quarta-feira, 5 de novembro de 2014

SOBRE A CHACINA DE NOV. 2014, EM BELÉM...

Israel Fonseca Araújo (Professor e Professor; editor do Poemeiro do Miri)


Este texto não é uma apologia às mortes de PM's, nem às de criminosos... Ele trata do caos instalado em nossa "segurança" pública. Pessoas interessadas, antes de ler estas meus escritos, podem assistir aos filmes: "Tropa de Elite 1", "Tropa de Elite 2" e "Os reis da rua - 1 e 2". Talvez, "Assalto ao Banco Central": a ficção às vezes mostra mais a vida real do que as páginas de jornais e programas televisivos.

Segue

Acredito que a Polícia paraense, comandada por Simão Jatene, matou, de maneira planejada, muito mais que dez (10) pessoas, nessas últimas horas. Nunca tinha visto tamanha sangria em minha vida, em plena Metrópole da Amazônia - a completar 400 anos com as marcas desses horrores de guerra.

É preciso lembrar que no governo de ALMIR GABRIEL, um dos patrocinadores da vida governativa de Simão, foram mortos muitos cidadãos em Eldorado dos Carajás (lembram das metralhadoras ceifando vidas?). Jatene era um dos articuladores/as das ações gestoras de Almir.
Não creio que Jatene queria ver os trabalhadores/as rurais sem-terra alinhadas em valas, à exposição mundial, mas é uma marca de sua vida de gestor.

Em seu segundo governo e às portas do terceiro, a matança humana é uma regra; claro, não é o "prof. Jatene" o culpado, há relações mais que poderosas implicadas nisso, mas é uma marca de sua gestão... nos parece que, quanto mais ausente e perseguidor é o estado, mais violentas sãos as ruas. Se não for assim, estou vendo coisas sem poder enxergá-las.

As mortes de pessoas alcunhadas de "bandidos", cujos corpos foram enfileirados nos "zat-zats" da vida, mostravam a força da Polícia paga por nós, patrocinada por nós, mas para nos proteger... Como é rápida a "justiça" feita a um "irmão de farda", em paradoxo à defesa de muitas famílias" que, em muitos casos, nem conseguem uma ligação para a central, aí as viaturas estão quebradas, as ruas enlameadas: casos como o de Igarapé-Miri, na qual em muitas ruas a PM não poderia passar, pois a "viatura atola".

NÃO DEFENDO QUE PM'S sejam mortos, não defendo que professores sejam MORTOS (nem ameaçados de morte, nem chamados de "vagabundos"), nem defendo as mortes (inclusive encomendadas por líderes...) de advogados, não defendo a ameaça de morte a PÁROCOS, nem a pastores(as). Não defendo que narcotraficantes, quem sabe alinhados a “políticos” deste país, matem pessoas... nem as “de bem”, nem as cunhadas de “bandidos”.

Não espero aplausos de ninguém, aqui, mas tenho de dizer que me aterroriza o fato de ver pessoas aplaudindo mortes de outrem; inclusive, na hora das metralhadas, filhos de professores/as, de médicos, como de pedreiros e pastores podem ser executados com as mesmas balas que seriam destinadas aos “bandidos”.

NÃO DEFENDO A MORTE DE NINGUÉM, me alinho à Fé cristã e ela prega que Deus dá e tira uma vida; nisso creio. Sei que em legítima defesa (mas em legítima) temos de defender a nossa vida. Quero que Deus conforte a vida do PM morto, em emboscada, ou em acidente provocado por comando da PM (em testes físicos, onde tais estejam acontecendo), ou em momentos de greves de fome, quando um governador está punindo um PM que não entregou seus pares que se “insurgiram” contra seus comandantes.

Deus há de confortar essa família, a do PM, e as de centenas de pessoas mortas no Pará desgovernado; só em Igarapé-Miri, só em Igarapé-Miri, são dezenas delas.


(...)

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