), precisamos salientar que a "tese" mais plausível não é a de conduta anti-ética ou desrespeitosa para com o Sintepp, mas, sim, de péssimo assessoramento ao Vice-Prefeito; se, de fato, estivermos certos em nossa reflexão, então, caro Vice Marcelo, exonere imediatamente esses péssimos auxiliares, pois sua carreira política depende muito dessas assessorias, desses aconselhamentos. Uma cabeça pensa bem, mas duas cabeças (ou mais) pensam melhor: caso minhas avós tenham razão, caro.
(FIM)
Por mais servidores(as) como a Enf. Ana Lúcia, a nos atenderem
Publicado em: terça-feira, 22 de junho de 2021
Israel Fonseca Araújo (editor, fundador)
Academia Igarapemiriense de Letras (AIL) - poemeiro@hotmail.com
Um cidadão igarapemiriense teria sido maltratado, "agredido" pela Guarda Municipal e, pasmem, não teria sido vacinado contra a Covid-19 (na Barraca de Sant'Ana) em virtude de suas posições contrárias à gestão Roberto Pina e Marcelo Corrêa. Podemos arriscar a cravar: pura mentira e distorção da realidade, dos fatos. O "auê", como diz o próprio cidadão reclamante (um "padre"), aconteceu no dia de ontem, 21 de junho, ao lado da Igreja de Nossa Senhora Sant'Ana - padroeira do povo católico miriense. Em síntese, o reclamante, em vídeo por ele mesmo gravado, afirma que estava lhe sendo negada a vacinação porque ele não levou o CPF (documento), somente o Registro Geral (RG), ao local de vacinação; ele bradava, no vídeo, que sabe seu CPF "de cor" (mas a definição da gestão, em seu poder de polícia local, é que a pessoa a se vacinar leve - por ex, RG, CPF, outros docs; o RG, no caso, é para identificação; o CPF, bem sabemos, se presta a outras finalidades), que, por isso, ele deveria ser vacinado - mesmo sem portar o documento em mãos; referiu-se a uma enfermeira como se a mesma fosse "mal educada" etc. Diante do "auê" criado, a Guarda Municipal retirou o cidadão reclamante das dependências da Barraca.
O "x" da questão, alegado pelo dito religioso, era ele não poder ser vacinado por não ter o CPF em mãos, somente "de cor", em sua memória (perguntinha básica: nessa situação, o servidor público que faça registros inverídicos, com dados de terceiros, ditos por A ou B, e vacine uma pessoa com os dados de outra, compromete-se civil e penalmente até que ponto? Secretária de Saúde da gestão Pina/Marcelo é uma advogada, com atuação profissional, a senhora Nazianne Pena; isso facilita, digamos, a pegar possíveis mentiras "na ratada", como dizia minha vovó Henriqueta Ferreira).
Sem entrar no mérito da querela, o de praxe, aí, é que a pessoa com documentação incompleta faça chegar a si - ou vá buscar - os seus docs. faltantes; coisa simples, sem necessidade de gerar crise (este blogueiro, professor, ao ir tomar sua primeira dose da dita vacina, no grupo dos renais crônicos - único rim, precisou sair do local de vacinação e ir até a chefia de enfermagem para receber uma autorização por escrito; isso foi "orientado" pelos orgs. da vacinação, estando já dentro da fila. Assim fizemos, fomos buscar a tal assinatura, autorização, e voltamos à fila, para, enfim, receber a vacina; crise?, vídeos?, áudios?, "auês"? Nada disso; foi coisa de uns 15 minutos de contratempo e seguimos em busca da vacina.
Em primeira mão, este Blog teve acesso ao seguintes dados: o reclamante, que fez "auê" no momento de tentar ser vacinado (não foi ontem; ao que tudo indica, já o foi hoje, com os docs. requeridos), ao se apresentar à Polícia Civil para os registros, apresentou seu RG (no qual não consta, não há, os números de CPF); mas, um pouco mais à tarde, teria feito gravação de vídeo para redes sociais, apresentando outro RG - no qual, há seus dados de CPF. Trocando em miúdos, há indícios de pura má-fé (em conversa com este editor, pessoa responsável pela vacinação confirmou que, no momento dos "auês", o cidadão apresentou RG no qual não tem os seus dados de CPF). RG apresentado à equipe de vacinação teria sido o expedido em 11 fev. 2010; já o "do vídeo", da versão às redes sociais à tarde, já seria o expedido em 07 de out. 2019 - este é "Segunda Via" (as numerações são diferentes).
Um Blog de publicações anti-governo Pina, ou site, não sabemos bem, de nome "ligados nas notícias" replica as infs. do reclamante e, sem meias palavras, conclui: "É ATO POLÍTICO puro e simples [o ato da enfermeira...]. O religioso deve Proceder por PREVARICAÇÃO E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA contra a Enfermeira, e Contra a GUARDA MUNICIPAL por Abuso de Poder". O mesmo veículo afirma que CPF é documento de identificação...
Por que é distorção da realidade, dos fatos? Releia a parte relativa aos RG's, pois a não vacinação, naquele momento, era apenas por não haver os docs. todos, não era por outro motivo; mas o que motivou o "reclamante" a fazer seu "auê", ah, isso, tá bem mostrado a tds nós; basta vermos.
Boa noite; que não tenhamos de escrever outros Editoriais, nestas circunstâncias.
(Fim)
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