domingo, 26 de fevereiro de 2012

Uma Croniquinha Discursiva... Se vai ficar grande, tem de diminuir?

Prof. Israel Fonseca Araújo(*)


Estes escritos querem tratar de dois processos bastante sérios para os nossos dias mais recentes, caso eles (escritos) não se rebarbarem já na sua “prenhidão ideológica”: olhar a condição dos Trabalhadores/Professores(as) em Educação Pública, no Pará, e a possibilidade de o nosso(?) estado do Pará (que em tese não tem dono!) vir a ser dividido para a Criação de dois novos estados: Carajás e Tapajós. Como este segundo ponto já está se tornando um papo muito enjoativo, tocaremos primeiro no primeiro ponto levantado (Não pense o Sr/a. que estamos brincando com coisa séria: Nem brinque com isso!).

O argumento de que, quando algo é/seria grande, tem de ser diminuído, parece ser coisa séria, aqui pras bandas do Grão-Pará. Vejamos o que se passou recentemente com os Professores/as da Seduc-PA. Tão logo o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que o (nosso) Piso Salarial Nacional (hoje em R$ 1.187,97 para 200h/mês de trabalho com formação de Ensino Médio) é constitucional e que tem/teria de vigorar para todo o Brasil, o governo do estado do Pará anunciou que não pagaria seus Trabalhadores(as) da Educação nesse patamar financeiro (isso no dia  15/09/11). Logo em seguida, o Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores(as) em Educação Pública do Pará) decidiu por mais uma Greve na Rede Estadual de Ensino – pelo pagamento integral do Piso, implementação do PCCR da Categoria – luta histórica (já é Lei, desde 02/07/10), melhorias nas condições de trabalho “na Rede”, pela continuidade do processo de Eleições para Diretor/a de Escola, segurança para as Escolas etc.. E, a partir daí, começou-se uma luta desleal entre a Categoria, capitaneada pelo Sintepp (com algumas matérias semanais em jornais, na TV e em seu site: www.sintepp.org.br) e o Governo do Pará (tendo à frente seus mais estratégicos gestores públicos), com a decisiva participação da Mídia (sites oficiais, parte da impressa paraense, televisiva, interneteira...).

Trabalhou-se a imagem do Governo, com as suas lideranças, e a dos Educadores(as) e, aí, você já sabe no que deu!... Para encerrar: se nossos Vencimentos iriam crescer, que diminuam logo no nascedouro.

Já no segundo caso (esta palavra não goza de prestígio em nossa sociedade monogâmica), lá vem a história do diminuimento das coisas. Um dos argumentos mais fortes, para quem quer a criação de Carajás e Tapajós, é o fato de nosso Pará ser “muito grande” pra ser administrado, diz-se que se fosse dividido em três partes (des)iguais seria melhor gerenciado, cada região cresceria mais e suas populações ganhariam em qualidade de vida, em todos os sentidos. Daí vem uma espécie de guerra através do uso da língua (te acarma um pouco!): pra lá, fala-se em Emancipação (entendamos libertação, autonomia), pra cá, em Divisão/Desmembramento (passa a ideia de perda). E nós sentimos que o Povo, que será consultado e terá de teclar 55 ou 77, ainda nem se deu conta de que seu voto é obrigatório (como o será no ano que vem, como o foi durante o Referendo sobre o Desarmamento) e isso depois de bom feriado – com Nossa Sra. da Conceição no meio!. É uma briga grande, que envolve grandes interesses, em ambos os casos e em todos os sentidos, mas que tem a sua maior autoridade (o Povo) ainda muito alheia à questão. Desatenta, pouco informada, sem dar muita bola pra essa questão. Se tá grande (ou se vai crescer), tem mesmo que diminuir? Mas ganhamos tão mal... pra que deixar nosso ganhame ainda mais zito! E Você, é a favor da Divisão do Pará para a Criação de...? Ah, já não tá mais lendo estes escritos? Hum, valorize as coisas de nossa terra, amigo(a)!

P. S.: Meu amigo sempre brinca comigo, ao dizer que “Piso” é piso mesmo, que vem de “ser pisado”! Que fica abaixo de nossos pés. É de chão, mesmo. Parabenizo as amigas Adriane Gonçalves e Rejane Nonato por suas aprovações em Seleção de Mestrado, nas universidades federais do Amazonas e do Pará. Muito bem, meninas: vcs são 10.


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(*) Publicado, originalmente, no Jornal Miriense; Professor; paraense de Igarapé-Miri. Trabalha nas Redes de Ensino de Igarapé-Miri e da Seduc-PA. (poemeiro@hotmail.com; www.poemeirodomiri.blogspot.com)

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