quinta-feira, 10 de julho de 2014

COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA ALEPA EM IGARAPÉ-MIRI: O EXERCÍCIO DA CIDADANIA ESTREMECEU A BARRACA DE SANT'ANA

prof. Israel Araújo (com os anseios e as lágrimas de quase toda uma população)

Na manhã deste dia 10 de julho de 2014, na Barraca de Sant'Ana, aconteceu uma Diligência da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor (CDHDC) da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), contando com a presença de várias centenas de pessoas preocupadas e/ou desesperadas por conta da insegurança que assola o Igarapé-Miri. A reunião foi motivada pelos constantes e gritantes casos de violências (e notadamente a VIOLÊNCIA HOMICIDA), como assaltos, arrombamentos, mortes e ameaças de mortes que passaram a determinar as emoções e a rotina da maior parte da população miriense.

A Diligência foi coordenada e dirigida pelo presidente dessa Comissão, deputado estadual Carlos Bordalo (PT), cuja mesa dos trabalhos ainda contou com muitas outras autoridades (ex: deputados estaduais Chico da Pesca/Pros, Edilson Moura/PT e Edmilson Rodrigues/Psol, deputado federal Miriquinho Batista/PT; presidente da Câmara Municipal de Igarapé-Miri, Ver. Vladmir Afonso (DEM), advogado Amadeu Pinheiro Corrêa Filho (representando o Prefeito demista Ailson do Amaral), ouvidora das Polícias, representantes religiosos, chefias de Polícias Civil e Militar, Corregedor de Polícia e os ameaçados: Josias dos Santos Belo (Ver./PSC), Edir Pinheiro Corrêa (PSD, Vice-Prefeito de Ig.-Miri) e Isaac Fonseca Araújo (Professor e editor/fundador do Jornal Tribuna Popular (JTP).

Na abertura dos trabalhos, o professor Isaac recebeu a palavra do deputado Bordalo para contextualizar a motivação da Diligência e isso o fez, de maneira muito enfática, citando as várias ameaças recebidas (constam de Boletins de Ocorrência na Polícia Civil) e, à certa altura de sua fala, disse: "se minha casa amanhecer em chamas, delegado, não precisa procurar saber quem foi; basta ir no endereço da pessoa que me ameaçou...".

Em sua fala, os deputados reconheceram que, "se confirmadas", as informações indicariam fatos gravíssimos. Edmilson Rodrigues, por exemplo, disse que "não ficarão as denúncias sem tentativas de solução", já que a Comissão não tem poderes para intervir nas decisões privativas do Chefe do Poder Executivo (como as ações a serem tomadas acerca das polícias).

A Comissão ainda recebeu a contribuição de uma organização de jovens da cidade de Igarapé-Miri (estudantes dos ensinos fundamental e médio e integrantes de comunidades cristãs) e de militantes cristãos da PJ - Pastoral da Juventude da Igreja Católica. 

Em seguida, inúmeras informações sobre a violência em Ig.-Miri foram prestadas por cidadãos e cidadãs mirienses, com especial destaque para algumas ameaças e possíveis casos gritantes de desvirtuamento de conduta das Polícias Civil e Militar. Inúmeras denúncias anônimas foram entregues à Comissão, com destaque para a ação de um senhor (por mim não identificado) que entregou uma carta assinada aos presentes (e à Comissão), relatando casos de violação de direitos humanos - possivelmente em pessoas de sua família (o homem chorava muito, visivelmente humilhado, indignado, aparentemente por se tratar de violência contra um filho seu). Foram tantas as intervenções que o presidente, Carlos Bordalo, deixou de atender a algumas pessoas que ainda queriam falar.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos se comprometeu a dar respostas à sociedade de Igarapé-Miri, destacando as seguintes medidas (a serem tomadas por ele): a) reunir com todo o Sistema de Segurança Pública do Pará, com a Desembargadora, chefa do Tribunal de Justiça do Pará; b) o deputado Miriquinho Batista se comprometeu a conseguir uma Reunião urgente com o Ministro de Estado da Justiça, José Eduardo Cardoso, em Brasília, para que uma Comissão da Alepa possa ser recebida e medidas federais sejam efetivadas em Ig.-Miri (intervenção). A ouvidora das polícias também garantiu reunir com sua representação para que os casos não deixem de ser apurados; c) Edmilson Rodrigues sugeriu a instalação de uma Comissão Externa, da Alepa, para cuidar do caso de Igarapé-Miri.

Cerca de 400 (quatrocentas) pessoas participaram da Diligência, que terminou por volta das 14h.

Seguem alguns registros (fotos: Paulo Sérgio de Almeida Corrêa, Gleyson Castro (Blog Folha de Igarapé-Miri) e arquivos do Facebook):



(Barraca de Sant'Ana totalmente lotada: lideranças e povo em geral denunciam possíveis violações de Direitos Humanos em Igarapé-Miri. A foto registra o presidente da Associação de Moradores(as) do Residencial "Açaí Lar", Sr. Benedito Fonseca Costa, relatando as dificuldades enfrentadas nesse condomínio /// Foto: Blog Folha de Igarapé-Miri)




(Uma vista da área da Barraca de Sant'Ana, tomada pelo povo que diz não suportar mais tantas violências que assolam o município miriense. A foto registra momento posterior à chegada do Movimento "Por um Igarapé-Miri Melhor", criado e liderado por jovens mirienses /// Foto: Blog Folha de Igarapé-Miri)




 (Prof. Israel Araújo frisou o caos porque passa a cidade de Igarapé-Miri e referiu casos de execução ocorridos no bairro em que mora, a Cidade Nova; enfatizou a situação de terror porque passa sua família depois que seu irmão, Isaac Fonseca, recebeu graves ameaças /// Foto: Paulo Sérgio de Almeida Corrêa)



 (Prof. Dr. Paulo Sérgio de Almeida Corrêa, Professor Associado e pesquisador da Universidade Federal do Pará/UFPA, mostrou resultado de estudos seus e citou, com base em indicativos numéricos, que a violência homicida cresceu, em Igarapé-Miri, aproximadamente 300% - desde 2008)



(Chamada para a Diligência e outros atos correlatos, na internet



(Uma vista do público presente)



(Senhora Maria Antonia Feitosa, Moradora da cidade de Igarapé-Miri (Comunidade cristã de Santa Clara), relatando caso de arrombamento na casa de sua prima, além do descaso na hora de registrar Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia Civil e dificuldades que seus filhos têm para usar de seu direito de ir e vir)



Nenhum comentário:

Postar um comentário