terça-feira, 17 de maio de 2022

Assassinatos voltam a assustar Igarapé-Miri, no Nordeste do Pará (#845)

O povo de uma cidade, de seus rios, ilhas e ramais... A população de um país "só quer" é viver em paz; viver bem, viver em segurança e ter condições de fazer sua vida funcionar em plenitude. Nada mais do que isso. Mas, o que significa(ria) "viver em plenitude"?

Significa viver bem, com as dificuldades até previsíveis destes tempos: dificuldades econômicas e de buscas por trabalho e emprego, buscas por educação pública de qualidade, por serviços de saúde de qualidade e bens cultuais acessíveis; dificuldades com inflações, com políticas públicas que não saem dos papéis, com religiosos que se esquecem de suas tarefas e saem a falar m*rda nas igrejas e, assim, prejudicam mais ainda a vida de uma população já tão sofrida. E muitas outras dificuldades. Porém, acima de tudo significa viver abundante e plenamente as nossas vidas neste momento do séc. 21.

Viver bem, em plenitude, poderia significar, em síntese:

1 - sair de casa com tranquilidade, achando que voltarão em paz e abraçarão os seus(suas);

2 - ir às ruas, viajar, passear nas noites, namorar em locais públicos, frequentar igrejas, festas, velórios, reuniões acadêmicas e espaços esportivos/culturais, sem medo de ser assaltado e até assassinado(a);

3 - sair de casa, grávida ou não, e não ser morta com um tiro (de "bala perdida") de fuzil vindo de uma arma do Estado-Nação (país afora dá mostras disso). Até mesmo, não ter o carro alvejado por cerca de 80 tiros, "só por" sermos negros(as);

4 - em suma, ter condições emocionais, materiais e espirituais/subjetivas de viver em paz conosco e com as outras pessoas.

Infelizmente, nosso Igarapé-Miri (PA) tem voltado a vivenciar intensamente os medos, os sustos e pavores em termos de "segurança pública" (ou seria: política de mortes via força estatal?). Ao que parece, o estado do Pará (governado pelo midiático sorridente Hélder Barbalho, do "P"-MDB) volta a perder o controle das ações de inteligência em termos da relação política pública de segurança x aparato criminal/organizado. Volta ou nunca teve esse controle? Difícil dizer, aqui.

Ao menos no caso igarapemiriense, as várias mortes/assassinatos têm sido, ou voltaram a ser, uma constante. Em estradas, no meio rural (em suas várias realidades) e na cidade miriense, vários óbitos têm assustado a população (várias divulgações podem ser encontradas no perfil do Jornal Miriense On-line, que podem ser acessados Aqui). Como os mirienses têm uma horrorosa memória crono-sentimental com as execuções efetivadas em tempos passados (e por bairros rivais), o fato de um ou outro óbito ser descoberto já revive, faz pulsar esse terror/pavor que restava dormente.

O que esperar para o bem nossa cidade e de nossa população? Como ela pode viver melhores dias e dias de paz?

Isso nós não sabemos. Não somos especialistas, não temos serviços e estrutura técnica de inteligência, não temos as "respostas" (mas pagamos milhões de reais em impostos para que o governo saiba). Sabemos que o governador do Pará, que quer os votos mirienses (tbm) em 2022, deve ter as respostas. Aliás, um jovem tão "inteligente e bem-intencionado" não deixaria de as ter.

Só podemos dizer a ele e a seus aliados(as) que nosso povo deve ter boa memória e deve saber avaliar quando uma população está bem vivendo ou vivendo em paz e sabe quando isso não está acontecendo. Só sabemos que há um clima de medo e pavor instalado sobre a Terra do Açaí; e sabemos que temos o direito de não viver assim, pois pagamos a "segurança" super milionária de que dispõe tanto o filho, quanto a nora, netos e outros de Jader Barbalho. Portanto, exigimos, para todos nós, o mesmo direito individual/subjetivo/jurídico.

Caso contrário, vamos achar que os óbitos e os horrores não estão acontecendo e que a PA-407 ("estrada da Vila") já está toda e muito bem asfaltada, hoje. Ou a população vai achar que o mais importante é sangue nas ruas e não inteligência sistêmica.

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