prof. Israel Fonseca Araújo
Alguns detalhes colhidos do primeiro debate televisionado entre Candidatos e Candidatas, realizado ontem (26/08), na TV Bandeirante. Ainda se pode dizer muito, mas isso já mostra um panorama...
1
- Aécio Neves (PSDB) bateu em Marina (ela deve deixá-lo de molho por mais 4 anos): o
mineiro insinuou que Marina é “incoerente”, pois teria se recusado a apoiar
Serra (2010), mas agora ela diz que irá governar com “os melhores quadros” do (PSDB
(incluiria José Serra), do PMDB (quem, mesmo?) e do PT (seria Eduardo Suplicy,
pelo que percebi); (está aí um problema dos maiores para a vida da "coerente" Marina Silva: depois de sair do PT, ficar um pouco no PV, não conseguir registrar a "sua Rede", agora ela está (por conveniência eleitoral) no PSB. Porém, se se tornar Presidente(a), NÃO PODERÁ DEIXAR O PSB (onde ele está até fins destas Eleições) e voltar para a "Rede". Durma com esses dramas, senhora Marina. Cruz Credo.)
2
- Marina Silva (PSB) diz que o Brasil vai “escalar uma nova seleção” e tirar pessoas do “banco
de reserva” e levá-las aos primeiros escalões; es
3
- Marina foi “atacada” por ter em sua equipe pessoas que TERIAM SONEGADO muito milhões
de reais (dono do Itaú, na compra do Unibanco, p. ex.) e ainda assim ela diz
(dizem seus adversários) que vai implantar a “nova política”;
4
- Aécio insistiu em dizer que não consegue aceitar que Tancredo Neves, Miguel
Arraes e Ulisses Guimarães sejam da “velha” política;
5
- Eduardo Jorge (PV) disse que o Brasil precisa mudar a legislação que trata de
aborto, pois muitas mulheres (segundo ele, em torno de 700 mil e 800 mil), a
cada ano, são colocadas na condição de criminosas por fazerem abortos
clandestinos (depois engravidarem de estupradores etc.); esse candidato diz que
essa lei deve ser alterada para proteger essas mulheres;
6
– Eduardo Jorge queria a adesão de Aécio para essa causa (eles devem ser
aliados, num segundo turno, junto de Marina Silva), mas o mineiro disse que
prefere manter uma “posição pessoal” nessa questão e defende que a legislação
seja mantida (agora, deve reunir pastores e mais pastores e pedir apoio, pedir
votos, pois dizer isso num debate não ganha eleição). Aécio quer votos de
evangélicos e certas alas católicas anti-Dilma, onde ele não é bem recebido
pela imagem de play boy que carrega e de “mulherengo”; (a Rede Globo fez uma
minissérie para apresentá-lo ao povo como Presidente, o “Brado Retumbante”,
lembram? Viram como o ator foi escolhido a dedo, um sósia de Aécio?)
7
– Dilma foi batida por Aécio, Marina, Pr. Everaldo, Luciana Genro (Psol) e Levy Fidélix, claro, isso
é praxe nos debates televisivos, pois quem está no poder sempre apanha mais
(sobretudo se estiver na frente, nas sondagens de votos); mas bateu em Marina e
Aécio, outra questão óbvia, pois são esses dois que poderão ganhar o Planalto;
8 - Luciana Genro (Psol) quase não pôde falar, pois não lhe perguntaram quase nada; ela não teve como contribuir com o Debate (debates são costurados pelas emissoras proponentes, que têm seus interesses, e pelos articuladores das Campanhas; acabam se tornando uma linda arquitetura teatral, cinematográfica): uma pena, pois a ex-deputada petista é estudante e tem muita condição de contribuir com os debates;
9
– O mais relevante, pra mim, em termos de Políticas Públicas foram duas falas
de Aécio Neves: a) uma sobre os Professores/as de Minas Gerais, quando esse
ex-governador mineiro disse que a melhor educação no Ensino Fundamental do país
era a de Minas, fruto de seu trabalho como uma “excelente equipe” (ele diz que
governaria com “os melhores”), graças a uma política que se debruça sobre metas
e desempenho dos profissionais do estado (todas as áreas, claro, mas ele
enfatizou a Educação). Marina disse que ele, Aécio, esqueceu os Professores/as
do Vale do Jequitinhonha; Aécio sorriu, meio amarelo (a mídia e as redes
sociais têm mostrado a realidade dos trabalhadores/as da Educação em Minas,
suas penúrias, assim como se dá em São Paulo e onde mais o PSDB governe); aí
ele disse que essa é uma área “muito querida”, lá de Minas; b) a outra questão é
correlata desta e se refere à MERITOCRACIA (tucanos não falam esse nome, dizer “valorização”,
“desempenho”, “premiação” etc.).
Diz
Aécio que os professores de Minas Gerais (ele não fala nos outros
trabalhadores/as da Educação, pois acha que uma escola se faz com professores e
mais nada!) apresentaram ótimos resultados, justamente trabalhando nas áreas
mais carentes (periferias, creio eu); afirmou (isto é sério, mas é cômico também)
que os Professores que atingiam a meta era premiados (gravem isso) com um
DÉCIMO QUARTO SALÁRIO, ao final do ano (((((lembram das lutas em nosso estado
do Pará, por melhores condições de trabalho e salariais; por incorporação de vantagens
(que nos acompanham por toda a vida profissional) e nosso combate aos ABONOS DE
FINS DE ANO?????)))). Pois é, essa é a estratégia de Aécio Neves para a nossa
Valorização: dar abonos, aos finais dos anos, com grandes palanques eleitorais
montados, os docentes aplaudindo o chefe de Estado, nos jornais e nas redes
sociais e votando nele, de novo, pois “deu abono”. Depois, na Aposentadoria...
Pois é, somente as pessoas que conseguissem, por seus méritos, atingir as “metas”
estipuladas ganhariam esse Décimo Quarto Salário, no final do ano (conversem
com bancários sobre essa política de “metas” e vejam o que eles têm a dizer,
sem gravadores ligados, sobre a atitude dos respectivos patrões).
Aécio
sonha, mais acho que vai continuar sonhando, com um estado mínimo (cada vez
menos comprometido com as políticas públicas), no qual ele, presidente, seja o
empregador, o cara que “assina a carteira” dos Servidores Públicos e, quando
quiser, os manda embora. Ele estipularia “metas”, definidas por pessoas como
Paulo Renato Souza (com os devidos respeitos a este), em bons gabinetes, e
mandaria via Correios para as escolas; em seguida, assessores de deputados
estaduais e federais aliados definiam os “dirigentes” das Escolas, e IES’s (Instituições
de Ensino Superior), que seriam as pessoas que averiguariam se estávamos ou não
cumprindo essas “metas”: quem não as atingisse, levaria cacetadas públicas.
Agora,
façam uma continha comigo: um Professor(a) que ganhasse, nos municípios,
Remuneração (renda bruta, sem contar os descontos diversos) de R$ 2.600,00 para
uma jornada de 40h/s (duzentas horas/mês, sem pagamento de hora-atividade, para
não tornar os docentes meros “vagabundos”, como dizem esses caras) seguiria
pelos 12 meses do ano sem valorização, sem aumentos etc.; ao final do ano, se ela
atingisse a “meta”, seria bonificada com mais um salário de R$ 2.600,00. Se ela
não atingisse a “meta”....
Não
seria melhor discutir com os sindicatos quais formas de valorização seria a
mais adequada?; não seria melhor olhar para o PNE, Plano Nacional de Educação,
e tentar cumprir suas metas, que inclui Valorização dos Trabalhadores/as da Educação
e melhorias na infraestrutura?; não seria melhor cuidar da Remuneração
percebida em todos os meses e oferecer boas condições de trabalho para todos TODOS/AS
os educadores e não, apenas, para alguns????
Precisamos
de “Meritocracia” para diminuir nossa condição de trabalhadores/as de uma área
tão relevante para o País? Precisamos nos bater reciprocamente, para conseguir os "bônus" de finais de ano, disputados a unhas e dentes em nossas escolas e/ou Universidades?
Ora, seu Aécio, vá curtir suas noites quentes, nas madrugadas do Rio de Janeiro, aproveitando suas estruturas de mandato de Senador - pagas por mim e por outros brasileiros/as; deixe os educadores/as em paz. O sr. tem direito de fazer o que bem entender de sua vida afetiva, religiosa, conjugal, profissional etc., mas não pode querem destruir as nossas.
É só um ponto de vista sobre essa realidade.
Digo e digo mais.
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