Israel Araújo (Editor)
Academia Igarapemiriense de Letras - Cadeira 07 (Manoel Luiz Fonseca)
(Isaac Fonseca, presidente do Diretório do Psol em Ig.-Miri e pré-Candidato à Prefeitura de Igarapé-Miri, em seu pronunciamento, ladeado pelos parlamentares da sigla: Marinor Brito (Vereadora de Belém) e Edmilson Rodrigues (dep. Federal); na mesa ainda há o Ver. Preto (PV), o ex-Ver. Careca (Secretário de governo municipal - Sedin (PROS), a Sra. Gorete Nonato (Psol), Júlio Santos (PPL), prof. Valdir Jr. (Pt do B), prof. Israel Araújo (Coord. Sintepp no Miri), ex-Senador José Nery (Psol) e Pr. João Batista Matos (PRTB)
As Eleições 2016 estão ficando muito
bem aquecidas na cidade de Igarapé-Miri. Depois do lançamento da
pré-candidatura petista (Pe. Jucelino Neves), no dia 19 de dezembro passado, o
segundo partido a lançar um nome e submetê-lo à população é o Psol (Partido Socialismo e Liberdade). Depois
de um ano de reorganização da sigla, na cidade igarapemiriense, no dia 24 de
janeiro, na arena Los Biras, o Psol apresentou o professor Isaac Fonseca como pré-candidato à corrida de 2016 ao
Palacete Senador Garcia, sede da Prefeitura de Igarapé-Miri.
O evento contou com a participação de
dirigentes estaduais da sigla psolista: ex-senadores
José Nery e Marinor Brito (atual
vereadora de Belém), além da presença de dirigentes da sigla em Marituba e
Abaetetuba. Presença já constante na arena política de Igarapé-Miri, o deputado
Federal pelo Psol, Edmilson Rodrigues,
eleito recentemente o quinto melhor
deputado do Brasil, também se fez presente e ratificou seu apoio e
disponibilidade do mandato à atual do 50
em Igarapé-Miri. Além de dirigentes psolistas, o lançamento da Pré-Candidatura
também contou com a presença de lideranças políticas de Igarapé-Miri, que
atenderam ao convite do Psol, entre eles: Pr.
João Batista Matos (PRTB), Manoel
Júlio Santos (PPL), prof. Valdir Jr.
(Pt do B), ex-vereador Careca (PROS)
e Ver. José Clodoaldo “Preto” (PV).
As falas foram marcadas por elogios à organização do partido em Igarapé-Miri,
com destaque para a posição de Valdir Jr. que foi mais taxativo: “quem sabe não
há” possibilidade de compor uma aliança, defendeu. Lideranças de segmentos como
Associações de Moradores, Cooperativas e outras, vindas da cidade, de Vila
Maiauatá, Suspiro, alto Meruú, Cambeua, Icatu, Mamangal-Grande e outras áreas
mirienses também se fizeram presentes, entre elas o ex-vereador Manoel Raimundo
Pinheiro (Raimundo Velho), João Serrão “Camburão”, Jair Estumano, Zezão e Pr.
Pedro Balieiro.
Em pronunciamento marcadamente
destacado, as lideranças estaduais do Psol foram unânimes quanto a destacar a
postura democrática, esperançosa, jovem, competente e humilde (segundo
disseram) do atual Presidente do Diretório psolista no Miri, Mestre Isaac
Fonseca, o que nesse dia estava sendo apresentado como pré-candidato a prefeito
pela sigla. O ex-senador José Nery destacou a importância da renovação da política
em Igarapé-Miri e região tocantina; também pré-candidato à prefeitura de
Abaetetuba, ele defendeu que a política tem de ser vista a partir dos sujeitos
que a fazem, sugerindo que não há uma “lama coletiva” na qual todas as pessoas
filiadas a partidos políticos estivessem inseridos. Se há inúmeros políticos
imersos nessa vala comum, entende-se de sua posição, é certo que há muitas
pessoas de bem e com reconhecida competência que podem se dispor a atuar na
vida pública. O mesmo tom seguiu Marinor Brito, ao apresentar seu mandato de
Vereadora de Belém e disponibilizá-lo a serviço das estratégias de renovação da
política de Igarapé-Miri. Brito lembrou que seu mandato de Senadora da
República foi curtíssimo, mas que se sentiu gratificada por ter condições de
contribuir com o povo do Pará. A vereadora encorajou os mirienses, defendeu
publicamente os trabalhadores(as) da Educação quanto à manobras frequentemente
usadas para desmobilizar as lutas de classe, marcadas na defesa de direitos da
classe trabalhadora, e garantiu que não faltaria apoio da sigla a uma eventual
candidatura de Isaac Fonseca (ou de outro nome da sigla) à Prefeitura de
Igarapé-Miri.
Por sua vez, Edmilson Rodrigues
retomou a fala dos seus pares de partido e acrescentou anotações acerca das
imensas dificuldades de um partido ainda jovem, e “de esquerda”, de conduzir
uma corrida a uma prefeitura. Para ele, o grande capital e o abuso de poder
econômico devem ser os principais inimigos de uma campanha limpa e baseada em
propostas/projetos, haja vista que a injeção de dinheiro e a consequente
“compra de votos” costumam ser um fiel de balança em muitos momentos. Sobre
esse caso, relembrou sua experiência de candidatura a prefeito de Belém (2012)
e fez afirmações sobre casos desse gênero (os quais teriam influenciado
diretamente na vitória do tucano Zenaldo).
Edimilson manteve seu tom de
encorajamento às lideranças do Psol em Igarapé-Miri, ao pré-candidato Isaac Fonseca,
aos nomes que serão apresentados como pré-candidatos a Vereador(a) e a todas as
pessoas, às famílias presentes. Reiterou que Igarapé-Miri está recebendo, em
2016, cerca de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) destinados de sua emendar
parlamentar, que agora tem caráter impositivo (governo federal deve destinar).
Além do que o município também pode receber mais verbas do governo federal, o
que não se esgotaria em uma destinação de apenas um deputado. O deputado
rememorou a sua vinda a Igarapé-Miri, em 2014, logo depois de Isaac Fonseca ter
recebido ameaça de morte em razão de seu trabalho como responsável pelo Jornal
Tribuna Popular, relatando o poderio econômico que cercava a família do então
prefeito Pé de Boto (Ailson do Amaral, cassado em 2014) e mostrando o problema
do nepotismo a configurar aquela gestão, entre outras irregularidades.
Lembrando do “erro” livre em que o povo de Igarapé-Miri se envolveu, Edmilson
reiterou que a imagem da professora Benoca, entrando na Barraca, com dezenas de
crianças, carregando cruzes (simbolizando o nome de pessoas recentemente
mortas), não lhe saía da memória: tamanha seria a simbologia daquela cena para
a vida social e política de Igarapé-Miri.
“AGENDA 50”
Além do lançamento da
pré-candidatura, o Psol apresentou à sociedade igarapemiriense uma Carta à Sociedade, batizada de Agenda
50, na qual a sigla resume e reelabora um conjunto de proposições vindas dos
moradores de Igarapé-Miri, cujas propostas foram colhidas em várias áreas do
município, contendo os anseios do povo miriense no que diz respeito a áreas
cruciais para o desenvolvimento local e contaram com a redação final de
especialistas de áreas como Educação, Desenvolvimento e Governança. Além
destas, a Cultura, o Esporte e o Lazer, o Meio Ambiente, a Geração de Emprego e
Renda, a Gestão Democrática e outras foram contempladas.
Em seu pronunciamento, em tom
marcadamente denunciadora das mazelas sociais, Isaac Fonseca lembrou de
experiências de governos passados, de sua trajetória dentro da Igreja Católica,
a educação familiar, as dificuldades para ter acesso a universidade e ao
emprego, a experiência de trabalho na governança em Igarapé-Miri, a experiência
de ouvir o povo nas comunidades, criticou severamente o atual governo que,
segundo disse, “persegue dirigente sindical” e se omite quando o mesmo estaria
acontecendo nos ambientes públicos. Isaac Fonseca lamentou o fato de que,
segundo ele, uma criança que estuda no meio rural e que tem direito a ter aulas
durante o ano todo (assim como no meio urbano, acrescente-se), mas que teria
apenas cerca de trinta dias de aulas no Sistema Modular de Ensino, haja vista
que em muitos dias os condutores/as de alunos (“barqueiros”) não vão trabalhar
por problemas de pagamento e outros, ou por falta de professor(a) e por motivos
outros. Fonseca chegou a dizer que “não aceita” e “não se cala diante disso”, o
que apresentou como um gesto de “irresponsabilidade” ou de “incompetência”: só
consigo achar essas duas palavras, disse.
Sobre a condição de vida do povo
miriense, Fonseca citou dados oficiais do IBGE que indicariam cerca três mil
igarapemirienses empregados (empregos formais), sendo que desse montante mais
de 70% são da Prefeitura de Igarapé-Miri, além do que a “vulnerabilidade
social” estaria estampada no outro dado apontado: mais de 9.000 (nove mil) famílias dependentes do Bolsa Família (transferência de renda do governo federal a
famílias carentes). Enquanto o governo comemora isso, disse, seria preciso
lembrar que isso dá cerca de 30 a 36 mil pessoas ligadas diretamente ao
Programa Bolsa Família. A “vocação
econômica” do município é agrícola, disse; “vem do campo o nosso
desenvolvimento; não temos parque industrial, tecnológico; não exploramos
petróleo e outros”, complementou Fonseca.
Por fim, deixou um convite a todos os
membros, dirigentes de siglas presentes, para lembrar que o Psol estaria “de
braços abertos” para discutir com os mesmos cominhos para desenvolver
Igarapé-Miri.
Seguem registros do lançamento da Pré-Candidatura:
(Dep. Federal Edmilson Rodrigues, se pronunciando)
(idem)
______________________
Dados biográficos:
Isaac
Fonseca Araújo é Graduado em Letras/Língua Portuguesa pela Universidade do Estado do
Pará (UEPA). Especialista em Letramento e Formação de Professores pela mesma
universidade. Especialista em Gestão Pública e Sociedade (com ênfase em
Economia Solidária e Desenvolvimento Territorial) pela Universidade Federal do
Tocantins (UFT, 2011-2012). Possui Mestrado em Ciências Sociais (Sociologia)
pela Universidade Federal do Pará (UFPA) com Dissertação sobre Território de
Ação Local. Na sessão de defesa, a Banca Examinadora aprovou o texto com
louvor, por concluir que a pesquisa resultou em um trabalho que estava “acima
da média”. Foi Diretor de Economia Solidária do Governo Municipal de
Igarapé-Miri (2009-2010) e Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e
Trabalho dessa mesma Municipalidade (2011-2012). É fundador e editor-chefe do
Jornal Tribuna Popular e atua como professor na Secretaria Municipal de
Educação de Igarapé-Miri, no meio rural (Sistema Modular de Ensino). Atuante
desde muito jovem nas comunidades de base da Igreja Católica, foi membro e
liderança da Pastoral da Juventude, atuou por vários anos como assessor da
Cooperativa CAEPIM, para a qual articulou a vinda de projetos para desenvolver
a produção no campo, em Igarapé-Miri. É Sócio-fundador e atual presidente do
Incam (Instituto Caboclo da Amazônia). Membro da Academia Igarapemiriense de
Letras (AIL), ocupando a Cadeira número 08. Atua como Consultor (ad hoc) em Planejamento e Gestão Social
com ênfase em projetos. Tem se dedicado a discutir, entre outros, os seguintes
temas: Educação do campo. Letramento. Cooperativismo. Economia Solidária. Ação
Local. Território e Territorialização. Desenvolvimento Sustentável. Elaboração,
Assessoria e Gestão de Projetos e Gestão de Empreendimentos Econômicos
Solidários.
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