domingo, 9 de fevereiro de 2020

Matou Marielle Franco? Chefe do "Escritório do Crime", o possível mandante da morte era íntimo dos Bozos



Israel Fonseca Araújo, editor (poemeiro@hotmail.com)
Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)



(Adriano da Nóbrega. Foto: O Antagonista)


A Milícia de Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, perdeu seu grande nome, o ex-capitão do BOPE (expulso da polícia) Adriano da Nóbrega, homem considerado suspeito de ser dos principais responsáveis pela execução, em via pública, da ex-vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL, Marielle Franco (dia 14.03.2018), e de seu motorista Ânderson Gomes. “Capitão Adriano” foi homenageado pela família Bolsonaro, sendo, inclusive quando preso preventivamente, agraciado pelo então dep. estadual Flávio Bolsonaro (RJ), o antigo “Zero 01” de Bolsonaro/pai (atualmente, o zero 01 é Paulo Guedes). Bolsonaro, o pai, também defendeu os milicianos cariocas da Tribuna da Câmara, chegando a dizer que tais criminosos seriam bem-vindos (de outros estados) para o Rio de Janeiro.

Nóbrega foi morto na manhã de hoje pela polícia carioca, em divulgado “confronto” com policiais, segundo a argumentação oficial; o caso se deu na zona rural do município de Esplanada-BA, no agreste daquele estado, fato que teve o apoio da polícia estadual local. Recentemente, o ministro de Bolsonaro Exm. Sr. Sérgio Moro não inseriu Adriano da Nóbrega como um dos principais procurados pela justiça, no Brasil.

Nóbrega saiu ileso de possíveis punições pelo caso da execução de Marielle, haja vista que estava sendo procurado em razão de outra demanda criminal (sua ficha de crimes era bem corrida): era foragido da justiça desde janeiro de 2019:; ele já tinha muitos crimes atribuídos a si, em razão das atividades das milícias cariocas. Uma parte do Brasil (não os bolsonaristas e moronistas, claro) está indagando se essa morte (execução) de Nóbrega não seria uma queima de arquivo do assassinato de Marielle (e ele nem foi ouvido pelas autoridades das polícias e/ou do Ministério Público), ou se não é um recado quente para Fabrício Queiroz, haja vista a questão das “rachadinhas” lá no Rio. Estando já executado o Adriano, a reta de chegada seria o Queiroz, aquele que pode saber de muita coisa acerca da (possível) divisão ilegal de dinheiro de “funcionários” da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

O youtuber Paulo Ghialdelli Jr., um dos debatedores anti-bolsonarismo mais destacados destes anos, falou em "queima do maior aquivo...": "O MILICIANO ADRIANO É PEGO NA BAHIA. A QUEIMA DO MAIOR ARQUIVO DO BRASIL" (link: https://www.youtube.com/watch?v=vADaRBQ51iM&pbjreload=10); destacado parlamentar do Brasil, o petista gaúcho Paulo Pimenta também se manifestou no Canal da Resistência, falando que o Queiroz agora está na fila ("Adriano da Nóbrega foi... Queiroz será o próximo", cf. no link: https://www.youtube.com/watch?v=RT9DtucBFWg&t=1721s).


A imprensa fervilhou acerca dessa temática, desde às publicações menos "profissionais" (caso do Youtube e dos blogs/canais de esquerda) até divulgações com ares de imparcialidade nas empresas (oligárquicas) profissionais de jornalismo e de TV. Confira:







SUSPEITO NO CASO MARIELLE, “CAPITÃO ADRIANO” MORRE EM TROCA DE TIROS COM A POLÍCIA

Apontado como chefe da milícia 'Escritório do Crime', Adriano Magalhães da Nóbrega estava foragido desde janeiro do ano passado






Redação, O Estado de S.Paulo
09 de fevereiro de 2020 | 10h37


O ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, conhecido como "capitão Adriano", foi morto em uma troca de tiros com a polícia na manhã deste domingo, 9, em Esplanada, no interior da Bahia. Foragido desde janeiro do ano passado, ele é apontado como chefe do "Escritório do Crime"milícia suspeita pela morte da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes, assassinados em março de 2018.
Adriano trabalhou no 18º Batalhão da PM com Fabrício Queiroz, o ex-assessor de gabinete de Flávio Bolsonaro, investigado por lavagem de dinheiro no esquema de "rachadinha" na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). A mãe e a filha de Nóbrega trabalhavam no gabinete do filho do presidente e teriam sido contratadas por Queiroz. Segundo o Ministério Público, o milicano ficava com parte do pagamento delas.
Após receber informações que Nóbrega estava na Bahia, equipes do Serviço de Inteligência da polícia do Estado passaram a monitorá-lo. Há duas semanas, policiais fizeram uma busca em uma mansão na Costa do Sauípe, no Litoral da Bahia, onde encontraram apenas documentos falsos. O miliciano teria fugido antes da chegada dos policiais. 
Neste domingo, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, Nóbrega trocou tiros com os policiais. Baleado, ele foi socorrido em um hospital da região, mas não resistiu. Com o foragido foi encontrada uma pistola austríaca calibre 9mm.
"Buscamos efetuar a prisão, mas o procurado preferiu reagir atirando", afirmou o secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa. 
Apesar de ser suspeito de participar da morte de Marielle, "capitão Adriano" era procurado pela Justiça por causa de outro crime. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por atuar com grilagem de terras; compra, venda e aluguel irregular de imóveis; cobrança irregular de taxas da população local; e extorsão e na receptação de mercadoria roubada em Rio das Pedras.

 

Ligações com esquema de "rachadinha"

Na última etapa da investigação que mira Flávio Bolsonaro, o MP do Rio apresentou à Justiça conversas de WhatsApp entre Adriano e sua ex-esposa, Danielle da Nóbrega, que era funcionária do gabinete do então deputado estadual. Nesses diálogos, o miliciano afirmava que também se beneficiava do suposto esquema de "rachadinha", quando ela reclama de sua exoneração. 
Danielle e a mãe de Adriano, Raimunda Veras Magalhães, foram exoneradas por Flávio quando o filho do presidente Jair Bolsonaro e Queiroz ficaram sabendo da investigação. 
Além de empregar as parentes do miliciano, Flávio já o homenageou com a Medalha Tiradentes, honraria mais alta do Legislativo do Rio, em 2005, quando o então policial estava preso acusado de homicídio. Adriano foi expulso da Polícia Militar por causa de envolvimento com a contravenção. 
O Escritório do Crime, grupo que Adriano liderava, foi alvo da Operação Os Intocáveis, em janeiro de 2019, e de um desdobramento dela neste mês. Ele estava foragido desde essa primeira operação, há mais de 1 ano.
Adriano e Queiroz ficaram amigos no Batalhão de Jacarepaguá da PM. Foram acusados juntos, inclusive, de um homicídio, que registraram como "auto de resistência". O caso está aberto até hoje.  

 

Queima de arquivo

Adriano estava convencido de que queriam matá-lo, não prendê-lo. Nos últimos dias, tanto ele quanto sua esposa relataram que tinham certeza de que havia um plano de “queima de arquivo” em curso contra o ex-policial militar
O ex-capitão do Bope nunca havia falado diretamente com seu advogado, Paulo Emilio Catta Preta, até a quarta-feira passada. Foi quando, preocupado com os últimos movimentos da polícia, ligou para ele e relatou que tinha “certeza” de que queriam matá-lo para “queimar arquivo”. A viúva do miliciano também fez o mesmo relato. 

 

PM do Rio atuou na operação

Dois policiais do Rio de Janeiro participaram da operação de busca a Adriano Nóbrega. Segundo fontes da polícia baiana, no entanto, os policiais fluminenses não participaram do confronto que culminou com a morte do capitão.
De acordo com essas fontes, a polícia da Bahia deu suporte à investigação que já vinha em curso há quase dois anos no Rio. As principais informações foram colhidas por policiais flumimenses (sic) que estavam no encalço de Nóbrega.
Ainda segundo fontes da polícia baiana, os responsáveis pela investigação no Rio estavam monitorando as movimentações de Adriano, descobriram que ele estava na Bahia e pediram a colaboração. A partir de então o setor de inteligência da polícia baiana passou a integrar a investigação descobrindo que ele havia fugido da Costa do Sauípe, onde estava com a família em um condomínio, e se escondido em uma fazenda em Esplanada, no interior do Estado. 
A polícia da Bahia vai investigar agora possíveis ligações políticas do dono da fazenda onde Adriano foi morto. /COLABOROU RICARDO GALHARDO

(Fim)




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Outra matéria: 

Miliciano Adriano Nóbrega morre em confronto com policiais na Bahia
Por G1 BA (
Apontado como o chefe do Escritório do Crime, o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega morreu após um confronto com policiais militares, na manhã deste domingo (9), na zona rural da cidade de Esplanada. Contra ele, havia um mandado de prisão expedido em janeiro de 2019. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), o ex-policial militar carioca passou a ser monitorado por equipes do órgão, após informações de que ele teria buscado esconderijo na Bahia. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia afirmou que Adriano era suspeito de envolvimento no assassinato de Marielle Franco, mas o nome dele não consta do inquérito que investiga a morta da vereadora.
De acordo com a SSP, Adriano Magalhães da Nóbrega foi localizado por equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte e da Superintendência de Inteligência (SI) da Secretaria da Segurança Pública em um imóvel.
A operação de localização do suspeito foi uma ação conjunta da Secretaria de Segurança Pública da Bahia e da Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro (Sepol). Segundo a Sepol, Adriano da Nóbrega era investigado pelo setor de inteligência do órgão e pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público há cerca de um ano. Ao longo deste tempo, os agentes o monitoravam e chegaram ao paradeiro do ex-policial militar, na Bahia.
(Fim)

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