Igarapé-Miri, Nordeste do Pará, está recebendo as visitas, casa a casa - em todas as nossas diversas situações socioeconômicas, na cidade e no campo - de valorosos recenseadores(as), os quais nos pedem atenção e descortinam nossa realidade. Quantos somos, como é nossa moradia, rede de esgoto, nossa renda, se faleceu alguém? E outros detalhes: isso tudo e mais que isso nos mobiliza a responder a nosso recenseador(a).
Quem é ele(a)? É alguém que prestou um concorrido concurso público, foi submetido(a) à formação presencial, teve de passar pelos critérios de frequência e nota de corte, estudou Ética e recebeu contundentes orientações sobre como abordar cada sujeito, cada casa, inclusive tendo de fazer seu trabalho no escaldante sol da Amazônia, caso isso se mostre mais indicativo da própria segurança e/ou da das pessoas da casa. Nem sempre é possível entrar, ser recebido(a) com segurança, tomar uma água e, quem sabe, até um café zinho. Mas sempre é preciso cumprir com o dever de recensear, seja na primeira, seja até numa quarta vez.
É possível que um morador nem aceite receber os representantes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), seja por posição política, ideológica (um bolsonarista, quem sabe), seja pelo temor de ser um não-recenseador(a). Para se precaver disso, o morador(a) tem a opção de escanear (fotografar) um código que a indumentária do recenseador(a) lhe oferece e comprovar que a pessoa é, de fato, servidor do IBGE.
O IBGE, digamos de passagem, "vem contribuindo para o Brasil com as suas pesquisas e
mapeamentos. É um instituto de significado ímpar, dada a importância da sua
atuação e dos reflexos que oferece para a sociedade, especialmente para o
fortalecimento de políticas públicas" (IBGE, 2022). O instituto busca oferecer "um panorama objetivo e atual do país, com a produção e a
disseminação de informações de natureza estatística, geográfica e ambiental.
Essa missão se concretiza quando o IBGE: a) identifica, mapeia e analisa o
território; b) realiza a contagem da população; c) informa como a população vive;
d) apresenta a evolução da economia a partir de estatísticas do trabalho e da
produção.
Tais informações, relevantes e confiáveis, são essenciais para a
consolidação de uma sociedade democrática e para o planejamento de políticas
públicas" (Fonte:
Censo 2022. Manual do Recenseador (Rio de Janeiro, 2022, pdf)).
DESAFIOS. Depois de não acontecer em 2020, por ação deliberada de um governo inimigo da ciência e da pesquisa (ou seja, omissão), o Censo, a "contagem da população", acontece neste verão de 2022. Estamos, nós e os recenseadores(as) do IBGE, diante de desafios colossais. Precisamos diagnosticar qual é o nosso Brasil, hoje, às vésperas de iniciar um novo mandato presidencial; precisamos dar nas mãos do Presidente (Chefe de Governo e de Estado) instrumentos, dados para que o mesmo tenha as melhores condições de formular políticas públicas, a partir de 2023.
Por que não, em 2020? O argumento seria falta de recursos. Estranho, não?
Sem
orçamento, Censo é suspenso mais uma vez; entenda a importância da pesquisa e o
que acontece agora
Suspensão
foi confirmada nesta sexta-feira (23) pelo secretário especial de Fazenda do
Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. Por ora, não há prazo para a
realização de um novo levantamento, mas o IBGE informou que espera realizar a
pesquisa em 2022. O secretário especial de Fazenda do Ministério da
Economia, Waldery Rodrigues, informou nesta sexta-feira (23 [de abril
de 2021]) que o Orçamento de 2021, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro na quinta (22), não prevê recursos
para a realização do Censo.
(Por G1, 23/04/2021); matéria completa em: G1, clique aqui
O desafio ficou para 2021, depois foi jogado mais adiante. Neste ano, acontecendo, traz como um desses desafios retratar a população nosso campo, as áreas não urbanas - mais afastadas, ou menos, em relação às cidades; o campo como um todo sempre foi desafio, sobretudo na Amazônia. Mas, neste caso de 22, temos o caso da população quilombola, a qual será recenseada pela primeira vez, conforme vemos na seguinte publicação:
Quilombolas serão recenseados pela primeira vez na história
A partir desta quarta-feira (17/8), IBGE passa a recensear população
quilombola no Censo pela primeira vez na história da pesquisa
O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza, nesta
quarta-feira (17/8), o Dia de Mobilização do Censo Quilombola. A data marca o
início do recenseamento das comunidades quilombolas, que, pela primeira vez em 150 anos de história da
pesquisa, serão incluídas no Censo Demográfico brasileiro.
Fonte:
Correio Brasiliense (https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2022/08/5029983-quilombolas-serao-recenseados-pela-primeira-vez-na-historia.html)
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E você, já tava ligado(a) nessa vibe da hora, que é o Censo 2022? Vamos contribuir com a pesquisa do IBGE e ajudar nosso país, nosso lugar a crescer e se desenvolver mais.
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