Desculpem por falar isso; mas parece até repetitivo dizer que as aglomerações (em igrejas, clubes, feiras livres, estádios, feitas...) vão gerar multiplicações de contágios de Sars-Cov-2 e as pessoas vão contrair a Covid-19 e, quem sabe, vão morrer. Contrair o vírus pode ocasionar, no extremo, a morte da pessoa. Graças a Deus, na imensa maioria dos casos, as pessoas não evoluem a óbito.
Pois é; na tarde de hoje, o Supremo Tribunal Federal (STF) teve de decidir que estados e municípios podem restringir cultos e missas na pandemia (nesta pandemia, creio;). Digamos assim: que esses direitos individuais e coletivos podem ser "mexidos", flexibilizados e ser restringidos via atos administrativos, nessas conjunturas. Por isso, esses tantos decretos que os prefeitos e governadores tanto editam e publicam, o que interfere na vidas das pessoas - de modo individual e coletivo.
Acontece que a prática da fé, a liberdade de cultos, as reuniões religiosas são consagradas na Constituição Federal de 1988. Isso é inegociável, no Estado-Nação brasileiro; é uma das cláusulas que sustentam o estado democrático de direito vigente. Por isso, o conflito tão bem gerado, instalado e superdimensionado (politicamente) no seio da sociedade brasileira. As autoridades (as de boa fé, não as ... bolsonaristas) ficaram entre a "cruz" e a necessidade de proteger a população da Covid-19, pois o direito aos cultos, à vivência da fé são é inegociável, mas os prefeitos e governadores são agentes políticos que têm o dever de proteger a população - em tempos de paz, de guerra, de pandemias etc. Se não houver restrições às reuniões, cultos, missas etc. é certo que o contágio pelo novo coronavírus pode em muito aumentar.
Olha, pra não esticar essa cansativa conversa, não vamos tocar em problemas como a relação entre pastores, alguns poucos padres x os negacionismos; a prática criminosa de muitos líderes religiosos e a lavagem de dinheiro; a relação entre o Jair Bolsonaro, certos líderes religiosos cristãos e o aumento dos casos de Covid-19 x mortes; nem sobre o fato de que cultos e reuniões não se dão, somente, no campo cristão. Nem vamos tocar em outros pontos correlatos. Só uma perguntinha, que não quer calar: Como vc acreditaria que um pastor defende a vida, se ele estaria colocando em risco a vida de dezenas ou centenas de pessoas?
Essa conta não fecha.
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