Há alguns anos acompanhando as mundanidades da política eleitoral, através
da mídia e em reuniões, e de vez em quando dando uma “espiadinha” nas TVs
Câmara e Senado, passei a admirar, pela inteligência, eloquência e ímpar
capacidade de se expressar publicamente – sob a autoridade de uma empostação de
voz que ainda não tinha visto entre professores e demais profissionais “da voz”.
Trata-se do Senador de Goiás, pelo Democratas (ex-PFL, o 25), Demóstenes Torres,
que tem um currículo profissional invejadíssimo.
Mas nem só de gozos vivem os
seres humanos e Demóstenes e apareceu essa história de Operação “Monte Carlos”,
de Cachoeira... E o homem que parecia
uma autoridade pública acima do bem e do mal, que deixava o Lula
(ex-Presidente), o PT e seus aliados (quase todos ex-aliados do PFL/DEM e PSDB)
atirados no chão e pisoteados passou a ser visto como alguém que poderia não
ser esse açaí todo. Veio a saída do DEM. O abandono de seus pares. A atuação da
mídia neo-liberal (imparcial, né?). O processo no Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar...
E agora há pouco o Plenário do
Senado cassou o Mandato de Demóstenes, que, possivelmente, está morto
politica(eleitoral)mente – a nível nacional (só poderia concorrer no ano 2028).
É um “bode-expiatório”? Acho que
sim, mas pode ser que tenha sido uma cassação justa. Mas é, sim, um cara que
apareceu, na hora certa e com todos os predicativos, para ser crucificado pelos
pecados alheios. Que tinha que ser abatido antes do recesso dos senadores(as),
antes de agosto, antes da campanha para Prefeito(a) pegar “fogo”, “bala”, antes
que o Supremo Tribunal Federal (STF) começasse a julgar o Mensalão –
possivelmente a fina-flor dos olhos da Mídia (imparcial?). Na hora certa.
Seguem os fatos correndo sob
todas as cachoeiras da vida. 80 senadores(as) presentes para votar, cinco se
abstiveram (quem? Mário Couto?, Flexa Ribeiro?, Jader Barbalho?, Demóstenes?).
56 votaram pela cassação e 19 contra esta. Vejam bem, quase 25% dos 80
representantes de estados brasileiros queriam que o goiano continuasse, que
tivesse mais tempo para se defender e que o “julgamento final” fosse feito pelo
povo de Goiás, talvez daqui há dois anos, quando esse nobre Senador poderia se
eleger Governador.
Pobre Goiás, quem o defenderá, já
que o defensor caiu e o contraventor está no xilindró?! (Depois dizem que o que
não presta está, somente, no Pará: quanta injustiça, não?)
Imagem 01 - Painel mostrando a Votação do Projeto de Resolução sobre a Perda de Mandato de Demóstenes Torres (TV Senado, 11.07.12). 56 Senadores(as) votaram pela "deletação" do Senador goiano.
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