segunda-feira, 21 de julho de 2014

(IRMÃOS E IRMÃS, LEIAM ESTA MENSAGEM, POIS A NÓS PARECE QUE AS COISAS SAÍRAM TOTALMENTE DOS CONTROLES) - SOBRE MÚSICA NO ALMOÇO DO TRAPICHE: POESIA NA CIDADE "DA BALA"

prof. Israel Araújo

Ontem, 20 de julho de 2014 (curiosamente Dia do Amigo ou da Amizade), após o almoço, eu postei umas fotos do almoço na "Ponte Grande", nosso Trapiche Municipal, atualmente identificado como Terminal Hidroviário "Manoel da Silva Santos". Depois, recebi um bom "afago" de uma ex-colega de trabalho... Mas, voltemos à poesia da "Ponte".

Essa ação cultural é uma iniciativa de pessoas de bem de nosso Igarapé-Miri, amantes da cultura local e preocupadas com a valorização de nossos patrimônios - as Artes são dos maiores patrimônios que temos (entre as lideranças estão o professor e músico Patrich Moraes e sua genitora, professora aposentada Ana Maria). Nesse almoço tem muita coisa ótima, como as comidas estilo caseiras, a música refinada, a companhia de pessoas queridas, bebidas, o fato de podermos rever amigos e amigas, ótima confraternização... motivações para irmos ao almoço na "Ponte" não nos faltam. (Fotos: israel Araújo)









(Músico/Professor Patrich Moraes posa para nosso registro)



(O filho do músico Patrich já exibe talentos)


Ontem mesmo eu disse que impressão que dá é a de que não estamos vivendo a DITADURA DA BALA, DAS AMEAÇAS DE MORTES, dos recados de que VÃO INCENDIAR CASA DE PROFESSOR, carros suspeitos nos cercando pelas ruas etc. Disse isso com base na realidade que estamos vivendo em nosso amado Igarapé-Miri, há uns 19 meses. Depois da intensificação das mortes provocadas pela ação de "gangues" rivais, dos arrombamentos de residências (nas madrugadas e na plena luz do dia), do aumento da criminalidade em nossos rios mirienses, passamos a contar com essas ameaças, fatos que abalam o psicológico das pessoas ameaçadas e de todas as suas famílias, seus amigos e outras pessoas queridas (há registros de Boletins de Ocorrências Policiais feitos pelas pessoas ameaçadas; por isso, quem quiser saber os detalhes, basta procurar pelas pessoas ameaçadas e saber das barbaridades sofridas): nos dias de hoje, há pessoas que não andam mais sossegadas pelas ruas, não dormem mais direito em suas casas (o que sente uma pessoa que recebeu ameaça de incêndio em sua casa, quando sua família está dormindo, descansando?) e isso não é uma modalidade (categoria) de violência com a qual já estivéssemos acostumados em Igarapé-Miri, pois se trata de tentativas de intimidações, projetos definidos especificamente para serem executados contra algumas pessoas, especificamente, pessoas escolhidas a dado para serem vitimadas...

Pois bem, depois da poesia da música na "Ponte", de ouvir grandes clássicos cantados por Patrich, de ouvir o filho do Patrich cantando, percebendo a "veia dos Gonçalves" turbinada de sangue musical, fiz uma postagem de rede social, na qual eu anunciava o Título, somente o Título (revestido de poesia quando falava de cidade "da bala" para a nossa Princesinha do Baixo Tocantins (identificação dada pelo locutor esportivo João Maria Quaresma Júnior - nosso Jota Santiago) de uma publicação que eu gostaria de fazer ontem mesmo. Mas meu tempo fui curto e não a postei (é esta de agora).

Segue o post:


Depois escreverei sobre este dia 20 de julho, dia do Amigo, na "Ponte Grande"... Mas o título já vai: MÚSICA NO ALMOÇO DO TRAPICHE: POESIA NA CIDADE "DA BALA" (sem kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, por favor)
Quado filho do Patrich cantou (Jean) "Fui fiel" (meu bebê, na versão miriense) o povo foi ao êxtase... BOM DEMAIS; ótima iniciativa essa música na ponte, ao almoço da Festa de Sant'Ana.

Por incrível que pareça, no Dia do Amigo, uma ex-Professora (ou professora aposentada), fortíssima defensora da atual gestão municipal (não tenho nada a ver com isso; são opções, cada pessoa pode, ou poderia, fazer as suas) deixou esta mensagem pra mim (texto na forma original):

professor se a cidade e da bala os encomodados se retiram pra bem longe

Não citarei o nome da comentadora, espero que esse meu ato de respeito em relação a ela seja reconhecido pelas pessoas de bem de nossa terra (e de outras terras), principalmente as mais próximas da gente. Mas afirmo que se trata de uma pessoa católica, dita (ou auto-definida como) cristã. Aí fiquei estarrecido, pois não consigo e nem posso aceitar que uma pessoa que seguiria os princípios cristãos venha a defender a VIOLÊNCIA, que as mortes continuem a acontecer, defender que umas pessoas sejam escolhidas a dedos para morrer, famílias sejam destruídas até o mais íntimo de seu ser. Não consigo aceitar que alguém defenda a morte de pessoas - num país que não permite Pena de Morte - e que SERES HUMANOS sejam mortos, eliminados, executados como se fossem porcos, bois, ratos etc., embora eu saiba que devo aceitar as ESCOLHAS QUE AS PESSOAS PODEM E DEVEM FAZER para suas vidas.

Caso fôssemos levantar ao menos uma problemática para essa realidade à qual estamos submetidos, poderíamos indagar: O que se pode (deve) fazer para amenizar e/ou acabar com a onde crescente de violências porque passa a Terra Miriense? Respostas seriam várias, como as dadas pela gestão pública (dos três poderes, de todas as esferas), pelas Polícias, pela sociedade organizada em ONG's e demais organismos sociais.

Mas, creiam, jamais eu poderia esperar que uma ex-colega de professorado me dissesse (ela disse pra mim, de maneira direta) "se retire pra bem longe". Então, já que meu irmão (Isaac Fonseca, editor/fundador do Jornal Tribuna Popular) está Ameaçado de Morte e já que eu sofro na pele as consequências dessa onda de violências que vem transformando nossa vida pública num caos, já que me sinto sem forças diante dessa realidade (a criminalidade "tradicional" e as execuções de pessoas "marcadas" - listadas para morrer), eu deveria arrumaras malas e cair fora!!!!!

Dizer a um irmão em Cristo, a um ex-colega de trabalho que deixe a proliferação das balas e do TRÁFICO DE DROGAS (raiz maior dessa problemática) seguir seu curso em Igarapé-Miri, debochar das dores dele (hoje tenho mais dores do que antes do dia 12 de junho de 2014, Dia dos Namorados, quando Isaac recebeu ameaça de morte), tripudiar sobre uma pessoa já em forte sofrimento... pelo amor de Deus (ou daquilo em que se acredite), vamos olhar para as Pessoas e vê-las como gente, sejam as tachadas de "bandidos", sejam os Professores (chamados, em 2013, de "vagabundos" em cadeia municipal, de "ínfimo grupo político"), sejam os empresários, os ambulantes... enfim, todo mundo, mesmo porque quando a bala vem, ela não pergunta por nossa condição social, ocupação profissional, formação acadêmica/ideológica/escolar etc.

Estamos defendo o quê? É o narcotráfico, a destruição das famílias? Pois, se for isso, vamos dizer de maneira mais direta. Vamos marcar mais coerentemente nossas posições sociais/individuais. Não vivemos na "cidade da bala", isso é poesia/desespero, mas quantas pessoas estão morrendo a preço de quase nada (e nem precisa de "preço" pra morrer)? O que estamos presenciando nesta terra é algo aceitável - ou é aceitável porque há pessoas (consideradas) intocáveis e outras marcadas?

Não é mesmo?

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