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acesso: 14/12/2014
A rede de
comunicação montada por amigos, parentes, funcionários e ex-funcionários do
deputado federal Wladimir Costa (SD/PA) pode ser maior do que se imaginava. Uma
busca no Diário Oficial da União por nomes que já se tornaram conhecidos pelo
envolvimento com o parlamentar revelou que as concessões dadas pelo Ministério
das Comunicações ao “grupo do Wlad” não se limitam a radiodifusão. A W.M.W.
Gonçalves Ltda - ME - retransmissora de TV em Belém e interior do Pará
conseguiu obter autorização para executar serviços de retransmissão de
televisão em caráter primário de redes ligadas à Igreja Universal do Reino de
Deus, à Fundação José de Paiva Neto e a Rádio e Televisão Marajoara em Belém,
que retransmite sinais da Rede Record.
A W.M.W Gonçalves
Ltda é uma microempresa que pertence à família de Walter da Rocha Gonçalves, já
citado em vários processos como sendo um dos “fornecedores” do gabinete
parlamentar do deputado Wladimir Costa. Ele recebia, até o mês de outubro –
quando começaram a ser divulgadas pelo DIÁRIO denúncias sobre as atividades de
Wlad - o valor mensal de R$ 4.500 para a “manutenção de escritório de apoio à
atividade parlamentar”.
O recibo
apresentado por Walter Gonçalves à Câmara dos Deputados comprova que o endereço
do escritório que ele “aluga” para Wladimir Costa é o mesmo endereço da empresa
W.M.W. Gonçalves, na rua Gurupá, nº 410, na Cidade Velha.
Walter Gonçalves
é pai de Walder Marcelo Torres Gonçalves, que aparece como presidente da ONG
Organização de Defesa dos Municípios Paraenses. Em 2008, Walder foi obrigado a
devolver R$ 250 mil ao tesouro estadual por ter tido as contas da ONG
rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado. A ONG recebeu R$ 250 mil da
Asipag para realizar o evento Projeto Natal de Brinquedos, mas não conseguiu
prestar contas convincentes sobre a realização do evento. Ele foi obrigado
também a pagar multa de R$ 2.500.
ELO NO GOVERNO
ELO NO GOVERNO
Walder Marcelo
Torres Gonçalves hoje ocupa um cargo de gerência na Secretaria de Esporte e
Lazer do Governo do Estado do Pará, pasta que é comandada por Renilce Nicodemos
Logo, que já trabalhou no gabinete de Wladimir Costa e que nega ter sido
indicada para a pasta pelo parlamentar.
Chama a atenção a
quantidade de diárias pagas pela secretária Renilce à Walder Marcelo nos
últimos meses. Registros do IOPA mostram que, somente no mês de novembro Walder
recebeu dez diárias completas. Entre o final de abril e principio de maio foram
onze diárias completas. Durante todo o mês de dezembro, Wlader Marcelo estará
respondendo pela Diretoria de Eventos da SEEL, designado pela secretária
Renilce.
A W.M.W Gonçalves
é dona do imóvel que sedia o escritório de representação parlamentar de
Wladimir Costa em Belém e está expandindo sua atuação na retransmissão de redes
de TV em todo o Estado do Pará.
Além da W.M.W
Gonçalves Ltda, outra empresa chama a atenção pela quantidade de outorgas
recebidas do Ministério das Comunicações nos últimos anos. A W.A.C. Rabelo
& Cia Ltda, que na verdade são as iniciais de Wlaudecir Antonio da Costa
Rabelo, irmão de Wladimir Costa, vem obtendo inúmeras concessões ao longo dos
últimos anos - a maioria delas assinadas pelo ex-ministro das Comunicações,
Hélio Costa.
CRIME ELEITORAL
CRIME ELEITORAL
Wlaudecir
responde juntamente com o irmão, o deputado Wladimir Costa, por crime de
peculato na Ação Penal 528, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi
alvo de investigação por parte do Ministério Público Eleitoral (MPE) em 2010.
Ele e o irmão
deputado ofereceram cursos de informática por meio da Rádio Jovem FM de
Itupiranga. Segundo a representação enviada ao Tribunal Regional Eleitoral
(TRE), o curso seria promovido pela própria sociedade W. A. C. Rabelo e Cia
Ltda, permissionária da rádio. O curso, oferecido gratuitamente a estudantes
com mais de 15 anos de idade, começou em 12 de setembro, em pleno período
eleitoral. Segundo depoimentos de instrutores, 1.180 alunos foram matriculados,
sendo 840 na sede do município de Itupiranga e 340 no distrito de Cajazeiras.
“Embora a empresa
permissionária da rádio responsável pelo curso não tenha, formalmente, como
sócio o representado Wladimir Costa, a apuração realizada deixou claro que é de
reconhecimento unânime no município a vinculação entre o candidato e a rádio,
sendo ele tido como proprietário pelos habitantes do local”, observaram os
procuradores eleitorais André Sampaio Viana e Bruno Araújo Soares Valente no
texto da representação.
Wladimir Costa
foi o mais votado em Itupiranga, com 4.896 votos, o que representou 22,85% dos
votos válidos no município. Segundo o MPE, os números revelaram “o sucesso da
empreitada ilícita”. Em todo o Estado, Costa teve um total de 236.514 votos.
A representação
do MPE ao TRE ressaltava que, para configurar-se compra de votos, não é
necessário que haja pedido expresso de voto, bastando a evidência de que a
vantagem foi oferecida para a obtenção da contrapartida. O processo
309411.2010.614.0000-TRE/PA foi arquivado em setembro de 2012.
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