segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Eleições 2016: Isaac Fonseca é o Pré-Candidato do Psol à Prefeitura de Igarapé-Miri

Israel Araújo (Editor)
Academia Igarapemiriense de Letras - Cadeira 07 (Manoel Luiz Fonseca)


(Isaac Fonseca, presidente do Diretório do Psol em Ig.-Miri e pré-Candidato à Prefeitura de Igarapé-Miri, em seu pronunciamento, ladeado pelos parlamentares da sigla: Marinor Brito (Vereadora de Belém) e Edmilson Rodrigues (dep. Federal); na mesa ainda há o Ver. Preto (PV), o ex-Ver. Careca (Secretário de governo municipal - Sedin (PROS), a Sra. Gorete Nonato (Psol), Júlio Santos (PPL), prof. Valdir Jr. (Pt do B), prof. Israel Araújo (Coord. Sintepp no Miri), ex-Senador José Nery (Psol) e Pr. João Batista Matos (PRTB)


As Eleições 2016 estão ficando muito bem aquecidas na cidade de Igarapé-Miri. Depois do lançamento da pré-candidatura petista (Pe. Jucelino Neves), no dia 19 de dezembro passado, o segundo partido a lançar um nome e submetê-lo à população é o Psol (Partido Socialismo e Liberdade). Depois de um ano de reorganização da sigla, na cidade igarapemiriense, no dia 24 de janeiro, na arena Los Biras, o Psol apresentou o professor Isaac Fonseca como pré-candidato à corrida de 2016 ao Palacete Senador Garcia, sede da Prefeitura de Igarapé-Miri.

O evento contou com a participação de dirigentes estaduais da sigla psolista: ex-senadores José Nery e Marinor Brito (atual vereadora de Belém), além da presença de dirigentes da sigla em Marituba e Abaetetuba. Presença já constante na arena política de Igarapé-Miri, o deputado Federal pelo Psol, Edmilson Rodrigues, eleito recentemente o quinto melhor deputado do Brasil, também se fez presente e ratificou seu apoio e disponibilidade do mandato à atual do 50 em Igarapé-Miri. Além de dirigentes psolistas, o lançamento da Pré-Candidatura também contou com a presença de lideranças políticas de Igarapé-Miri, que atenderam ao convite do Psol, entre eles: Pr. João Batista Matos (PRTB), Manoel Júlio Santos (PPL), prof. Valdir Jr. (Pt do B), ex-vereador Careca (PROS) e Ver. José Clodoaldo “Preto” (PV). As falas foram marcadas por elogios à organização do partido em Igarapé-Miri, com destaque para a posição de Valdir Jr. que foi mais taxativo: “quem sabe não há” possibilidade de compor uma aliança, defendeu. Lideranças de segmentos como Associações de Moradores, Cooperativas e outras, vindas da cidade, de Vila Maiauatá, Suspiro, alto Meruú, Cambeua, Icatu, Mamangal-Grande e outras áreas mirienses também se fizeram presentes, entre elas o ex-vereador Manoel Raimundo Pinheiro (Raimundo Velho), João Serrão “Camburão”, Jair Estumano, Zezão e Pr. Pedro Balieiro.

Em pronunciamento marcadamente destacado, as lideranças estaduais do Psol foram unânimes quanto a destacar a postura democrática, esperançosa, jovem, competente e humilde (segundo disseram) do atual Presidente do Diretório psolista no Miri, Mestre Isaac Fonseca, o que nesse dia estava sendo apresentado como pré-candidato a prefeito pela sigla. O ex-senador José Nery destacou a importância da renovação da política em Igarapé-Miri e região tocantina; também pré-candidato à prefeitura de Abaetetuba, ele defendeu que a política tem de ser vista a partir dos sujeitos que a fazem, sugerindo que não há uma “lama coletiva” na qual todas as pessoas filiadas a partidos políticos estivessem inseridos. Se há inúmeros políticos imersos nessa vala comum, entende-se de sua posição, é certo que há muitas pessoas de bem e com reconhecida competência que podem se dispor a atuar na vida pública. O mesmo tom seguiu Marinor Brito, ao apresentar seu mandato de Vereadora de Belém e disponibilizá-lo a serviço das estratégias de renovação da política de Igarapé-Miri. Brito lembrou que seu mandato de Senadora da República foi curtíssimo, mas que se sentiu gratificada por ter condições de contribuir com o povo do Pará. A vereadora encorajou os mirienses, defendeu publicamente os trabalhadores(as) da Educação quanto à manobras frequentemente usadas para desmobilizar as lutas de classe, marcadas na defesa de direitos da classe trabalhadora, e garantiu que não faltaria apoio da sigla a uma eventual candidatura de Isaac Fonseca (ou de outro nome da sigla) à Prefeitura de Igarapé-Miri.

Por sua vez, Edmilson Rodrigues retomou a fala dos seus pares de partido e acrescentou anotações acerca das imensas dificuldades de um partido ainda jovem, e “de esquerda”, de conduzir uma corrida a uma prefeitura. Para ele, o grande capital e o abuso de poder econômico devem ser os principais inimigos de uma campanha limpa e baseada em propostas/projetos, haja vista que a injeção de dinheiro e a consequente “compra de votos” costumam ser um fiel de balança em muitos momentos. Sobre esse caso, relembrou sua experiência de candidatura a prefeito de Belém (2012) e fez afirmações sobre casos desse gênero (os quais teriam influenciado diretamente na vitória do tucano Zenaldo).

Edimilson manteve seu tom de encorajamento às lideranças do Psol em Igarapé-Miri, ao pré-candidato Isaac Fonseca, aos nomes que serão apresentados como pré-candidatos a Vereador(a) e a todas as pessoas, às famílias presentes. Reiterou que Igarapé-Miri está recebendo, em 2016, cerca de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) destinados de sua emendar parlamentar, que agora tem caráter impositivo (governo federal deve destinar). Além do que o município também pode receber mais verbas do governo federal, o que não se esgotaria em uma destinação de apenas um deputado. O deputado rememorou a sua vinda a Igarapé-Miri, em 2014, logo depois de Isaac Fonseca ter recebido ameaça de morte em razão de seu trabalho como responsável pelo Jornal Tribuna Popular, relatando o poderio econômico que cercava a família do então prefeito Pé de Boto (Ailson do Amaral, cassado em 2014) e mostrando o problema do nepotismo a configurar aquela gestão, entre outras irregularidades. Lembrando do “erro” livre em que o povo de Igarapé-Miri se envolveu, Edmilson reiterou que a imagem da professora Benoca, entrando na Barraca, com dezenas de crianças, carregando cruzes (simbolizando o nome de pessoas recentemente mortas), não lhe saía da memória: tamanha seria a simbologia daquela cena para a vida social e política de Igarapé-Miri.

“AGENDA 50”

Além do lançamento da pré-candidatura, o Psol apresentou à sociedade igarapemiriense uma Carta à Sociedade, batizada de Agenda 50, na qual a sigla resume e reelabora um conjunto de proposições vindas dos moradores de Igarapé-Miri, cujas propostas foram colhidas em várias áreas do município, contendo os anseios do povo miriense no que diz respeito a áreas cruciais para o desenvolvimento local e contaram com a redação final de especialistas de áreas como Educação, Desenvolvimento e Governança. Além destas, a Cultura, o Esporte e o Lazer, o Meio Ambiente, a Geração de Emprego e Renda, a Gestão Democrática e outras foram contempladas.

Em seu pronunciamento, em tom marcadamente denunciadora das mazelas sociais, Isaac Fonseca lembrou de experiências de governos passados, de sua trajetória dentro da Igreja Católica, a educação familiar, as dificuldades para ter acesso a universidade e ao emprego, a experiência de trabalho na governança em Igarapé-Miri, a experiência de ouvir o povo nas comunidades, criticou severamente o atual governo que, segundo disse, “persegue dirigente sindical” e se omite quando o mesmo estaria acontecendo nos ambientes públicos. Isaac Fonseca lamentou o fato de que, segundo ele, uma criança que estuda no meio rural e que tem direito a ter aulas durante o ano todo (assim como no meio urbano, acrescente-se), mas que teria apenas cerca de trinta dias de aulas no Sistema Modular de Ensino, haja vista que em muitos dias os condutores/as de alunos (“barqueiros”) não vão trabalhar por problemas de pagamento e outros, ou por falta de professor(a) e por motivos outros. Fonseca chegou a dizer que “não aceita” e “não se cala diante disso”, o que apresentou como um gesto de “irresponsabilidade” ou de “incompetência”: só consigo achar essas duas palavras, disse.

Sobre a condição de vida do povo miriense, Fonseca citou dados oficiais do IBGE que indicariam cerca três mil igarapemirienses empregados (empregos formais), sendo que desse montante mais de 70% são da Prefeitura de Igarapé-Miri, além do que a “vulnerabilidade social” estaria estampada no outro dado apontado: mais de 9.000 (nove mil) famílias dependentes do Bolsa Família (transferência de renda do governo federal a famílias carentes). Enquanto o governo comemora isso, disse, seria preciso lembrar que isso dá cerca de 30 a 36 mil pessoas ligadas diretamente ao Programa Bolsa Família. A “vocação econômica” do município é agrícola, disse; “vem do campo o nosso desenvolvimento; não temos parque industrial, tecnológico; não exploramos petróleo e outros”, complementou Fonseca.

Por fim, deixou um convite a todos os membros, dirigentes de siglas presentes, para lembrar que o Psol estaria “de braços abertos” para discutir com os mesmos cominhos para desenvolver Igarapé-Miri.

Seguem registros do lançamento da Pré-Candidatura:



(Dep. Federal Edmilson Rodrigues, se pronunciando)





(idem)



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Dados biográficos:

Isaac Fonseca Araújo é Graduado em Letras/Língua Portuguesa pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Especialista em Letramento e Formação de Professores pela mesma universidade. Especialista em Gestão Pública e Sociedade (com ênfase em Economia Solidária e Desenvolvimento Territorial) pela Universidade Federal do Tocantins (UFT, 2011-2012). Possui Mestrado em Ciências Sociais (Sociologia) pela Universidade Federal do Pará (UFPA) com Dissertação sobre Território de Ação Local. Na sessão de defesa, a Banca Examinadora aprovou o texto com louvor, por concluir que a pesquisa resultou em um trabalho que estava “acima da média”. Foi Diretor de Economia Solidária do Governo Municipal de Igarapé-Miri (2009-2010) e Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho dessa mesma Municipalidade (2011-2012). É fundador e editor-chefe do Jornal Tribuna Popular e atua como professor na Secretaria Municipal de Educação de Igarapé-Miri, no meio rural (Sistema Modular de Ensino). Atuante desde muito jovem nas comunidades de base da Igreja Católica, foi membro e liderança da Pastoral da Juventude, atuou por vários anos como assessor da Cooperativa CAEPIM, para a qual articulou a vinda de projetos para desenvolver a produção no campo, em Igarapé-Miri. É Sócio-fundador e atual presidente do Incam (Instituto Caboclo da Amazônia). Membro da Academia Igarapemiriense de Letras (AIL), ocupando a Cadeira número 08. Atua como Consultor (ad hoc) em Planejamento e Gestão Social com ênfase em projetos. Tem se dedicado a discutir, entre outros, os seguintes temas: Educação do campo. Letramento. Cooperativismo. Economia Solidária. Ação Local. Território e Territorialização. Desenvolvimento Sustentável. Elaboração, Assessoria e Gestão de Projetos e Gestão de Empreendimentos Econômicos Solidários.




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