domingo, 21 de junho de 2020

O sequestro do gato amado (Crônica)

Israel Fonseca Araújo (editor, fundador; e-mail: poemeiro@hotmail.com)
Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)
Escritor, professor, poeta e blogueiro


"Secretário" era e é sempre o modo como ele é invocado, buscado; ao convidar-lhe para as brincadeiras de (simulação de) futebol, sempre tem os chamados:
Vem, Secretário, vai, Secretário; bora... "gooool", vai!
Acontece que, depois da sesta nos quentes interiores da Amazônia paraense, ao descer a escada, percebo uma porta aberta no corredor, dando vasão à rua, perigosa saída para os indefesos e protegidos das acovardadas casas. "Secretário" não aparece à primeira vista; depois dos corredores, mais buscas em quartos, banheiro e áreas abertas. Nada. Nem sinal. "Está sumido para a rua, de certeza; mas, como, se nunca o fez?"; subir escadas e descer, dar olhadas nas áreas próximas das ruas e, nada, nem sombras. É preciso voltar e buscar mais, em outros lugares da casa. Mais um quarto, banheiro, área de varanda; "Secretário" tá sumido. Certamente entrou gente, de modo despercebido ("mas, como, se não teve sesta, propriamente dita?")... Quem o teria levado sorrateiramente?

Celular e áudios; vieste aqui em casa (Não), o gato não está, já procurei em todos os cantos, a porta do corredor estava... Mais umas revisadas, acender as luzes, buscar entre vaso e parede; nada. Ao acender luz noutro lugar, lá está ele - quietinho, cochilando, sestando no escuro, protegido sob a pesada cadeira de madeira, se espreguiça - como a interagir com seu parceiro de quase 70 dias de confinamento forçado (ufa).

Celular e áudios; "ele tá aqui. Não esquenta, já achei, tá dentro da casa".

Chaves e dedos na porta da rua; coisa de minuto passado, já chegava seu pai-protetor ("ele tá aqui, oh!"); a aflição se diminuía, "Secretário" está a salvo e todos podem já estar mais calmos; muito mais e mais a contar : (...)

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