terça-feira, 30 de novembro de 2021

Artigo sobre o caso da “regularização” do SOME em Igarapé-Miri (PA)

Saindo do forno nesta madrugada de 30/11 a primeira versão do artigo intitulado "Direito à educação básica pública, soberania popular e valorização dos profissionais da educação: notas sobre o caso da “regularização” do SOME em Igarapé-Miri (PA)", pesquisa e esforços de reflexão opinativa de autoria do prof. Israel Fonseca Araújo (SEMED, Seduc-PA, UERN); tens interesse na leitura? Está a seguir (inteiro teor, em PDF):


Artigo (pdf) sobre "regularização" do SOME em Igarapé-Miri; leia aqui 


domingo, 28 de novembro de 2021

Editorial: Não desista do Enem, amigo(a) Estudante, apesar de Bolsonaro e das intervenções fascistas (806)

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é uma das mais importantes criações de estado em termos de política pública educacional das últimas décadas (podemos citar, ao lado do Enem, as políticas públicas de Alimentação e de Transporte Escolar, juntamente com a política de distribuição de excelentes materiais didáticos: os Livros Didáticos e CD's etc.). Formulado, concebido para o fim a que se diz no título/enunciado - examinar, diagnosticar, verificar, o Enem extrapolou a si mesmo: passou a ser adotado por universidades, institutos e faculdades Brasil afora como forma de ingresso a cursos de Graduação, Bacharelado. Ao invés de continuarem realizando seus vestibulares (sempre controversos e bastante excludentes), gastando muita grana no processo todo de elaboração de provas, aplicação, "correção" de provas, divulgações, respostas a processos etc., as instituições (sérias e quase nada sérias) passam a pegar os bancos de dados do Enem, disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas "Anísio Teixeira" (INEP), fazem tabulações, adotam os critérios de cotas e outros (definidos em leis e outras regulamentações) e divulgam os resultados, fazem as segundas, terceiras... Chamadas. O problema de o Enem ter suas provas elaboradas em se pensando num padrão de educação "ideal", onde as escolas teriam ótimas condições de formar os educandos da educação básica etc., bem, isso pode(deve)ria ser mais discutido em outro momento; mas o Enem é (devemos dizer era?) um sucesso em termos de conquistas para a educação pública brasileira.

Menor número de inscrição da História: Lamentavelmente, a pandemia de Covid-19 interferiu muito na formação presencial de nossa juventude (sobretudo do povo pobre, da nossa gente excluída da oferta de educação com qualidade e do acesso à internet de qualidade); a desmotivação para estudar e para seguir lutando por entrada na educação superior tbm não está livre disso. Mas, sejamos claros: a postura do governo federal, a indicação - feita pelo Presidente - de pessoas nitidamente despreparadas (sem currículo digno, sem carreira que dê respaldo para comandar os rumos da Educação brasileirae ancoradas teórica e ideologicamente em "filósofos" que não se formaram em Filosofia, "professores" que nunca estudaram e nem se prepararam para tal, a postura enlouquecida de um "Presidente" que só fala em se vingar de seus oponentes, que teria feito exigências sobre o conteúdo das Questões do Enem e tema/abordagem da Redação, ah,, isso sim parece ser o ingrediente mais grave (vejamos o número de inscritos no Enem 21, o menor da História: CLIQUE AQUI e confira).

Segredo: que, disque, já interferiu, produzindo retirada de questão sobre A ou B etc. (Desde 2019, início do governo olavista na educação "pública" brasileira, já temos provas sobre essa postura fascista e de regime de exceção a impactar a nossa Educação Pública: Clique aqui e veja sobre censura no Enem 2019). Sabendo disso, estudantes, indubitavelmente, já se sentiram muito preocupados com a segurança e qualidade das provas do Enem e, possivelmente, pensaram em desistir de estudar, de buscar formação profissional técnica e/ou superior, de ingressar à Pós-Graduação, de continuar buscando seu "lugar ao sol": com certeza, a Educação historicamente significa muito para nosso povo pobre; eu disse "nosso". 

Sisu: Articulado ao Enem, o Sistema de Seleção Unificada faz as distribuições de vagas, a partir dos resultados do Exame, para universidades e faculdades por todo o Brasil; ao invés de estudantes e concurseiros brasileiros se deslocarem entre estados, entre cidades distantes para fazer Vestibular, basta fazerem o Enem em suas cidades e escolherem as opções de cursos/vagas durante o período de inscrições no Sisu; aí, é esperar, torcer por seu sucesso e, quem sabem, jogar a maisena, soltar o som e comemorar com os seus. Mas, com um "Presidente" desses... Calma.

Não podemos desistir de lutar e de seguir caminhando por nossos sonhos, independente de idade, condições econômicas ou de outras formas de "obstáculo". O mesmo lhes digo sobre o Enem: mesmo que, depois de Temer e Bolsonaro, a educação pública brasileira (e a Ciência e Tecnologia, a pesquisa, a Inovação etc.) estejam sob constantes ataques (cortes de bilhões no orçamento da Educação, da Ciência e da Pesquisa), demissão de servidores de carreira e (possível existência de) assédio moral contra bons servidores, pesquisadores de carreira), mesmo que o cenário a nós pareça cruel, desanimador, ainda assim não podemos desistir de lutar por ela(s), de lutar por um país menos desigual, mais justo e mais inclusivo.

Em termos de posição, pedida pelo Editorial, lhes faço esta reflexão: considere jogar o lixo na lata do lixo da História, refaça suas reflexões (caso de vc ser tbm ser responsável por esses retrocessos), identifique e delete o obscurantismo de seu (nosso) meio, vá às ruas lutar por educação pública de qualidade, se trabalha na Educação, filie-se ao sindicato da categoria, busque continuar estudante e traçando planos, projetos; delete o "presidente", não exclua os sonhos e planos de sua vida. O Enem tbm faz parte desses planos e desses projetos.


___________
Israel Fonseca Araújo, Licenciado Pleno, Mestre e Doutorando em Letras; professor, pesquisador e escritor (poemeiro@hotmail.com). Editor, fundador deste Blog

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Poema-criação Juiz Ban(d)ido (um bandido na "justiça")... a proximidade de uma conclusão

Israel Araújo (Academia Igarapemiriense de Letras)

24/06/2021 (em diante*)

Publicado em 12/08/21 em: poemeirodomiri.blogspot.com

  

I : INSTÂNCIA INICIAL

 

Sua tarefa social era

                         A de servir ao povo:

ele era um servidor,

                              Não (poderia ser) um desertor

 

Um juiz bandido,

Ou bandido juiz?

A verdade é absoluta!           

No país em que "Moro"

A ordem dos fatores,

Não altera o produto (Cláudia Araújo).

 

Juntou-$e a criminosos,

Golpistas, lesapatristas e ladrões

Praticou o mal, pois ao "Lula"

                                                   almejava

                   impor pena política capital

 

Por rinha política e prática

                                        Golpista,

Envergonhou os justos da Justiça,

Destruiu reputações e

produziu injustiças às prisões

 

Ensandecido em sua sede

                                  de dinheiro e poder,

Com o “mito” Bolso Naro

                                  foi se meter

 

Foi algoz de um idoso

e de uma mulher decente,

                                        honesta:

até áudios ilegais divulgou desta

                       

Juntou-se à banda podre

da Imprensa, das Forças Armadas,

                                        Desalmadas

 

para sua amada “conge” buscava recompen$a

E, pra isso, pensa: “pode-se

Vender até a alma ao Capeta” 

(...)

 

Vendo isso tudo, o povo só dizia:

 

“Esse mar-reco não presta,

Ele é sujo e o símbolo de ladrão

Tá tatuado na sua testa”.

 

II : RECURSAIS

 

Sua fala de defesa é uma

                        insana locução, armação

tecida nos tele grans da vida;

sua voz soa como, pífia e

vomitativa, uma

                                destemida agressão

à sagrada Constituição

Seu dizer é uma

                                          armação,

Seus sentidos, pobre enrolAção.

  

III : PEGO DE CALÇAS CURTAS... na política

 

O mentiroso contumaz

Da política sempre se dizia “incapaz”

Chegou a prometer que nunca seria

Candidato:

 

será que nisso ele

tava sendo verdadeiro,

Já que candidato vem de “cândido”, “puro”?

 

Buscando origens, pode-se constatar:

Candidato significa vestido de branco, cândido, puro

Vem do latim candidatus, vestido de branco (candidus)

Que significava “sem mancha”, posto que tinham

de apresentar uma vida imaculada (sem manchas).

 

Nesse pulo ao escuro, marrequinho se sujou todo

Em suas fezes e sede de poder; foi pego

De calças curtas, à beira da cama da política!

Pobre experiente mentiroso, deixou-se ver

Inexperiente em política brasileira: a imprensa

Registrou sua fala, sua promessa,

Para lhe jogar (sua fala) a sua cara (des)lavada; homem

Des-indolinizado, vai “morrer” ouvindo a fala

De Lula da Silva a seus ouvidos

__ Quando o senhor for candidato.

Quando o senhor entrar pra política...

Rsrsrs, risos, risos e muitos risos lhe

Tiram o sono e as make noturnas da “cônja”.

 

A História tem cara de ser implacável, até mesmo

Com a nata ou a elite po(b)dre deste Brasuca.

É, como se diz, amiúde: ajoelhou, vai ter de rezar;

Se lhe caíram as calças, logo te verão

A bunda e as vergonhas.


____________

* A proposta deste poema é ser escrito e reescrito, por longos tempos, sempre que novas criações solidárias nos chegarem. Em termos de gênero, trata-se de um Poema-narração, gestado à moda de uma obra de ficção; é uma criação literária e se ampara na sabedoria popular.

Criador: Israel Araújo (poeta, prosador, blogueiro, professor)

sábado, 20 de novembro de 2021

Incam debateu "Consciência Negra" em live com Josi Serrão e rapper Sumano MC (804)

Divulgação: INCAM

O Incam, Instituto Caboclo da Amazônia, debateu a temática da "Consciência Negra", na manhã deste dia 20 de novembro; a mesa, que integra o V Fórum de Educação e Cultura da ONG, aconteceu em formato de live na Página "Poemeiro do Miri On-line" (Facebook). A iniciativa contou com as presenças super qualificadas da pedagoga e professora Josimere Serrão Gonçalves (Seduc-PA), pesquisadora da questão étnico/racial e mestranda em Cidades, Territórios e Identidades pela Universidade Federal do Pará, e do rapper Sumano MC (Euller Santos) - Sumano é formado em Geografia pela Universidade Federal do Pará (professor e geógrafo), atua como professor na rede pública de ensino de Igarapé-Miri e é um dos maiores destaques do Hip-Hop por estas bandas paraoaras - com incursão em espaços nacionais do segmento.

Mediação: ficou a cargo do Presidente do INCAM, Antonio Marcos Ferreira (poeta, professor, filósofo, escritor membro da Academia Igarapemiriense de Letras) e do Vice-Presidente da ONG, Israel Fonseca Araújo (poeta, escritor membro da Academia Igarapemiriense de Letras).

Conteúdo na íntegra: ACESSE, clicando AQUI

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Artigo: O hit "Cabeça Branca" (Tierry): notas sobre machismo e velhofobia (803)

1. SITUANDO A CONVERSA...

 

Depois da experiência bombástica da façanha da personagem “Rita”, uma espécie de namorada ou namorida que, em circunstâncias não muito esclarecidas, deu uma facada em seu companheiro (aqui, pensado sob o prisma de eu-lírico, eu-poético), o largou (possivelmente, fugiu, depois de ser denunciada à polícia) e foi perdoada pelo mesmo, que clama por sua volta... depois de todas essas peripécias, desta vez o artista Tierry sacode as paradas de sucesso com o hit “Cabeça Branca”, a experiência de fim de semana de um idoso endinheirado, o “dono da lancha”.

Neste texto de perfil um tanto opinativo, examinamos, a partir de uma espécie de imbricação entre a perspectiva da Análise de Conteúdo (Bardin) e a da Análise do Discurso (Maingueneau, 1997, 2008 e 2011; e Foucault, 2012, 2019[1]), a letra da canção “Cabeça Branca” (o artigo é o arquivo em pdf, que vc pode encontrar, clicando AQUI); mesmo que de modo superficial, podemos dizer que examinamos a produção conteudística, discursiva dessa produção artística, de modo a articular ambas as perspectivas – sob olhares discursivos e sociológicos. Antes da breve análise que fazemos, contextualizamos um pouco o sujeito artista Tierry, sua trajetória, seu momento atual.

 

2. O COMPOSITOR E CANTOR TIERRY

No texto intitulado “A TRAJETÓRIA DE TIERRY ANTES DO SUCESSO METEÓRICO” (Rev. Cifras, 2021), lemos: “Não é dúvida para ninguém que Tierry é um verdadeiro fenômeno nacional, que ganhou fama como cantor apenas em 2020”. Porém, como costuma acontecer com a imensa maioria dos artistas brasileiros, o cara do momento tem um percurso de muita luta e busca pela superação de obstáculos, o que inclui discriminação e descréditos. Diz o texto que

 

[...] na Bahia, ele é um artista conhecido há mais de 10 anos. Como compositor, por outro lado, sua carreira já é bem-sucedida há bastante tempo, mas o caminho até chegar ao auge foi longo e cheio de desafios. Você pode não saber, mas Tierry é autor de hits gravados nas vozes de inúmeros intérpretes como: Gusttavo Lima, Wesley Safadão, Bruno e Marrone, Daniel, Simone e Simaria, Lucas Lucco, Ivete Sangalo, Claudia Leitte e até Maria Bethânia (entre muitos outros) (grifos nossos).

 

Antes da fama no percurso solo, como está amplamente conhecido e aplaudido, Tierry trabalhou no grupo baiano Fantasmão: “em 2010, Tierry conheceu a galera do Fantasmão, banda de suingueira de sucesso na Bahia. Ele foi chamado para o backing vocal do grupo, mas em pouco tempo já estava à frente dos palcos e trios, fazendo shows para milhares de pessoas” (BRENO BOECHAT, via UOL). Ou seja, o artista já demonstrava sua vocação, seu talento para liderar, assumindo a posição primordial no palco: a de cantor principal.

(...)



[1] Reportamo-nos a Dominique Maingueneau, nas obras Novas Tendências em Análise do Discurso (1997), Gênese dos Discursos (2008) e Análise de Textos de Comunicação (2011); sobre Michel Foucault, nos reportamos a A Arqueologia do Saber (2012) e Microfísica do Poder (2019), neste caso em seus vários ensaios.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Em dezembro, Escola Enedina Sampaio Melo faz eleição para Direção (802)

Divulgação da Escola Estadual "Enedina Sampaio Melo" (Igarapé-Miri)

Até dia 19 deste mêsa Escola Estadual de Ensino Médio "Enedina Sampaio Melo" (sediada em Igarapé-Miri, Nordeste do Pará) recebe inscrições de Chapas interessadas em disputar o pleito para definir quem a comunidade escolar quer para dirigir a unidade de ensino nos próximos três anos (a chamada Direção da escola, a equipe gestora).

A experiência de vivência participativa nos rumos da escola não é nova; em verdade, trata-se de um resgate, pois a Enedina Sampaio já fez eleições - por duas vezes - antes mesmo de existir lei estadual determinando que a escolha assim seja feita: foi no final dos nos 1990 e começo dos 2000 (prof. Adamor Barbosa venceu as duas disputas e teve na parceria de chapas e de gestão profissionais como João Raul Fonseca, Marluce Almeida e Clara Eunice Figueiredo; em ambas, concorreu com a professora Márcia Regina Matoso).

Após essas experiências, a escola parou com as escolhas feitas pela comunidade escolar e somente voltou a fazer eleição há três anos. Agora, já com uma equipe gestora eleita, trabalhando (liderada pela professora Nazaré Rodrigues), o Conselho Escolar cumpre com sua "missão" e convoca nova eleição, ou seja, já tem a Comissão Eleitoral escolhida, definida, a qual é responsável por elaborar e publicar Edital, dando ao mesmo ampla divulgação. As determinações de realizar eleições diretas são da Lei Estadual 7.855/2014.

INSCRIÇÕES DE CHAPAS:

Profissionais interessados em maiores esclarecimentos sobre o processo (que, aliás, já estão listados no Edital de Convocação) podem procurar a Secretaria da Escola Enedina Sampaio (ver img acima), entre 13h e 18h. Nesses processos eleitorais, quem pode ser candidato(a) são, como regra, os profissionais concursados, efetivos(as), os quais preencham os requisitos legais, formais - de escolaridade, vínculo funcional, lotação etc.

Em breve, teremos cópia do Edital (na íntegra) - para conhecimento da população interessada.

____________________

Texto deste post: Israel Fonseca Araújo, com infs. da Comissão Eleitoral.

domingo, 7 de novembro de 2021

Opinião. Um Festival municipal só com bandas de música do Miri é bom (801)

Israel Fonseca Araújo (editor, fundador; poemeiro@hotmail.com)

Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)


No final de semana anterior, a Secult de Igarapé-Miri (PA) realizou o Festival do Açaí de número 31; trata-se de um mega evento cultural dedicado à simbologia do fruto que tornou o Miri largamente conhecido - no Brasil e no Mundo. Sejamos justos: é uma criação que remonta aos trabalhos voluntários do grande Dorival Pereira Galvão (e equipe), este o fundador do Jornal Miriense, uma liderança política já falecida e que nunca foi Vereador ou coisa similar. O Festival do Açaí pega carona na "tese" de que Igarapé-Miri é a Capital Mundial do Açaí; verdadeiramente, em termos de produção e exportação nosso município faz chuvaradas de açaí durante os anos e, sobretudo, no chamado verão amazônico (basicamente entre julho e dezembro).

Sobre o Festival, algumas notas merecem destaque:

1 - É um resgate, pois ano passado foi tempo de maior intensidade da pandemia de Covid-19 e o Festival tbm foi pelo ralo: era tempo de atividades culturais em formato de lives etc. Sabemos que houve caos em termos de pandemia de Covid-19, neste ano, mas... não vamos esticar essa linha de análises. Já neste 2021, os portões do Centro Cultural Pinducão estavam abertos à população, com a obrigação de uso de máscaras e comprovação de vacinação em dia (possivelmente, fora uns poucos(as) brincantes, somente inglês viu o cumprimento dessa exigência); até grande liderança da CUT (Central Única dos Trabalhadores) fora vista sem máscara, andando livremente pelo Evento; Prefeito e Secretários de Governo, idem e idem; é de se lamentar o exemplo dado;

2 - Sobre a gestão cultural, sobretudo dos anos 2019 e 2020, as dívidas e os inúmeros calotes em militantes culturais, artistas, escritores, poetas e outros falam por si (que o grite o Projeto Cesta Poética, um dos que levaram calote...);

3 -  Neste ano, voltamos a ter os Concursos Rei do Açaí e Rainha do Açaí; temos infs. sobre essa iniciativa, em matéria deste Blog (para ler, clique AQUI); na sexta, 29, o povo foi aos delírios, no Centro Cultural Pinducão, para acompanhar os eventos - que terminaram perto de 05h do dia 30/10 (sáb.);

4 -  Igualmente, neste ano teve uma organização técnica, administrativa/jurídica, diferenciada: acontece que a Prefeitura de Igarapé-Miri fez uma Chamada Pública para formar cadastro de músicos, DJ's, bandas e similares - visando se apresentarem nos diversos eventos realizados no seio da política pública cultural da Terra do Açaí. Como em todo processo desse perfil, muitos se cadastraram e uns não se cadastraram. Consequentemente, vários artistas da terra puderam se apresentar, via Cadastro (e uma ou outra atração foi doada, por terceiros, para se apresentar; caso da Banda Pérola Negra...). Nesse ponto, já era de se esperar, houve reclamações de músicos, artistas - mesmo que não tenham chegado aos ouvidos da gestão), pois uns se sentiram "colocados pra escanteio". Nesse sentido, cabe uma opinião deste professor, que tbm é poeta, blogueiro e acompanha esses arranjos - há mais de duas décadas; aliás, que tbm acompanha os trabalhos do COMCIM - Conselho Municipal de Cultura de Igarapé-Miri, desde sua criação e instalação.

5 -  É prática cultural de nossa gente, está inscrito nos íntimos de seu (nosso) pertencimento, das identidades e dos processos ideológicos que nos constituem ao longo dos tempos... que, nesses mega Eventos, tenhamos grandes atrações (como sempre acontece em mega iniciativas, tipo Festival do Abacaxi, em Barcarena, Miriti Fest, em Abaetetuba e outros - onde grandes nomes do momento da música nacional se apresentam... a preços que sobem na cumeeira dos orçamentos); nosso Festival do Açaí, ou tbm no Festival do Camarão (o Miri tem esses dois, sim, a cada ano), é comum ter atrações de renome (quer se trate de bandas como a extinta (por meio de muitas brigas...) Banda Calypso, Pinduca e Banda, quer de grandes aparelhagens etc.). Acontece que, neste ano, a gestão do Secretário Josival Quaresma (o Vadinho) decidiu, possivelmente após debates internos, ter somente atrações de Igarapé-Miri nos shows - a exceção foi Beto Farias e Banda, na noite dos Servidores Públicos - pois o mesmo é muito ligado a Abaetetuba, e a Pérola Negra, já citada. Fora essas atrações, tivemos: Banda Moral (que faz sucesso por onde passa, liderada pelo competente Marquinho Silva), Grupo Massarimbó (idem), Zé Luiz e Cia, Banda Top Fest, Banda Magnata Show, Banda Sabor Açaí (dispensa apresentações...) e outras.

6 -  Sentimos falta, e falamos como se tivéssemos certa "autorização" de um segmento já forte no Miri - o do Rap - da apresentação do Rapper SUMANO (Euller Santos); igarapemiriense do Anapu, o cara (jovem, professor, formado em Geografia pela UFPA) é fera, muito fera - nas suas composições e na interpretação, na performance vocal. Realmente, a presença dele seria de coroar o Evento e de dar novos ares ao mesmo. E, no dia dos Concursos Rei e Rainha, sua performance sacudiria o Pinducão; não temos dúvida (sobre o Sumano, ver Aqui no You Tube). Mas, possivelmente não teve articulação prévia para patrocínio, doação etc. Torcemos para que fique pra próxima. 

Por fim... sobre ter quase 100% de atrações musicais da terra em um Evento como esse, de nossa parte consideramos um acerto; é válido e não deixa margens sobre se nossos artistas musicais terão ou não portas abertas a seus trabalhos; com ou sem grandes críticas, o certo é que tais Eventos não perdem em nada em ter a Banda Moral no lugar de uma banda de Cametá ou Belém, São Luís... em ter a Sabor Açaí, em lugar de Manu Batidão ou de um falso "vaqueiro" desta vida etc. É uma questão de reflexão e de escolha.

7 -  Sigamos; ainda precisamos vencer plenamente a pandemia de Covid-19.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Finados em vida; a Equatorial Energia que nos "mata" tds os dias (post 800*) - Editorial

Israel F. Araújo (editor, fundador; poemeiro@hotmail.com)

Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)

* : Contamos as postagens numeradas, que hoje fecham oitocentas. Porém, as demais dezenas de postagens nas várias páginas do Blog não entram nesta "contagem"


É profundamente cansativo falar sobre o que representa, para o povo pobre do Pará, a atuação da empresa Equatorial; nada a ver com o fato de que a mesma seja do Maranhã (estado irmão nosso...). Mas, por tantas razões, precisamos falar e denunciar, ao menos moralmente, isso. Ser do Maranhão ou não, de nada importa para esta conversa. Se tem algo que, de fato, importa é o fato de que nosso povo paraense votou tantas vezes em candidatos do PSDB para o governo (Almir Gabriel governou por oito anos, Simão Jatene comandou o meu Pará por 12): trata-se de um partido altamente inimigo da atuação forte do Estado na defesa da população mais pobre, da classe trabalhadora e algoz das políticas públicas mais necessárias a esse povo (Saúde e Educação, sobretudo; mas a distribuição de energia elétrica e outras frentes tbm entram nesse rol).

Soberania popular tbm tem a ver com votarmos e decidirmos quem queremos e qual perfil de governança queremos "sobre nós", por 4 ou 8 ou quem sabe 20 ou 30 anos (povo de São Paulo está sofrendo isso); a nossa Carta Política, a Constituição Federal vigente assim o determinou. Por isso, temos tantas e tantas privatizações a impactar nossas vidas. Digo e repito: sobretudo a vida do povo mais pobre. Assim, temos, nestes dias, a realidade da imensa parte da população paraense que não tem condições de pagar a fatura mensal de energia elétrica. Há tantas e tantos casos de famílias (lideradas por desempregados) que recebem faturas mensais no valor de mais de R$ 400 ou quem sabe mais de R$ 800 ou R$ 1.000,00 (como pode uma família que ganha Salário Mínimo de R$ 1.100,00 pagar uma fatura que custa perto de um mil reais?; os casos de consumidores que estão em situação de desemprego, é essa realidade?).

Sabemos que vc pode estar pensando que a "lei do capitalismo" é essa, mesma; que isso é "normal" no nosso sistema: que se dane o Capitalismo, digo eu; que se exploda e vá pr'aquele lugar; temos é de pensar na vida das pessoas, isso sim.

A CELPA serviu ao povo do Pará por longos tempos; e serviria mais e mais, caso não tivéssemos dado carta branca (na hora do voto) aos tucanos do Pará, para que vendessem praticamente todo o nosso Estado. Vamos voltar àquele tempo, 2012? Na matéria do Grupo Globo, podemos ler "CELPA É VENDIDA A EMPRESA MARANHENSE POR R$ 1"

 Venda pelo preço simbólico foi assinada hoje, no Fórum de Belém.

Empresa compradora vai assumir as dívidas da concessionária de energia.

 (G1 Pará. 25/09/2012)

 A Celpa (Centrais Elétricas do Pará) foi vendida nesta terça-feira (25) pelo valor de R$ 1. A empresa  foi adquirida pela Equatorial Energia S/A, do Maranhão, pela quantia simbólica já que a concessionária de energia está em fase de recuperação judicial. O contrato de venda foi assinado no Fórum de BelémA empresa maranhense, que atende mais de 200 municípios, adquiriu 65% das ações da Celpa e vai assumir as dívidas da concessionária, que chega a R$ 3 bilhões. A conclusão da compra aguarda ainda a aprovação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade). O plano de recuperação da concessionária de energia foi aprovado e homologado no dia 1º de setembro. O acordo trazia propostas para equacionamento do financeiro e do chamado passivo operacional, que diz respeito ao ciclo operacional da empresa, tais como fornecedores, salários, encargos e impostos, assim como a aquisição do controle concessionária de energia do Pará por um investidor.

Fonte da matéria: G1 Pará, clique aqui 

__________

Essa foi a senha para o entreguismo; já que a empresa estava falindo (seria por causa da corrupção, má gestão e protecionismo dos políticos tucanos e aliados? que tinham carta branca da maioria dos parlamentares do Pará para fazer o deles...), estava em "recuperação judicial", aí a Equatorial Energia veio, pagou um real; sim, pagou R$ 1,00 (e se comprometeu a arcar com as dívidas da CELPA). A Equatorial manteve o nome fantasia e saiu às ruas, literalmente, para atacar os furtos de energia elétrica (os famosos "gatos"...), causados pelos clientes usuários. Inclusive, há milhares de suspeitas de que incontáveis multas aplicadas aos clientes deriva(va)m da não existência de "gatos" (sabemos de casos verídicos). Nesse caso, a gente tem a opção de contratar advogados e ir às barras da nossa Justiça, a justiça "burguesa" que, não raro, protege os de sua classe. Enfim, mas não podemos generalizar; podemos, com segurança, afirmar que fazer "gatos", furtar energia elétrica, não é o certo, pode ter sérias consequências e, nem de longe, estamos defendendo essa postura.

Mas podemos gritar, gesticular, denunciar nas redes sociais, ir até a Empresa (perdi quase três meses fazendo isso, sem sucessos), chamar os deputados e senadores à conversa e mostrar a eles o que deveria estar inscrito em suas testas (permanentemente): "Todo poder emana do povo...": claro que eles sabem disso; não colocam essa empresa nos seus devidos lugares porque não querem (imaginas por quê?). Eles tbm sabem de coisas "estranhas" que andam acontecendo, quando muda o tipo de instalação feita pela Equatorial, de fiação elétrica e o consumo da gente se mantém o mesmo, mas, mesmo assim, a fatura aumenta em cerca de 150 ou mais de 200 reais... Isso quer dizer o quê? Como se calcula o ICMS? E tantas outras perguntas.

Por fim, já que é Editorial, precisamos imprimir uma posição da parte deste veículo: julgamos que a solução ainda passa pela maneira que nós usamos para votar, para escolher parlamentares e governos. Se elegemos nossos algozes, nossos inimigos (os membros e/ou defensores do deus Mercado, p. ex.), quais resultados teremos? Vamos esperar o quê dessa fórmula? Se serve o exemplo da votação no Jair Bolsonaro para presidir o Brasil, as subidas nos preços da carne, dos combustíveis e do gás de cozinha..., então, ei-lo aí.

Vergonha. Paysandu está seguindo os passados passos do Clube do Remo? (799)

Já contei a vcs que, ainda adolescente, decidi não ser torcedor "cego" de clubes de futebol - nem de outros esportes altamente populares. Não há nada de "oh, mas que inteligente e top foi isso!!"; não há nada de formidável nisso, nada de quanta inteligência! em mim naquele momento, nos idos de 1994, 95. Nada, nada; foi uma posição minha. Coisa de gente que "não teve infância", digamos assim, que não aprendeu a brincar com ou contra as dificuldades desta vida. Atualmente, gosto muito de não ser um "fanático torcedor". Mas, por incrível que pareça, eu sou um grande, constante, torcedor do futebol paraense. Nunca consegui deixar de fazer figa, de torcer por Remo, Paysandu, Tuna Luso, Paragominas, Cametá, Ananindeua, Bragantino, Abaeté, Vênus, Castanhal e outros times - quando estes enfrentam determinadas situações (vide o caso do Castanhal deste ano, que quase dá mina de orgulhos pra nós; ou o caso do Bragantino, uns anos atrás; tem tbm a façanha da Tuna Luso no Parazão deste ano, coisa de dar arrepios na gente; subida do Remo, ano passado, à Série B - e eu estava na torcida para que o Paysandu tbm subisse).

Eles lá na Série D ou na C, eventualmente na B, e eu na torcida pelo engrandecimento do futebol paraense; torço, igualmente, pelo futebol feminino. Nosso auge mais recente foi, em 2002, o Paysandu Sport Clube; Campeão dos Clubes Campeões e classificado à Libertadores 2003; neste certame, fez sucesso, campanha formidável, detonou os grandes do Brasil e venceu o poderoso Boca Júniors, na Argentina. Tempos áureos - para citar somente os mais atuais, pois antes dos anos 2000, teve o Título da Série B (pelo Paysandu, de Cacaio); teve a era de ouro da Tuna Luso, a "Bi Campeã do Norte", assim por diante.

O Clube do Remo de Landu e Cia, em 2005, conquistou o Brasileiro da Série C e, depois, bem..., o depois do Remo é que é a "chave" desta conversa; e não por motivos nobres. Depois da batalha de 2005, da incrível e robusta postura, vieram as decepções.

Da Série B, eis que vêm as quedas e o Leão Azul de Antônio Baena desceu à Série D e, pior, ficou um tempo sem Divisão: isto é, nem na Série D, o pior dos piores, nem lá a disputa do Brasileirão estava garantida. Foi tempo de guerras políticas na Diretoria do Remo, os rachas entre grupos liderados por A, B ou C, e, como um pulo de gato, o Remo passou a ter calendário somente até aprx. maio de cada ano; depois disso, era treinar, desmontar elenco, pegar estradas de ônibus e ir jogar amistosos no interior do Pará; coisa de time amador. O time, de fato, não era amador; mas a sua Direção, essa certamente o era.

Aí está uma preocupação de "torcedor analista", que quer ver o Paysandu SC subindo, galgando seus devidos lugares. Sim, devidos, pois os dois principais grandes do Pará são tbm bem maiores do que vários clubes/agremiações de muitos estados do Norte e do Nordeste deste país; que o digam os silêncios sobre os estados do Acre, Amapá, Amazonas ou Tocantins e outros mais. Sabemos que o glorioso Santa Cruz (de Pernambuco) desceu profundamente, neste ano, mas o futebol pernambucano está bem maior do que pensamos. O mesmo podemos dizer sobre as performances de tantos times profissionais do futebol brasileiro.

Nesse sentido, nosso medo é que que o Paysandu esteja seguindo os péssimos passados passos do Clube do Remo, seu maior rival. Não estamos em nada preocupados com as tais "zoeiras" de remistas contra bicolores ou vice-versa; se um chama o outro de "mucura pirenta" e se este chama seu outro de "leoa pirenta" (aqui, a coisa piora, pois o sexismo, a homofobia está gritando...), isso em nada nos afeta (ou seja, em nada me afeta). Não estamos interessados nessa zoeira, repitamos (ela é fundamental, em termos culturais, para o descarregamento das tensões diárias da vida, para as diversões no trabalho, no lazer etc., mas não temos...).

Mas o Paysandu, o clube, a agremiação, a história do Clube... não merece passar por isso. Analistas do futebol paraense - estes, bem mais preparados do que este blogueiro para analisar a complexidade desta realidade - já vislumbram um processo de quedas, de Divisão, de receitas e de dilapidação do maior bem do Papão (seus patrimônios)... Ora, esse tipo de "inveja" nada tem de inteligente, nada nada. Se quer imitar seu outro (o Remo), veja o que ele tem a ensinar sobre os anos de esforços coletivos, de união, para que o estádio Baenão pudesse se reerguer das cinzas, voltar a ter gramado e até iluminação.

O Papão da Curuzu tem estrutura, organização e história suficientes para sair das posições de "lanterna" da (fase final da) Série C, tanto em 2020, quanto no 21; isso é inaceitável. Nem clubes pequenos, tais como Castanhal ou Bragantino merecem passar por isso.

Possivelmente, as causas do insucesso passam pelo fato de que os elencos são fracos, mal comandados e descomprometidos com a instituição Paysandu SC; as causas centrais dessa montagem de elenco (elenco péssimo, ruim, fraco, que não veste a camisa" do Bicola) podem estar no eterno amadorismo de nossas Diretorias. Dessas montagens ruins, atabalhoadas, se chega às dívidas colossais, impagáveis; vêm o endividamento e as seguidas buscas de empréstimos, surgem os bloqueios judiciais de recursos etc.

Podemos citar, bem rapidinho, mais dez fórmulas de insucesso - para que o Papão chegue aos infernos onde o Remo já viveu em tempos outros. Quem quer aprender essas lições? Nós, não, nem pensar; melhor nem citar as fórmulas: deixa quieto.

______________

Israel Fonseca Araújo; editor, fundador (poemeiro@hotmail.com)