Academia Igarapemiriense de Letras (AIL)
(Ronélio Rodrigues Quaresma, o Toninho Peso Pesado-MDB, Prefeito de Igarapé-Miri-PA; foto: Facebook)
A imagem, mundialmente divulgada, do ex-Presidente Lula (PT) sendo confortavelmente abraçado pelo ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB, antecessor de Lula da Silva), quando da confirmação da morte cerebral da ex-mulher de Lula, Marisa Letícia (em 2017), mexeu com o "mundo" político brasileiro de 2017. Grande parte de nossa população não entende que a disputa política é uma disputa de pontos de vista, disputa por espaços de poder, disputa de narrativas em torno de projetos econômicos, sociais, culturais e por aí vai. O PSDB surgiu (basicamente) do PMDB, em 1988; o PT surgiu, em 1980, não exatamente de um outro partido, mas veio (oito anos antes do partido "tucano") de um campo de oposição à terrível Ditadura Militar (1964-1985, oficialmente falando); nesse campo, liderança forte era o MDB, que depois deu o nome PMDB (aí vem o coronel nordestino José Sarney (MA), Michel Temer (SP), Jader Barbalho (PA), Renan Caleiros (AL) e outros - e maculam irremediavelmente o antigo MDB, já com o "P" ereto à frente.
Aquele MDB dos anos difíceis quase nada tem a ver com os golpistas, que mancharam a democracia e a República, ao praticarem o crime ético-moral que vieram a praticar com a retirada da Dilma da Presidência. Já este "MDB" de hoje, aí... deixem pra lá. Acontece que, para juntar as pontas, estamos sugerindo que a política não é o lugar do ódio, mas que é o lugar das relações e do confronto de ideias e da efetivação das relações de poder onde lideranças e demais população convivem humanamente.
Ou seja, quem se assustou com o abraço e o conforto do Presidente Lula (em 2008) no ex-Presidente FHC, quando da morte da esposa deste (Ruth Cardoso), e com o firme abraço de conforto do ex-Presidente FHC no ex-Presidente Lula (em 2017, quando uma Procuradora da Repúblico comemorava, nas redes sociais, a definição da morte da esposa de Lula...) não estava entendendo que não se tratava de ódio, e sim de efetivação de gestos humanos entre supostos adversários políticos - quem não sabe, saiba que Lula e FHC foram aliados de muitas lutas, muitas batalhas, por muitos anos, pelo Brasil: e que, de certa forma, voltar a ser, nestes dias; e que esses gestos de FHC e de Lula não são nada como "patifaria" ou "promiscuidade": são, de fato, gestos humanos.
O mesmo se dá nestes tempos de pandemia de Covid-19; a informação de que o atual Prefeito de Igarapé-Miri Toninho Peso Pesado está infectado deveria levar nossa população a repensar o que seria, ou o que é, para nós, o terreno da política "local" (nunca a política é somente local). Se avaliamos de uma forma ou de outra a gestão Peso Pesado, se nos referimos à mesma com tais ou tais adjetivações, isso é de menor importância diante da informação de que o Sr. Prefeito está diagnosticado com esse temido vírus, inclusive sendo amplamente alardeado que o mesmo pertence ao chamado grupo de risco (se a gestão fica sob sua liderança, se ele tira licença ou o que se faz, também isso é secundário, apesar de ser muito relevante para a Terra do Açaí: os "brancos" sempre se entendem). O que afirmamos é que a valorização da vida deve se dar enquanto ela existe, nas pessoas, pois, o pós-vida não parece ser de solução humana, se é que estamos nos entendendo.
Para quem está pensando somente em eleições, em disputas pelos votos de nosso povo, saiba que o eleitor(a) ou o candidato precisam estar vivos(as). Então, o outubro fica para quando passar o mês de setembro. Quem está na guerra das articulações, por favor, não se esqueça de que o povo precisa viver - não somente para votar, mas também para gozar e ser feliz.
Sobre a simbologia de FHC e Lula, Lula e FHC, a Revista VEJA (super anti-petista, profundamente "tucana") nos mostrava:
(O ex-Presidente Lula da Silva-PT recebe o abraço
do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso-PSDB;
e vice-versa: Img: VEJA São Paulo)
Nessa publicação de VEJA-Sao Paulo, é possível ler:
Foto que mostra abraço de Lula e FHC comove internautas
Ex-presidente retribuiu o gesto de Lula no velório de Ruth Cardoso, em 2008
"Em tempos de ódio e ânimos exaltados [em 2017, já havia sido feita a construção bolsonarista, que aterroriza o Brasil de 2018, 19, 20...], Fernando Henrique Cardoso foi até o Sírio-Libanês para prestar condolências a Lula depois que a morte cerebral de Marisa Letícia foi confirmada pelo hospital. A ex-primeira-dama está sem aparelhos desde a manhã desta quinta (2). FHC chegou acompanhado pelo ex-ministro da Justiça José Gregóri e retribuiu o gesto de Lula na morte de Ruth Cardoso. Os dois foram clicados se abraçando durante o velório da ex-primeira-dama, em 2008. Ela sofreu um infarto aos 77 anos".
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P.S.: Dá pra pensar um pouco, não dá? (Leia, comente, faça críticas e sugestões; compartilhe no Facebook e demais redes sociais)
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