segunda-feira, 15 de setembro de 2014

RONALDO NAZÁRIO, O “FENÔMENO” DA TV GLOBO, SAIU DA "CABINE" E SE MOSTROU AÉCIO-45



 prof. Israel Araújo

Ontem à noite uma cena do ringue eleitoral me chamou mais a atenção do que o pitó de Marina “Camaleoa” Silva. Trata-se da aparição pública do ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário de Lima, o chamado “Fenômeno”. Pra mim, o “Fenômeno” da Globo.

Ronaldo Nazário foi um exímio atacante, centroavante, excelente finalizador e dono da maior frieza que eu já vi reunida em um mesmo jogador de futebol. Próximo a ele somente Romário de Souza Farias, o “Baixinho”. Ronaldo estariam entrando em campo para finalizar a campanha de Aécio?

Gostei muito dessa aparição de Ronaldo na cena eleitoral construída pelos marqueteiros(as) de Aécio Neves (PSDB), candidato à Presidência da República desde a mais terna idade; e gostei porque o jogador acabou saindo de seu confortável “armário”, a cabine da tv dos matinhos, e foi a público defender o candidato dessa emissora. Isso é democrático; só temos é de mostrar interesse pelas escolhas de nossos "patrões", não é?

Por razões que não sabemos, nomes de peso do grupo celetista dos Marinhos (como Chico Pinheiro, William Bonner, Fátima Bernardes, Patrícia Poeta, Myrian Leitão, Tony Ramos e Renato Aragão) não saíram aos holofotes e mostraram sua adesão do Aécio, mas Ronaldo saiu, brincou com o “simpático” tucano, usou o broxe 45 (bem amarelinho) dele e disse (inefavelmente) a todo mundo qual projeto político ele defende para nosso país.

Aliás, não há como dizer seguramente que essa tenha sido a intenção de Nazário, mas lá estava ele, inserido nessa cena eleitoral. Eles podem (Aécio e Ronaldo) ter ido apenas a eventos calientes em áreas cariocas, onde as relações são bem liberais, carregadas de afetividades etc.; isso não cabe discutir aqui, isto é, uma possível descarregada de estresse de Aécio, Rio adentro, não me diz respeito, mas gostei da coragem de Ronaldo ao ter assumido o candidato de sua emissora e, quem sabe, de sua preferência.

Mas fora de campo Ronaldo é nota cinco perto de Romário, homem de posições firmes (p. ex. quanto à CBF – Confederação Brasileira de Futebol – a entidade máxima e mais suspeita de nosso esporte nacional, quanto às várias suspeitas que ele levanta contra os poderosos Ricardo Teixeira e amigos desses negócios), que se elegeu deputado federal (PSB-RJ) e não se calou ante aos problemas do país, do seu estado, que criticou a presidente(a) do Brasil, Dilma Roussef (PT) e continua dando a sua cara aos tapas públicos que toda pessoa pública deve levar.

É de uma referência desse nível que precisamos na “política” brasileira. Não de covardes que se escondem atrás de seus bilhões ou milhões de reais (e de euros) e viram as costas ao povo que, muitas vezes, já os idolatrou. Quanta falta nos faz o corinthiano Sócrates, o "doutor Sócrates", homem de posições firmes dentro e fora de campo, líder da "democracia corinthiana": em pleno anos 1980, o meia ofensivo defendia liberdade de expressão dentro de sua agremiação, dentro da cena política de São Paulo e do Brasil.

Mas, escolha é escolha, e temos de esperar por mais umas semanas. Depois veremos se: Aécio eleito presidente do Brasil, qual o espaço (Ministério?) dado ao Nazário em sua equipe (mais: quais “cortes” ele faria na renda de Nazário, pois ele “corta na carne”?); se Marina vencer, entende-se a migração de forças políticas e apoios eleitorais de Aécio para Marina “Camaleoa”: Ronaldo teria espaço em um governo que reunirá “as melhores cabeças” dos vários partidos do país?

O certo é que Ronaldo não era nada bom de cabeça, isto é, era um péssimo cabeceador, quando se tratava de finalizações em campo. Fora de campo, diziam que ele era fenomenal. E a “cabeça” intelectualizada de Nazário, em que área ministerial seria melhor aproveitada?

Se nada disso acontecer, seria uma saída para os tucanos a “preparação” de Nazário para concorrer, juntamente com Joaquim Barbosa, para a Presidência? Barbosa aceitaria ser candidato a vice? Nazário largaria a “cabeça” para deixá-la ao mega vaidoso Barbosão?

Antes disso, eles teriam de matar esse mesmo Aécio, de hoje: que está no “G-4” da disputa eleitoral. Mas isso é coisa para discutirmos em 2018.


Nenhum comentário:

Postar um comentário