2020, nós como? Entre o verme, o vírus e a resistência

Israel Fonseca Araújo (editor-chefe, fundador); poemeiro@hotmail.com 

Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)  

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(IMG: NSC Total)

Em out. 2018, o verme se fez fria carne, ganhou o Palácio-Mor de Brasília e quis habitar entre nós; pessoas vivificadas por corações de carne temeram o que estava por vim, a partir de 2019 – com a cruel promessa de ficar até fins de 2022; elas não se enganaram em momento algum. Aquele que não é digno de nos representar, que defende a tortura, a morte dos indígenas, o estupro das mulheres e defende a prática de mordazes criminosos passou a criar problemas e mais problemas, sobretudo para o povo mais pobre do Brasil.

Em 2020, no meio de seu “reinado”, o verme viria a enfrentar o vírus, o Coronavírus, causador da Covid-19; o verme se aliou ao vírus, firmou seu ódio contra a ciência (a qual tem a maior possibilidade de anular as ações do vírus) e saiu a propagar suas “fake news” e a combater os governadores (e a governadora Fátima Bezerra-RN) que lutavam contra a Covid-19.

O maior aliado desse terrível inimigo invisível começou afirmando que, se brasileiros(as) morressem pelo novo coronavírus, não passaria de poucos mil, pois se tratava, “quando muito”, de “uma gripezinha”. Neste dia 28 de dez. 2020, a três dias de findarmos o 2020, já são 191.146 óbitos, oficialmente contabilizados, pela Covid-19 (atualizado às 13h do dia 27.12.2020).

Diz o veículo do Grupo Globo:

 

O país registrou 331 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas [de 26 para 27.dez.2020], chegando ao total de 191.146 óbitos desde o começo da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 625. (Fonte: g1.globo.com/bemestar/coronavirus)

 

E o povo mais lúcido saiu a contestar o verme, a lutar pela vida e a resistir contra o obscurantismo, digladiar-se com os ensinamentos do terraplanista Olavo de Carvalho e as fake news; os aliados do verme saíram a nos enfrentar, com os argumentos mais idiotas possíveis. Quase nos lembramos de Renato Russo: “É o bem contra o mal; e você, de lado está?”; países saíram a vacinar sua população, mas o verme carioca que mora em Brasília diz que não se importa, se nosso país está muito atrás dos demais sul-americanos, em termos de imunização contra a Covid-19; para esse "lendário ser", uma dose zinha de cloroquina pode reverter a nossa sina.

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