terça-feira, 20 de janeiro de 2015

VESTIBULAR 2015 DA UEPA: ERRO DEVE SER QUESTIONADO NA JUSTIÇA

Muito comentado, repercutido e lamentado este lamentável fato. A imprensa e o povo estão de olho.


(Diário do Pará - diarioonline)

  
“Estávamos com tudo preparado para festejar a aprovação dele no vestibular, comida, bebida. Ele convidou os amigos e a família que mora em Belém. A festa ia ser no domingo (anteontem). Quando foi sexta-feira, já quase à noite, ligaram da Uepa, perguntaram quem era o José Roberto, e só disseram para ele consultar o site que tinha ‘novidade’. Não deram explicação nenhuma. Como uma instituição de nome dá uma notícia assim? É um tremendo desrespeito com a comunidade”, afirma a servidora pública Raquel Rodrigues Amaral, madrasta de José Roberto Ramos Costa, 17 anos, mais um candidato que viu seu nome ser retirado do listão dos aprovados no Processo Seletivo 2015 da Universidade do Estado do Pará.

Cotista, José Roberto Ramos Costa concluiu o ensino médio na rede pública de ensino de Soure e estava fazendo o Programa de Ingresso Seriado da Uepa (Prise).

O estudante foi anunciado como aprovado no curso de Licenciatura em Ciências Naturais – Química, no campus de Salvaterra. A priori, o candidato foi classificado na 14ª posição. Entretanto, a Uepa informou que houve um erro e que, na verdade, o candidato era o 15º, sendo que o curso oferece apenas 14 vagas.

“Ele tinha acabado de terminar o ensino médio e logo passou, então ele ficou muito feliz. Fomos ao campus de Salvaterra e nos informaram que o reitor e os demais estavam em Belém tentando resolver a situação, porque não foi só ele. A mãe do meu esposo passou mal quando soube que ele não tinha sido aprovado. Ele está muito triste e todo mundo ficou revoltado. Se ele não tivesse passado, ele já estava se preparando para fazer cursinho. Mas quando soube que passou, aqui é cidade pequena, veio todo mundo cumprimentar, ele colocou no Facebook, WhatsApp”, disse Raquel.

A família de José Roberto, assim como aconteceu com o candidato Willian Lima Mendes, acionou a advogada Sue Ellen Gurjão Lyra para entrar com um processo contra Uepa.

“O nosso principal objetivo é que a Justiça garanta que ele seja matriculado, pois a matrícula começa no dia 22. Assim, ele pode ser matriculado para que depois a instituição venha e demonstre que espécie de erro foi esse”.

De acordo com documento apresentado pela Uepa ao advogado do candidato Willian Lima Mendes, 27, pelo menos seis, um em Moju, um em Salvaterra e quatro na capital, estão na mesma situação.

“O documento diz que faltou a atualização de dados de seis candidatos, o que gerou uma ordem incorreta na classificação. O Willian está entrando com um documento pedindo o seu afastamento do trabalho por falta de condições. Ele está se sentindo pressionado, pois os próprios colegas militares começaram a cobrar e a família quer uma explicação”, disse o advogado Augusto Barata.

Após requerer uma explicação à universidade, o advogado diz que a Uepa apresentou uma explicação vaga para o que ocorreu. “Eles nos responderam em um requerimento administrativo, só que eles simplesmente alegam, sem provar nada, que a candidata aprovada no lugar dele ficou com 97,5 pontos. Só que isso não é suficiente. A gente precisa olhar a redação, as provas, os cartões-resposta e também a grade de correção, além do registro de falha no sistema.

Isso tudo tem que ser provado. Estamos colhendo elementos para entrar com a ação. Inicialmente, vamos pedir que seja preservado o direito à matrícula e na mesma ação, a indenização por dano moral e material”, afirma o advogado.


RELEMBRE

O primeiro caso de possível falha identificada no Processo Seletivo 2015 da Uepa veio à tona quando foi denunciado que Bruna Karla Barata Cancela foi aprovada por meio do sistema de cotas, em Medicina, por ser bolsista integral da escola onde concluiu seu ensino médio, mesmo sendo filha de sócios do Sistema de Ensino Equipe.

Sobre o caso, a Uepa informou que “a opção pela condição de cotista foi feita pelo candidato no ato da solicitação de inscrição e deverá ser confirmada no ato da matrícula com a apresentação de documentos comprobatórios”.

Sobre os casos de Willian e José Roberto, a Uepa disse que “durante o processo de inscrição, a homologação de seis inscrições ocorreu de forma não automatizada no sistema, em razão do acatamento de pedidos administrativos e judicial.

No ato do cadastramento desses candidatos, os dados numéricos de identificação foram inseridos de forma incompleta, causando um ordenamento incorreto de suas classificações no resultado final.
Tão logo constatado o erro técnico, a Uepa procedeu a reclassificação desses candidatos, tornando público um comunicado do ocorrido em seu sítio oficial”.

Por fim, a Uepa reitera que “todos os procedimentos adotados foram tomados em respeito aos princípios da meritocracia e da legalidade, zelando ao final pela transparência e justiça de suas decisões”.
(Diário do Pará)


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