Ótima análise feita por Edir Veiga, estudioso da política de longas experiências. Confira, a fonte é seu "Bilhetim":
por Edir Veiga 05 de agosto, 2014 - 13h16
(Fonte:
www.bilhetim.com.br)
Ninguém pode a priori dizer que existe hoje uma
tendência de provável vencedor para o senado no Pará. Caso a disputa estivesse
no seu leito normal nós poderíamos afirmar uma tendência de que os principais
contendores seriam o candidato da coligação liderada pelo PMDB,
Paulo Rocha e um candidato apoiado pela coligação governista,
liderada pelo PSDB.
Mas esta disputa senatorial tomou caminhos impensáveis
há um ano atrás. O governador Jatene, à revelia do PSDB lançou a candidatura do
vice governador Helenilson Pontes deixando perplexo o candidato natural
governista, o tucano senador Mário Couto. Este fato acabou por despontecializar
a recandidatura de Mário Couto e criou graves entraves para a unidade
tucana nesta disputa estadual.
O favoritismo da oposição para a eleição senatorial
parecia clara, afinal uma ampla coligação de partidos vêm embalando esta
candidatura. Porém a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Pará-TRE/Pa
mudou todo este favoritismo percebido pelos analistas sérios deste
estado. O TRE impugnou o oposicionista Paulo Rocha ao senado. Este fato
vem produzindo um imenso sangramento nesta candidatura nos grandes centros
urbanos.
Acredito que esta questão venha a permear todo o
período da competição eleitoral, num pleito que ameaça ser amplamente dominado
por discursos moralistas. Creio que ao final de tudo Paulo Rocha, mesmo
que venha reverter esta questão jurídica perderá muitos votos a partir desta
impugnação, o que lhe poderá ser fatal nesta disputa. Mesmo antes da impugnação
Rocha vinha apresentando baixa intenção de voto na região metropolitana.
A posição de Jatene sobre a reeleição de Couto e a
impugnação de Rocha, diminuíram, em muito, as possibilidades eleitorais deste
dois candidatos, que seriam os naturais candidatos mais competitivos nesta
disputa vindoura.
Por outro lado, o TRE também acabou de impugnar o
candidato ao senado Duciomar Costa, que além de ter sido, recentemente prefeito
da capital por oito anos, ostenta um cartel que o consagrou como um campeão de
voto na história recente da política paraense. Dudu, mesmo que venha a reverter
esta impugnação, a exemplo de Rocha, estará amplamente sangrando eleitoralmente
perante a opinião pública. A decisão do TRE também está despotencializando um
eventual poder competitivo do candidato Dudu ao senado federal.
Quem sobra, nesta altura do campeonato,
com grande poder competitivo? O radialista e apresentador de TV Jefferson Lima
vem apresentando um belo desempenho nas intenções de votos nos grandes centros
urbano de todo o estado do Pará. Neste Momento Lima vem sofrendo um
excelente recall como subproduto de seu belo desempenho nas eleições municipais
de 2012 em Belém, quando o mesmo candidatou-se à prefeitura municipal.
Já o candidato Helenilson Pontes ainda não
apresenta um potencial de decolagem eleitoral, mesmo em sua região de
origem o baixo amazonas. Mas como a máquina administrativa e política do
governo estadual pesa, não é demasiado afirmar que Helenilso deverá crescer num
patamar razoável até o dia das eleições. Mas o crescimento de Helenilson será
fatal para as pretensões de reeleição do candidato Mário Couto. Creio que se a
candidatura Helenilson for mantida, este chegará aos 20% até o dia da eleição.
Em síntese. O jogo para o senado está em aberto. A
disputa eleitoral será muito dividida pelo interior do Pará entre Paulo Rocha,
Mário Couto, Helenilson e eventualmente Duciomar Costa. Caso Jefferson Lima
consiga uma votação próxima dos 12% pelo interior e obtiver uma grande
votação na região metropolitana, poderá chegar no dia da eleição em pé de
igualdade com os candidatos que hoje ostentam maior potencialde disputa
em matéria de apoio partidário e estrutura administrativa e financeira.
Tenho dito.
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