quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Título da "Liberta" 2021 é brasileiro (785)

A "Glória Eterna" de 2021 ficará no Brasil, assim como a de 2020; e, claro, a de 2019, também. Flamengo-RJ venceu em 2019, em jogaço do River Plate (ARG), que entregou o ouro nos minutos finais ao grupo liderado por Jorge Jesus. Na versão 2020 da Libertadores da América, o time de outro português, um certo Abel, venceu o Santos F. C., de Cuca. A Grande Final desta edição já está definida: dia 27 de novembro (sáb.), no Uruguai, teremos S. E. Palmeiras e o mesmo Flamengo carioca, só que, agora, liderado pelo boçal Renato Gaúcho. O mesmo Abel segue no "Verdão" e busca um Bi. Renato quer a "glória" pra si, pois já ganhou a Liberta pelo Grêmio portoalegrense; jogando pelo mesmo Flamengo, tbm.

O Palmeiras não quer arregar; você, que me entende bem, o que acha? Vai dar "urubu" ou "porco"? Sabemos que não existe favoritismo em jogos de mata-mata ou em partidas únicas (finais tipo Copa do Mundo, Recopas etc.); tanto é verdade que o Palmeiras ia tomando o Título da "Super Copa" do Brasil, contra o Fla-RJ, neste mesmo ano - não fosse os atletas do Verdão entregarem umas cobranças de pênaltis. Galo Mineiro (CAM) também perdeu a vaga dias atrás, contra o Palmeiras, sendo formalmente o favorito.

Muita gente aposta; eu, não. Mas tem todo sentido dizer que essa partida, por ora, está em aberto; que tanto A quanto B podem vencer e levantar o Caneco.

Eu? Vc sabe, não gosto de muros (medo de altura, quem sabe, ou de quedas graves): em termos de torcer, vou com o Verdão e o Giovanni daqui de casa. Mas os Urubus têm mais, muito mais, time. Apostem, vcs; eu, não.


Israel Fonseca Araújo (editor)

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Quem chegará à Final da Libertadores: Palmeiras ou Galo mineiro? (post #784)

Israel Fonseca Araújo (editor)

Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)


Não sei você, mas eu não tenho paciência para  torcer pra clubes de futebol, nem para ver jogos pra lá de ruins. Posso até chutar que vc é meu outro desta conversa; vc é da maioria da população e gosta muito de ver os jogos e torce diariamente para clubes - tipo: Flamengo-RJ, Vasco da Gama, Santos F.C., S.E. Palmeiras, Grêmio portoalegrense e outros. Não vejo problemas nisso. Direito seu. Meu "problema" é coisa minha; eu é que não me ligo muito ou não gasto minhas energias e meu foco nisso.

Mas, sobre os jogos pra lá de ruins, aí possivelmente vc e eu estamos na mesma vibe. Como se dizia em tempos outros, ninguém merece perder seu tempo pra ver um jogo tipo esses últimos dos times comandados pelo Fernando Diniz (atual Vasco da Gama) ou um Palmeiras x Clube Atlético Mineiro (CAM) da última terça-feira. Um  x 0 sem uma pitadinha de sal que seja. Um timaço, com enormes chances de jogar bem, mas que não se propôs a jogar; outro, uma equipe tecnicamente mais fraca, mas que nem por isso precisa(ria) abrir mão de jogar. Mas, como quase sempre o "porco" de Abel faz isso, já nem podemos esperar uma postura altiva e tecnicamente compatível com seu elenco e seu tamanho histórico.

Dentro da sazonalidade e das urgências do futebol masculino profissional brasileiro já não era de se suspeitar que a tática da retranca fosse um parâmetro em jogos grandiosos como a Semi desta noite - CAM e SEP decidem quem vai à Final em busca de "La glória eterna" nesta edição da Libertadores da América (Flamengo/RJ possivelmente ganhará a outra vaga contra o Barça do Equador, amanhã). O problema é que a retranca, o tal de esperar o outro time jogar para contra-atacar e tentar surpreendê-lo, pode ser menos prejudicial aos que gostam de ver uma boa partida (torcedores) do que para os clubes, pois estes podem perder a partida e acordar com a consciência doendo - justamente por não ter tido criatividade e ousadia para propor a partida, tomar as iniciativas. Para amantes do bom futebol (tipo aqueles dos anos da Holanda ou Alemanha, Argentina de Maradona, Itália de Paolo Rossi, Brasil de Sócrates, Zico, Gerson, Pelé, Garrinha e/ou Romário/Bebeto), restam as lembranças e os antigos DVD's (atualmente, vídeos no You Tube).


Galo Mineiro é favorito? Não. Mas, se jogar futebol, usando seus excs atletas, é quase um favorito - pois o Palmeiras não tem essa qualidade e tem um treinador com ideias meio estranhas... 

Palmeiras pode se classificar, com tranquilidade? Sim. Basta empatar por 1 x 1; 2 x 2 e daí em diante; ou vencer a partida. Venceu o River, na ARG, por que não venceria o Galo das Alterosas?

Podemos ter, nas mãos dos goleiros, a senha para a classificação? Sim. Numa disputa de pênaltis, teríamos o melhor goleiro do BR de um lado (o do Palmeiras) e um dos melhores, de outro (o do Galo). Mas, nos pênaltis, às vezes quem vence é a injustiça; eu não gosto dela.

Outras variáveis podem interferir? Sim, certamente, sempre interferem. Quais? Ora, vamos descansar e esperar a partida, rezando para que, ao menos, uma das equipes entre em campo com as camisas, a história e o futebol debaixo do meião. Ah, que a arbitragem não prejudique o "espetáculo" (era assim que se chamava ao futebol dos anos 1980, 1990 e até 2000; lembram do time de Felipão, de 2002, com Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo Nazário? Pois é, era assim).


Ano passado, com a disputa já neste ano, Palmeiras venceu por um lance, um cruzamento + cabeçada (com ajuda de erros de marcação e saída errada de goleiro; mas isso é quase natural, nesses casos). O mesmo pode acontecer em 2021, pois, ao contrário do que diz o ditado popular, um raio pode cair várias vezes no mesmo lugar; basta fortalecer bem o lugar e ter fé. Mas o mais justo seria a vitória do time do Cuca.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Saiu mais uma lista de "filmes" bolsonaristas (sessão loucura 21) (post 783)

Olá; saudações. Gostas de filmes? Tens amor por essa incrível arte - que se dedica a descrever a vida, fazendo uso de recursos artísticos e especiais, linguagens plurais, criatividade e doses de ironia, de melancolia? Gostas de ler os subentendidos e os implícitos? Sim?; oba, então, seus problemas diminuíram. Eis, abaixo, uma lista de criações para vc entender o Brasil, a partir da ótica do obscurantismo e/ou do crime (des)organizado: listagem recomendada até por "pastores" neopentocos* (ou falsos cristãos):


Uma faMILÍCIA pra lá de aloprada

Sinopse: Um grupo de lideranças da política do Rio de Janeiro, no Brasil, resolve assaltar os cofres públicos. Para tanto, decide se juntar a criminosos de alta periculosidade - ex-policiais, policiais da ativa e outros miliciânus; a tática principal é se infiltrar nas Câmaras municipal e federal. O chefe-máximo do esquema é um ex-militar trapalhão e de ínfima capacidade intelectual. Para consumar seus intentos, coloca um dos filhos na Câmara Municipal carioca, no intuito de fazer sua ex-mulher ser limada da política; instala outro na Assembleia Legislativa, visando o Senado Federal; um dos milicos vai ao parlamento federal e o chefe, claro, quer ser "presidente" do País.

Direção: Carlos Carluxo e Fabrício Queiroz da Raspadinha; gênero: comédia pastelão. Classificação: 14


Loucademia de Milícia

Sinopse: Miliciânus da política do Rio de Janeiro (Brasil) resolvem se juntar a criminosos de colarinho branco de alta periculosidade (vereadores, deputados e senadores). A estes, se juntam ex-policiais, policiais da ativa e outras personas nada gratas; fazendo-se passar por bons soldados e pessoas distantes da  corrupção, usam a tática de se infiltrar em igrejas pentecostais e neopentecostais; conseguem uns poucos apoios em outros campos religiosos. Um dos filhos do clã assalta a Câmara Municipal carioca e faz "rachadinhas" por todos os lados. Ex-mulheres e ex-namoradas também se juntam ao bando; crianças se espreguiçam nas poltronas, já com as laranjas nas mãos. Em escritórios de crimes, homens com e sem fardas comandam os rumos dos soldados Zero 1, Zero 2, Zero 3 e já plantam um Zero 4; a Polícia Fedorenta do Brasil é acionada, mas, como em filmes de comédia, decide se atrapalhar nas próprias pernas - para tentar livrar seus milicos de estimação das barras da justiça (a Justiça, tbm, é aparelhada por maus soldados). Anos mais tarde, os Zeros ficam velhos e calvos e surgem esperanças de que o chefão do bando seja condenado à prisão perpétua, no Tribunal Penal Internacional (TPI).

Direção: Fabrício Queiroz da Raspadinha; gênero: ação. Classificação: 16

Passando vergonhas em NY  (Direção: Queiroga & Queiroz da Raspadinha; gênero: drama. Classificação: 14)

Um miliciano à solta em NY  (Direção: Carlos Carluxo e O. de Carvalho; gênero: comédia. Classificação: 14)

Espirrando muito... nos States (Direção: Queiroga & Queiroz da Raspadinha; gênero: suspense. Classificação: 14)

Um ministro muito sonso (Direção: Queiroga & O. de Carvalho; gênero: drama. Classificação: 14)

Mentiras na ONU (DireçãoCarlos Carluxo e Ovas de Carvalho; gênero: Fake news. Classificação: 14)

Um Mico em Nova York  (Direção: Edu Bananinha e O. de Carvalho Palavrão; gênero: comédia pastelão. Classificação: 12)

CONTAGIANTE; crimes em New York (Direção: Queiroga & Queiroz da Raspadinha; gênero: ciência obscurantista. Classificação: 16)

Dedada nada amiga (pornô) (Direção: Queiroga & Carlos Carluxogênero: pornô/putaria. Classificação: 21)


Nota: Aproveite neste fim de semana; se prepare e exclua, em 2022.

domingo, 19 de setembro de 2021

782: Um século de Paulo Freire, orgulho do Brasil, aplaudido no Mundo

Professor Israel Fonseca Araújo (editor, fundador). E-mail: poemeiro@hotmail.com

(Atualizado às 14h de 20.09.2021)

(Nem precisa apresentar; precisa?)

(1) Caso eu fosse escrever um texto - que não seria "meu" (M. Bakhtin que me ajude) - sobre Paulo Freire precisaria de ter, ao menos, umas duas dezenas de páginas A-4 para dizer um pouco do que pensamos sobre o maior educador brasileiro de todos os tempos. Sobre meu livro (dele) preferido, Pedagogia da Autonomia - saberes necessários à prática educativa, seria preciso reservar umas cinco laudas; para outras obras (Pedagogia do Oprimido, p. ex.), mais umas três páginas para cada etc. E eu teria de dizer, ao menos sumariamente, o que Paulo Freire representa para a minha classe social/econômica, para os pobres do Brasil, para a vida de quem não sabe ler e escrever, ou não sabia e veio a aprender através de um processo de educação não bancária, emancipatória, transformadora; uma roupagem de educação que considera como fundamental que os saberes locais (agricultura, trabalho na construção civil etc.) sejam parte desse carro-chefe.

(2) Por isso, e por mais e mais que podemos falar sobre a concepção libertária e dialógica de educação, teria eu de abrir uma digressões - e isso iria abrir mais umas treze laudas. Portanto, rápido passaria de trinta ou quarenta páginas de conversas iniciais (neste suporte, seria complicado apresentar essa escrita). Mais que isso: creio que vc não iria ler meu texto (risos). E meu texto poderia restar fraco demais, pouco denso e sem complexidade - isso poderia arranhar a imagem de Freire; conclusão: não é justo que eu me arrisque a tanto.

(3) Por respeito à educação pública, ao professor pernambucano Paulo Reglus Neves Freireodiado pelos idiotas (pelos obscurantistas e negacionistas e pelo bolsonarismo, claro), e a minha vida de professor, vou mostrar alguns lugares ricos de saberes sobre este Centenário de vida de Paulo Freire (nascido em 19 set. 1921):

Documentário Paulo Freire, 100 anos (Tv Cultura)

G1 - 100 anos de Paulo Freire.globo.com/educacao/noticia/2021/09/19/100-anos-de-paulo-freire-veja-5-ensinamentos-do-educador-que-ainda-sao-atuais.ghtml

"100 anos de Paulo Freire: veja 6 ensinamentos do educador que ainda são atuais

Conhecido desde 2012 como "Patrono da Educação Brasileira", Freire atuou principalmente na educação de adultos em áreas proletárias de Pernambuco. Veja aspectos de seu legado que ainda podem ser aplicados nas escolas e universidades, segundo estudiosos.

Por Luiza Tenente, G1


Neste 19 de setembro de 2021, o recifense Paulo Freire completaria 100 anos. Segundo estudiosos ouvidos pelo G1, as ideias do educador continuam representando um norte para escolas e universidades que veem a sala de aula como mecanismo de transformação social. "Por vivermos tempos repressivos, o legado dele volta ainda com mais força", afirma Walkyria Monte Mór, professora da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Projeto Nacional de Letramentos: Linguagem, Cultura, Educação e Tecnologia."

(...)


Paulo Feire queria ser "reinventado" (Carta  Capital)

Correio Braziliense (Paulo Freire é um dos três maiores nas humanidades, no mundo)

USP CDCC São Carlos-SP; Paulo Freire em 1994

(4) Freire saiu, fisicamente, de nosso meio no dia 02 de maio de 1997, em SP. Claro, primeiro ele viveu o dia dos trabalhadores(as); depois, descansou.


#Viva_PauloFreire

Tributo deste Blog.

sábado, 18 de setembro de 2021

Cancelar vacinação de seu filho(a) jovem é necropolítica (política de morte) EDITORIAL (post #781)

 (sáb, 18 de setembro de 2021)

Israel Fonseca Araújo (editor, fundador)

Academia Igarapemiriense de Letras (AIL) (e-mail: poemeiro@hotmail.com)


É difícil uma pessoa não especialista acreditar que líderes políticos se organizam, reúnem, marcam encontros à mesa (com uísques e vinhos caríssimos) e traçam metas/estratégias que visam produzir mortes no seio da população; para especialistas em filosofia moderna, para estudiosos da sociologia, da política e de regimes autoritários (nazismo e fascismo, p. ex.) essa aceitação é mais tranquila. Mas isso acontece; pode ser doloroso, parecer crudelíssimo e/ou inacreditável à maioria das pessoas. Mas, podemos crer, é o que está acontecendo em nosso Brasil "de Bolsonaro". Podemos crer, de fato, que estamos vivendo uma era crescente de necropolítica no aparelho de Estado brasileiro.

Para seu enfrentamento, a pandemia de Covid-19 exige  estudos, planejamentos e tomadas de decisão que interferem em todo o conjunto populacional. Sim, em todo, pois mesmo que as crianças e os bebês estejam, em tese, quase livres do flagelo pandêmico atual, a morte de seus pais, avós, padrastos, mães, irmãs e irmãos em muito afeta suas vidas; pode, até, destruir as mesmas. Ou seja, ter ou não ter vacinas contra a Covid-19 para tentar livrar as pessoas da morte é uma tática de governamento da população (uma tática de governamentalidade, nos termos de Michel Foucault; Foucault é "um cara" bacana e bastaria uns dias, ou semanas, de conversas com ele para nós estendermos melhor essa perspectiva teórica). Pois é, amigos(as), o "problema" da população leva os governantes a buscarem meios de garantir que o tecido social se mantenha vivo e funcionando; isso, claro: em tese.

Governamentalidade, entendida a partir do teórico francês, vem a ser: conjunto constituído pelas instituições, procedimentos, análises e reflexões, cálculos e táticas que permitem exercer esta forma bastante específica e complexa de poder, que tem por alvo a população, por forma principal de saber a economia política e por instrumentos técnicos essenciais os dispositivos de segurança” (Foucault, 2019, p. 429, grifos meus [1]). Exercer essa complexa forma de poder tem por alvo, especificamente, a população; garantir, por meio da vacinação, a segurança da população seria uma demonstração disso. Estamos pisando o terreno das condições ou intenções governamentais que se voltam à vida: em termos de poder político (e isso, para o mal ou para o bem), estamos às voltas com o exercício do biopoder (Foucault, novamente).

Prejudicar, intencionalmente, a garantia de vida da juventude tem a ver (ou dá clara demonstração) com o que estamos vivenciando, nestes tempos de bolsonarismo. Ora, sempre soubemos que perguntar não ofende; posso? Por que líderes nacionais da política pública de saúde brasuca  (SUS) se reúnem e deliberam, estrategicamente, por deixar na mira da morte nossos irmãos juvenis? Por que líderes nacionais (presidente, Ministro da Saúde, assessores) reúnem-se, à base de vinhos e uísques caríssimos, para decidir que uma parte da população estará disponível para ser dragada pela Covid-19?; é somente por questões de racismo? Claro que isso não é pouca coisa, mas vamos acrescentar o fascismo, o (neo)nazismo, as questões de classe - tipo: de ódio à população mais jovem, mais pobre ou periférica.

Você não está acreditando que os governantes brasucas fariam isso? Em tempos de bolsonarismo, olhe, não duvide; aqueles líderes, citados ali acima, podem estar rindo de você, agora. Vejamos:

Agência Brasil (EBC) - fala do governo federal9-ministerio-recomenda-suspensao-da-vacinacao-de-adolescentes

G1 - Grupo Globo

Estadão

Olhem só; em  sua Aula de 17 de março de 1976, no curso Em defesa da Sociedade, Foucault (2005) fala, revisitando a concepção clássica sobre o tema, de um poder soberano exercido sobre a vida. Em última análise, seria este um poder sobre a vida e a morte, exercido a tal ponto que a vida ou a morte dos súditos só existe enquanto direito pela vontade de um soberano [2]. Nessa mesma Aula, ele afirma que “[...] durante a segunda metade do século XVIII, eu creio que se vê aparecer algo de novo, que é uma outra tecnologia de poder, não disciplinar dessa feita” (FOUCAULT, 2005, p. 228). Trata-se de um deslocamento dessa tecnologia de poder sobre a vida, na medida em que “se vocês preferirem, ela se dirige não ao homem-corpo, mas ao homem vivo, ao homem ser vivo; no limite, se vocês quiserem, [ela se dirige] ao homem-espécie” (FOUCAULT, 2005, p. 289).

É, meus caros, minhas caríssimas, temos um "presidente" e auxiliares que projeta a morte aos seus, que diz "E daí, eu não sou coveiro; quer que eu faça o quê?" É um produtor de necropolítica em nosso meio, visando as nossas vidas. Entender a necropolítica, a partir de Achille Mbembe (2016, p. 123)[3], enquanto “a expressão máxima da soberania [que] reside, em grande medida, no poder e na capacidade de ditar quem pode viver e quem deve morrer”. O autor trata, de modo mais específico, da questão da soberania, do poder de decidir sobre os sujeitos que podem, sobre os que devem viver/morrer. No ensaio desse teórico, visualizamos uma teorização sobre a política da morte. O autor discorre acerca de atuações estatais, as quais, não raro, se voltam a produzir mortes, ao que tudo indica, perpassadas por concepções racistas e por posturas colonizadoras – como no caso da postura, das táticas, do governo central brasileiro voltadas às populações tradicionais/indígenas, supomos. Vemos o teórico apresentar a formulação do necropoder, enquanto “o funcionamento da formação específica do terror” (MBEMBE, 2016, p. 136).

Mais do que uma tecnologia de poder sobre a vida do homem-espécie, da população, conforme postulação foucaultiana, Mbembe (2016) é taxativo ao enunciar o subjugar a vida ao poder da morte, aqui citado: Neste ensaio, argumentei que as formas contemporâneas que subjugam a vida ao poder da morte (necropolítica) reconfiguram profundamente as relações entre resistência, sacrifício e terror. Demonstrei que a noção de biopoder é insuficiente para explicar as formas contemporâneas de subjugação da vida ao poder da morte” (MBEMBE, 2016, p. 146).

E você poderá perguntar: Mas, o que eu tenho a ver com essas explicações ou formulações de M. Foucault ou de A. Mbembe? O que isso tem a ver com a vacinação e a vida de meus filhos(as)? Eu poderia refletir, junto a você, que essas falas teóricas nos mostram o lugar, a circunstância na qual estamos; expõem, sob outros signos verbais, a nossa realidade. Mas, como se trata de um editorial, cujo gênero exige uma posição do veículo, devo lhes dizer que precisamos estudar esses dispositivos teóricos e examinar a nossa atual conjuntura; não somente isso, que temos de ver o que se passou em lugares como a Alemanha pré-Hitler e hitleriana; é que estamos no meio do caminho, o fascismo tá muito forte em nosso país, mas, ainda temos algum fôlego para reverter essa realidade. Apesar do horrendo apoio que a maioria do campo religioso evangélico, neopentecostal, e católico conservador etc. dado a esses líderes dos eventos necropolíticos, temos, de nosso lado, as táticas de resistência. Amanhã, poderemos estar em um cenário muito pior: de perdas de vidas de filhos, filhas, enteados e outros - pela Covid-19.

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[1] Do texto A Governamentalidade, no livro Microfísica do Poder. Ed. Paz & terra, 2019.

[2] Neste e nos demais parágrafos, nos baseamos no artigo “É COMO PERDER UMA BIBLIOTECA QUE ENSINAVA A TODOS”: BIOPODER, BIO(NECRO)POLÍTICA E POPULAÇÃO INDÍGENA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA EM DISCURSOS SOBRE A PANDEMIA DA COVID-19, de Israel Fonseca ARAÚJO (UERN) e Francisco Vieira da SILVA (UERN/UFERSA). Revista do Gelne, v. 23, número 2, 2021 (ISSN: 2236-0883 ON LINE). Dessa publicação, recortamos parte das considerações. O artigo está disponível para download, em : Aqui 

[3] Em tom de marcação de posição conceitual, de firmar seu tecido teórico, o autor ressalta, na p. 147 deste ensaio que estamos citando: “Minha abordagem é baseada na crítica de Michel Foucault sobre a noção de soberania e sua relação com a guerra e biopoder”.

MBEMBE, A. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Trad. Renata Santini. Arte & Ensaios, Rio de Janeiro, n. 32, dezembro 2016. 

(Fim)

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

URG & Inadiável: Documentário completo sobre Bolsonaro e a "fakaeda" que feriu o coração do Brasil (post #780), via TV 247

Prof. Israel Fonseca Araújo (editor, fundador)

Academia Igarapemiriense de Letras (AIL) 

 

A plataforma do You Tube é, sem dúvida, uma mega alternativa para quem quer se manter "informado" e não se vê mais preso às "grades" das emissoras de TV tradicionais. A chamada "velha mídia" ou mídia "tradicional", ou imprensa oligárquica, corporativa (e outras adjetivações) mantém, ainda, seu poderio e sua hegemonia, mas é cristalino o que vemos no horizonte (o menos, desde 2005, ano de criação do YT): o YT é uma febre entre os bilhões de pessoas que se conectam diaria e ininterruptamente à internet, via celulares e congêneres. Nesse segmento de mídia "alternativa" ou "progressista", o Brasil tem na TV 247 (página inicial, aqui) uma ponta de lança.

No último dia 11 de set., sugestivamente, o veículo divulgou uma de suas maiores e mais robustas produções: trata-se do bombástico documentário "Bolsonaro e Adélio - Uma fakeada no coração do Brasil". Segundo o veículo, "O episódio em Juiz de Fora que decidiu a eleição em 2018 ainda tem muitas lacunas, mentiras e uma versão oficial que só interessa a Bolsonaro, não ao país. Carlos Bolsonaro precisa ser investigado. É o que o repórter investigativo Joaquim de Carvalho conta neste documentário". Até jornalistas e analistas políticos anti-Esquerda fervorosos, fervorosos anti-PT etc. se manifestaram, tecendo elogios à produção - claro, tem muitas críticas à produção.

Este editor tbm o assistiu, com cautela; podemos assegurar que é uma mega produção, bem dirigida, densa, focada nos detalhes, de enorme fôlego e que joga raios de luz e criticidade na suposta "armação" da facada (ou fakeada) que Adélio Bispo desferiu em Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora (MG), dia 06.09.2018 - após esse dia, o Bozo deixou de fazer campanha e se afundou na guerra ideológica contra seus "moinhos de vento" imaginários; e venceu as Eleições, no segundo turno, contra o petista Fernando Haddad.

INTEIRO TEOR. Veja o documentário conduzido pelo jornalista JOAQUIM DE CARVALHO, na íntegra, clicando AQUI

terça-feira, 7 de setembro de 2021

07 de set. 2021: tirem as suas crianças da sala (os cães "não podem" latir) (Post #779)

Se 20 milhões brasileiros(as) sem chances de conseguir emprego e de sustentar os seus (suas) não afeta você; se a comida, a vida das pessoas ou se a humilhação de ver as pessoas na fila do osso (pedindo osso para tentar "comer") não lhe afeta, então, pelo amor de Deus, vamos tentar puxar outro assunto.

Você acredita que nosso país tá doente? Não. Você acredita que milhares de pessoas perderam suas vidas em decorrência do Jair Bolsonaro? Não? Nem acredita que até milhares de suicídios se devem ao #B17 de 2018? Também não? Acredita que boa parte das pessoas que morreram, agonizando, sem ar, sem respirar, nas sala de socorro contra a Covid-19 (quando Bolsonaro fazia gestos de deboche sobre essas mortes...)? Também Não? Então, vamos falar sobre os vereadores(as) catarinenses.

Vamos desenhar, devagar, só um pouquinho; não se trata de um texto depreciativo acerca do povo de Santa Catarina, mesmo sabendo que há pesquisas que apontam que SC é um dos estados do BR onde as células nazistas são muito presentes (resultados de uma pesquisa...). Daí à multiplicação de conteúdos via internet é um passo; mas este texto, este que vc tá lendo, não objetiva entrar nesse mérito e nem menosprezar o povo de SC; estamos falando da ação de vereadores(as) do município de PENHA; veja:

Geral

SC: Vereadores aprovam lei que proíbe cachorro de latir; prefeito veta

(31.08.2020); Da Redação. Fonte: leia aqui (acesso em 07.09.2021)

 

O prefeito de Penha (SC), Aquiles da Costa (MDB), vetou uma lei aprovada por unanimidade na Câmara de Vereadores que previa multa de R$ 23 mil para os donos de animais barulhentos. Na prática, a lei proibia os cachorros de latirem. As informações são do NSC Total.

A proposta polêmica havia sido apresentada pelo vereador Everaldo Dal Posso (PL) e recebeu parecer favorável da procuradoria jurídica do Legislativo. O projeto mencionava perturbação ao sossego e também penaliza “gritaria e algazarra”, “profissão ruidosa” ou abuso de “instrumentos sonoros ou sinais acústicos”. De acordo com a assessoria da prefeitura de Penha, o prefeito não precisou entrar no mérito da proibição dos latidos. A lei foi barrada por “vício de origem”, por ser um tipo de regra que não pode ser iniciativa do Legislativo. Só o Executivo poderia propor algo assim. O veto deve ser lido em plenário nesta segunda-feira (31). A expectativa é que o veto seja mantido pelos vereadores.


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Menos importante do que isso, só as pessoas morrendo de fome (seja na fila do osso, ou não) e de desemprego, não é?

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Post #778: Padre Jucelino Neves no Projeto CPF's (Conversações Poéticas e Filosóficas)

Será que vc perdeu o exc. bate-papo de ontem, 31 de agosto, sobre as "crises" na Democracia? Falamos sobre a vida (política, governança, relações de poder etc.), de uma forma esperançosa e realista, com respaldo teórico, epistemológico, na Teologia, na Filosofia e nos estudos do campo do Direito; isso porque nosso Convidado Especial foi o padre Jucelino Neves, ex-Pároco na Igreja de Sant'Ana (em Igarapé-Miri, PA). Foi um rico e denso bate-papo, digno de um mui digno encerramento de mês. A atividade foi o Ep. #3 do Projeto Conversações Poéticas e Filosóficas do Incam (Instituto Caboclo da Amazônia), sob a coordenação dos sócio-fundadores Antonio Marcos Ferreira e Israel Fonseca Araújo.

Se perdeu ou se quer rever, está, aqui - na íntegra (pelo Facebook Poemeiro do Miri On-line): Live CPF's #3 com Padre Jucelino Neves 


Texto: Israel Araújo