segunda-feira, 9 de março de 2020

Tempo (n)da vida: Crônica de 09 mar 2020


 (Israel Fonseca Araújo)


Um registro; é isso.


Nos primeiros tempos, nada havia. Era o nada; nada foi e (eu) não sabia de sua existência-presença. Mas, as movências, estas, sim, bem sentidas já eram. Como uma lenta mudança histórica, as sentimentalidades todas (fala dos Tribalistas) se faziam perceber desde os primeiros momentos – elas, hoje sabemos, elas é que produziam movências contra o “nada”, sendo esse nada uma forma de camuflar o mover daqueles sentimentos todos. E era, e é de sentimentos que se trata; eles, lá e agora, fazem poesia, produzem o mover, enfrentar as críticas geladas dos que nos acusam de pieguismo. Foram os sentires que impactaram todos por sua volta; o que não se percebia, nós percebíamos, enredados nessa arriscada segurança no terreno dos afetos.

***

Coisa do tipo capricho dos destinos, seu nascer se deu logo na sequência do 08 de março, vindo de uma mulher, claro (redundância): assim que se deu a madrugada, seu mover se mostrou, de plano, a tds nós. Uma presença que se faz por toda uma vida (presença única = vida : tradução metonímica), coisa do terreno dos divinos; causa de insônia regada à ansiedade, agitação íntima e que produz ânimos em tantas vidas. O tempo das cronologias (as tais de duas e quinze...), melhor dizer, mais seguro dizer que esse virou perversão no sistema, dado que coração não respeita o Cronos – e recordação, sabemos, não se afasta do coração.

***

O tempo do sono, exigência do sistema corporal, tem vezes que precisa ser subvertido, como a receber doses benéficas de drogas (paradoxo no terreno dos afetos : mas há drogas que produzem benefícios); terreno da determinação do repouso diário, esse, também, subjugado pelo domínio das sentimentalidades : todas, infindas, a (me) nos dominar. O corpo se recusa a dormir quando o mundo tá em movências e em frenesi.

***

Era o dia 09 de março de 1997; era a madrugada dominical e era o tempo/o dia, isto é, era a medida de um dia que não se aguenta na cronologia, dia que subjuga o poderoso Cronos e que domina a todos nós.


........................... : crônica curta, singelo registro pelos 23 invernos do Giovanni do Nascimento Araújo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário