Senhor
Governador:
Saudações da terra Miriense, também
chamada terra “de Sant’Ana”, “Capital Mundial do Açaí”, “Princesinha do Baixo
Tocantins” e “Cidade da Bala”.
Este último enunciado-relato fez com que
uma ex-Professora mandasse o criador dele se mudar “pra bem longe”.
Senhor Governador, o sr. não sabe dos
fatos que aqui se passam porque não mora aqui, não visita esta terra, possivelmente
não lê os jornais Jornal Miriense e Jornal Tribuna Popular e/ou não tiraria de
seu tempo para acessar algumas páginas de “Face” de pessoas que falam sobre os problemas
e o caos desta Terra (ex.: Isaac Fonseca Araújo, José Moraes Quaresma Júnior,
Gleyson Castro, Israel Araújo e José Pinto). V. Excia costuma “descer” aqui em tempos
de Eleições para Governador, e esse direito nós lhe garantimos, tenha certeza.
Vossa Excelência de nada tem culpa nesse
caos (caos na Saúde, ineficiência nos atendimentos na Saúde, servidores/as sem
receber salários em dia, mortes e mais mortes e muitas pessoas com medo de falar
o que pensam); o sr. sabe que aqui o eleitorado é pequeno demais e serviria
apenas para dar “uma intera” de votos ao Sr. e aos seus parceiros eleitorais. É
assim que se diz por aqui, Excelência. É claro que em Abaetetuba, Cametá,
Ananindeua e Marabá, p. ex., há mais eleitores(as) do que aqui, mas, enfim, eu
viria sempre aqui (passear, pescar, confraternizar com meu “exército” de
aliados) caso fosse governador. Sendo Governador, eu teria segurança total de agentes públicos e não teria medo de morrer ao sair para nossas muito violentas
ruas. A estrutura posta a serviço de um Governador é razoável... e mais, V. Excia
não denuncia os problemas vividos aqui, razão pela qual não temeria entrar em
lista de pessoas que devem morrer em
Igarapé-Miri.
Não podemos creditar ao Sr. as mais de
20 (vinte) mortes que aconteceram neste município, desde 01/01/2014. Nem as de
2005 até hoje, que deve somar muitas centenas (uma autoridade disse que, na
gestão 2009 até 2012 teriam morrido 561 pessoas nesta terra; e disse que o
delegado da época confirma esses números).
A quadra poliesportiva da Escola
Estadual “Enedina Sampaio Melo” não foi feita, as pontes da PA-407, a estrada
da Vila, não foram feitas em concreto até hoje; as Polícias do Pará gozam de
grande descrédito nesta Terra (devido aos possíveis abusos cometidos), assim
como noutras partes do Brasil. O sr. é um candidato que se vale de seus
direitos políticos para viver a sua vida. Pena é que nós, de Igarapé-Miri, não
somos governadores e não dispomos da estrutura posta a serviço de V. Excia.
Puxa, Governador, eu queria ser Professor em condições materiais de ter a meu
dispor a estrutura financeira e de seguranças de que o sr. dispõe. Mas eu sou
Professor da Seduc-PA e minha renda é muito menor do que a dos Secretários de
Estado, Governador e Vice-Governador.
Mas eu lhe aplaudo devido a sua
capacidade de conquistar SEUS SONHOS pessoais. Eu gostaria de me submeter a
Concurso Público para o cargo “vitalício” de Governador do Pará, lhe digo que
penso muito nisso, mas não me submeto às “regras” desses certames eleitorais.
Ora, eu gostaria de me submeter a Concurso de Provas e Títulos, sem captação de
votos em urna eletrônica.
Quero aproveitar a sua vinda a nossa castigada
Igarapé-Miri, nestes tempos de eleições, para lhe fazer breves e muito sérios
pedidos. Por favor, Governador, nos socorra. Pedimos ao Sr.:
1 - Que envie para esta Terra muitos
programas e projetos que possam resultar em expectativas de vida melhor para
nossas crianças e jovens de hoje, pois eles/as podem (não digo devem) se tornar assassinos de meus
descendentes amanhã;
2 - Que desarticule a estrutura que mata
nosso povo;
3 - Que determine ao Secretário de
Educação para que ele(a) trate os Trabalhadores/as da Educação Pública do Pará
da forma que os médicos são tratados nas secretarias de Saúde;
4 – Que faça um excelente asfaltamento
na estrada da Vila (asfaltamento e estruturas laterais, sinalização, lombadas,
escoamento de águas);
5 – Que vá ao Governo federal solicitar
uma FORÇA-TAREFA, ajuda da Polícia Federal e Força Nacional de Segurança, para
que a estrutura que mata nosso Povo (aquela que ninguém vê) seja destruída e
possamos voltar a viver em paz nesta Terra.
Peço desculpas, sr. Governador, pelos
tiros de hoje pela manhã, pouco antes da chegada de Vossa Excelência. Graças a Deus
as balas não chegaram até a sua pessoa.
Desculpe, Excelência, se os pedidos lhe pareceram fortes demais; é porque estamos em desespero nesta Terra.
Senhor Governador, se o sr. atender meus
pedidos, venha em minha casa (sem seguranças), tome um cafezinho comigo,
batamos um papo e vamos conversar sobre voto na urna eletrônica; mas, se o sr.
não olhar para meus pleitos, deixe que eu tomo esse café com outros candidatos.
Igarapé-Miri/PA,
14 de agosto de 2014
Israel Fonseca Araújo
Professor e
Professor
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