(Israel Fonseca Araújo)
Nos primeiros tempos,
nada havia. Era o nada; nada foi e (eu) não sabia de sua existência-presença.
Mas, as movências, estas, sim, bem sentidas já eram. Como uma lenta mudança
histórica, as sentimentalidades todas (fala dos Tribalistas) se faziam perceber desde os primeiros momentos – elas,
hoje sabemos, elas é que produziam movências contra o “nada”, sendo esse nada uma forma de camuflar o mover
daqueles sentimentos todos. E era, e é de sentimentos que se trata; eles, lá e
agora, fazem poesia, produzem o mover, enfrentar as críticas geladas dos que
nos acusam de pieguismo. Foram os sentires
que impactaram todos por sua volta; o que não se percebia, nós percebíamos,
enredados nessa arriscada segurança no terreno dos afetos.
***
Coisa do tipo capricho
dos destinos, seu nascer se deu logo na sequência do 08 de março, vindo de uma mulher,
claro (redundância): assim que se deu a madrugada, seu mover se mostrou, de
plano, a tds nós. Uma presença que se faz por toda uma vida (presença única =
vida : tradução metonímica), coisa do terreno dos divinos; causa de insônia
regada à ansiedade, agitação íntima e que produz ânimos em tantas vidas. O
tempo das cronologias (as tais de duas e
quinze...), melhor dizer, mais seguro dizer que esse virou perversão no
sistema, dado que coração não respeita o Cronos – e recordação, sabemos, não
se afasta do coração.
***
O tempo do sono, exigência
do sistema corporal, tem vezes que precisa ser subvertido, como a receber doses
benéficas de drogas (paradoxo no terreno dos afetos : mas há drogas que
produzem benefícios); terreno da determinação do repouso diário, esse, também,
subjugado pelo domínio das sentimentalidades : todas, infindas, a (me) nos
dominar. O corpo se recusa a dormir quando o mundo tá em movências e em
frenesi.
***
Era o dia 09 de março
de 1997; era a madrugada dominical e era o
tempo/o dia, isto é, era a
medida de um dia que não se aguenta na cronologia, dia que subjuga o poderoso Cronos
e que domina a todos nós.
........................... : crônica curta,
singelo registro pelos 23 invernos do Giovanni
do Nascimento Araújo.
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