sexta-feira, 16 de julho de 2021

O crime do Bozo no "terrivelmente evangélico" para o STF (Post #767)

Israel Araújo (editor, fundador; contato: poemeiro@hotmail.com)

Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)


Uma ilustração; só isso!

Cumprindo uma "palavra" empenhada em direção a seu segmento eleitoral mais fiel (os eleitores pentecostais e neopentecostais, além de "militares"), o "presidente" do Brasil, Jair Bolsonaro (ex-quase dez partidos), informou que indicará o Sr. André Mendonça à vaga aberta no STF (Supremo Tribunal Federal); Mendonça é pastor no segmento evangélico (Igreja Presbiteriana) e, como advogado, auxilia Jair no seu governo, na parte jurídica (cargo: Advogado-Geral da União, onde, na prática, ele advoga pelos interesses do perigoso Chefão).


(André Mendonça; Img: Valor Econômico - Grupo Globo)


Até aí, nenhum erro ético ou crime contra a ética e o decoro estariam sendo cometidos
se o Mendonça não estivesse sendo indicado justamente por não ser fiel à e cumpridor da Constituição de nosso país (CF 1988).

Ora bolas, qual mundo brasuca estamos pisando? Um jurista seria empossado na mais alta Corte da Justiça brasileira, por, pasmem, justamente atentar contra a laicidade do Estado-Nação; isso, mesmo: ele já deu prova disso, durante o contexto de pandemia de Covid-19, nas barbas do próprio STF. Como entender isso? Somente, unicamente em um regime de exceção e de ataques ao Estado democrático de direito. Para quem não entende, explica-se o seguinte: o Estado brasileiro é laico; não professa credo religioso algum (somente as pessoas podem seguir uma determinada linha religiosa, mística etc.; as instituições da República, caso do STF/da Justiça, não o podem); o Estado brasileiro não é cristão, nem budista, ou islâmico, judeu ou o que quer que seja; por quê? Para que uma pessoa, sendo ela de uma minoria etc., não seja vítima da violência estatal, dos abusos de uma instituição (caso do STF, mas sabemos que os abusos podem acontecer, que acontecem); para que uma pessoa que segue religiões de matriz africanas, p. ex., não seja prejudicada/violentada/torturada por uma decisão de um juiz, digamos, "terrivelmente evangélico" ou  coisa assim.

Por que Bolsonaro desdenha, debocha, faz graça da cara das instituições da República? Porque ele acredita, piamente, que o Senado Federal (uma das instituições da República) será covarde, medroso e não reprovará essa aberração da vida pública brasileira; esse acinte contra a nossa democracia. Só por isso. E eu acho que será covarde e dará prova de participação nesse crime contra as instituições da República, a democracia e o decoro que esse cargo exige.

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