Israel Araújo,
PHP (Professor e Humilde Poeta)
Editor do Poemeiro do Miri (poemeiro@hotmail.com)
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Israel Araújo Poemeiro do Miri
(Protesto pela morte, fria e covarde, do jovem "Fabinho", nas redes sociais; fonte: Facebook Rosimeire Bastos)
O dia 16 de dezembro de 2016 deverá se tornar um dos dias mais marcantes, no sentido da tristeza, de uma conhecida família da comunidade Catimbaua, no rio Igarapé-Miri, a poucos minutos da cidade de mesmo nome: é a família do sr. conhecido como "Fanta". Por volta de uma hora de tarde, a família foi surpreendida por supostos assaltantes, os quais teriam tentado cometer assalto e, no momento em que o jovem saía para correr, atiraram, acertando o filho. O jovem faleceu, ainda na terna adolescência. E mais uma família está irremediavelmente marcada pela onda de violência que assola Igarapé-Miri. Não queremos dizer seu nome aqui, derramar o sangue de uma pessoa que tinha uma longa vida pela frente; respeitemos esse momento da família.
Há pelo menos onze a doze anos que o Miri está vendo seus filhos, seus pais, seus irmãos... serem executados a tiros e de outras terríveis formas. Seus os resultados de intermináveis, assaltos, arrombamentos de residências e de outras maneiras de criminosos encarcerarem o povo miriense em suas casas, inclusive dentro das quais não há tanta garantia de tranquilidade.
E, assim, esta terra vai vendo jovens serem vítimas de violência. São homicídios, na maioria das vezes; são resultados, quase sempre, do triunfo da compra/venda de drogas contra as pessoas de bem. São essas drogas, seus lucros que permitem a compra e o aluguel de embarcações para a realização de assaltos nos rios, de sequestros de veículos para "missões" na cidade; é a ação de narcotraficantes que movimenta a compra/venda de armas e munições, é esse tráfico todo o que mais fortalece a criminalidade no Brasil e, quiça, no mundo todo. Ora, em Igarapé-Miri, são os adolescentes e pessoas com idade até 29, 35 anos as principais vítimas; muitas, por balas perdidas. Geralmente, as periferias economicamente menos abastadas sofrem mais, perdem mais filhos.
E os modos finais de violência são tantos, quanto vasta é a omissão do Governo do Pará, liderado por Simão Jatene (PSDB). Um abandono pleno, em que o governo chega a deixar cidades bem desabastecidas de policiais nas ruas (o que já é um minimum necessário, o que não resolve tanta coisa dessa rede toda; mas ajuda). A pressão popular tem levado fontes do Poemeiro do Miri a informar que nossa cidade às vezes fica com 07 (sete) policiais por turno; desses, um ficaria nos serviços administrativos do Quartel da PM. Portanto, para fazer policiamento ostensivo, na cidade, em Vila Maiauatá, nas demais vilas (citando umas: Menino Deus/Anapu, Santa Maria/Icatu, Igarapé-zinho/Caji), e nos rios de Igarapé-Miri, haveria coisa de cinco policiais em alguns turnos. Se a informação fosse confirmada, poderíamos falar em caos. Nada menos que isso.
Enquanto isso, Jatene debocha do povo do Pará, via programa em Rádio, dizendo que está (sim) fazendo "cortes" em sua casa, em virtude da "crise" que ele e o povo todo do Brasil estaria enfrentando. Segundo ele, algumas viagens, passeios para Salinas (PA) e outros estariam sendo cortadas...
Em meio a tudo isso, o "Beto Jatene", filho do governador, leva o Pará às redes nacionais, às manchetes na grande mídia, sendo preso pela Polícia Federal. Ainda que alguém venha a considerar que a Justiça poderia ser mais "legal" com um filho de governador do PSDB, o caso expõe nessa terra a uma profunda vergonha. Nada mais que isso.
Confira. As divulgações selecionadas pelo Poemeiro são das Organizações Rômulo Maiorana (ORM), em seu sítio na internet (orm.news); as orm's são popularmente conhecidas por publicações bem carinhosas em relação a governantes do PSDB. Mas, dada a tragédia toda, eis a publicação:
(orm.news)
O filho do governador do Pará, Alberto Jatene,
se apresentou na sede da Polícia Federal na tarde desta sexta-feira (16). Beto,
como o filho do governador Simão Jatene é conhecido, é um dos alvos da operação
'Timóteo', deflagrada pela Polícia Federal no Pará, em outros 10 Estados e no
Distrito Federal. Ele teve mandado de prisão temporária decretado pelo juiz
federal substituto Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal
do DF.
De
acordo com a Polícia Federal, Beto Jatene prestou depoimento ao
superintendente da PF no Pará, delegado Ualame Machado, e em seguida foi levado
ao Instituto Médico Legal para exame de corpo. O filho do governador ficará
preso no comando do Corpo dos Bombeiros, no bairro de Val de Cans, por quatro
dias. A assessoria da PF informou que após o período, o juiz do caso vai
decidir se prorroga ou não a prisão temporária de Jatene e se ela vira
preventiva.
O governo
do Estado do Pará divulgou nota oficial reforçandoo que a investigação que
atinge o filho do governador não tem relação ou cita órgãos do poder Executivo
estadual. 'Na condição de pai de Alberto Jatene, o governador Simão Jatene
informa que ainda não teve acesso ao conteúdo da acusação, mas espera que tudo
seja devidamente investigado e esclarecido corretamente o mais breve possível,
na certeza de que Alberto irá prestar os esclarecimentos necessários para a
Justiça', diz o texto da nota.
Pela
manhã policiais federais estiveram na casa de Beto no bairro do Umarizal em
Belém para cumprir o mandado de prisão temporária e de busca e apreensão de
documentos. O filho do governador não foi encontrado no local e os agentes
cumpriram apenas a busca e apreensão. O advogado de Beto, Roberto Lauria,
chegou a informar à polícia que seu cliente se entregaria às 14h, o que só
aconteceu no fim da tarde desta sexta.
Ao todo a
PF cumpriu no Pará oito mandados de condução coercitiva, dois de prisão
temporária - incluindo Beto Jatene e um funcionário da Assembleia Legislativa
do Estado (Alepa), 13 de busca e apreensão - sendo três nas sedes das
prefeituras de Oriximiná, Canaã dos Carajás e Parauapebas. A Polícia Federal
informou que há um mandado de prisão temporária para o prefeito eleito de
Parauapebas, Darci Lermen (PMDB).
Esquema envolve royalties de mineração
A
operação 'Timóteo' desarticulou um grupo que fraudava os valores de royalties
de mineração devidos por mineradoras a municípios e muitas empresas estariam
sendo prejudicadas. O caso envolve cobranças judiciais de 65% da chamada
Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), que tem
como destino os municípios. A Justiça também determinou que os municípios não
façam qualquer contratação ou pagamento aos três escritórios de advocacia e
consultoria sob investigação.
Ainda
segundo informações da PF, um diretor do Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM) com informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties
oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e de uma empresa de
consultoria a municípios com créditos de CFEM junto a empresas de exploração
mineral.
A
operação, batizada de Timóteo, começou em 2015, quando a então
Controladoria-Geral da União (CGU) enviou à PF uma sindicância indicando
incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM, que,
sozinho, pode ter recebido mais de R$ 7 milhões.
(...)
(Fonte: http://www.ormnews.com.br/noticia/filho-do-governador-jatene-se-apresenta-na-pf-em-belem; acesso em 17/12/2016)