domingo, 26 de abril de 2020

A grande inteligência de Jair Bolsonaro: um excelente texto de domingo

Prof. Israel Fonseca Araújo (editor, fundador) : poemeiro@hotmail.com
Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)



(Fonte: site Brasil 247)


O Presidente da República Federativa do Brasil, ex-deputado federal Jair Messias Bolsonaro (RJ), é um homem muito/profundamente/enormemente inteligente, e isso é um fato; tem-se, aí, um dado. Não se pode supor que esse dado não exista. Assim sendo, pretende-se, nesta reflexão de poucas linhas, tratar desse fato: a enorme inteligência de Bolsonaro (vide seu modo de usar a máscara para se proteger da Covid-19, sempre um "poeta" a falar aos seus). De modo nada exagerado, trata-se de mostrar ........... exemplos que confirmam a tese (ah, se fosse) anteriormente posta (a tal da grande inteligência).

1 - Um dos primeiros exemplos da enorme capacidade de raciocínio do "messias" carioca é o caso da suposta tentativa de explodir bombas perto de quartel(eis), no intuito de conseguir aumento salarial para si (sem que houvesse lei determinando esse aumento). O simulacro de revolução deixou legado: o "messias" carioca conseguiu se eleger Vereador aos 33 anos de idade, o que lhe levou automaticamente para a reserva remunerada, isto é, exatamente ganhou uma aposentadoria (mas com outro nome) do Exército). Com essa, Bolsonaro passou a Vereador, em seguido veio a conquistar a vaga de Deputado federal e... o restante vc já sabe (o jornal O Globo noticiou, através de Roney Domingos, em 17/11/2018, que o "messias" no foi aposentado; que foi para a reserva, tal como determina a legislação; fonte: https://g1.globo.com/fato-ou-fake). resumo: antes de ser Vereador, ele não foi aposentado por insanidade mental; mas seu golpe ético sobre querer aumento salarial para si, teria dado certo.

2 - Sendo já deputado federal (o que aconteceu por 28 anos, isto é, 7 mandatos), o "messias" carioca passou a ter uma espécie de imunidade política; seus eleitores (viúvas de militares, militares, familiares e simpatizantes destes, segmento supostamente evangélico e similares): nada mais o atingia. Poderia cometer crimes de apologia ao estupro, apologia à ditadura e defesa do estupro, crimes de racismo e outros; tudo, após feito e dito, seria traduzido como "prerrogativa" de quem tem (teria, ou seja, tem) foro privilegiado. Até supostos roubos de salários de assessorias, se houvesse, poderiam se tornar impunes. Fazendo graça, por meio de discursos sem graça, o "messias" carioca foi avançando nos mandatos de dep. federal e entrou na era da internet, foi entrando para as redes sociais, criando canais no You Tube, aí veio o Facebook (poderosíssimo) e chegou o tal do WhatsApp, que permitia muitos disparos, milhares, em massa:  Bolsonaro soube, como poucos, usar esses recursos e foi ganhando adesão de um público que se tornou espécie de "massa", o que veio a ser chamado, anos atrás, de "bolsominions" (ou minionzada); nessas bolhas, Jair se tornou uma espécie de "mito dos idiotas" (os idiotas seriam pessoas que acreditam que um político criminoso e corrupto, profundamente inserido no sistema político brasileiro e ex-aliado de Paulo Maluf, sendo eleito Presidente, resolveria a problemática da corrupção no Brasil; e faria um governo composto por pessoas não corruptas, agentes técnicos e não indicados por partidos imersos na corrupção).

3 - Bolsonaro, o "messias" carioca, se aventurou em uma candidatura a Presidência da República, tentando surfar no anti-petismo, em um momento em que ele tinha plena certeza de que não ganharia a vaga, sem que alguns ajustes na disputa não fossem realizados. Ele precisa de um apoio gigantesco da mídia (golpista, empresarial, oligárquica) - pois o processo educacional brasileiro, lato senso, é digno de teses (de Doutoramento) à parte, apoio do empresariado, do patronato, do Poder Judiciário e, quem sabe da covardia de procuradores do Ministério Público; precisava, quem sabe, de uma articulação entre MP e Justiça brasileira, além de algum fato mais esdrúxulo - que fosse capaz de lhe fazer não ir aos debates (presidenciáveis não têm como disputar a Cadeira do Planalto, sem ir a esses debates). Assim sendo, alguns ajustes se fizeram sentir (quem faz os ajustes são aliados de campanha, inimigos do Partido dos Trabalhadores, jornalistas e outros agentes). Vejamos as articulações:

a) mídia golpista (empresarial, oligárquica) já tinha dado o apoio incondicional ao candidato que fosse ao Segundo Turno contra um candidato petista. Rede Globo, Record, Band, Rede TV e SBT à frente, a mídia sabia que o PT estaria no segundo turno, mas teria de retirar Lula da Silva da disputa de 2018, pois, do contrário, poderia não haver Segundo Turno (havia pesquisas, intenções de voto, captura de rejeição etc. nas mesas);

b) O apoio do empresariado (do deus Mercado, da FIESP, mega-banqueiros...) estava já garantido ao candidato que fosse ao Segundo Turno contra um candidato petista: teria de ser do PSB, mas Aécio Neves estava com o bumbum sujo demais, o PMDB estava muito decadente, DEM - quase finado em termos presidenciais; o candidato do PSDB foi o maior fracasso desde 1994. Ciro Gomes, rachando-se com o PT, mais as inimizades PT-majoritário e Ciro x Marina Silva, o ex-Ministro não foi ao Segundo Turno. Enfim, na onda do ódio de classe, ajudado por uma classe média das mais burras do Mundo, Bolsonaro recebeu total apoio do deus Mercado e do empresariado (são a mesma coisa?), através das ajudas de Paulo Guedes e cia. Conquistar esse apoio, assim como o apoio da mídia, não foi tão difícil (exigiu menos de sua inteligência), em razão de haver um candidato de Lula no certame final: Fernando Haddad (SP) foi a pessoa eleita para ser derrotada (com uso de disparos ilegais em massa via WhatsApp, com apoio de empresários, o que se configura flagrante crime eleitoral).

c) O apoio do patronato segue a mesma lógica do apoio do empresariado, com o agravante de que o patronato tem uns sujeito mais propensos à falência, mas esse gesto de burrice e de idiotia cansaria vc, se aqui ele fosse problematizado mais a fundo: deixe-se que o barco ande, que muitos patrões falarão por este Blog.

d)  Há quem acredite que conseguir a covardia de procuradores/as do Ministério Público seria mais difícil. Mas se for mostrado ao amigo leitor (amiga leitora) que o MP está envolve nessa política de ódio de classe, que suas lideranças (em tantos casos) também têm claras preferências anti-Esquerda, anti-PT, aí não ficaria tão difícil de entender porque procuradores(as) - sob a Chefia do (então) Juiz federal Sérgio Fernando Moro (PR), a partir de uma Operação federação que alvejava (prioritariamente, especificamente) um partido político - se acovardaram diante dos fatos criminosos cometidos pela campanha eleita para derrotar Haddad (depois, ajudados pela instância máxima em termos de justiça eleitoral e STF): o site The Intercept mostrou, através da série histórica de publicações, a Vaza Jato, como essa parceria de procuradores com Sérgio Moro e Polícia estava sendo construída, e sempre com análises internas de cunho político, buscando efeitos precisos dentro de um processo que mirava Lula da Silva - cujo julgador seria o mesmo Chefe, que seria o mesmo Ministro do (então) candidato escolhido para dar rasteiras em Haddad, no PT e na Democracia.

e) A candidatura do "messias" carioca não poderia chegar à vitória, sem que Poder Judiciário ajudasse significativamente; era preciso que o Supremo Tribunal Federal (STF) ajudasse no caso Lula da Silva, pois este não poderia ser preso sem que o STF mudasse a "compreensão". Assim sendo, Lula teria de ser preso imediatamente, pois a Lei das Eleições poderia dar garantia ao nordestino de que ele não fosse preso, estando ele já à certa altura como candidato à Presidência. Aí, sempre tem um militar com pouca coisa para fazer, capaz de dar uma "twitada"; o Jornal Nacional da TV Globo ajudaria a divulgar esse "tuíte" e os ministros do STF poderia se sentir acovardados. Será que eles se acovardam? Ora, curiosamente, o STF correu, mudou pauta e decidiu pela possibilidade de prisão de Lula da Silva, à revelia da Constituição (o STF é guardião da Constituição Federal de 1988, a CF-88 não permite a prisão sem o trânsito em julgado e dá outras garantias individuais; mas os ministros do STF, em sua maioria, decidiram por descumprir a Constituição de 1988). Correrias no processo Lula se fizeram e Sérgio Moro, aquele mesmo que seria ministro assim que o "messias" vencesse nas urnas, veio a determinar a prisão de Inácio. Recursos e outras garantias de que Lula da Silva gozava, como brasileiro, réu primário etc., foram usados para não permitir prazos para que o petista se tornasse candidato.

f) Um dos ajustes veio a ser feito sob a forma de uma facada "fake" (set. 2018), a qual fez com que o "messias" ficasse hospitalizado e pudesse ter grande crescimento nas intenções de voto. Ciro Gomes, Alckmin e Marina Silva foram muito prejudicados com essa simbologia de uma "facada" no Messias Bolsonaro. Isso fez com que o "messias" carioca pudesse não ir aos debates na TV; aí, sem poder perder muitos votos ao falar ao povo, o Jair se fortaleceu enormemente.

g) A TV Globo deu uma significativa ajuda: com Bolsonaro fugindo dos debates, essa emissora, que estava trabalhando há muitos anos para limar o PT da gestão, decidiu não fazer o Debate, que sempre (desde 1989) fez. Prejudicando significativamente a democracia, a emissora também ajudou a candidatura adversária...

4 - Por fim, Jair Bolsonaro, com ajuda de milhões de fake news e milhares de disparos via "zap-zap" (aquela ajudinha, o empresariado, o patronato etc.), veio a sagrar-se campeão de votos nas urnas de 2018 (auxiliado pela covardia de Ciro Gomes, diante do momento de caos, às portas de se ver a vitória de um nazi-fascista, e de outros líderes políticos). Era hora de ir buscar quem mais lhe ajudou nessa disputa contra o partido de Lula, ou seja, momento de dar retribuição ao juiz que retirou Lula da Silva da disputa (já que não teria como ir buscar os Ministros do STF, que havia colocado as estacas no processo).


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Mas, veio a pandemia de Covid-19, e o caos está instalado no Brasil. A saúde pública (vítima prioritária de Michel Temer e Bolsonaro) está em colapso e o Jair Bolsonaro demitiu o único Ministro de Estado que poderia ajudar no contexto de pandemia (o tal de Madetta). Aí, fica parecendo que a inteligência política alcança toda a limitação. O xadrez fica por demais embaraçado, mas o Jair é muito inteligente, ao ponto de conseguir se manter por 30 anos na política parlamentar; consegue se manter, alcançar duas aposentadorias (uma de militar e uma de deputado), e vai juntar as regalias de ex-Presidente da República (não são poucas).

Para quem queria, unicamente, um salário gordo, sem ter de trabalhar duro no dia-a-dia, não há como sugerir que a inteligência do "messias" carioca  seja pequena;  não faça isso.

#Respeitem_o_Bozo










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