terça-feira, 26 de novembro de 2019

Poema "EU SOU UNIVERSAL"

Prof. Israel Araújo (Academia Igarapemiriense de Letras)
Editor do Blog Poemeiro do Miri (poemeiro@hotmail.com)




Sou da paz, das beiradas dos rios,
amante das chuvas: da tarde e da noite;

Sou arremedo de citadino
Antes, veja eu um menino ribeirinho;

Sou das escolas e universidades,
públicas e “não” públicas.
Amigo do saber, amante da leitura,
Sou uma longa tentativa
                                   de estudante!

Homem que se deita
                                          com as cervejas
                                                                (as geladas, as quentes, nunca),
amigo das da terra paraense, passando
pelas mexicanas, inglesas,
chegando às alemães: andarilho em gelados goles.

Bebedor, ah, sim: de café;
constituído poeticamente
pelos sentidos do açaí amazônico.

Homem de fé e devoto da
simbologia dos peixes, (preda)devorador destes.

Humilde homem de ciência,
que nela sempre se inicia,
almejando sempre saber “mais”
(da educação, cultura, Filosofia, economia,
Literatura, política, futebol, religião, corrupção):
ser da memória, da história, constituído na alteridade.

Homem de fé, repito, e que luta contra
o assalto que muitos em nome dela,
fazem dos míseros recursos do
povo pobre deste Brasil:

                              inconformado
                                            ante essas barbaridades
(desejos de poder de uns poucos,
contra a pobreza e a extremidade desta, de muitos)!

Um arremedo de citadino
ser de fé, inconformado, um poeta
da palavra quase transparente; quase...

Homem que se irmana aos que

                                               sofrem, bebem, gostam das chuvas,
                                                    têm amor, lutam e têm esperança.

Eu sou um universal.

                              (26 nov. 2019)