Vamos ajudar as crianças: chega de mentir sobre "Papai Noel"

Israel Fonseca Araújo (editor-chefe, fundador); poemeiro@hotmail.com 

Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)  

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É tempo de "aproveitar" essa tragédia mundial, que é o estado planetário de exceção causado pela Covid-19, também chamada por certos idiotas de "gripezinha", e deixar de enganar as crianças sobre "bons comportamentos"; é hora de ir buscando meios de dizer que neste ano de 2020 não tem "Papai Noel" porque nunca teve: ou seja, nem tem neste ano (não por culpa da pandemia), nem teve nos outros anos porque sempre não teve; ora essa.

Talvez seja oportuno desvelarmos certas mentiras contadas às pessoas menos esclarecidas e, assim, irmos avançando no combate aos loucos, pessoas que conquistam adeptos do discurso de que a "terra é plana", saem surfando nas ondas das fake news - de que os bebês surgem do bico das cegonhas, de que fumar é pouco perigoso (para as saúdes) e de que a masturbação prejudica a saúde física (mata neurônios) e outras asneiras bem aceitas nesta sociedade tão adoecida.

Ora, mesmo sabendo que não é simples dizer certas "verdades" às crianças, dado seu nível de amadurecimento, também não dá para acreditar em todas as mamadeiras de piroca inventadas por este mundo.

É tempo de rever, ou de continuar revendo, essas posições às quais nos alinhamos - de que a Páscoa é tempo de comprar produtos à base de chocolate, das grandes empresas internacionais, de que o Natal é tempo de "Papai Noel", quando sabemos que o Natal existe por conta do nascimento de Jesus Cristo, por conta da crença cristã, por ser uma narrativa etc. Isso poderá nos ajudar a nos livrarmos, em 2022, tanto do verme de 2018 quanto do vírus que causa a Covid-19 (sendo que o Coronavírus mata menos do que certos vermos).

Não fiquem bravos comigo, mas essa questão do capitalismo financeiro, do quanto ele nos enreda (nos põe em redes), nos fisga e nos deixa, não raro, imobilizados é de uma relevância e de uma complexidade sem tamanho. Não dá para fazermos, abertamente, esses diálogos com nossos pequeninos, mas também temos de ver como cuidar deles(as), lhes educar, para que não caiamos mais e mais em um obscurantismo sem volta; que este seja imobilizado - nem que seja em 2022, nas urnas. O "Papai Noel", ao ser desnudado, pode ser nosso aliado nesse processo educacional.

Sem brigas, tá; vamos dialogar mais e mais.

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