Pois é, gente amiga. Talvez, talvez... por essa você não esperasse: mas
é verdade: o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação "Lava
Jato", acusado internacionalmente de prender o ex-Presidente Lula da Silva
sem provas ("denunciado" por centenas de juristas, talvez milhares de
pesquisadores(as) para que o líder petista não pudesse ser candidato nas Eleições
de 2018), ele mesmo, ACEITOU "convite" de Jair Bolsonaro
(PSL) para ser Ministro "da Justiça" no governo do mesmo;
pois é: Ministro de Estado (uma espécie de empregado, alguém que está sob as
ordens do Chefe)... Analistas políticos pegaram a "bola": Bolso teria
convidado Moro para ser Ministro de Estado ou para ser
indicado para vaga de Ministro no Supremo Tribunal Federal-STF;
isso, daqui a dois anos: espécie de ovo no.... galinha. Dizem
os entendidos em movimentações de Brasília (DF) que Moro aceitou, de fato, a
vaga para o STF, pois Bolso poderá indicar alguns Ministros.
A vaga de Ministro de Estado seria apenas uma ponte, agora, uma espécie
de calvário necessário para poder garantir a indicação (vai que o
"chefe" mude de ideia, não?); mas, em todo caso, os analistas
garantem que o provável Presidente não tem a mínima condição ética, de coragem,
de pulso para demitir Moro daqui a poucos meses.
O tamanho do acordo Moro/Bolsonaro não é sabido, nem suas bases,
condições (largar um cargo de Juiz Federal de 22 anos não é para todo mundo),
mas o tamanho do estrago na credibilidade da Justiça brasileira
está bem perceptível. Parecem bem coerentes, neste momento, as ligações
entre as posturas de Moro (prender, julgamento super célere,
gritar da Europa, de Férias, contra soltura de Lula pelo TRF-4, manter Lula
impedido de falar, de dar entrevistas, divulgação de dados de Delação de
Palocci, considerada "imprestável", a poucos dias da votação do
primeiro turno...) e os desdobramentos políticos recentes.
Espécie de toma lá, dá cá entre o citado juiz (que foi crucial
para que Lula da Silva não se tornasse Presidente, neste pleito) e os
organizadores/articuladores políticos anti-PT (sejam de Alckmin, sejam de
Bolsonaro ou até de Henrique Meireles, se fosse o caso, avaliam especialistas
ouvidos por este Blog.
"A sede de Moro é na Presidência da República, ainda mais agora com
Lula preso", avalia uma fonte. Sérgio Moro foi visto, nos últimos anos,
como um membro do Judiciário, que trabalhava(ria) para limar o PT da cena
política nacional (o que poderia, quem sabe, ter um fundinho de verdade, não me
arrisco a afirmar-negar). Ou seja, um julgador parcial; seria isso. Alguém que
estaria usando a toga para "fuzilar" adversários políticos
("fuzilar a petralhada"?, como dizem os fascistas...). São somente
especulações, leituras, pontos sendo ligados, mas podem ter fundo de verdade.
Moro deverá comandar a Polícia Federal, o que faz tremerem pernas fortes da
política nacional, os quais estejam no polo anti-Bolsonaro, claro. Operações
direcionadas poderiam ser construídas, focadas como a Lava-Jato, avaliam uns;
direcionadas a limar o PT e quadros dessa agremiação, ponderam outros. Esses
pontos podem ser ligados? Sabemos, não.
Bolsonaro está Presidente eleito desde 28.10.2018 e, há vários tempos,
vem sendo acusado de praticar crimes de racismo, homofobia, apologia ao estupro
(disse na cara da deputada federal petista Maria do Rosário-RS que não a
estupraria, porque ela "não merecia"), afirmou que preferia ter filho
morto a vê-lo... Gritou aos bons ventos que falava tudo isso e muito mais,pois
podia, tinha a imunidade garantida pelo Parlamento, ops, pela condição de
parlamentar. Garantiu que, mediante o voto, não se muda nada neste País, que só
mudaria (para melhor, na opinião dele) por meio de uma Guerra Civil ("se
morressem uns inocentes, tudo bem, fazer o quê?"), que, sendo Presidente
"um dia", fecharia o Congresso Nacional no mesmo dia etc. etc. etc.
Aí, vem Sérgio Moro e diz: tenho prazer em me juntar a esse senhor,
serei seu defensor político. Vamos fazer "justiça". Será, mesmo, um
"justiceiro" Presidente um dia ou um "justiceiro" Ministro
do STF, à moda de Alexandre de Moraes (ex-PSDB), de Temer. Políticos ligados ao
PT sempre dizem que Moro tem fortes laços com o mesmo PSDB, o que pode nada
significar, agora.
Bolsonaro é apresentado politicamente, também, como quem teria tentado uma "greve", uns protestos dentro do Exército em busca de melhores salários... para ele. Teria sido expulso. Sérgio Moro teria usado a oportunidade, usado Lula da Silva como carta na manga para poder alçar voos mais altos. Sério, isso? Quem se arrisca a responder?
Moro aceita convite
de Bolsonaro para o Ministério da Justiça: veja a repercussão
Juiz responsável pela
Lava Jato na 1ª instância chefiará a pasta, que abrigará também a Segurança
Pública
Por G1 (01/11/2018;
12h02)
Fonte:
https://g1.globo.com/politica/noticia/2018/11/01/moro-aceita-convite-de-bolsonaro-para-o-ministerio-da-justica-veja-a-repercussao.ghtml
O
juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na 1ª
instância, aceitou nesta quinta-feira (1º) o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para assumir o
Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
REPERCUSSÃO:
ACM Neto (DEM) Prefeito de Salvador
e presidente do DEM.
(Via
Twitter) - Não poderia haver melhor nome para o Ministério da Justiça. O juiz
Sérgio Moro já mostrou o seu compromisso no combate à corrupção e na defesa
intransigente da aplicação da lei para todos.
Carlos Siqueira (PSB) Presidente do PSB.
"Eu desejo que ele se saia muito
bem à frente do ministério, mas também deixa claro uma tendência política que
ele sempre exerceu e que nós também respeitamos."
(...)
O Jornal
Folha de S. Paulo também (já era de se esperar, kkk) divulgou o feito,
buscando, inclusive, “tuítes” da Presidente deposta Dilma Rousseff (PT),
retirada do Cargo em agosto de 2016:
'O rei está nu', diz Dilma sobre Moro aceitar convite de Bolsonaro; veja
repercussão com petistas
Segundo ex-ministro
José Eduardo Cardozo, membros do partido estão espantados com decisão
São Paulo
Fonte:
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/11/petistas-criticam-moro-apos-aceitacao-de-convite-para-o-governo-bolsonaro.shtml
Petistas usaram as redes sociais para criticar a decisão do juiz Sergio
Moro de aceitar o convite para assumir o Ministério da Justiça e
da Segurança Pública na gestão de Jair Bolsonaro (PSL). Tanto a direção do
partido como lideranças da sigla afirmam que o magistrado atuou de forma
parcial e pedem a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (1), o PT afirmou que Moro revelou
sua parcialidade ao aceitar o cargo no próximo governo.
"Moro sempre foi um juiz parcial, sempre agiu com intenções
políticas, e isso fica evidenciado aos olhos do Brasil e do mundo, quando ele
assume um cargo no governo que ajudou a eleger com suas decisões contra Lula e
a campanha de difamação do PT que ele alimentou, em cumplicidade com a maior
parte da mídia".
Em sua conta no Twitter, a ex-presidente Dilma Rousseff escreveu
inicialmente: "o juiz está nu". A mensagem foi apagada e
substituída por uma sequência de quatro tuítes sobre o histórico de decisões de
Moro.
"Agora, o juiz Moro anuncia que largará a magistratura para
ser ministro do governo que viabilizou a eleição com suas decisões. O rei está
nu", escreveu.
Ela citou a divulgação de trechos da delação do
ex-ministro Palocci, atribuindo a ela o prejuízo a sua candidatura ao
Senado por Minas Gerais e a de Fernando Haddad à Presidência, a
"prisão sem provas" de Lula e o vazamento da conversa dela
com o ex-presidente Lula "alimentando o processo de
impeachment".
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, também mencionou
as decisões do magistrado, se manifestando em três idiomas na mesma
rede social.
"Moro será ministro de Bolsonaro depois de ser decisivo pra sua
eleição, ao impedir Lula de concorrer. Denunciamos sua politização
quando grampeou a presidenta da República e vazou para a imprensa;
quando vazou a delação de Palocci antes das eleições. Ajudou a eleger, vai
ajudar a governar", afirmou.
Nas versões em inglês e espanhol, Gleisi inicia a mensagem chamando
a decisão de "fraude do século".
O ex-ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff (PT), José
Eduardo Cardozo disse à Folha que está
"estupefato, absolutamente espantado" com a ida do magistrado para um
governo com o qual ele colaborou indiretamente, com suas decisões.
"Eu nunca vi nada parecido na história da magistratura.
Curiosamente, aquele juiz que se dizia imparcial e isento aceita cargo num
governo que ele ajudou indiretamente a eleger com suas decisões",
afirmou Cardozo.
O magistrado "decretou a prisão do candidato que àquela altura
estava em primeiro lugar, o ex-presidente Lula", lembrou o ex-titular da
Justiça. "Depois, às vésperas do primeiro turno, numa decisão controversa,
ele liberou a delação do ex-ministro Antonio Palocci,
prejudicando um dos lados da disputa."
Foram decisões judiciais, sustenta o advogado e professor, que
repercutiram no processo eleitoral "de forma clara e irrebatível".
Cardozo reitera a impressão de colegas de partido de que a ida para
o governo Bolsonaro reforça a tese de parcialidade de
Moro no caso de Lula.
"As pessoas no PT estão espantadas. Eu imaginava que, até por
prudência, não haveria a aceitação do convite. Há um estado de perplexidade, de
assombro." Na opinião dele, as repercussões internacionais devem repetir a
incredulidade com a forma "como as instituições brasileiras têm se
comportado".
Um agravante, afirma Cardozo, é que conversas sobre a eventual
participação do juiz no governo tenham começado ainda durante a campanha,
como revelou o vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão.
"É alarmante que o diálogo com um juiz que tomou as decisões que
tomou tenha se iniciado antes mesmo da decisão do povo brasileiro."
O ministro das Relações exteriores no Governo Lula e atuante na campanha
internacional pela libertação do ex-presidente, Celso Amorim chamou a
decisão de espantosa.
"Apenas confirma todas as suspeitas de que o juiz Sergio Moro tenha
partido e outros objetivos". Segundo Amorim, seu comportamento é duvidoso:
"é como o juiz do Flamengo e Vasco virar presidente de um dos
clubes", diz Amorim.
(...)
Dilma Rousseff (PT)
Ex-presidente da República.
"De modo ilegal, contra a Constituição, como reconheceu o STF, o juiz Moro autorizou a gravação e vazou conversa minha com Lula, alimentando o processo de Impeachment. O juiz Moro condenou e determinou a prisão sem provas do presidente Lula, que estava em primeiro lugar nas pesquisas, inviabilizando sua candidatura. Seis dias antes do 1º turno, o juiz Moro vazou a delação de Palocci, que por falta de provas havia sido rejeitada pelo MF, prejudicando a minha candidatura e a de Haddad. Agora, o juiz Moro anuncia que largará a magistratura para ser ministro que viabilizou a eleição com suas decisões. O rei está nu."
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