Determinada e super protetora
Obstinada em educar e ajudar os 6 filhos
Nunca media esforços para levantá-los
Ainda que isso lhe tirasse sono, forças, alimentos...
Mãe símbolo de humildade, humanidade e perseverança
A sustentação de TDS nós: filhos, netos/as, noras...
Manutenção de cada um, "gatilhos" para a educação, a escola, as universidades
Admirada e respeitada, a nossa Terezinha Fonseca
Exemplo maior na vida deste professor Israel "Poemeiro"
Eu ligava ou chegava e dizia: "Dona Mamãe!" e ela reagia com jeito alegre, apesar de dores, muitas dores (físicas, psicológicas, emocionais), como que esperava de mim algo perto das brincadeiras, as piadas simples - e ela ria, da forma possível. (Eu) Causava risos e um relaxar, até semanas atrás; não apenas o riso, mas estes suavizam as vidas. Dentre tantos, esse "corte de vínculo" (sobre os risos) é dos mais dolorosos, pois - confidenciei a outrem, faz dias - eu sei que ela não mais rirá com minhas tiradas ("sem graça", ou não, as minhas tiradas), nem será mais possível eu enunciar "Dona Mamãe!", não será mais possível esperar todos(as) saírem pra emitir uma opinião a ela ou até sugerir algo, gestacionar um conselho; e ela esperava, aguardava, e ouvia e dizia o que pensava.
Não viu bisnetos e teve 15 netos(as), teve enorme rede de afetos e solidariedades; muitas solidariedades, era a pessoa de tecer amizades. Deixou-me (nos) legados dos mais sólidos que podemos ver, conquistar, nesta vida: a fé cristã, a perseverança (que seus pais lhe imprimiram), a humildade, a correção e o senso de justiça, a fraternidade (ajudar a outrem foi até de seus maiores "erros"...), a parceria, o perdoar, o acreditar e trabalhar e o acreditar na educação, na escolas, nos estudos, na universidade: viu dois filhos doutores, um mestre e diácono na Igreja Católica, um pastor evangélico, filhos secretários de governo, servidores públicos, "presidentes", "vices", quase todos pela universidade; viu a humanidade, a perseverança, a humildade, a fraternidade nas ações dos seis. Como tantas mães, viu e concordou e teve "orgulho", certamente (mas ela não traduziria como "orgulho", daria outro nome a isso).
Quando de seus últimos dias, pelas últimas horas, sabemos que suas preocupações e aflições circundavam nós seis, nossas famílias e pontos principais de angústia; não só em torno de nós, mas muito por nós (tia Joselina, tio "Dico" e tia Neide estão cá, nesta parte do viver, todos com mais de 80 anos). Tudo foi tentado, buscado, no plano das humanidades e da ciência, pelos recursos à mão. Cessaram seus sofrimentos e suas dores (de longas décadas) numa manhã fria de inverno de abril, numa quinta, perto de 09:45h; o 29 de maio, que fecharia o ciclo 79, não chegou até ela, mas é como se 94 ou mais tivesse vivido, nas ações, na grandeza de quem escolheu a simplicidade como marca; metáfora de como que se rompa o signo das dores, das cronologias, pois não há régua que consiga aferir o amor e a doação de uma mãe por filhos(as). Vale para a nossa e para todas; basicamente, a regra é a mesma.
Tudo o que, mais, seria possível enunciar deve ficar cá comigo, pois a vida sempre guarda o inefável. Até mais, Dona Mamãe!, pois sabemos que papai do Céu é conosco. Amém.
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Israel Fonseca Araújo, 48, seu primogênito.