quarta-feira, 20 de junho de 2012

Maria de Todos os Rios (trechos – parte II)


Benedicto Monteiro, Belém: Cejup, 1995


“... Como não tínhamos horizonte, antes da chuva cair, eu corria para o boteco, que ficava num trapiche que dava pra baía, bem na ponte da vila da Barca. Ver a chuva cair na própria água era uma imensidade.
[...] Quando as chuvas me pegavam na cidade, no meio da rua, que eu podia ver os edifícios ou que eu podia apreciar suas águas verdes escorrendo das mangueiras, eu ficava horas e horas entretida, escutando o barulho e vendo as mudanças que aconteciam”em todas as paisagens. [...] A senhora pensa, a chuva em Belém tem que fazer parte da vida da gente. Ela cai quase todos os dias e em todas as tardes [...] A chuva, a senhora pensa, fazia de Belém uma cidade encantada, que mudava como as águas vivas. [...] Até as pessoas que passavam, andando ou correndo [...] ficavam molhadas de sombras.” (p. 42, 43 – Cap. 5)

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Boa Viagem.

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