quinta-feira, 17 de março de 2022

Nestes dias tão estranhos, vc não conversa: somente "ataca" seu outro(a)

Eu achei importante dividir com vcs esta questão, sobre o fato de que não estamos, mais, conversando, debatendo os fatos, vislumbrando versões diversas acerca deles, apresentando e discorrendo sore pontos de vista. Vejamos só: um cidadão dito (a) bolsonarista e outro, (b) um lulista (não gosto destes rótulos, mas eles são amplamente usados...), estão debatendo, discutindo-se nas redes sociais (mas pode ser em uma roda de ar, após um jogo de futebol, ou numa festa de casamento etc.).

O cidadão "a" fala sobre o fato de que Lula da Silva "é o dono do Triplex" do Guarujá (SP), que ele é comunista ou coisas similares; o cidadão "b" assegura que Bolsonaro "é ligado a milicianos e está envolvido em rachadinhas" e outras coisas sujas da política - ou do mundo do Crime. Nesse momento, nem um e nem o outro podem estar atentando aos argumentos de seu oponente na discussão. O mais provável é que nem A e nem B sequer ouça os argumentos de seu adversário.

Como eles se digladiam? Seria simples a explicação: é que A ou B somente ataca a pessoa de seu adversário; não tem interesse algum em ver suas posições e refletir acerca delas. O que tem de fato, de possível verdade nos dados e/ou nas argumentações de cada oponente, ah, isso nada importa. Isso explicaria o fato de que, acima de tudo no conjunto de seguidores de Jair Bolsonaro, não se conversa mais, apenas pratica-se o ataque a seu adversário político ou discursivo. Trata-se de uma declarada tática definida por extremistas e/ou negacionistas (negacionista em tds os sentidos); quem lidera isso, em termos deste País?

Sim, Olavo de Carvalho. Sim, um negacionista que tem ódio na educação e que era (ou é) chamado de "professor Olavo". Confuso de entender, não? Pois é, no extremismo os pensamentos são assim; são uma espécie de "não pensamento".

Acerca dessa postura intelectual, teórica, o escritor Henry Bugalho afirma que a tática desses sujeitos é "Não confrontar a informação, mas confrontar, digamos, atacar a pessoa", atacar a instituição da imprensa (jornais, redes de TV e outros, p. ex.) ou outra. Trata-se de ataques à pessoa e não a seus argumentos, repita-se; diz Bugalho: "ataca-se a fonte da informação", não se ataca a informação, o conteúdo, o que foi enunciado (ou dito).

MAIS INFS.: Uma ótima exposição acerca dessa atual postura (atual desde uns anos, já, neste país), uma espécie de "não-conversa", está no vídeo intitulado "Errei..." (de responsabilidade de Henry Bugalho (escritor, formado em Filosofia); veja o ótimo conteúdo, se quiser, neste Link AQUI). Confira. A reflexão nos ajuda muito a entender nosso atual momento político, histórico.

#poemeiridomiri

Um comentário:

  1. Ou seja, o importante não é a argumentação, o importante é atacar a fonte ou o outro, não "ouvir" o que ela/ele tem a dizer. Se eu não ouvir essa informação esse fato não existe.
    Tempos sombrios.
    Boa tarde, conterrâneo e amigo.

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