Poesias & similares

Seguem algumas produções de perfil poético/literário: (Biografia e perfil profissional, ao final desta página)


Às vezes, até o viver é um ato de coragem
(Sênecafilósofo romano)

#Com_Poesia:




A CIDADE VAZANTE


Os dias da Semana Santa me eram do tipo comum; nada de mudanças, posto que o dinheiro pode proibir sonhos dos infantis muito pobres. Nem ideia de "páscoa" como metonímia de gostos e formas achocolatados, nem fartura de comidas nesses dias, nem viagens do tipo badaladas.
Mas havia opções. Ou era ficar na morada de um rio, o Murutipucu, ou era ir de casco, e remando, até o outro, o Mamangal-Grande; neste caso, sim, era o mesmo que viajar, ainda que quase sem "sair" do lugar. Mas a vida era boa e havia as escassas alegrias de crianças. Estas eram adultos em miniatura, dada a carga de responsabilidades que às mesmas eram imputadas, desde o pós-fraldas.
A Semana tinha muito de santidade no sentido de freios e interdições inscritos pela religiosidade cristã católica - no nosso caso; mas a rotina se mantinha um pouco inalterada, pois a vida nos rios da Amazônia brasileira sempre foi, e é, em muito, ditada pelo curso das águas, das luas, de enchentes e vazantes. Repiquetes e remansos são resistências; mas isso se explica noutro dia.
A força das águas, sempre com os lançantes na Semana, invariavelmente se fez metáfora de contemplações e disse o que dava pra fazer (gapuiar, ou não; pescar com matapis, ou não; fazer uma viagem remando, ou não etc.). Essa gramática do viver ribeirinho só se mostrou saliente quando, mais alternadamente, saí dele e a ele voltei, sem de mim ele se sair. Dado esse deslocamento, já é na cidade que percebo o pulsar dessa vida via rios, nos rios.
A cidade de Igarapé-Miri, no Pará, é, sim, ribeirinha; rios e marés a ela se mostram, a envolvem ou alagam e mexem em suas gentes.
É por isso que, na Semana Santa do urbano miriense, a cidade se mostra em um curso de vazante. A maré leva, a favor ou contra, parte de suas gentes para os "interiores" e os insere nos igarapés, nos rios, nos furos...
A Semana Santa, na nossa cidade, empodera os rios e leva parte da população; em fração de um dia ou em horas, posso ver a cidade vazante, secando, para voltar, na segunda, com uma força de enchente.

27 de março de 2024
(Israel Fonseca Araújo, professor e escritor; doutor em Letras)



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Açu, o Meruú [poema]

(Israel Araújo, AIL)

 

O Meruú treme, rebuja

geme, sofre

                          se contorce

pulsa, esperneia

                          serpenteia

sua, vibra.

 

Corre, faz zumbidos

incomoda

                  como mosca grande,

                          Açu.

 

O Meruú, por cima,

voando.

Por baixo,

ensopando, molhando, afogando.

Em seu mover, capaz, sagaz

traz a vida

                          faz a vida

Com vida.

 

Incorpora-se, na gente,

Quente, sente, segue em frente.

O Meruú faz, na gente,

um acalento quente, envolvente

Dor mente.

                      (nov e dez./2023)



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MEU BEBÊ

(Dora Pantoja*)

  

Quando surgiu em meu ventre

O coração começou a bater

Você mexia em minha barriga

E a minha emoção ao perceber,

Chorei e sofri, por tanto medo de te perder

Eu te amo meu filho, ah como eu amo você!

 

Dia 25 de novembro, eu foi é lhe ter

Ansiosa e com medo, eu pensava em você.

 

E no desvario do meu medo

Fiquei feliz em lhe ver

Até hoje me lembro

Como foi bom lhe conhecer.

 

Você é o amor da minha vida,

Nunca quero te perder.

Meu Ramon filho lindo

Ah como eu AMO você!

 

Quando você adoeceu

Meu coração pôs-se a sangrar

Queria vê-lo bem

Queria vê-lo a melhorar!

 

E num descuido sombril

Eu comecei a chorar

Queria lhe vê-lo bem

Queria vê-lo a melhorar.

 

Você faz parte de mim,

Meu pedacinho de gente

Sou grata e feliz, porq…

 

 O meu coração arde

E arde com dor

Por causa de tanta insegurança 

E tanto desamor

 

Hoje estou triste

Amanhã já não sei mais

Dos dias que me restam

Espero viver em paz

 

Eu tô bem

E tô triste

As vezes bem

As vezes mal


Por um mundo sombrio

Que me assombra

Me castiga

Sem pena

Sem aval

 

 O meu coração palpita

Sangra, chora e suplica

Por uma ansiedade grande

Que em mim habita.

 (-------------- Fim --------------)


* Dora Pantoja, poetisa de Igarapé-Miri, PA, é professora e tem Graduação em Letras (Língua Portuguesa) pela Universidade Federal do Pará.

               

Dia 8/M (de lutar e superar)

Israel Fonseca Araújo (08.mar.22)

Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)



Não te contenta

com o “Feliz dia” da Mulher

nem com as flores ou o café

de quem te agride nos

outros 364-D

 

não deixe a simbologia

deste dia

cessar tua rebel

                           Dia

(no amor, no suor, na cerveja,

na fé, no sexo e na boniteza)

 

não saia das lutas,

não fuja dos livros,

não te afastes do trabalho,

do dinheiro, das canetas

e dos há-abraços

da empatia, da solidariedade

e da correria

 

firme-se no espírito crítico,

na fé, nas denúncias

e na confissão,

na ilusão, na balbúrdia

e na confusão

 

(para que outras de vocês não

venham, literalmente, a morrer)

(Fim)




Poema Servir


Ser entre os demais, servir, socorrer

E promover o acesso aos serviços, aos bens, aos direitos

Receber a todos, todas, todes: atender, ajudar

Volver suas forças, por décadas, aos

Irmãos e irmãs, tantos sem sangue algum

Dedicar-se, por horas diárias, rotineiramente

Organizar seu tempo e sua vida em

Razão das necessidades de outrem (constância do agir)

 

Para poder cumprir, sim, sim,

Um dever de fazer, dever de ofício; deve ser

Bem feito (o trabalho), bem feita (a escolha)

Logicamente que pode ou não (fazer com)

Integridade, dedicação e impessoalidade (mas deve, deve)

Canalizar saberes e emoções em razão de um

Organizar, servilmente, a vida de (des)conhecidos

(Ah) mas mantendo seus direitos de ter dignidade humana


(28.out.2021)

(Fim)




(quinta-feira, 12 de agosto de 2021)

I : Instância Inicial

 

Sua tarefa social era

                         A de servir ao povo:

ele era um servidor,

                              Não um desertor

 

Juntou-$e a criminosos,

Golpistas, lesapatristas e ladrões

Praticou o mal, pois ao "Lula"

almejava

                   impôr pena política capital

 

Por rinha política e prática

                                        Golpista,

Envergonhou os justos da Justiça,

Destruiu reputações e

produziu injustiças às prisões

 

Ensandecido em sua sede

                                  de dinheiro e poder,

Com o “mito” Bolso Naro

                                  foi se meter;

 

Foi algoz de um idoso

e de uma mulher decente,

                                        honesta,

Até áudios ilegais divulgou desta

                        Juntou-se à banda podre

da Imprensa, das Forças Armadas,

                                        Desalmadas...

para sua amada “conge” buscava recompen$a

 (...)

Vendo isso tudo, o povo só dizia:

 

“Esse mar-reco não presta,

Ele é sujo e o símbolo de ladrão

Tá tatuado na sua testa”.

 

II : Recursais (tecendo...)


Sua fala de defesa é uma

                        insana locução, armação

tecida nos tele grans da vida;

sua voz soa como uma

                                destemida agressão

à sagrada Constituição; seu dizer é uma

                                          armação,

Seus sentidos, pobre enrolAção.

_______________________________

Poema-narração, gestado à luz das obras de ficção, é uma criação literária e se ampara na sabedoria popular.

Criador: Israel Araújo e quem mais ajudar.

   24/06/2021 (em diante)

("Fim")


PROCURA-SE

Israel Fonseca Araújo

             

Um encontro leve, uma alma

diferentemente bonita,

um corpo transgressor, mas dócil:

capazes de nos segurar,

fazer crescer e construir bonitezas

Um amor não culposo,

           nunca doloso,

[...]


Poema "PROCURA-SE", vindo ao forno e dele saído, hj; para a íntegra, Clique aqui



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Gênesis Silva & Elaine Oliveira

(Israel AraújoTributo deste Blog, 17/04/2021)

 

Genial era o nosso amigo

Em tudo que fazia,

Nunca deixou o sorriso afastar-se dele

Era, mesmo, a criatividade em pessoa!

Sua amizade e solidariedade eram

Ímpar, uma “coisa”

Sem igual, irreverente e contagiante.

 

Suas boas ações em nós ficam,

Irmanadas, inscritas e

Límpidas, assim como os

Ventos que são toques de

Amor nos que sabem amar.

 

&

 

Ela era, pra mim, um ícone de

Leveza, alegria, afeição e de

Amabilidade; uma pessoa radiante,

Inteligente, sensível, cheia de vida.

Nela, eu via o tom da

Elegância, da juventude e do amor a tod@s.

 

Oh, meu Deus! Como se foi, tão

Linda e jovem!, tantos planos

Inscritos nos anos de estudos,

Vivendo a profundidade das Letras

E a perspectiva ampla da linguagem humana!

Isso, perdão, Senhor, é duro demais.

Resistimos, sim, e esse flagelo, mas

Ainda não temos a devida força pra segurar...

 

Prestativos, demasiado humanos e

Resistentes, nossos jovens

Estão, agora, nos braços do Pai.

Serão luzes pra nossos passos

Energia para o

Não desistirmos fácil, mesmo diante do

Temível e terrível

Elemento invisível, cruel; olhem, irmãos,

Somos partes de todos nós; tenhamos forças!


(Israel Araújo, da Academia Igarapemiriense de Letras (AIL); poemeiro@hotmail.com)


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9 de março (crônica) 

Sábado de dia, era tempo de ir visitar meu maior encanto – não maternal – nesta terra; minha avó, Carmozinha, minha tentação-mor. Era bravo inverno amazônico de 1997. Visitá-la era reabastecer-me de vida, visitar meu crescimento e minha infância. Era conversar dia inteiro com ela, saber de tudo do nosso rio Murutipucu. Era perceber como, no presente, andava o meu passado. Era ir, de casco a remo, perfazendo as cinturas do rio Mamangal-Grande, ladeando o Furo do Valério. Assim foi, naquele sábado, 08 de março; assim aconteceu, até perto do fim zinho da tarde.

Logo chegando ao porto então atual, caía a noite e, pouco à frente, vieram sinais de que a vida teria de mudar, desde esse 9 de março até o sempre. Por isso, a apressada viagem de “pô pô pô”, até a cidade igarapemiriense, se fez em torno de 23h e o aviso mágico - revestido pelos saberes médicos, legitimados, saiu perto de 02h15min: aí, sim, depois de ver a vida estendida, externada fora mim (em 3,8kg), foi preciso vivenciar a boa ansiedade e a insônia boa. Por ser tão bem agradado à língua italiana (mas sem baratos colonialismos ou subserviências), seu nome saiu assim: Giovanni.

Como dormir, nessas situações? Como se faz um “governo de si” tal que a pessoa possa, depois desse estalo, fazer a resistência contra a própria incontrolável emoção? As boas insônias... como se esticaram, ou querem se esticar.

Ora, amig@s camaradas, de minha parte, não tenho interesse algum em, nos dias 9 de março, ser bem “governado”, “controlado” ou “comedido”.


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Poema: Balsa com os Candidatos Desesperados

(Cordel des-cordelizado)

Israel Araújo

(Academia Igarapemiriense de Letras; 24 de outubro de 2020)


I 

Eleição complicada...

como esta eu nunca vi

na terra de Sant’Ana

que é Igarapé-Miri

nada diferente

de Santa Cruz do Arari,

onde tem candidato que goza,

tem candidato que chora,

tem candidato que enrola

e tem candidato que ri;

mas o gozo ou choro

(de verdade)

será dia 15 de novembro

na Capital Mundial do Açaí

e noutros lugares, por aí.


II 

Falando somente

em quem quer a Prefeitura,

sabemos que tem 12 pessoas

com lugar cativo

na obra A Balsa dos Derrotados

a ser feita

pelo poeta Maelson Machado

que, de Manoel Machado,

é um pupilo e amigo.

 

III

A Prefeitura não é uma “vaca leiteira”,

mas dela tantos querem a Cadeira!!,

e, por isso, até intelectuais

já pensam em largar carreira,

tudo isso por se pensar

que governar pode se feito

como uma chuva (de Belém) passageira.

 

IV

Só que o medo dos sérios

é herdar o famoso rombo

                             no lombo,

já que é sábio que

depois do mandato

vem o MP, a CGU

e a PF trazendo o mandado

            com a intimação;

nada como um jogo de curtição,

mas, sim, uma aparente alucinação

que faz até iluminados

e advogados

burlarem a Licitação.

 

V

A eleição é tão estranha

que muitos candidatos

nem cartaz têm,

nem diz pra que vem

e o povo fica pensando:

“Ah, esse de governar não é capaz”

já a Justiça se finge de morta

passando a imagem de que não tá

nem e nem!

Mas, lá no fundo,

a de cara cega diz:

"vem e vem que o que é teu

só aqui tem".


VI

Tem uns que dizem

"Ah, isso é papo furado,

isso é conversa fiada",

outros até falam que

que "isso é tudo mentira".

Mas da minha cabeça

ninguém tira:

Isso é sarda pra se coçar,

é corda pra se enforcar

e é curuba pra se ensaboar.


(sempre em construção)

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Poema Fé com Sant'Ana
Israel Fonseca Araújo
(Academia Igarapemiriense de Letras-AIL)


Fé na vida
E crença,
Sempre firme em Deus, Pai misericordioso, justo e amoroso
Tens, em ti,
Indiscutível
Valor diante de Deus,
Incomparável
Dedicação
A todos nós, que te seguimos
Desde à terna infância
E por toda nossa vivência de Fé e amor.

Deus-Pai, bondoso e misericordioso,
Em ti buscamos socorro e conforto à alma.

Salve e se destaque
A mãe da mãe de Jesus Cristo,
Nossa avó inspiradora,
Ternura e ícone
A nos orientar
Nos caminhos da fé cristã, católica, e
A nos conduzir nos caminhos indicados por Jesus.

                         (23 de julho de 2020)

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Poesia do Aniversário
(Igarapé-Miri num soneto desajeitado)
(Israel Araújo, 20.05.2020)


Sei que já fostes a terra dos canaviais
e que já houve um tempo mais pujante,
era cachaças, e que já diminuiu o tamanho
das olarias, serrarias e seringais.

Desde tempos, és a terra de Sant’ana,
Mãe protetora dos devotos
que assim acreditam nos milagres lá do alto
e que, pela fé, assim tanta gente se irmana.

Mas já te chamaram de “minha cidade”
num gesto claro de necro-falsa-lenda
num claro gesto de egoísmo e de maldade.

Sendo que és, sem dúvida, uma cidade de poesia,
uma terra de trabalho, amor, lutas,
respeito, crenças, lendas e harmonia.


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Poema “Fique em casa”: e se não tiver casa?


A chamada “Fique em casa”
não funciona diante
                      de um não-ter-casa.

A pergunta: se não se tem casa,
fica-se onde?
parece a ponta da lança
a golpear os podres poderosos;
As perguntas
Onde tá o lugar do “ficar”?
De onde vem os sentidos
que não têm sentido?

vão muito além
de um efeito de transição
e chegam a ser
                uma forçada transa:

                                          um exato estupro – nas dignidades.

(07 maio 2020)

(Fim)





POETA DA REBELDIA


Confundir a tirania
com autonomia
é uma anomalia
na nossa democracia
e é coisa que tanto se faz, hoje em dia!

Tanto eles falam do ir e vir
esquecendo que o homem, em devir,
é quem traça os rumos a seguir,
é quem busca suas metas, ao seguir
seus passos, e os seus objetivos perseguir.

Um poeta, com sua rebeldia,
não desiste de viver a alegria
de buscar o sorriso, dia a dia,
de trilhar os caminhos da harmonia
e de denunciar, no outro, a patifaria.

O poeta, com sua lealdade,
quer a vida com os seus, na amizade,
busca o gozo íntimo, a felicidade,
quer afastar de si a falsidade
e bem viver, dignamente, na cidade.


(08 maio 2020)



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POEMA "EU SOU UNIVERSAL"


Sou da paz, das beiradas dos rios,
amante das chuvas: da tarde e da noite;

Sou arremedo de citadino;
Antes, veja eu um menino ribeirinho;

Sou das escolas e universidades,
públicas e “não” públicas.
Amigo do saber, amante da leitura,
Sou uma longa tentativa
                                   de estudante!

Homem que se deita
                                          com as cervejas
                                                                (as geladas, as quentes, nunca),
amigo daquelas paraenses, passando
pelas mexicanas, inglesas,
chegando às alemães: andarilho em gelados goles.

Bebedor, ah, sim: de café;
um sujeito
constituído, poeticamente,
pelos sentidos do açaí amazônico.

Homem de fé e devoto da
simbologia dos peixes, (preda)devorador destes.

Humilde homem de ciência,
que nela sempre se inicia,
almejando sempre saber “mais”
(da educação, cultura, Filosofia, economia,
Literatura, política, futebol, religião, corrupção):
ser da memória, da história,
Ser...
constituído na alteridade.

Homem de fé, repito, e que luta contra
o assalto que muitos, em nome dela,
fazem dos míseros recursos do
povo pobre deste Brasil:

                              inconformado
                                            ante essas barbaridades
(desejos de poder de uns poucos,
contra a pobreza e a extremidade desta, de muitos)!

Um arremedo de citadino
ser de fé, inconformado; um poeta
da palavra quase transparente; quase...

Homem que se irmana aos que

                                               sofrem, bebem, gostam das chuvas,
                                                    têm amor, lutam e têm esperança.

Eu sou um universal.

                              (26 nov. 2019)


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Poema BITOCA
(Destino certo)
                              Israel Araújo


O beijo é
uma outra forma
          de dizer "tchau",

É uma maneira
de dizer:
              "Dorme bem, tá?!!

É um outro jeito
           de falar:

           "Boa noite” ou “tenha um liiindo diiiiia!!"

É outra maneira
       de falar: "Vamos conversar, tá bom?!!"

É, ainda, outra maneira de
                       terminar uma
                       Briga, de reatar uma União!

É uma maneira genial
                       de pedir:

                      "Por favor, não vá! Não vá!, Não vá!: eu te peço!"

É um jeito mágico
                de pedir:
              "Tire as roupas!! Tire, tire...!"

É uma forma sublime de abrir o peito,
               De desabafar:
              "magistral, demais: foi demais!"

É uma outra maneira
             de falar, de pedir,
             suplicar, e de várias formas.


                         (28.09.2019)


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(Sem Título, sem palavras

Grande brother, faz um esperto governo de si
Inteligente, gente boa, exc coração...
O amado que saiu do íntimo de mim: minha extensão!
Vida, sem anagrama inscrito no papel
Aquele que me faz estudar, sempre!!
Não se curva às tantas dificuldades: persistente!!
Não aceita as injustiças, o racismo e a corrupção 
Inteligente de nascimento, dedicado a aprender!



P.S.: 09 de março de 2019. Feliz aniversário, sempre muita paz, saúde, conquistas, realizações.



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O roubo do gato morto
(Crônica aguda)

Israel Araújo (Professor, poeta)


Se se diz que é verdade ou mentira, importa pouco, e pode mesmo ser coisa de “pouco gosto”. É preciso contar o que não deve ser escondido, claro.

__ Ela já saiu com a “coisa”, pra jogar na rua, pro carro do lixo.
__ Ainda bem, retruca a vizinha, já incomodada com o que poderia advir dali.

Nada de tão sério assim, mas, em terra de amputados, quem tem uma perna... já viu! Verdade é coisa de relativismos, pensa, às vezes, a vizinha do lado. “Mas ainda bem que ela foi jogar fora o bicho”, resmunga.

__ Nesta vida, vivem inventando coisas. A tal da “modernidade”, vizinha. Veja a senhora se isto tem cabimento. Guardar uma coisa dessas na própria casa...?

__ Cruz Credo!, retruca a outra.

Mas quem pensa em tudo levar vantagem, bem, quem pensa assim vez ou outra entra pelo...

Era já pra bem depois das nove, medo de o caminhão do lixo passar e o “bicho” ficar pra trás, de não ser levado.

__ Tenho de despachar logo, logo isto. (“E a agente vive é arrumando para cara da gente, mesmo”, pensa consigo)

Assim que saiu de sua casa, sacolas da “Y. Yamada” às mãos, (já falecida, essa) o tal “bicho” segue pra ser jogado ao destino final, aquele que ninguém sabe para onde vai, mas todo vê no crescimento dos entulhos, a olhos nus nas nossas cidades. O “bicho” já quase chegado às latas derradeiras.

__ Pode passá já pra cá esse troço, p***, que tu já deveu!

E assim lá se foi o gato morto, de dois dias, que dona Maria queria jogar por fim no caminhão do lixo.

Essas tais de “modernidades”.

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Um primeiro Poema, de minha autoria, lançado em formado de áudio-poesia (integra a Coletânea de 27 Poemas, de Antonio Marcos e Israel, reunidos no CD "VOZ DE POESIA: Poemas em Contrastes", desses poetas (Estúdio JM):

Prosa-Poema "BANCÁRIOS": discussão sobre quem tem grana



Poema DECRETO DAS SENTIMENTALIDADES (Tributo ao sindicalista e líder comunitário Manoel Luiz Ferreira Fonseca)

Crônica (micro-conto) A HISTÓRIA DO MOTEL COM A ESCOLA

Uma Croniquinha sobre Chico Anysio, Escolinha do "Prof. Raimundo" e outras notas



DENTRO
(Israel Araújo, Poemeiro do Miri)


Um corpo imerso
                                   em outro corpo,
Um TRANSitar (como furar),
Estar em um furo.
Ser, seguir
como dois em um só
                                   sendo.

Sensação, ação.
Caminhar, embrulhar-se, em nós
Entrar, ficar,
                                   não querer sair.

(04/01/17)


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PAIS (MÃES) E FILHOS
e não só isso
(Vocábulos ao acaso)



             Abandonar
Abdicar
Requerer
Esperar
Esquecer
Sofrer
Amanhecer
Carinho
Afeto
Abrigo
Aconchego
Dor
Alegria
Paixão
Solidão
Petição
Pensão
Separação
Reencontro
15 anos
Casamento
Lua-de-mel
Escolas
Lições
Complicações
Quebrantos
Ciúmes
Amor


(reticências)

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Cautela “Bebum”
Israel Araújo
 (Academia Igarapemiriense de Letras)



Sempre depois da noite,
a madrugada
já era bem chegada
E, com ela, a cautela
(ao extremo, extremada).

A panela de pressão à mostra
Dormia com a casa toda;
O sapato era seu cuidado todo (e doido)
A superproteção, moda atual:
Não houve jeito, calçado guardado
Panela adentro, com os cuidados da tampa.


Sono garantido.


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AQUI
(Quase fora de moda)
Israel Araújo

#Partiu

Sem jamais
sair deste lugar.

(22 de out 2014)


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"CHAVES"... VIVE!
(Tributo ao menino que nunca desiste)
Israel F. Araújo


Quem constrói...
(alegrias) e nos faz
Sempre
voltar à Infância
nunca morre:
Isso, isso, isso.

Tinha que ser...
(Eu mesmo)

Simplicidade que a tudo
parecia superar;
Esperanças fincadas
em mínimas certezas:
um sanduíche, uma bala...

(o presunto, o pirulito
nada são e nada serão
ante à nostalgia causada
por “quase-nada”):
Isso, isso, isso.

Tinha que ser...
(Eu mesmo)

Nada de heroísmos à
custa de violências baratas:
faça-se a Alegria com
as Pequenas coisas,
seja a vida marcada pelas simples coisas.
Isso, isso, isso.

Tinha que ser...


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DOR
(Sem direito à pena)
Israel Araújo

A dor, ininterrupta, é companheira
de uma vida inteira.

Não por opção,
mas por força
de uma dominação que


não se mede humanamente.

E é ela

que exige a Síntese.


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TIROS PEDAGÓGICOS


(Israel Araújo)


O casal passou, união à mostra,
mas como quem passa sem ter ali estado.
A observação, esta letal, fora feita. Ali mesmo.
(...)
Dia depois, a passagem; pela união, os tiros:


"Pohhhh"


"Pohhhh"

__ Tu tá andando com gente errada.

Duas pernas, caminhos de amor,


inertes


incapazes de seguir avante.

Tá ensinado, à prova de carne e de (des)afeto.


                                                        (17 de out 2014)


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TRÂNSITO
(Israel Araújo)


Em meio a um Trânsito louco

                  Transitei
Transportei-me

                                      Para dentre de Você.


(...)
                                                  (2005)

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Eleitorais (Criminosos)
Israel Araújo


Uma pessoa, pobre
E de humilde família,
Porque tresloucada
Comete um Crime.

Réu primário, fiança a seu favor

Uma “autoridade” é informada
(e cientificada) de tudo:
E paga a Fiança;

Liberto o homem:
 muitos votos a mais na conta
(da outra), anos depois.

Os resultados são consciências tranquilas:
a de quem cometeu o Crime
e a de quem cometeu o outro, o segundo.



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UMAS E OUTRAS
(Israel Araújo)


Faz-se de tudo nesta vida,
inclusive o que ninguém vê ou sente:
faz-se o amor e a guerra,
mas o primeiro parece estar
suplantado pelo segundo.
Faz-se a caridade e a injustiça,
mas a caridade está submersa
nos prantos causados pelos atos dos injustos.
Faz-se grandes ações e coisa nenhuma
E só consigo ver a coisa nenhuma.



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INFINITIVO SONETADO


  (Israel Fonseca Araújo)



Escutar além do horizonte,
enxergar o que os ouvidos não podem ver,

acariciar as ilusões da alma

e tatear a sensibilidade do coração.



Despir a verdade que os mentirosos contam,

ladear a ausência de teu corpo,

possuir o que nunca me foi dado

e gozar tudo o que já passou.



Não sofrer por não ter tentado,

nem querer o indesejável

para não devanear.


Não acordar o inegociável,

não macular a santidade do hipócrita

                                                                                              e sair ileso por nada ter feito: eis tudo o que eu queria.

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ACROBATA DA DOR
                      (Cruz e Sousa)

1          Gargalha, ri, num riso de tormenta,
2          Como um palhaço, que desengonçado,
3          Nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
4          De uma ironia e de uma dor violenta

5          Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
6          Agita os guizos e convulsionado
7          Salta, gavroche, salta, clown, varado
8          Pelo estertor dessa agonia lenta...

9         Pedem-te bis e um bis não se despreza!
10       Vamos! retesa os músculos, retesa
11       Nessas macabras piruetas d`aço...

12       E embora caias sobre o chão, fremente
13       Afogado em teu sangue estuoso e quente
14       Ri,! Coração, tristíssimo palhaço.
(Fonte: http://gepoteriko.pbworks.com/w/page/27446091/AN%C3%81LISE%20DE%20POEMAS%20SIMBOLISTAS; acesso: 07/03/2017)




CAVADOR DO INFINITO
                            (Cruz e Sousa)

1          Com a lâmpada do Sonho desce aflito
2          E sobe aos mundos mais imponderáveis,
3          Vai abafando as queixas implacáveis,
4          Da alma o profundo e soluçado grito.

5          Ânsias, Desejos, tudo a fogo escrito
6          Sente, em redor, nos astros inefáveis.
7          Cava nas fundas eras insondáveis
8          O cavador do trágico Infinito.

9         E quanto mais pelo Infinito cava
10       Mais o Infinito se transforma em lava
11       E o cavador se perde nas distâncias...

12       Alto levanta a lâmpada do Sonho.
13       E com seu vulto pálido e tristonho
14       Cava os abismos das eternas ânsias!

(Fonte: http://gepoteriko.pbworks.com/w/page/27446091/AN%C3%81LISE%20DE%20POEMAS%20SIMBOLISTAS; acesso: 07/03/2017)



Dilacerações
                             (Cruz e Sousa)

Ó carnes que eu amei sangrentamente,
ó volúpias letais e dolorosas,
essências de heliotropos e de rosas
de essência morna, tropical, dolente…

Carnes, virgens e tépidas do Oriente
do Sonho e das Estrelas fabulosas,
carnes acerbas e maravilhosas,
tentadoras do sol intensamente…

Passai, dilaceradas pelos zelos,
através dos profundos pesadelos
que me apunhalam de mortais horrores…

Passai, passai, desfeitas em tormentos,
em lágrimas, em prantos, em lamentos
em ais, em luto, em convulsões, em dores…

(Fonte: http://escolaeducacao.com.br/melhores-poemas-de-cruz-e-sousa/; acesso em 07/03/2017)



Alma solitária
                             (Cruz e Sousa)

Ó Alma doce e triste e palpitante!
que cítaras soluçam solitárias
pelas Regiões longínquas, visionárias
do teu Sonho secreto e fascinante!

Quantas zonas de luz purificante,
quantos silêncios, quantas sombras várias
de esferas imortais, imaginárias,
falam contigo, ó Alma cativante!


que chama acende os teus faróis noturnos
e veste os teus mistérios taciturnos
dos esplendores do arco de aliança?

Por que és assim, melancolicamente,
como um arcanjo infante, adolescente,
esquecido nos vales da Esperança?!

(Fonte: http://escolaeducacao.com.br/melhores-poemas-de-cruz-e-sousa/; acesso em 07/03/2017)

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BIOGRAFIA (dados):
Israel Fonseca Araújo (Poemeiro do Miri) é um professor que trabalha Língua Portuguesa, Literatura luso-brasileira, Linguística, Análise do Discurso de vertente francesa (AD), entre outras imersões pelas Linguagens: faz um pouco de cada coisa na educação e ainda é poeta, cronista, blogueiro, pesquisador e radialista, entre outras ocupações.
É Doutor em Letras/Estudos do Discurso e do Texto (UERN); tem Mestrado em Letras-Linguística pela UFPA. É um dos idealizadores(as) da criação do INCAM (Instituto Caboclo da Amazônia) e da Academia Igarapemiriense de Letras (AIL), da qual foi seu primeiro Presidente (2015-2017); fabrica poemas e crônicas, atua neste Blog e na mesma Página no Facebook (Poemeiro do Miri Online). Link da Página:

Nascido no Rio Mamangal-Grande, ilhas de Igarapé-Miri (PA), no dia 14 de janeiro de muitos anos atrás, sempre estudou em escola pública e fez curso de Graduação em Letras (Língua Portuguesa) na UFPA; vive ru(re)mando aos 50 anos de idade.
Tem livros, artigos e capítulos de livros publicados; produz trabalhos acadêmicos e artigos de opinião. Na AIL, ocupa a Cadeira 07 (Patrono: Manoel Luiz Fonseca). Veja mais em:

Recanto das Letras / Professor Israel;
FacebookIsrael Araújo (Poemeiro do Miri);
Na página: Poemeiro do Miri Online (Facebook);
Canal no You Tube: Rádio Poemeiro do Miri









 



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