terça-feira, 7 de abril de 2020

Pina, Peso Pesado, Joca Pantoja, Dilza Pantoja e o xadrez das eleições 2020 (após o troca-troca partidário)

Israel Fonseca Araújo (editor, fundador; e-mail: poemeiro@hotmail.com)
Professor, poeta/escritor; membro da Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)



(Fonte: Freepik)


1) Após troca-troca entre partidos, Prefeito Peso Pesado (MDB) saiu fortalecido ou enfraquecido? Como estão Roberto Pina e Joca Pantoja, na atual conjuntura? Os "casos" de Marcelo Corrêa e Darinho Pantoja, como se enquadram no xadrez?
Como se definiu o atual arranjo da Câmara Municipal de Igarapé-Miri? Essas e outras perguntas ou estão respondidas ou têm boas chances de serem respondidas pela matéria abaixo transcrita, muito boa por sinal, de responsabilidade do #Jornal_Indepeendente (sobretudo via Facebook); a matéria citada se chama: FIM DO PRAZO PARA FILIAÇÃO ELEITORAL & TROCA-TROCA DE PARTIDOS AGITA A POLÍTICA MIRIENSE. NOVO CENÁRIO ESVAZIA PARTIDOS HISTÓRICOS NA TERRA DO AÇAÍ; mas, além de listar vários elementos que formam esse xadrez e de dar pistas sobre os bastidores políticos (as famosas costuras políticas, as rasteiras que "amigos" reciprocamente se dão, as cooptações que são feitas, os sonhos e projetos que são construídos etc.), também fazemos uma análise da problemática majoritária. Ou seja, vamos falar o que pensamos (este editor pensa, entende, como editor/pessoa física) sobre a Eleição 2020 para Prefeito de Igarapé-Miri, o que em muito preocupa a população municipal igarapemiriense (sobretudo depois de estágios de caos nos governos de 2013 até estes dias, com raríssimas exceções).

Vejamos:

2) Temos certo acordo com as compreensões emanadas pela voz do Jornal Independe, quando afirma que "No cenário majoritário, compuseram-se seis grandes grupos políticos (...). MDB, com o Peso Pesado [atual prefeito de Igarapé-Miri], Dilza [Pantoja, ex-Prefeita, de 2005-08], Murutinga [atual Presidente da Câmara Municipal] e companhia LTDA; o Republicanos liderado pelo Marcelo Corrêa e Ana da Vila [atual vereadora, ex-PSD]; o PROS liderado pelo grupo de Antoniel Miranda [atual vice-Prefeito] e Ney Pantoja [atual vereador, se mantém no partido que o elegeu]; o PSD agora com o Joca Pantoja [ex-vice-Prefeito, entre 2001-04] e Neto Nahum [atual vereador, se mantém no partido que o elegeu]; o PL de Darinho Pantoja e Preto (ex-PV [ex-vereador]), e o PT com Roberto Pina [ex-Prefeito, de 2009-12; 2015-16], Carmo e Costeira [ambos são vereadores pelo PT]. Há uma tendência de que esses seis grupos se unam, compondo dois grupões. No mercado de apostas, a cotação de que Joca Pantoja deva compor com o MDB é a mais provável. Se confirmando as tendências, teríamos novamente uma polarização das eleições na terra do açaí (...)" [grifamos].

3) Quanto aos partidos destacados, temos que os mesmos têm as lideranças:

MDB, com o Peso Pesado;
Republicanos, com Marcelo Corrêa [ex-PSD];
PROS, Antoniel Miranda [ex-PEN];
PSD, Joca Pantoja [ex-PP];
PL, com Darinho Pantoja [entra no cenário político neste momento]; e
PT, com Roberto Pina [sempre esteve no PT, desde os anos 1980]


4) Diante do exposto, constata-se que Marcelo Corrêa, Antoniel Miranda e Joca Pantoja entraram no troca-troca dos partidos, com aparente fortalecimento de Joca, ao se ligar à estrutura de Luiz Seffer, que tem filho deputado (Gustavo Seffer), poderosos agentes da política - que mantém, há muitos anos, uma estrutura de atendimento à Saúde na cidade de Igarapé-Miri, a famosa "Clínica do Seffer". Pina e Peso Pesado (possíveis polos opostos em 2020) se mantém nos partidos e carismático empresário Darinho Pantoja entra no cenário (pelo partido do vice-Governador do Pará, Lúcio Vale). É bem sabido que a ex-Prefeita Dilza Pantoja (ex: PTB, PFL, PMDB......) anda muito próxima de Peso Pesado, isso já há algum tempo; também é sabido que há pré-candidaturas à Prefeitura, já colocadas, em 2019, início de 2020 (casos de Toninho do Murutinga, que seria pelo PSB; também as de Roberto Pina, pelo PT, Norma, pelo Podemos e Vadinho, pelo PCdoB).

5) Nos bastidores, temos algumas ligações a propor (ou ilações a mostrar). Vejamos:

a) Roberto Pina, sendo candidato, não será a Vice de ninguém; o mesmo se supõe acerca de Peso Pesado: sendo candidato, o que se acredita que se confirmará, disputara pela "cabeça" de Chapa;

b) Mas a população municipal tem algumas dúvidas acerca de Joca Pantoja e Darinho Pantoja: serão candidatos a Prefeito? Virão a Vice? E, assim, seriam vices de quem? Dúvidas, p. ex., se Joca não se juntará ao grupo que está com Peso Pesado, se Peso seria o cabeça-de-chapa e Joca, vice, ou se até Joca seria candidato e outra pessoa de Vice, nesse espectro; tendo ligação política forte e muito visível com Pina, Darinho poderia ser seu candidato a Vice;

c) Para onde iriam, ou irão, Marcelo Corrêa e Antoniel Miranda? Engrossarão os caldos de quem? Os ensaios mostram que Miranda poderá fechar no grupo de campanha petista de Pina (estaria, nestes dias, em guerra política com o prefeito Pesado; já não tem boas relações de fôlego com Joca Pantoja): os entendidos em política visualizam mais o Marcelo ligado ao Peso Pesado do que ao Roberto Pina (Marcelo já foi até candidato a vice na chapa de Peso Pesado, em 2015, na Eleição Suplementar, quando Pesado foi derrotado por Roberto Pina - vitória um tanto apertada, registre-se);

d) O "caso" de Dilza Pantoja é emblemático e merece uma anotação, à parte: ajuda mais ou atrapalha mais o Peso Pesado? Tem as duas respostas. Primeiro, que ajuda, pois é uma ex-prefeita, é uma liderança que está no mercado de votos (metáfora) há décadas e é pessoa que arruma votos (se consegue algumas centenas, ou mais de um mil ou menos de quinhentos, é outra conversa); sim, consegue votos e, assim, soma (mas, terá impacto ruim na gestão Peso Pesado já destes dias para frente? Sua aliança implica espaços e/ou interferências em um governo já de todo muito mal avaliado pela população municipal?; segundo, pode prejudicar bastante, pois se trata de trazer, para uma campanha, uma liderança política vista como "ficha suja" na boca do Zé Povo, como uma prefeita que deixou muitas centenas de servidores/as sem receber seus devidos salários (final de 2008, sobretudo os atuantes na educação), que fez um governo com muitas demonstrações de desmandos, falta de preparo técnico e sinais claros de incompetência (tendo seus acertos, também, pois isso é inevitável); poderia atrapalhar mais o Peso Pesado, ainda, por ser uma espécie de "peso" nas costas do Peso: a ex-Prefeita não tem mais estrutura de trabalho, conta com pouquíssimos auxiliares de campanha e viu sua rede de colaboradores/as ser minada pelos políticos Pé de Boto (criação dela, em 2012), Toninho Peso Pesado (sobretudo depois de 2015, quando este se torna Prefeito Interino; depois de 2017, nem se fala) e Joca Pantoja - até o "pinismo" levou dilzianos de outros tempos. Uma campanha de Peso Pesado, em 2020, teria de arrumar estrutura para a ex-Prefeita poder viajar nos bairros, ruas, rios, ilhas e vilas, no sentido de tentar ajudar Peso: mas, para piorar, sua credibilidade junto à população caiu muito, muito, depois que o povo veio a comparar os mandatos de Dilza (e de Pé de Boto - 5 anos e 9 meses) com os mandatos de Roberto Pina (5 anos e 6 menos); restou um saldo bem negativo à política dilziana. Se ajuda mais ou se "atrapalha" mais, só os tempos respondem, pois somente o tempo tem certas respostas quando se trata de política.

O que fazemos, aqui, é teorizar, refletir e filosofar um pouco (com um pouquinho de fé e de Sociologia pelo meio).


6) Examinando mais atentamente a postagem do Jornal Independente, pode ser levantada a "tese" da Eleição polarizada, espécie de arremedo de 2012 (Pina e Pé de Boto). Isso é um cenário possível; pode ser que não aconteça (poderá haver uma interferência dos Barbalhos, inesperada, que venha a abalar as estruturas de Joca, Pesado e Pina - isso, somente em uma assoprada de ventos). Caso as lideranças municipal de siglas venham a se abraçar tanto e a se apunhalar tanto, de forma tão intensa e íntima (#entendedores), é possível que um grupo se junte a Roberto Pina (PT), outro se junte a Peso Pesado (MDB), levando a população a ficar no meio da polarização. Se tal vier a acontecer, as chances de Peso Pesado vencer tender a diminuir, pois os políticos profissionais - e de plantão (significa dizer que nunca dormem) - podem optar por quem vem sendo visto, até certo ponto, como "salvador da pátria", como o Prefeito que "põe em ordem", que "arruma a casa" (Roberto Pina), que mantém os salários do funcionalismo basicamente em dia e que paga fornecedores e prestadores/as de serviços (dizem os entendidos).

Em um momento de polarização pode haver essa fuga ao Pesado, por essas razões e por muitas outras (que não cabe citar aqui, principalmente porque o texto ficaria com mais de 15 laudas), mas também poderia haver uma adesão (partidária) maior, neste caso, se e somente se (nada menos que se), as forças estaduais do MDB (sempre PMDB) impuserem suas mãos em nossa já muito castigada, surrada, terra do Açaí; mas, nem sempre o barbalhismo mostra as caras como se esperava que elas viessem. Quem gosta dessas reflexões, vamos conversando; quem não gosta, desculpa por lhe tomar seu tempo. Mas, no fim e ao cabo, o que faz a comida chegar aos nossos pratos e nós podermos pagar nossas contas é, via de regra, essa política que lhes mostrei (muito parcialmente) acima.


#PoemeirodoMiri



Texto do Jornal Independente, a seguir: 

FIM DO PRAZO PARA FILIAÇÃO ELEITORAL & TROCA-TROCA DE PARTIDOS AGITA A POLÍTICA MIRIENSE. NOVO CENÁRIO ESVAZIA PARTIDOS HISTÓRICOS NA TERRA DO AÇAÍ

Se a crise de saúde gerada pelo Covid-19 deixar, teremos eleições municipais em Outubro deste ano. Com o fim do prazo para filiações e término da janela partidária, já é possível visualizar quem é quem no cenário eleitoral. Como em um jogo de xadrez, as peças estão postas à mesa, e as movimentações políticas do final de semana anunciaram uma prévia de que as eleições serão acirradíssimas.

No cenário majoritário, compuseram-se seis grandes grupos políticos, que devem disputar a vaga mais cobiçada do poder executivo. MDB, com o Peso Pesado, Dilza, Murutinga e companhia LTDA, o Republicanos liderado pelo Marcelo Correa e Ana da Vila, o PROS liderado pelo grupo de Antoniel Miranda e Ney Pantoja, o PSD agora com o Joca Pantoja e Neto Nahum, o PL de Darinho Pantoja e Preto (ex-PV), e o PT com Roberto Pina, Carmo e Costeira.

Há uma tendência de que esses seis grupos, se unam compondo dois grupões. No mercado de apostas, a cotação de que Joca Pantoja deva compor com o MDB é a mais provável. Se confirmando as tendências, teríamos novamente uma polarização das eleições na terra do açaí. Mas tudo não passa de conjecturas políticas do período pré-eleitoral.

CÂMARA COM NOVA COMPOSIÇÃO

MDB: Nenca, Irmão Nenca, Murutinga, Ângela, Gil (circula nos bastidores a filiação de Genivaldo, a conferir)

PROS: Ney, Valdir, Kadheq

REPUBLICANOS: Ana, Rufino, Guto

PT: Carmo e Costeira

PSD: Neto Nahum

Na disputa por uma vaga na Câmara, a briga é grande, sobretudo no MDB. O que a gente vê costuma ser mais importante do que a gente não vê, e o fato é que, dentro no MDB a briga é grande. As apostas de que o grupo da Dilza Pantoja leve uma cadeira e Selma outra, colocam em cheque os planos de reeleições, sobretudo de Ângela, Gil e Genivaldo (este último, caso confirme-se no MDB, que ainda é um mistério e não apareceu nas publicações dos caciques locais).

PARTIDOS GANHAM REFORÇOS E OUTROS ESVAZIAM-SE

Com o fim das coligações proporcionais o que se viu na Terra do Açaí foi uma verdadeira batalha para cooptação de políticos visando fortalecer os grupos. Nessa briga, foram abatidos alguns partidos históricos que podem não lançar candidatos ou lançar outros sem expressão, inviabilizando o coeficiente eleitoral. Considerando o número de eleitores e a histórica abstenção, esse ano deve marcar entre 2.300 a 2.500 votos. 

Nessa briga, saiu perdendo o PSB, partido com história no parlamento miriense, vendo a sua principal liderança, Murutinga, cambar para o MDB. O PSDB que detinha dois vereadores foi também esvaziado, assim como o PP, que chegou a ter Joca Pantoja e Clésio Santana no início do ano. Uma briga interna entre as lideranças após um evento do Joca ter sido desmarcado pelo presidente, acabou deixando a sigla inviabilizada. Joca foi para o PSD, com as bênçãos e empregos da família Seffer na clínica Afonso Rodrigues, e Clésio para o PROS, que também conta com Antoniel Miranda, Francisco Pantoja, Ney Pantoja, Kadheq, Miele, Valdir, Felipe (presidente da Colônia de Pescadores) e Marenilson em seu time.

O PSOL também perdeu o candidato mais votado em 2016, o enfermeiro Xibata, que foi para o PL de Darinho Pantoja. No time do PL, de Darinho Pantoja, entre as principais lideranças destacam-se também Fábio filho da Norma, Aristeu, Ligia do Parente, Joãozinho, Borges Neto, Fábio do PS, Calouro e Preto.

Outro partido esvaziado foi o PV, com a saída do Preto (agora PL de Darinho), e o vereador Guto, que está no Grupo de Marcelo Correa.

No grupo de Marcelo [Corrêa], o Republicanos, além dos três vereadores, recebe o reforço de Valdo Pantoja.

O Podemos de Norma (agora PL) [em verdade, Norma permanece no Podemos, conforme apuramos nesta data], e o PMN de Rufino e Francisco, também foram esvaziados. O PSL da Drª Marília também não conseguiu viabilizar lideranças expressivas, mas deve lançar candidatos da base ideológica, estilo Bolsonaro.

Por outro lado, ganhou reforço o MDB, com um grupão de velhas rapousas da política miriense (5 ou 6 vereadores, mais o grupo da Dilza Pantoja. A conta deve vir nas próximas semanas com o fatiamento dos cargos da Prefeitura Miriense, a observar.

PC do B também ganhou reforço. Vadinho, Professor José Júnior e Drº Rogério Sampaio são as principais forças do time.

O PT perdeu o Professor José Júnior, mas ganhou o Manejo e a Constância.

Com a nova regra eleitoral, poucos partidos devem disputar as eleições com um número de candidatos significativamente reduzidos. Em 2016, o município de Igarapé-Miri contou com 148 candidatos em 21 partidos diferentes. Esse número deve reduzir em torno de em 30%, talvez 50%. Cada partido pode lançar até vinte e três [23] candidatos, desde que respeite os 30% de vagas destinadas obrigatoriamente para mulheres.

#Jornal_Independente



P.S.: ________

Esclarecendoem verdade, não se trata de "30% de vagas destinadas" para mulheres em cada chapa; trata-se de, pela legislação, destinar um mínimo de 30% de vagas para um gênero e um máximo de 70% para outro gênero. Acrescentamos: caso um partido não tenha 7 candidatas mulheres (já que tem mais homens, pela lógica do patriarcado que lhe constitui), não poderá ter 23 candidaturas; tendo somente 6, baixa o total, tendo somente 5, baixa mais - assim sucessivamente.

Terá muitas candidaturas laranjas, em 2020? Como será?



4 comentários:

  1. Excelente conversa. Que o bom papo seja realizado mais vezes.

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  2. Como ficaria esse cenário político se houver candidatura de Edir Corrêa?

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    1. Vamos analisar com um pouco mais de elementos, ao despois, pois agr ainda não temos um partido apresentando essa possível pré-candidatura; mas lhe agradeço pelo insight

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