Por FAMOSIDADES
SÃO PAULO - Após receber os
presidenciáveis no “Jornal Nacional”, para uma série de entrevistas, William
Bonner precisou enfrentar diversas críticas de que suas perguntas teriam sido
agressivas.
O jornalista, então, defendeu a
linha seguida por ele e sua colega de bancada, Patrícia Poeta, dizendo que é
seu dever abordar exatamente os assuntos que os candidatos não querem falar em
público.
“Fiz e farei as perguntas que
os candidatos prefeririam não ter que ouvir”, publicou no Instagram, após
receber mensagens de telespectadores indignados pelas redes sociais.
Leia o comentário do âncora na
íntegra:
“Enquanto aguardamos que o
tempo nos permita decolar, vejo com espanto como as paixões eleitorais
momentâneas podem alimentar a intolerância de um tipo de eleitor que se
considera suficientemente informado sobre os candidatos - e que nega às outras
pessoas o direito de se informar.
É aquele que não quer saber
mais nada. Não quer ouvir explicação sobre nenhuma questão polêmica. E é um
direito dele.
O problema é quando não quer
que ninguém mais tome conhecimento daquelas questões. E, por isso, insulta quem
pensa de forma diferente, insulta quem cobra aquelas explicações de candidatos
a cargos públicos. Isso se chama obscurantismo.
Tenho 30 anos de profissão e me
orgulho de ter entrevistado candidatos à presidência do Brasil em 2002, em
2006, em 2010 e neste ano. Em todas as entrevistas, fiz e farei as perguntas
que os candidatos prefeririam não ter que ouvir. Assuntos que lhes são
desconfortáveis, incômodos. Assuntos que eles não abordam na propaganda
eleitoral, obviamente. São assuntos de interesse jornalístico, são assuntos que
o eleitor deve conhecer.
Todos os candidatos que
entrevistei, sem nenhuma exceção, sabiam que era papel deles prestar esses
esclarecimentos - e que era meu papel cobrar as explicações. E isso sempre foi
feito, de ambas as partes, de forma cordial, serena, respeitosa. Sempre.
É esse respeito que falta aos
que usam o espaço de comentários de uma foto para insultar, agredir, praguejar
contra o conteúdo eminentemente jornalístico de uma entrevista. Insultam não só
a mim, como entrevistador, mas a todos os demais eleitores que desejam ser
informados sobre as questões polêmicas de todos os candidatos, sejam quem
forem.
Essa intolerância eu faço
questão de deixar registrada nos comentários. Alguma utilidade terá pra quem
quiser analisar os frequentadores desse ambiente encantador e agressivo,
enriquecedor e mesquinho, democrático e sectário que é a internet.”
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