quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

TRIBUTO: ASSASSINOS EXPULSAM DEP. JEAN WYLLYS (PSOL): "eu não quero me sacrificar” (SER EXECUTADO!)

Prof. Israel Fonseca Araújo
Editor (poemeiro@hotmail.com). Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)




Me apavora saber que o filho do Presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário
                                                   (Dep. Jean Wyllys/PSOL-RJ) 



(Divulgação: Secretaria Nacional de Mulheres do Partido dos Trabalhadores/as)


As notícias, as muitas notícias, de que o deputado federal do PSOL-RJ Jean Wyllys não voltará mais ao Brasil (está em alguma país, mas não revela onde por achar que pode morrer a qualquer momento), em razão das ameaças de morte (execução sumária), e que deixará de assumir o seu (legítimo) terceiro mandato de Deputado na Câmara Federal (2019-2023)...

Essas notícias nos deixam com a sensação de humilhação, impotência, de revolta, de que nossa Dignidade Humana praticamente nada mais existe, de que estamos (as pessoas comuns, de bem, os que não têm a estrutura particular de segurança paga pela Nação brasileira, caso dos Ministros do STF-Supremo Tribunal Federal, de membros das famílias de Presidente, ex-Presidentes e Governadores)... entregues à própria sorte(...), essas notícias nos deixam de ombros caídos, por uns segundos, claro. Mas, claro, nos afetam muito. Saber que o "Presidente do Brasil" comemora a possível execução de uma pessoa que nada deve à sociedade, também muito nos abala muiiito (por uns segundos, claro).

Isso, e muito mais, é indício de que já perdemos muito de nossas vidas. São indícios!!

A seguir, como forma de tributo à luta e à carreira acadêmica (ele é Mestre em Letras pela UFPA) e política do militante pela Diversidade, pelos direitos dos seres humanos, da população LGBTI e outras frente, divulgamos uma pequena parte da repercussão dessa decisão. São divulgações de hoje, mesmo (24/01/2019). Começamos pela fala do Prof. Dr. Luís Felipe Miguel da Universidade de Brasília (UnB, Doutor em Ciências Sociais), professor-pesquisador que já sofreu na pele a perseguição do Estado brasileiro, no cerne de sua liberdade de cátedra, garantia constitucional líquida e certa.

Seguem:


Sou um ingênuo. Digo para mim mesmo que nada mais vai me chocar, que já vi de tudo, mas me choco mesmo assim.

Dá uma sensação muito ruim ler a notícia de que Jean Wyllys está deixando o Brasil. É mais um soco no estômago, mais uma mostra de como estamos involuindo. Aqui e em muitos outros espaços, eu tanto elogiei a coragem e a firmeza de Wyllys quanto critiquei algumas de suas posições, sobretudo em relação ao Estado de Israel. Mas não tenho dúvida de que o Congresso e o país ficam mais pobres com sua ausência.
Mas o mais chocante, quase inacreditável, é ver um sujeito que ostenta o título de presidente da República comemorando, em sua conta no twitter, o exílio de um deputado que não se sente seguro no próprio país.
Bolsonaro é o desprezo à democracia, a truculência, o despreparo, a ignorância. Pior: é o orgulho militante disto tudo. Parabéns aos quase 58 milhões de cúmplices, em especial àqueles que estão neste momento comemorando ao lado do "mito", felizes de ver que as trevas avançam e sem sequer entender que elas também vão engolfar suas vidinhas melancólicas.

                                                                             (Prof. Dr. Luís Felipe Miguel, via Facebook)



A Revista IstoÉ publicou o seguinte:



AMEAÇADO, JEAN WYLLYS DESISTE DE MANDATO E DEIXA O BRASIL



Com o aumento das ameaças de morte contra ele, Wyllys, que está fora do país de férias, revelou que não pretende voltar, que se dedicará à carreira acadêmica e que abandonará a vida pública. Primeiro parlamentar assumidamente gay no Congresso Nacional, Wyllys se tornou um dos principais alvos de grupos conservadores nas redes sociais. Diversas fake news já foram divulgadas a seu respeito, e o deputado já venceu ao menos cinco processos por injúria, calúnia e difamação.

Justificando a sua decisão, o parlamentar disse: “O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: ‘Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis’. E é isso: eu não quero me sacrificar”. 

(ANSA)
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Em outra publicação, a conceituadíssima Revista Carta Capital relata:

AMEAÇADO, JEAN WYLLYS ABRE MÃO DE MANDATO E NÃO VOLTARÁ AO BRASIL

 Fonte: https://www.cartacapital.com.br/politica/ameacado-jean-wyllys-abre-mao-de-mandato-e-nao-voltara-ao-brasil/?fbclid=IwAR0m-pWwk0sYS2IRnawrgBQb0tXXJFhGFCoRCyBXewpAtIMU7SEvJSdibA8 (acesso: 24/01/2018)

Seu suplente, o vereador David Miranda (PSOL-RJ) é também ligado à defesa das causas LGBTI

Assustado com as ameaças que vem sofrendo, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) abriu mão de tomar posse para um novo mandato na Câmara. De férias no exterior (por questões de segurança, ele não quis dizer onde), decidiu não voltar mais ao país.

Wyllys anunciou a decisão  nesta quinta-feira 24. Sua assessoria confirmou a informação a CartaCapital. Ele pensava em deixar o país há algum tempo, mas preferiu esperar para anunciar a notícia.

Segundo ele, também pesaram as suspeitas de envolvimento do senador Flavio Bolsonaro com um miliciano preso por suspeitas de participação no assassinato de Marielle Franco. “Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário”, disse à Folha.
Em entrevista à CartaCapital em novembro, ele dizia ter medo de terminar como a amiga Marielle, cujo assassinato brutal segue sem solução. À época, Wyllys já falava sobre se dedicar mais a si mesmo. “O Mujica (José Alberto “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai) recomendou que eu cuide mais de mim. É o que vou fazer, não vejo a hora de entrar em férias para recuperar a energia”.

Wyllys era deputado desde 2011, e foi eleito pela terceira vez consecutiva com 24.295 votos. Caso se confirme a desistência, assume a vaga o vereador David Miranda (PSOL-RJ), também ligado à defesa das causas LGBTI e crítico ferrenho das milícias cariocas e das posturas adotadas pela família Bolsonaro.

Miranda também é vítima de ofensas homofóbicas: eleito há dois anos, costuma ser alvo das provocações do Pastor Otoni de Paula (PSC), também foi eleito deputado federal no último pleito.

(Fim)


(Reprodução. Google. "Brasil de Fato" em defesa da vida/dignidade de Wyllys; Já o "R7", da estrutura da Igreja Universal/Rede Record e Cia, mostra aqueeele distanciamento!! 







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