quinta-feira, 26 de julho de 2018

Por que "Poemeiro do Miri"? (Carta crônica ou uma Crônica-Carta sobre uma conversa com Drummond)

Israel Araújo
(Academia Igarapemiriense de Letras-AIL; Cadeira 07. Patrono: Manoel Luiz Fonseca)
Editor do Blog Poemeiro do Miri (poemeiro@hotmail.com)


É verdade; sim, verdade é que devo uma explicação sobre essa "história" de este Professor Israel Fonseca Araújo, que também é sindicalista, militante cultural e pesquisador-acadêmico (e se salienta em outras frentes, também), ser chamado e ter-se chamado de "poemeiro" do Miri. Ora, o "do Miri" é de nossa raiz, nossos pertencimentos, nosso íntimo (com)viver. Tributo ao chão, Igarapé-Miri, no Nordeste do estado do Pará.

O problema (ops, alegria, alegria) é esse poemeiro. Ora, isto pode ser dito: outra vez, faz anos já, idos de 2009 ou um pouco mais, tecendo uma conversa qualquer com o poeta Carlos Drummond de Andrade, o mineiro de Itabira, sim, ouvindo suas reflexões sobre a lida com a palavra (a "luta mais vã", quanto mais a gente luta, mais ela se empodera diante de nós, ou sobre Nós), tentando entender o que ele me (nos) dizia, ficamos a lutar com esse seu posicionamento.

Veio, a seguir, uma espécie de entendimento-síntese.

"Meus amigos são poetas, minhas amigas são poetizas; eu sou quem fabrica, luta, apanha, sua... os poemas". Assim, fui levado a crer (e continuo nessa crença) que sou um lavrador, uma espécie de pedreiro ou carpinteiro, padeiro da Poesia; trabalho com a poesia, faço, com as dificuldades e as lutas de um pedreiro (não é desrespeito contra ninguém, nenhum(a) outro trabalhador(a): nem me venha com essa tese). Não, exatamente, a luta vã; esses profissionais nada têm a ver com essa ideia de ser em vão, inútil, esses trabalhos.

Como por uma herança da Gramática tradicional, questão das explicações acerca dos sufixos, daí levei esses sentidos todos acerca dessa tarefa, desse querer-poder, desse tecer, que é o fazer poemas, fabricar poemas (textos), atravessados pela Poesia (se Deus quiser que sim). Foi a partir desse diálogo, remoto, forjado (como tds), com o poeta de Itabira que pude chegar a essa elaboração e a apresentei à sociedade (nem todo mundo gosta, mas isso é da vida):

"Sou um poemeiro", pensei; "meu talento não me leva à condição de Poeta", me acalentei. Por isso, daí em diante assumi para mim essa convicção: sou um poemeiro e, mais audacioso, cunhei o Poemeiro do Miri.

Deu bom. De muitas bocas vêm palavras de incentivo. Pensar em ser um trabalhador da Poesia, fabricar poemas, me agrada de verdade (é preciso melhorar muito, mas estamos em serviço, com suor e tentativas a fio).

Obgd a tds.

#Altas_Revelações_do_Poemeiro




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