terça-feira, 13 de janeiro de 2015

ACORDEI

(HOMENAGEM AO UNIGÊNITO)
Israel Fonseca Araújo
(Pai)





Este é um poema-presente, canetado sob a forma prosaica.

Há um amigo meu que insiste em uma posição pessoal. Ele é contrário a se publicar questões que envolvam essas sentimentalidades todas em redes sociais, pois defende que a mesma deve se ater aos debates políticos, discussões mais ligadas à dimensão pública da vida humana.

Contraio meu dileto camarada mais uma vez e devo dizer o que digo agora e mais ainda o direi.

Hoje eu acordei e me achei em um quarto, que eu não sabia qual era, nem de “quem era”. Depois é que entendi do que se tratava: estava em nossa casa, no mesmo quarto de quase-sempre.

Foi este o dia em que tive os melhores delírios de minha caminha pré-38. Somente hoje acordei com uma vontade danada de mandar flores a um policial militar que, alguns anos atrás, apontou uma arma pra minha cabeça e ameaçou disparar três tiros contra a mesma... Apenas hoje e por não gostar muito de conversar com portugueses donos de padarias é que desejei abraçar corinthianos(as) e peixeiros no Mercado Municipal. Não por antagonismo ideológico, mas porque queria me aproximar de peixes e gaviões.

Somente hoje comecei a elaborar o que de mais mudanças positivas e felicidades vem pela minha frente, e mais outras estão para chegar.

Somente hoje. Só hoje decidi contrariar meu amigo mais uma vez.

Só hoje.


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