(Imagem para reflexões em igrejas, seitas, terreiros e almoços)
Terminada a
votação e as apurações do dia 28 de outubro de 2018 para Presidente do Brasil, estando
aptos a votar mais de 147 milhões de
eleitores/as, Jair Bolsonaro (PSL) obteve 57.797.847 de votos (55,13%); já Fernando
Haddad (PT), candidato do ex-Presidente Lula da Silva (este, impedido de participar
do pleito, pela justiça eleitoral do Brasil, mesmo que a ONU tenha determinado
o contrário), alcançou 47.040.906 (44,87%).
Ainda teve 2.486.593 de votos em Branco e 8.608.105 anularam seus votos (isso totaliza:
11.094.698 votos). Some-se a isso uma Abstenção
de 31.371.704, o que leva à soma de 42.466.402
votos perdidos, digamos assim (exatamente isso: quarenta e dois milhões,
quatrocentos e sessenta e seis mil e quatrocentos e dois eleitores(as) ou não
compareceram, ou votaram Branco/Nulo).
Some-se 42.466.402 votos perdidos aos 47.040.906 votos do petista Fernando Haddad, assim tem-se um montante de 89.507.308 pessoas (quase noventa milhões de eleitores) que NÃO QUISERAM BOLSONARO *PRESIDENTO.
Some-se
Os números se mostram
gigantes (nada que se aproxime ao montante gasto somente com “fake news”, por empresários que, possivelmente
produzindo crimes virtuais, podem ter ajudado sobremaneira a definir o vencedor
em votos, nesse pleito de 28 de outubro passado: esses empresários/as devem ter
gasto bem perto de dois bilhões de reais,
segundo estimativas, sob formas de “amor” ao País e de “repúdio” à Corrupção
(esse dinheiro, assim gasto, deve se configurar Caixa 2, um conhecido Crime
eleitoral, o qual deveria anular a votação obtida sob essa metodologia)
Dos números
apontados, é correto afirmar que 89.507.308 rejeitaram Bolsonaro, sendo que uma
parte deles também rejeitou Haddad. Mas, ora, números à parte, que o Povo
Brasileiro disse que quer e o que disse que não quer, com essa votação no
candidato do PSL (examinando-se o Programa
do PSL apresentado à sociedade para julgamento, é correto dizer que o Povo,
majoritariamente, não quer Educação Pública laica, plural, de perfil crítico, e
diz isso ao aceitar um ataque muito claro à memória de Paulo Freire [maior nome e maior orgulho da educação
brasileira], intelectual humano, teórico e militante de direitos humanos que
será “expurgado” pela estrutura de Bolsonaro, segundo diz o Programa de Governo)?
Mais diretamente, pode ser indagado:
O que o Povo
brasileiro disse que não quer para o País, a começar nos fins de 2018 e,
sobretudo, a partir de 2019? Vejamos mais
imediatamente a questão educacional, pois (juntamente com Pesquisa, Ciência e
Tecnologia e Cultura) faz desenvolver um país (será que o texto que segue é um
contra-discurso?).
Respostas:
Na Educação, o Povo
brasileiro deu um recado: NÃO QUER QUE A EDUCAÇÃO seja uma PRIORIDADE, tenha
papel ESTRATÉGICO.
Povo disse não querer:
a) Forte atuação na formação dos professores/educadores e na gestão pedagógica da educação básica, na reformulação do ensino médio e na expansão da educação integral;
b) Concretização das metas do PNE (vigente, no papel), em articulação com os planos estaduais e municipais de educação;
c)
Institucionalização do Sistema Nacional de Educação, instituindo instâncias de
negociação interfederativa;
d) Criação de
política de apoio à melhoria da qualidade da gestão em todos os níveis e
aperfeiçoamento do SAEB;
e) Criação de novo
padrão de financiamento, visando progressivamente investir 10% do PIB em educação,
conforme a meta 20 do PNE;
f) Implementação do
Custo-Aluno-Qualidade (QAQ) e INSTITUCIONALIZAÇÃO DO NOVO FUNDEB, DE CARÁTER
PERMANENTE, com aumento da complementação da União; retomada dos recursos dos
royalties do petróleo e do Fundo Social do Pré-Sal;
f) Fortalecimento da
gestão democrática, mediante diálogo com a sociedade na gestão das políticas
bem como na gestão das instituições escolares de todos os níveis;
g) Na EDUCAÇÃO INFANTIL, na perspectiva
da educação integral, não quer a retomada de intensa colaboração com municípios
(...);
h) No ENSINO FUNDAMENTAL, não quer ajustes
na Base Nacional Comum Curricular, em diálogo com a sociedade, para retirar “as
imposições obscurantistas e alinhá-la às Diretrizes Nacionais Curriculares e ao
PNE”;
i) Não quer a implementação de forte política nacional de alfabetização, no
âmbito do Ensino Fundamental, em colaboração com Estados e Municípios, “reconhecendo
as diferentes necessidades dos educandos em cada lugar”;
j) Não quer ATENÇÃO ESPECIAL à Valorização e à Formação dos professores e professoras alfabetizadoras (esforço que
envolveria também o fortalecimento do PIBID, voltado aos estudantes universitários
de pedagogia e licenciatura, para oferecer experiência docente nas escolas
públicas, com ênfase especial no reforço ao processo de alfabetização das
crianças);
k) Não quis meta de garantir que todas as
crianças, adolescentes e jovens de 4 a 17 anos, estejam na escola e que
aprendam;
l) Não quer meta de assegurar que todas
as crianças apresentem as habilidades básicas de leitura, escrita e matemática,
assim como os conhecimentos necessários no campo das ciências naturais e
ciências humanas, até os 8 anos ou até o final do 2º ano do Ensino Fundamental;
m) Não quer INCLUSÃO DIGITAL E
TECNOLÓGICA: o Plano de Governo Haddad propôs, também, promover a inclusão digital e tecnológica das
crianças brasileiras, introduzindo, desde o primeiro ano do ensino fundamental,
com a infraestrutura necessária, o trabalho com as linguagens digitais.
n) Não quer a transformação das escolas em ambientes de criação e desenvolvimento da curiosidade cria melhores condições de aprendizagem. O governo investiria na ampliação da oferta de educação de tempo integral, sobretudo nas regiões mais vulneráveis;
n) Não quer a transformação das escolas em ambientes de criação e desenvolvimento da curiosidade cria melhores condições de aprendizagem. O governo investiria na ampliação da oferta de educação de tempo integral, sobretudo nas regiões mais vulneráveis;
o) Não quer que seja dado novo tratamento
à EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA), retomando a centralidade das ações de
redução do analfabetismo, ampliando vagas e retomando as políticas de
assistência estudantil que possibilitam a conclusão dos estudos, a partir do
ProJovem e do MOVA-Brasil como referências;
p) Não quer a consolidação da política de
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA
INCLUSIVA em todas as etapas e modalidades de ensino (“Aproximadamente 25%
dos professores que atuam na educação básica não possuem licenciatura
específica para as disciplinas que lecionam. Essa realidade precisa ser
superada. Para isso, vamos criar uma política nacional de valorização e
qualificação docente, que dê início a uma profunda ressignificação da carreira
e das estruturas de formação inicial e continuada dos professores”;
q) Não quer a garantia do PISO SALARIAL
NACIONAL e a instituição de Diretrizes que “permitam uma maior permanência dos
profissionais nas unidades educacionais”;
r) Não quer que seja reforçada e renovada
a Universidade Aberta do Brasil (UAB);
s) Não quer, também, EDUCAÇÃO DO CAMPO,
INDÍGENA E QUILOMBOLA como merecem tais sujeitos: o governo de Fernando Haddad pretendia
retomar “os investimentos na EDUCAÇÃO DO CAMPO, INDÍGENA E QUILOMBOLA,
desenvolvendo políticas voltadas à formação de professores, construção e
reforma de escolas, transporte e alimentação escolar”. Voltaria a “investir no
ensino superior e ampliar os investimentos em ciência, tecnologia e inovação”;
t) Não quer que Universidades e
Institutos Federais sejam fortalecidos, interiorizados e expandidos com
qualidade e financiamento permanente (isso já aconteceu, seria feito novamente,
ao que tudo indica). A proposta de Haddad previa recompor “os orçamentos das
universidades e institutos federais, e o Programa Nacional de Assistência
Estudantil será fortalecido”;
u) Não quis que a "REFORMA" DO ENSINO MÉDIO DE TEMER fosse revogada: esse
era um compromisso de Haddad; (...)
Governo Fernando Haddad teria comprovado
compromisso com todas as etapas e modalidades de educação. Mas o Governo Federal,
liderado pelo ex-Ministro campeão de investimentos e melhorias na Educação, daria
atenção especial ao Ensino Médio.
Sobre Fernando Haddad, pessoa pública já muito experimentada na Gestão
Pública, é preciso mostrar que o petista
Fernando Haddad já foi Prefeito da maior cidade da América Latina, São
Paulo (seu adversário, coitado, estava
correndo dos debates televisivos e em outros espaços; imaginem se daria conta
de governar uma pequena prefeitura!!). Povo brasileiro, esses eleitores,
disseram que não achavam importante ter experiência e ser honesto para poder
presidir o Brasil.
No trabalho à frente do MEC, ajudou a
revolucionar a Educação. Teria de falar em longas páginas para vcs. Mais muito
importante é que essa parte da população deu a entender que nega a nossa
condição humana, em termos de Liberdade e de Democracia: entre a DEMOCRACIA e as
práticas de FASCISMO (ódios, violências, estupros, ataques...), a opção foi
pela segunda linha. Entre lutar por um Brasil mais justo e igualitário, a opção
aceita gira em torno de fortalecer práticas de Ditadura, a qual já vivemos.
PROPOSTAS
DE BOLSONARO: para a Educação,
o líder do PSL já deixou claro que a Educação a Distância seria uma saída desde
o início dos estudos (!!!!!!!); ao fazer buscas com o vocábulo “educação” no Programa de Governo desse então
Candidato, não encontramos resultados para o mesmo (nenhum resultado); ao ler o material, constatamos a triste
realidade (um horizonte de trevas): o Programa de Bolsonaro, por sua enunciação,
tem um tom discursivo de ataque e ameaça aos atuais professores(as) do Brasil:
afirma que, com o que já gasta, o Brasil deveria ter melhores resultados na
Educação; o Programa não toca em um dos pontos que são, desde muito longe, explicações
indiscutível para os péssimos resultados que Educação tem apresentado: AS
CONDIÇÕES DE TRABALHO.
Há um processo (um discurso) de
culpabilização dos professores(as), sugeridos como os responsáveis pelas
mazelas no setor. Nos pareceu uma vergonha! Além desse fator, não se fala no
quão articulados são os diversos aspectos dessa problemática: se o Programa de
Haddad fala em investir na formação continuada de profissionais da Educação [e
de todos os servidores], se reconhece que o financiamento é muito importante
[Haddad propõe a continuidade do FUNDEB, um novo FUNDEB], se propõe fortalecer
as universidades, investir na Alfabetização e em outras frentes tão
importantes..., já esse Programa do PSL vem para jogar a sociedade contra os
Professores e demais trabalhadores/as da Educação!
É na página 46 do Programa que o maior
de todos os ataques ocorre: o Programa de Bolsonaro diz que é preciso “revisar
e modernizar o conteúdo” (o que seria isso?; conteúdos não são modernos???). E
informa, em tom de ESCÁRNIO
CONTRA O QUE NOSSA EDUCAÇÃO BRASILEIRA TEM DE MELHOR: “Isso inclui a
alfabetização, expurgando a ideologia de Paulo Freire, mudando a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC), impedindo a aprovação automática e a própria questão
de disciplina dentro das escolas”. Em tarja vermelha (o que o Plano faz mais de
uma vez...; ícone e demonstração da ideologia do ódio do citado Plano, entenda-se),
o Programa de Jair (PSL) afirma: “um dos maiores males atuais é a forte
doutrinação”.
Sobre as “áreas rurais”, que nós
concebemos como dimensão da Educação do Campo, o Candidato do PSL propõe a
educação a Distância “como alternativa”.
LEGADOS DE FERNANDO
HADDAD (PT) para a Educação brasileira:
Nos governos de Lula e Dilma, petistas, foram
criados:
* Lei 10639/2003
- Obriga incluir no currículo a temática História e Cultura Afro-Brasileira;
* Lei 10880/2004 - Criou o PNATE - Programa Nacional de Apoio ao
Transporte Escolar;
* Lei 11494/2007 - Criou o FUNDEB, em substituição ao FUNDEF, que
não incluía o ensino infantil e médio;
* Lei 11738/2008 - Criando o Piso Nacional do Magistério na Educação
Básica;
Decreto 6.755/2009 - Instituiu o PARFOR (Formação para Professoras e Professores de todo o Brasil);
Decreto 6.755/2009 - Instituiu o PARFOR (Formação para Professoras e Professores de todo o Brasil);
* Lei 11947/2009 - Criou o Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE);
* Lei 12014/2009 - Reconhece os demais profissionais da Educação (alterou a LDB Nacional);
* Lei 13005/2014 - Criou o PNE (Plano Nacional de Educação, que, entre outros avanços, previu 10% do PIB para a Educação);
* Lei 12014/2009 - Reconhece os demais profissionais da Educação (alterou a LDB Nacional);
* Lei 13005/2014 - Criou o PNE (Plano Nacional de Educação, que, entre outros avanços, previu 10% do PIB para a Educação);
* Fortalecimento INDISCUTÍVEL na realidade das universidades
públicas e nos institutos federais: beneficiou milhares de jovens e adultos das
classes populares. Um dos maiores avanços na vida de nossas famílias.
Isso, para citar apenas uns aspectos. Mas este Blog aceita a decisão
de cada cidadão e cada cidadã. Só não aceitamos as fraudes eleitorais, sejam em
benefício de quem quer que seja.
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