quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Hoje (26): Live com especialistas faz o encerramento do curso "Faces e disfarces da política brasileira"

Nesta quarta-feira (26), às 19:30h na página "Poemeiro do Miri On-line" acontecerá a Aula pública derradeira do Curso de formação política 2022 deste Blog. O tema gerador definido é “FACES E DISFARCES DA POLÍTICA BRASILEIRA”. Na aula final, em formato de bate-papo (com professores doutores, PhD e mestres), vamos tratar dos três "Ds": DDD: Democracia, Dignidade e Decência - entre a liberdade de expressão e a crueldade das violências”, onde será debatido o cenário político e eleitoral brasileiro.

Divulgação da Live aula

Participantes. Convidados(as), a Aula terá como participantes/especialistas: Israel Araújo (professor, blogueiro e escritor. Doutorando em Letras; estuda mídias e imprensa x política; editor do Blog Poemeiro do Miri); Antonio Marcos Ferreira (professor, filósofo e poeta. Mestre em Sociedade e Governo, com ênfase em juventude x políticas públicas); Gilberto Araújo (professor na UFPA; PhD em Estudos do Discurso Midiático) e Raquel Lopes (Professora na UFPA. Dra. em Ciências Sociais/Antropologia).

Confira a íntegra do Curso 2022, no quadro a seguir.

Quadro-síntese do Curso de formação política 2022 do Blog Poemeiro do Miri. Tema gerador “FACES E DISFARCES DA POLÍTICA BRASILEIRA”

Data (hora)

Tema gerador da Aula

08/07/22

Aula #1: Amazônia em rios de sangue e resistência: (bio)políticas de abandono e NecroEstado

21/07/22

Aula #2: Democracia & poderes constituídos, no Brasil: gestão pública, espaços de poder e disputas políticas

04/08/22

Aula #3: Disfarces da política brasileira: “senador vitalício” é golpe na Democracia + infs. gerais sobre eleições 2022

18/08/22

Aula #4: Mulher e política. Gênero, resistência e eleições: táticas partidárias recorrentes (fraude institucional)

06/09/22

Aula #5: Política, eleições e mídia (imprensa e redes sociais): fake news e resistências em debates

26/10/22

Aula #6: DDD: Democracia, Dignidade e Decência - entre a liberdade de expressão e a crueldade das violências”

Cenário político e eleitoral brasileiro


Te aguardamos lá.

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Helder Barbalho é provocado por políticos de Vila Maiauatá, Igarapé-Miri: "inaugure + não peça votos"

Governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), tem compromisso em Igarapé-Miri para entregar obra de asfaltamento na PA-407, a "Rodovia do Açaí", mais conhecida como "estrada da Vila". Tbm entregará títulos e coletes balísticos; justamente neste dia 25 de out. 2022. Então, seria a hora de comemorar a conquista de uma espécie de "milagre" (pois parecia tipo impossível ter uma estrada digna) ou a realização de um "sonho" (ter a estrada asfaltada, pra gerar melhores condições de vida, escoar a produção de açaí, abastecer o comércio, estimular a instalação de agências bancárias e outras melhorias para a população maiauataense e da região). Mas se tornou gatilho de guerra eleitoral, anti-Lula ou em favor de Lula.

A FAIXA. Fontes deste Blog mandaram uma faixa que amanheceu instalada na entrada/saída de Vila Maiauatá, escrita ao estilo do PSDB e/ou de "pé de Boto" (toda em amarelo), onde tá escrito que Helder inaugure a estrada, mas não peça votos ao ex-Presidente Lula da Silva (PT). Essa agressividade é o ponto máximo das rinhas que as redes sociais estão apresentando, ao menos desde ontem (populares ligados à campanha de Lula, líder nas pesquisas há bem mais de um ano, incentivam a todos "irem de vermelho" à inauguração; os adeptos de Jair Bolsonaro incentivam as pessoas a irem "de verde e amarelo"). É como se Igarapé-Miri se sentisse bem nessa "Re x Pa" ou em seguir as lições de um ex-deputado que tenta matar 4 policiais federais e que ri, ao lado de um dos agentes, fazendo gracinhas com os resultados das granadas e dos cerca de 20 tiros desferidos contra os servidores públicos (inclusive, colegas de trabalho do outro, que ri ao lado do quase assassino).

Burraldice. Na faixa de agressões a Lula, o que se lê é "inaugure + não peça..."; ora, "mais" é uma coisa; "mas" é que é uma adversativa. Quem fez a revisão? Não sabemos; mas sabemos que o ódio é capaz de "cegar" a pessoa. Parece que obstrui a visão, literalmente (ao depois, eis que surge outra faixa, desta vez todo (re)vestida de azul e agradecetiva à família Barbalho, mas essa fica pra outra conversa).

Conselho é bom e conserva... Um bom conselho que uma pessoa não dominada pelo ódio (pessoal, político) a Lula e/ou ao Partido dos Trabalhadores(as) é que é preciso estudar um pouquinho, antes; assim, seria possível entender ou lembrar que a inauguração - feita pelo chefe de estado - é um ato que tem de se submeter às determinações da Constituição do Brasil. Nesse e em outros atos, os princípios da moralidade e da impessoalidade (Art. 37 - CF 1988) obrigam o chefe político a respeitar a todos os cidadãos (cidadãs); portanto, não se pede votos a A ou a B em um ato de inauguração de obras públicas, nem em outras circunstâncias.

Conselhos podem conservar a nossa face de passar vergonhas publicamente, pois, no fundo, no fundo a população de Igarapé-Miri sabe quem é o responsável por essa faixa deselegante e agressiva em relação ao governador que "resolveu" o problema dos alagamentos e dos horrores no dia-a-dia da população que precisa (há décadas) dessa rodovia estadual. O asfalto parece ser de péssima qualidade. O tempo dará respostas acerca disso. A ex-governadora Ana Júlia Carepa (PT) começou o asfaltamento dessa rodovia, mas problemas locais, impublicáveis, relacionados a políticos(as) do Miri interferiram e a população deixou de ter, já em 2009 ou 2010, a estrada asfaltada.

Pós-ato. Teve festa ao ar livre (sob escaldante "lua" amazônica) ao som da festejada Banda Pérola Negra. Imagens da festa circularam aos montes, em status e outros espaços, com muita alegria, uma imensa maioria de apoiadores(as) lulistas e poucos bolsonaristas (segundo as imgs permitiam identificar). No auge da diversão, a banda tocava a conhecida marchinha de campanha "Tá na hora do Jair, Tá na hora do Jair, Jair embora; arruma tuas malas, dá no pé e vá simbora" : pareceu até estranho, mas ficou divertido (quer ouvir o hit "Tá na hora do Jair..."? clique aqui).

Enfim; não sabemos se podemos confiar na qualidade dos trabalhos de asfalto nessa rodovia, mas é nítido que o governador filho de Jader Barbalho (MDB) está bem engajado na campanha lulista, no Pará. Em Vila Maiauatá, e segundo o professor José Jr. (blogueiro e analista político, formado em administração pública), Lula obteve 2.595 votos, ao passo que Bolsonaro conquistou apenas 1.257.

Votação 2022, em Vila Maiauatá (Igarapé-Miri, PA), primeiro turno (elaboração: prof. José Jr.)

Parece que vem mais vergonhas aí, pela frente .

___________________________

Israel Fonseca Araújo (editor, fundador). Academia Igarapemiriense de Letras (AIL).

sábado, 8 de outubro de 2022

Mal-vindo ao Círio de Nazaré, seu...!

A notícia de que o Círio de Nazaré 2022 estaria em vias de ser usado eleitoralmente pelo candidato Jair Bolsonaro (PL) causou profunda revolta, repulsa no meio católico/cristão, paraense; entre lideranças políticas, tbm. A tática política/eleitoreira de Jair seria a já famosa "farra" da motociata, regada a muitos gastos em dinheiro e estrutura pública de segurança (que custa outros tantos milhares de reais do povo do Pará.

Isso, enquanto a população fica a mercê da insegurança, sobretudo em áreas de periferia); enquanto morriam milhares na pandemia e enquanto Manaus (AM) morria sem ar, eram a motociata, a jegueata e o jet ski suas principais diversões e veículos de gozos compartilhados (com militares, sobretudo, sempre um às costas). Nesse cenário de indignações, o povo católico e militantes antibolsonaristas saíram às redes sociais para denunciar esse possível abuso contra o povo católico paraense.

Autoridades civis e religiosas também saíram a público. Governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), disse que o "Círio é intocável e nenhum político pode se apropriar dele", em referência velada ao pai do Carluxo. Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), falou em suas redes sociais que, como "autoridade máxima" na cidade de Belém (PA), estava "indignado" com a possibilidade de "uso político", eleitoreiro de uma festa religiosa, popular que tem bem mais de dois séculos de existência (são 230 anos) - e que nunca tinha sido palco de eventos políticos, eleitoreiros dentro de suas romarias, acrescente-se.

Já o arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, se pronunciou em Nota oficial da Arquidiocese, defendendo a liberdade de "qualquer cidadão ou cidadã" participar dos Eventos do Círio de Nazaré; mas destacou que "não desejamos e nem permitimos qualquer utilização de caráter político ou partidário" nas atividades do Círio, o que inclui centralmente as procissões (para quem não sabe: as procissões são dos momentos de maior intensidade da vivência de fé pelas pessoas, no meio católico, ao lado das missas e celebrações).

Ex-Presidente Lula (PT). Também candidato em período eleitoral (campanha), Lula não veio a Belém e explicou, via redes sociais, o motivo. Lula da Silva disse, há cerca de 4 dias, que o governador do Pará o convidou para vim a Belém e participar deste Círio de Nazaré, afirmou que um de seus "maiores sonhos" é participar do Círio, mas que não viria porque "iriam dizer" que ele estaria usando o momento, o ambiente para "fazer política" (aspas por conta de expressões usadas por Lula). Católico de uma vida toda e muito querido pela maioria do povo do Pará (Lula obteve 2.443.730 votos, contra 1.884.673 de Jair Bolsonaro; ou seja, 559.057 votos a mais, em favor de Lula), Lula da Silva se priva dessa experiência de fé, ao que tudo indica, por respeito à fé desse povo ou a esse povo, em linhas gerais; ao contrário de...

Com a palavra, filósofos(as) que estudam ética e política. Mas, que o Brasil tá muito dividido e que as posturas podem parecer muito conflitantes, ah, isso está.

______________

Israel Fonseca Araújo, professor e escritor. Academia Igarapemiriense de Letras (AIL); poemeiro@hotmail.com

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Comparando Bolsonaro e Lula (2006, 2018 e 2022): breve análise de forças políticas/eleitorais

O resultado das eleições 2022 deixou muitos brasileiros boquiabertos(as). Por quê? Porque grande parte dos eleitores e cidadãos/cidadãs aguardavam Lula (PT) bem distante de Jair Bolsonaro (PL) em termos percentuais, após as apurações. Mais que isso: esperava-se, em razão de estudos sérios e pesquisas de grande credibilidade, que o atual presidente do Brasil ficasse perto dos 36% ou de uns 38% de votos; já para Lula o esperado estava em torno de 48% e chegando a 50% (em pesquisa de maior credibilidade histórica no Brasil, Lula tinha uma "intenção" de votos válidos de 50% e Bolsonaro chegava a 36%; confira nesta publicação do Correio Braziliense).

Conforme dito, foram estudos, entrevistas feitas há dois ou três dias da hora do voto. Os resultados de apuração finalizada indicaram: Lula (PT) 48,43% e Jair Bolsonaro (PL) com 43,20%. Detalhe mais relevante, ainda: muitos cidadãos bolsonaristas se recusaram a participar de pesquisas e não responderam aos Questionários (isso prejudica a organização dos dados, claro, pois a intenção bolsonarista se torna menos apreendida nas pesquisas); pior: teve pesquisador(a) agredido por bolsonarista, nas ruas.

O que aconteceu? Informações de bastidores dão conta de que muita coisa (impublicável, aqui rsrsrs) aconteceu, sobretudo nos grupos e listas de transmissões de "zap-zap" e outras redes; que muita tempestade de recursos financeiros foi produzida nos últimos momentos, antes do voto (principal fake news e crime virtual produzidos foram, segundo as fontes, posts afirmando que a campanha petista seria apoiada pelo crime organizado; teve outras estratégias mais ligadas a táticas de milhares ou milhões de lideranças religiosas cristãs contra Lula da Silva - vistas a olho nu, em nossas cidades zinhas e em outros territórios, principalmente no sábado e na manhã de domingo). Ou seja, tem as questões ligadas à comunicação política (e fraudes nesse campo, que forma um dos carros-chefe dessa rede de relações políticas), as questões financeiras (próprio governo Bolsonaro mexeu muito nesse campo) e estruturas (políticas, econômicas) de instituições religiosas e suas bilionárias lideranças.

Mas pra quem entende de eleições (e isso se relaciona à política; mas política não se resume às eleições) bem sabe que o abuso de poder econômico é o que determina certas viradas nas intenções dos eleitores, auxiliado por outros fatores (uns citados aqui); as fake news podem, a se estudar a questão, ter mais eficiência maléfica do que o dinheiro (mas talvez seja cedo pra cogitar isso, pois a grana é fenômeno eleitoral de séculos, já notícias falsas nos meios digitais/comunicacionais têm perto de 15 anos).

Outras possibilidades de entender a questão (subida de Bolsonaro, em relação às pesquisas) passam por: a) Bolsonaro já teria recebido, no último dia 2, votos úteis de Ciro Gomes (PDT), de Simone Tebet (MDB) e de Soraya (União), por ex. Voto útil, nesse caso, seria voto antipetista e/ou anti Lula. Isso teria aumentado bem a votação bolsonarista; b) as notícias fraudulentas, das quais já falamos aqui, além do fenômeno popular, econômico e sociológico mais complexo e violento que é essa atuação de instituições religiosas.

LULA SAIU FORTALECIDO. BOLSONARO DEU SINAIS DE "fraquejar". Observe o breve estudo que fizemos, sintetizado abaixo:

Com 100% das urnas do 1º turno apuradas, o ex-presidente Lula da Silva (PT) tem, exatamente, a mesma força das eleições de 2006, quando ele estava presidente. Portanto, sua força eleitoral segue gigantesca, mesmo sem ele estar nas urnas desde esse pleito (e ainda foi preso, respondeu a quase trinta processos, venceu praticamente todos etc.). No entanto, a comunicação petista, psolista, do PC do B (e partidos próximos), dos movimentos sociais, sindicais e populares não consegue furar certas bolhas e isso significa dizer que até Lula enfrenta teto de votos (isso é normal, em termos eleitorais). Comparando Lula e Bolsonaro, e expondo os resultados de 2018 (quando Haddad concorreu), temos a seguinte realidade:


Lula da Silva

Jair Bolsonaro

Geraldo Alckmin

2022 (PT)

(48,43%)

2022 (PL)

43,20%


xx

2018 (PT)

Haddad (29,28%)

2018 (PSL)

(46,03 %)

 

xx

2006 (PT)

(48,60%)


xxx

PSDB

41,63%

O que se mostrou diferente, ou se vc preferir "estranho", entre 2006, 2018 e 2022 é que neste ano Jair Bolsonaro está “presidente”, ou seja, está no cargo e distribuindo milhões de reais para populações em grande vulnerabilidade social (p. ex., Brasil voltou ao Mapa da Fome), em termos de Aux. Brasil e outras estratégias; Jair também tem uma super máquina estatal, midiática e política nas mãos: não se esqueça de mais de metade do Congresso Nacional, nas suas mãos, em seu colo, via o famigerado Centrão.

Mesmo assim, Bolso ficou longe de Lula 5,2 pontos percentuais (mais de 6 milhões e 100 mil votos). Curiosidade: em 2006, Lula estava presidente e, no segundo turno, seu concorrente (Alckmin) obteve bem menos votos do que no primeiro turno (não cremos que isso se daria com Bolsonaro, dia 30 deste).

No cargo em 2022, Jair Bolsonaro conquistou 43,2% dos votos (demonstrou bem menos força eleitoral do que Lula, em 2006, quando este obteve 48,6% das preferências). Pensando um pouco mais tática e profundamente, sugerimos que a comparação mais coerente seria entre as votações de Lula (2022) e de Alckmin (2006), pois Lula é oposição em 2022 e Alckmin era oposição em 2006; assim, os resultados mostram 48,43% (Lula) e 41,63% (Alckmin). Ou seja, a força política/eleitoral de Lula é indiscutível, inegável.

_______________

prof. Israel Araújo (editor, fundador); poemeiro@hotmail.com

Editado em 10.10.22, às 11:10h