prof. Israel Araújo
Imaginem o que pode estar a se passar pela "cabeça" de Aécio Neves nestas horas. De uma "comoção" por uma "perda irreparável" de "um grande amigo" (e mais amigos na luta para tirar Dilma do Planalto), Neves poderá se tornar o terceiro colocado na votação, ficar de fora de um provável segundo turno e ter de adiar seu sonho pessoal de se tornar Presidente do Brasil.
Não é maldade, é o que sugere esse cenário eleitoral. Marina Silva (PSB), candidata à candidata, tem enorme potencial de votos e "come em muitos pratos" (discurso familiar, moralizador, cristão, casada (mais uma vez a imagem de família "correta": marido e mulher reproduzindo), forte entrada no meio empresarial, que seria "inimigo" da sustentabilidade, a bandeira perdida por Marina, etc.). Pode buscar votos de muitos segmentos e negociados com muitos discursos - entenda-se.
Indiscutivelmente, se a discussão for sustentada na realidade, é a candidata que pode tirar Dilma do comando administrativo do nacional - somente com apoio dos tucanos, claro, bem como de PSB, DEM, PPS e outros rivais petistas. Marina seria o sonho dos anti-petistas, mas para isso eles/as teriam de se unir muito, dividir os cerca de 40 ministérios (iriam diminuir e perder espaços no governo?) e saírem todos juntos/as num provável Segundo Tempo.
Leiam matéria mais robusta, do Gazeta Miriense:
www.gazetamiriense.wordpress.com;
acesso em 13/08/2014
O choque da morte de Eduardo Campos
abalou o Brasil e o mundo político. Os 3 dias de luto decretados no Brasil, a
repercussão do fato, as notas de pesar, a solidariedade do povo, a participação
de eleitores nas redes sociais são algumas das demonstrações da comoção social
que essa morte prematura causou, bem como de outras seis vítimas que estavam no
avião do presidenciável.
Apesar dos esforços dos bombeiros e
da perícia, ainda não se tem previsão para o início do funeral e do enterro. O
choro da perda ainda deve comover a população por vários dias.
Mas aos poucos a “ficha” vai caindo e
o mundo político, no meio de uma campanha eleitoral certamente que vai ter que
dar passos rápidos, em especial o PSB, que pode substituir a candidatura dentro
do prazo de 10 dias.
E esse cenário da disputa parece que
deve ser “embaralhado”, pois certamente que deve ingressar na cabeça de chapa a
então vice Marina Silva. Isso tornará a disputa imprevisível.
As pesquisas antes dos registros de
candidaturas já apontavam Marina em segundo lugar.
Resta saber se ela terá condições
emocionais para ingressar agora em campanha e diante da comoção popular
alavancar em menos de dois meses de campanha além do segundo lugar, a
capacidade de aglomerar forças para um segundo turno.
Marina é nortista, evangélica, tem
viés de esquerda onde consolidou sua vida política no PT e foi ministra no
governo Lula.
Em campanha modesta em 2010,
conseguiu alcançar 20 milhões de votos. Fala com extrema facilidade e tem
carisma entre os mais jovens e habilidade com redes sociais.
Já Eduardo Campos, vinha de família
de políticos, galgou cargos importantes, como Ministro do governo Lula para
depois chegar ao governo de Pernambuco.
Teríamos então, pela primeira vez na
história desse país, duas mulheres com chances reais de disputar e governar o
país.
Do jeito que as coisas andam, fica
impossível dizer antecipadamente quem mais perde com essa provável mudança
no cenário eleitoral.
O certo é que logo os políticos
começarão a se movimentar e os institutos de pesquisas vão buscar saber o que o
eleitorado pensa a respeito e se mudarão as intenções de votos.
Aécio Neves (PSDB) pode ter mais a
perder, mas certamente, que Dilma pode sofrer maior prejuízo, em especial em
caso de segundo turno, onde Aécio provavelmente deve tender a ser oposição ao
PT.
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