domingo, 7 de novembro de 2021

Opinião. Um Festival municipal só com bandas de música do Miri é bom (801)

Israel Fonseca Araújo (editor, fundador; poemeiro@hotmail.com)

Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)


No final de semana anterior, a Secult de Igarapé-Miri (PA) realizou o Festival do Açaí de número 31; trata-se de um mega evento cultural dedicado à simbologia do fruto que tornou o Miri largamente conhecido - no Brasil e no Mundo. Sejamos justos: é uma criação que remonta aos trabalhos voluntários do grande Dorival Pereira Galvão (e equipe), este o fundador do Jornal Miriense, uma liderança política já falecida e que nunca foi Vereador ou coisa similar. O Festival do Açaí pega carona na "tese" de que Igarapé-Miri é a Capital Mundial do Açaí; verdadeiramente, em termos de produção e exportação nosso município faz chuvaradas de açaí durante os anos e, sobretudo, no chamado verão amazônico (basicamente entre julho e dezembro).

Sobre o Festival, algumas notas merecem destaque:

1 - É um resgate, pois ano passado foi tempo de maior intensidade da pandemia de Covid-19 e o Festival tbm foi pelo ralo: era tempo de atividades culturais em formato de lives etc. Sabemos que houve caos em termos de pandemia de Covid-19, neste ano, mas... não vamos esticar essa linha de análises. Já neste 2021, os portões do Centro Cultural Pinducão estavam abertos à população, com a obrigação de uso de máscaras e comprovação de vacinação em dia (possivelmente, fora uns poucos(as) brincantes, somente inglês viu o cumprimento dessa exigência); até grande liderança da CUT (Central Única dos Trabalhadores) fora vista sem máscara, andando livremente pelo Evento; Prefeito e Secretários de Governo, idem e idem; é de se lamentar o exemplo dado;

2 - Sobre a gestão cultural, sobretudo dos anos 2019 e 2020, as dívidas e os inúmeros calotes em militantes culturais, artistas, escritores, poetas e outros falam por si (que o grite o Projeto Cesta Poética, um dos que levaram calote...);

3 -  Neste ano, voltamos a ter os Concursos Rei do Açaí e Rainha do Açaí; temos infs. sobre essa iniciativa, em matéria deste Blog (para ler, clique AQUI); na sexta, 29, o povo foi aos delírios, no Centro Cultural Pinducão, para acompanhar os eventos - que terminaram perto de 05h do dia 30/10 (sáb.);

4 -  Igualmente, neste ano teve uma organização técnica, administrativa/jurídica, diferenciada: acontece que a Prefeitura de Igarapé-Miri fez uma Chamada Pública para formar cadastro de músicos, DJ's, bandas e similares - visando se apresentarem nos diversos eventos realizados no seio da política pública cultural da Terra do Açaí. Como em todo processo desse perfil, muitos se cadastraram e uns não se cadastraram. Consequentemente, vários artistas da terra puderam se apresentar, via Cadastro (e uma ou outra atração foi doada, por terceiros, para se apresentar; caso da Banda Pérola Negra...). Nesse ponto, já era de se esperar, houve reclamações de músicos, artistas - mesmo que não tenham chegado aos ouvidos da gestão), pois uns se sentiram "colocados pra escanteio". Nesse sentido, cabe uma opinião deste professor, que tbm é poeta, blogueiro e acompanha esses arranjos - há mais de duas décadas; aliás, que tbm acompanha os trabalhos do COMCIM - Conselho Municipal de Cultura de Igarapé-Miri, desde sua criação e instalação.

5 -  É prática cultural de nossa gente, está inscrito nos íntimos de seu (nosso) pertencimento, das identidades e dos processos ideológicos que nos constituem ao longo dos tempos... que, nesses mega Eventos, tenhamos grandes atrações (como sempre acontece em mega iniciativas, tipo Festival do Abacaxi, em Barcarena, Miriti Fest, em Abaetetuba e outros - onde grandes nomes do momento da música nacional se apresentam... a preços que sobem na cumeeira dos orçamentos); nosso Festival do Açaí, ou tbm no Festival do Camarão (o Miri tem esses dois, sim, a cada ano), é comum ter atrações de renome (quer se trate de bandas como a extinta (por meio de muitas brigas...) Banda Calypso, Pinduca e Banda, quer de grandes aparelhagens etc.). Acontece que, neste ano, a gestão do Secretário Josival Quaresma (o Vadinho) decidiu, possivelmente após debates internos, ter somente atrações de Igarapé-Miri nos shows - a exceção foi Beto Farias e Banda, na noite dos Servidores Públicos - pois o mesmo é muito ligado a Abaetetuba, e a Pérola Negra, já citada. Fora essas atrações, tivemos: Banda Moral (que faz sucesso por onde passa, liderada pelo competente Marquinho Silva), Grupo Massarimbó (idem), Zé Luiz e Cia, Banda Top Fest, Banda Magnata Show, Banda Sabor Açaí (dispensa apresentações...) e outras.

6 -  Sentimos falta, e falamos como se tivéssemos certa "autorização" de um segmento já forte no Miri - o do Rap - da apresentação do Rapper SUMANO (Euller Santos); igarapemiriense do Anapu, o cara (jovem, professor, formado em Geografia pela UFPA) é fera, muito fera - nas suas composições e na interpretação, na performance vocal. Realmente, a presença dele seria de coroar o Evento e de dar novos ares ao mesmo. E, no dia dos Concursos Rei e Rainha, sua performance sacudiria o Pinducão; não temos dúvida (sobre o Sumano, ver Aqui no You Tube). Mas, possivelmente não teve articulação prévia para patrocínio, doação etc. Torcemos para que fique pra próxima. 

Por fim... sobre ter quase 100% de atrações musicais da terra em um Evento como esse, de nossa parte consideramos um acerto; é válido e não deixa margens sobre se nossos artistas musicais terão ou não portas abertas a seus trabalhos; com ou sem grandes críticas, o certo é que tais Eventos não perdem em nada em ter a Banda Moral no lugar de uma banda de Cametá ou Belém, São Luís... em ter a Sabor Açaí, em lugar de Manu Batidão ou de um falso "vaqueiro" desta vida etc. É uma questão de reflexão e de escolha.

7 -  Sigamos; ainda precisamos vencer plenamente a pandemia de Covid-19.

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