(HOMENAGEM AO UNIGÊNITO)
Israel
Fonseca Araújo
(Pai)
Este é um poema-presente, canetado sob a forma prosaica.
Há
um amigo meu que insiste em uma posição pessoal. Ele é contrário a se publicar
questões que envolvam essas sentimentalidades todas em redes sociais, pois
defende que a mesma deve se ater aos debates políticos, discussões mais ligadas
à dimensão pública da vida humana.
Contraio
meu dileto camarada mais uma vez e devo dizer o que digo agora e mais ainda o
direi.
Hoje
eu acordei e me achei em um quarto, que eu não sabia qual era, nem de “quem era”.
Depois é que entendi do que se tratava: estava em nossa casa, no mesmo quarto de
quase-sempre.
Foi
este o dia em que tive os melhores delírios de minha caminha pré-38. Somente hoje
acordei com uma vontade danada de mandar flores a um policial militar que, alguns
anos atrás, apontou uma arma pra minha cabeça e ameaçou disparar três tiros
contra a mesma... Apenas hoje e por não gostar muito de conversar com
portugueses donos de padarias é que desejei abraçar corinthianos(as) e peixeiros
no Mercado Municipal. Não por antagonismo ideológico, mas porque queria me
aproximar de peixes e gaviões.
Somente
hoje comecei a elaborar o que de mais mudanças positivas e felicidades vem pela
minha frente, e mais outras estão para chegar.
Somente
hoje. Só hoje decidi contrariar meu amigo mais uma vez.
Só
hoje.
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