segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Fake News mata, sim: Jéssica perde a vida após "notícias" falsas sobre "affair" com W. Nunes

Já falamos e reiteramos: FAKE NEWS podem causar até morte(s) de pessoas. E causam. O caso  Jéssica Canedo, que perdeu a vida dia 22 último, é a prova disso. Ela não “morreu”, mas cometeu suicídio, após transtornos a ela causados por conta de fake news da página CHOQUEI (21 milhões de seguidores/as, só no Instagram) que diziam espalhar "prints de mensagens vazadas" entre ela e  o famosíssimo comediante Whinderson Nunes.

Falsas, as "informações" davam conta de que a jovem poderia ter um "caso" com Nunes. Não sendo verdadeira a informação dessa página de fofoca, a jovem mineira teve seu estado emocional abalado e, somado a outros fatores (após apelo desesperado até da mãe dela, para que parassem com a repercussão na internet), chegou ao extremo de tirar a própria vida. O abalo social e virtual foi tamanho que a "Choquei" quase cessou suas publicações - por algum tempo. Divulgou Nota tentando se eximir de responsabilidades, mas a própria advogada deu no pé, após soltar a Nota. Segundo a CNN Brasil, "Após se ver no centro da polêmica envolvendo a morte de uma jovem de 22 anos que teria sido vítima de fake news, o perfil Choquei interrompeu suas postagens no Instagram e no X (antigo Twitter)" (veja, aqui).

A questão é tão sensível, que a seguinte notícia “Jovem apontada como affair de Whindersson Nunes morre aos 22 anos”, no Portal Diário de Pernambuco, é ligeiramente fake (falseia a realidade), pois Jéssica não “morreu”; ela foi levada a cometer suicídio, após os transtornos que os fake news da página CHOQUEI lhe causaram. É praticamente uma consequência direta e constatável desse regime de coisas líquidas que o tempo de hipervisibilidade e exposições da intimidade (tempo de internet e redes sociais, de compartilhamentos automáticos de "notícias" quase nunca lidas e checadas) legou a todos(as) nós. A euforia por ver, curtir e compartilhar, por se expor e se confessar é aliada-mor das notícias falsas, fraudulentas.

Consequências? Desde intensos sofrimentos psíquicos, desinformações, incentivos a não se vacinar, até mortes. O site G1 trouxe informações contextualizadas sobre o caso.

G1.Pop & Arte, 23/12/2023:

No início da semana, perfis de notícias sobre celebridades compartilham prints falsos de uma conversa entre Jéssica, 22 anos, e Whindersson. As mensagens falsas envolviam um suposto flerte no Instagram, culminando com o pedido de um encontro pessoal. Ambos, porém, negaram a autenticidade das mensagens, alegando serem fake news, e afirmaram que não se conheciam [W. Nunes lamenta morte... íntegra, aqui]. (grifo nosso)


Já o Diário de Pernambuco traz o seguinte:

Jovem apontada como affair de Whindersson Nunes morre aos 22 anos

 

Jessica, a menina que teve uma suposta conversa com Whindersson Nunes vazada, morreu aos 22 anos. A notícia foi dada pela família, através do Instagram, nesta sexta-feira (22). Segundo os parentes, antes do exposed, a moça sofria com problemas psicológicos, além de lidar com a depressão.

 

Prints do diálogo com o humorista surgiram na web no último dia 18, porém Nunes negou e afirmou que nunca havia conhecido Jessica, que morava em Minas Gerais. “Eu não faço ideia de quem seja essa moça e isso é um print fake”, se defendeu.

 

O alvoroço surgiu nas redes, depois que um perfil publicou o suposto bate-papo entre eles, com a chamada: “Veja: São divulgados prints de conversas de Whindersson Nunes com sua nova affair. (fonte: acessar clicando aqui)



Por fim, os tempos de internet sem freios e de falácias sobre "liberdade de expressão" trazem desafios enormes, a perder de vista, e fazem ao menos grande parte da humanidade pensar sobre para onde estamos indo, pois nunca se falou tanto sobre e se constatou tanto que nós estamos aprisionados(as) no mundo virtual e a cada dia mais inseguros(as) sobre em quem e quais espaços acreditar, onde ler e em quais veículos confiar (p. ex, a extrema-direita orienta suas manadas a não se informar nos veículos de maior credibilidade e profissionalismo, a não ser que eles fossem propagadores de fake news). Lamentavelmente, a necessidade de checar e conferir, antes de publicar as infs. parece agonizante a cada dia, hora e segundo que passam.

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