terça-feira, 8 de julho de 2014

A DERROTA DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL, DE SETE PARA A ALEMANHA, FOI JUSTA. Apenas isso

prof. Israel Araújo


A Seleção brasileira de futebol, a masculina, foi derrotada impiedosamente pela seleção da Alemanha, no Mineirão, na tarde deste 08 de julho. O placar, 7 X 1, diz muita e pouca coisa. Muita coisa porque uma seleção do porte da nossa não toma de sete, não pega "olé", como pegou no segundo tempo, não leva 4, 5 gols em menos de 10 minutos, não é uma Venezuela dos anos 1990. Não é saco um de pancadas, mas isso é possível no Futebol, pois um jogo em muitos casos apresenta uma história bem particular (pode ser que todos os jogos tenham uma história assim). O que se passou hoje foi exatamente essa história de "a história de um jogo" (caso David Luiz acertasse o gol, logo no início, é bem provável que o placar nos fosse favorável), em resumo porque o time não atuou como um time, teve uma produção pífia e desastrosa, sobretudo no primeiro tempo (foi esse tempo que nos assaltou o hexa). O segundo tempo não foi capaz de anular a tragédia da primeira etapa.

De outro lado, essa derrota diz pouca coisa, porque qualquer time pode ser derrotado; aliás, fosse tarde da noite ou madrugada, um deles tinha de ser derrotado e deixaria a Final, hoje. Ainda resta uma disputa de terceiro lugar: haja motivação. Não bem uma pouca coisa, pois fomos humilhados em escala planetária. Uma vergonha para superar a vergonha de 1950, no Maracanã, diante do Uruguai.
Por que uma derrota dessas?

Isso é bem fácil de explicar.

O time do Brasil não jogava bem, desde a final da Copa das Confederações de 2013. O time entrava em campo tenso/nervoso, não lidava bem com a pressão de jogar a Copa em casa e ter de ganhar o título. A zaga volta e meia batia cabeça, levava gols. O modelo de jogo de "ilha" (lançamentos de gala, de 60/70 metros da zaga para o ataque) não reflete uma atitude inteligente para os padrões de hoje. Talvez nos idos de 1950-60-70, quem sabe até nos tempos de Sócrates isso fosse bom, mas a atualidade no futebol é intensamente marcada pelo estudo de um adversário sobre outro, e vice-versa, com debruçamento sobre dados e imagens (até em tempo real). Hoje o meio de campo é a mola articuladora dos times, e "nosso" meio de campo não tinha um meio de campo do Brasil (não tivemos camisa 10, pois Kaká, PH Ganso e/ou Ronaldinho Gaúcho foram preteridos pelo Luís Felipe); não tivemos como produzir um bom futebol.

Luís Felipe acreditava muito que ganharia a Copa, e se consagraria, mediante a técnica da feiura, isto é, jogando para fazer um gol a mais, ou levar nos pênaltis... sem precisar jogar bem. Ele esqueceu de colocar em campo a humildade, deixar seu time ser atacado, organizar-se em contra-ataques e buscar gols com as peças que tinha (ou seja, sem o Fred, que não chegou aos campos da Copa: quem chegou à Copa foi a camisa do Fred). Precisaria ter mostrado ao povo que a Alemanha era (e é) muito superior ao decadente futebol brasileiro.

Haverá "renovação" na seleção canarinha? Eu espero que haja, que venha outro treinador, que o Neymar Jr. pegue uma camisa 11 ou 7 e vá trabalhar, que os jogadores articuladores, criativos, talentosos tenham vez no time (especialmente PH Ganso (São Paulo), Geovânio (Santos) e outros nomes), que possamos recuperar o prazer de ver a seleção jogar.

Quando foi feita a convocação para a Copa eu ouvi, nas ruas de Manaus (AM), torcedores dizendo que não daria certo, pois era um time cheio de volantes etc. Olhem, não deu certo mesmo, talvez por serem sete jogos (na Copa das Confederações são cinco), talvez porque o adversário não foi marcado e desarticulado de maneira inteligente (como o Brasil fez com a Espanha, em 2013), talvez porque a atitude do Brasil foi de "meu Deus, perdemos dois atletas, o Neymar tá contundido; e agora?". O Santos já mostrou, diante do Barcelona (Espanha) como é que se joga para perder de goleada (basta ser medroso e entrar em campo com medo).

Agora, três brincadeiras: a) a Seleção nunca ganhou título mundial sem convocar/levar atletas de São Paulo e Palmeiras (e não levou nesta); b) sempre que a Alemanha chegou a uma Semi, ela passou à Final; c) não seria melhor baixar a bola desses boleiros e dizer a eles que temos de levantar nosso nome, pois, no futebol estamos na lama (desde 1986, na Copa do México, que eu vejo o Brasil jogar, mas nunca vi decréscimo como nos anos 2003 em diante).

Cruz Credo.


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