sexta-feira, 3 de agosto de 2012

DE PRIMEIRA VEZ “É DIFÍCIL ENTRAR”?


Prof. Israel Fonseca Araújo


Vivemos numa época em que as discursividades parecem estar sendo estupradas (isto é uma brincadeira, bastante séria, que faço agora). É por isso que digo, mesmo: Cruz Credo. Ou, como diz o(a) paraense,: “Pior!” Em tempos de rinhas eleitorais eu sempre ando caçando o que andam dizendo e escrevendo por estas bandas da “Capital Mundial do Açaí”, “Cidade empoeirada da microrregião de Cametá”.
Ora, comprando meu líquido precioso (de R$ 2,00/litro, porque nunca mais baixou esse preço!), aquele que me levou a um vício de recuperação impossível, ouvi uma conversa entre a pessoa que lá vende o açaí e um senhor, de uns setenta anos de idade. Dizia a moça sobre essa prática de pessoas em motos andarem (motorizadas) nas carreatas e/ou passeatas de candidatos(as), com bandeiras e (a população suspeita) incentivadas com alguma coisa material que ninguém saberia e nem veria o que seria; “pois é, pois é, pois é”.
Dizia ela que acha que fulano(a) não irá ganhar a eleição, ao que emenda o outro senhor, de idade aqui sugerida (idade tem a ver com experiência/Sabedoria), em suas palavras: “Acho difícil, de primeira vez é difícil entrar.”
Fiquei calado, a conversa não era comigo, mas pensativo nessa máxima enunciada pelo senhor de uns setenta anos. Um homem, com essa idade, sabe de muita coisa, já/fez muita coisa nesta vida (tenha a metade de sua idade e como já vi/fiz...). Só que ele estava falando em Eleições 2012, dessa rinha de que falei no início destes escritos. E eu meditava, em termos eleitorais: pode ser que ele, apesar de tudo que “fale”, nessa hora, a favor dele, esteja enganado. Sabemos que Dilma Vana Rousseff não tinha ainda nem disputado eleição para presidente e ganhou (quase ganha no Primeiro Turno, não fossem as estripulias de alguns de seus Auxiliares, no Governo de Lula, com o decisivo auxílio de muita gente que trabalha contra o Partido dos Trabalhadores/Lula, neste país), e bem ganhado.
Você está inquirindo que ela ganhou porque foi “indicada” por Lula, que dispensa apresentações em termos de captura de votos. Que Lula trabalhou incansavelmente para que Dilma se tornasse sucessora dele e primeira Mulher a presidir o Brasil. É verdade, você tem razão, e eu acrescento outro dado: que disputar eleições para Presidente é bem diferente da concorrência para Prefeito(a), Vereador(a). Muito diferente, articulações de outras magnitudes e proporções, outros investimentos em reais, aliados de outras envergaduras, participação (nas campanhas e organização de Programas de Governo) de Professores/Pesquisadores de Universidades, Debates em rede nacional de TV...
Uma pessoa de uns setenta anos já tentou, muitas vezes, conseguir algo “de prima”, sem sucesso, sabe disso, na prática e “na carne”.
Mas, no jogo eleitoral, as coisas não são exatamente orientadas por sólidos critérios. Quem vota, na grande maioria dos casos e especialmente em municípios pequenos (e, não raro, de pequenos pensamentos), não se baseia em sólidos critérios; simplesmente vota, como quem torce para o “saosebastiaodapontaesquerdadeluverdensedonorte” e/ou porque recebeu uma proposta/promessa, que se fosse bem analisada já se saberia que é uma cilada. Só isso. E Igarapé-Miri é um pequeno município de uma desprestigiada microrregião do Norte do Brasil. Terra de grandes Homens/Mulheres, como as pessoas que roubaram a garrafa de cachaça do porre, lá no município de Acará.
O Brasil é um país...
Até a próxima.







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